segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SHOW DO NAPALM DEATH E HATEBREED-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

   A noite de sexta-feira, dia 26 de setembro de 2014, se apresentava como algo histórico para os amantes da música pesada na cidade do Rio de Janeiro. Dois grandes representantes de estilos diferentes somariam forças para proporcionar ao público o melhor espetáculo possível no Circo Voador. O comparecimento foi bom e heterogêneo, já que existem claras diferenças entre os apreciadores de Napalm Death e Hatebreed, além dos muitos que curtem as duas bandas. Quem viu o mosh de cada apresentação tinha a nítida impressão que houve uma ''troca''. 
   O Napalm Death faria para mim o grande show da noite. Achei uma injustiça sem tamanho com a história da banda vê-la colocada como banda de abertura do Hatebreed. A segunda é muito boa sim, mas infelizmente eu não consigo entender a ordem. O dito ''lado comercial'', ou ''público maior'' atraído pelo Hatebreed na hora se viu uma grande mentira, já que os apreciadores de ambas as bandas dividiam quase que igualmente o espaço. Se fosse algo apenas burocrático, já que o Hatebreed passa um grande momento e o Napalm Death é uma entidade, tudo bem, mas houve claramente um tratamento de banda de abertura dado ao Napalm Death. Eles tiveram um som menos potente a disposição, além de tempo cronometrado para o show. Mark “Barney” fez questão de falar ao termino da apresentação que eles queriam tocar por um tempo maior, mas não seria possível dessa vez, ainda prometendo um retorno solitário no próximo ano. Ainda assim, foi do Napalm Death o grande show da noite, e na minha opinião eles engoliram com muita brutalidade o Hatebreed. 
   A banda que é a definição de Grindcore deu as caras com a, digamos assim, introdução Multinational Corporations, responsável por abrir o clássico Scum. Logo em seguida a banda pula para 2005, com a ótima Silence Is Deafening, que abre o disco The Code Is Red...Long Live the Code. Um mosh insano já tomava conta de todo o Circo Voador. Os fãs do Napalm Death estavam em transe, e proporcionaram uma das maiores destruições que já presenciei em apresentações ao vivo. De Utilitarian, último álbum da banda lançado em 2011, veio a ótima Everyday Pox, e a tão boa quanto The Wolf I Feed, cantada pelo guitarrista Mitch Harris. Em  Unchallenged Hate, que apresentou o clássico From Enslavement to Obliteration, a coisa realmente saiu do controle. A destruição proporcionada pela troca entre banda e público traziam uma energia sensacional ao espetáculo. Vem então Suffer The Children, talvez o maior clássico da banda. Impossível descrever o momento, quem conhece essa pérola sabe como é, absolutamente inesquecível. When All Is Said and Done já mostra uma fase mais recente na carreira do Napalm Death, no disco Smear Campaign. Uma ótima lembrança. Errors in the Signals retoma as atenções para o disco mais recente, enquanto Human Garbage e Success? mostram o clássico Scum para todos. O show era irrepreensível por parte da banda, com um setlist muito bem escolhido.  On the Brink of Extinction foi tirada de Time Waits for No Slave, lançado em 2009, e se mostrou muito bem acertada, mesclando fases diferentes do Napalm Death. Em seguida chega o clássico Social Sterility, um dos grandes momentos do espetacular From Enslavement to Obliteration. Protection Racket retorna ao presente da banda, seguida pela pérola Mass Appeal Madness. O hino maior Scum, a bomba Life?, a ainda mais veloz Deceiver, The Kill, do alto dos seus 20 segundos e a sensacional You Scum, com 3 SEGUNDOS DE DURAÇÃO, mostram a essência do Grindcore praticado pelos professores do Napalm Death no icônico Scum. O show estava chegando ao fim. O cover de  Nazi Punks Fuck Off do Dead Kennedys destruiu a lona e o encerramento veio com o clássico Siege of Power. Só acabou por aqui porque não tinha mais tempo para nada. Um show inesquecível proporcionado pelo Napalm Death, longe das melhores condições, mas capaz de tomar o título de headline do Hatebreed.
   Depois veio o Hatebreed. A diferença de som era brutal. Além de muito mais alto do que na apresentação do Napalm Death, o som era limpo, totalmente nítido. Assisti ao show mais contido, no fundo da lona e sem grandes expectativas, já que estava destruído depois do Napalm Death e plenamente satisfeito. O Hatebreed é sem dúvidas uma das grandes bandas do momento no Hardcore mundial. Eles fazem uma apresentação incendiária, muito bem comandada pelo grande frontman Jamey Jasta. O show teve ótimos momentos, como In Ashes They Shall Reap, This Is Now, As Diehard as They Come, Live For This e I Will Be Heard. Como disse antes, o público era bem diferente. Muitos que partciparam ativamente do show do Napalm Death preferiram ficar mais contidos, ou até circulando pelo Circo Voador na sua área externa. O mosh foi tomado por fãs do Hatebreed, que por sua vez também não participaram muito do show do Napalm Death. Uma apresentação grandiosa de uma baita banda, mas que na minha opinião não foi capaz nem de fazer cócegas ao show anterior. Um dos grandes destaques foi o covr para Ghosts Of War, do Slayer, que foi extremamente bem escolhido. A festa acabou com a melhor música da banda, a ótima Destroy Everything.
   O saldo da noite foi positivo. As duas bandas mostraram o seu poder de fogo e proporcionaram para os bangers cariocas uma grande noite de brutalidade. O Napalm Death merecia melhores condições, e mesmo assim fez uma das apresentações mais espetaculares que já assisti. O Hatebreed merece a atenção que recebe no momento. Espero ansiosamente pelo retorno individual prometido pelo Napalm Death, já contando os dias para o Exodus.

sábado, 27 de setembro de 2014

CLIFF BURTON, E OS 4 ANOS QUE MUDARAM OS RUMOS DO HEAVY METAL

   Quem lê este blog deve ter reparado que estou escrevendo menos sobre os nossos ídolos individualmente, algo que era mais comum há meses atrás. Mesmo assim, quando o assunto é Cliff Burton, tudo é diferente. O eterno baixista da minha banda preferida, o Metallica, pode ser considerado o meu maior ídolo. Sua trajetória relâmpago neste mundo foi suficiente para ser lembrada por toda a eternidade.
   Ele começou na banda Trauma, que estava muito abaixo do seu potencial como músico. Ele acabava chamando muito mais atenção do que a banda em si, e era claro que Cliff estava pronto para alçar vôos bem maiores. Foi em uma apresentação de sua banda que Lars e James chegaram a conclusão de que Burton era o nome certo para o baixo do Metallica. Prestes a gravar seu primeiro disco, que tomaria a forma de um tal de Kill Em All, Ron McGovney não convencia no baixo, fazendo com que os outros integrantes estivessem dispostos a achar um substituto. Então Cliff foi convencido a participar da banda, só fazendo uma exigência, que seria fundamental para os rumos do Thrash Metal, estilo que surgia ali. A mudança de Los Angeles para São Francisco foi a exigência em questão. A banda já era muito mais popular na nova cidade antes mesmo da mudança. Em São Francisco surgia uma nova cena, que se diferenciava muito do ritmo predominante em Los Angeles, na época o Hard Rock, ou Glam Metal. Bandas como Exodus, Testament (na época Legacy), Forbidden, Death Angel, e obviamente, Metallica, já dominavam a tal cena. Reuniões em clubes e lojas de discos faziam a coisa crescer e mudar totalmente de tamanho.
   Em meio a tudo isso, o Metallica cruzou o país para gravar o que seria o Kill Em All em Nova York, e por lá conheceram o Anthrax. Um ambiente amigável e de cooperação dava o tom entre as bandas. A tal viagem, e o excessos que romperam a barreira do aceitável foram a gota d'água para a demissão do então guitarrista Dave Mustaine. Outra demissão pensada há tempos, e que acabou acontecendo com um Mustaine chapado sendo jogado num ônibus de volta para casa sem sequer notar. Assim sendo, a formação com Cliff e Dave durou pouquíssimo. Logo Kirk Hammet, então guitarrista do Exodus, foi chamado para o posto. Na época foi uma decisão complicada, já que ambas eram bandas que despontavam no cenário local, mas ainda não tinham gravado seu primeiro disco. Kirk decidiu pelo Metallica, e logo se juntou aos companheiros em Nova York para gravar o Kill Em All.
   A banda evoluiu muito com a chegada do novo baixista. As música já estavam encaminhadas. Cliff contribuiu com o magnífico solo de baixo em forma de música, sob o nome de (Anesthesia) Pulling Teeth. O trabalho se tornou um marco do estilo, sendo influência para milhares de bandas que viriam depois. 
    Para o segundo trabalho, o Metallica foi gravar na Dinamarca, terra natal de Lars Ulrich. Cliff Burton chegou a excelência técnica, fazendo com que o resto da banda o acompanhe. Ele era o responsável pelas melodias, e sua técnica diferenciada se fez presente em clássicos como  For Whom the Bell Tolls, na qual ele compôs a absolutamente marcante introdução, e na instrumental The Call of Ktulu, entre outras. A banda alcançava um tamanho de destaque, tendo o seu auge no que seria o último trabalho do baixista. Master of Puppets foi a continuação lógica e ainda mais sofisticada para Ride the Lightning. Nele está a obra-prima Orion, momento mais espetacular da carreira de Burton. O Metallica estava no seu auge criativo, mas infelizmente um desastre daria fim a vida de Cliff.
   A banda estava encerrando uma longa turnê naquele triste 27 de setembro de 86. Prestes a sair de férias, a banda ia de ônibus para a Dinamarca, saindo da Suécia, mas um acidente até hoje muito mal explicado feriu de maneira fatal Cliff Burton. James, Lars e Kirk ficaram absolutamente chocados com tudo isso, já que Cliff era um grande amigo de todos. O chamado ''hippie do metal'' era uma figura humana especial, e um gênio do baixo. Com influências diversas na maneira de tocar, era comum a banda acompanha-lo nas músicas. O baixista deixou uma cratera no Metallica, e o que seria da banda, ou o nível que ela poderia atingir com ele, é um grande mistério que povoa a imaginação dos fãs. Pelo o que eles fizeram em apenas 4 anos de trajetória, que incluíram os 3 grandes trabalhos do Metallica, pode-se imaginar que o céu seria o limite. O legado de um breve período de magia ficou para a eternidade, e Cliff Burton vive no coração dos milhões de fãs do Metallica.

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

MALCOLM YOUNG, WE SALUTE YOU!

   Nos últimos dias o assunto AC/DC é o centro de todas as atenções no mundo do Rock. A banda está prestes a lançar mais um disco, que já atende pelo nome de Rock or Bust, que será seguido por uma turnê mundial. Quem vê isso pensa que as coisas estão ótimas para a banda, mas infelizmente nem tudo são flores. 
   O senhor Malcolm Young passa por um momento crítico em sua vida de dedicação ao AC/DC e ao estilo de música que tanto amamos. O disco foi gravado sem ele, que teve a sua aposentadoria anunciada também recentemente, e a noticia que chega hoje não é nada animadora para os seus fãs. Fontes próximas a família dizem que ele sofre de Demência. ''"Se você está no quarto com ele [Malcolm Young] e sai em seguida, e volta um minuto depois, ele não se lembra de quem você é. Tem uma completa perda de memória de curto prazo. Sua esposa, Linda, colocou-o sob cuidados em tempo integral".
   Mesmo com as boas novas sobre disco/turnê, algo esperado por mim desde 2009, quando não pude ir a São Paulo ver a banda ao vivo, é de partir o coração saber da atual situação de uma das almas da banda nesses últimos 40 anos. Já fiz textos anteriores lembrando da importância que o senhor Malcolm tem na história do Rock, mas o momento pede para que nossos corações se unam em torno da sua melhora. Seguramente a sua falta será muito sentida nos passos futuros do AC/DC. Espero coisas maravilhosas em Rock or Bust, e shows devastadores, mas certamente faltará algo. Força Malcolm, você vai sair dessa situação crítica na qual se encontra atualmente, e aproveitar da melhor maneira possível a sua aposentadoria depois de tantos anos de dedicação!!!


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

KISS-ANIMALIZER

   Já no final dos gloriosos anos 70, depois dos ''álbuns solos'', o Kiss não conseguia repetir o mesmo sucesso comercial de Love Gun, Destroyer e Rock N'Roll Over. Até o hoje clássico Creatures of the Night, lançado em 1982, não chegou a ser bem sucedido na época de seu lançamento, algo inexplicável. O Kiss então resolveu se reinventar, tirando as sagradas mascaras e entrando na sua chamada ''fase farofa'' com o clássico Lick In Up. Com o sucesso do mesmo, a banda seguiu na mesma toada para o polêmico Animalizer, que alcançou uma ótima vendagem. Eu considero o disco bom, mas muita gente torce o nariz para o Hard praticado pela banda no dito play. De qualquer maneira, quem procura escuta-lo com atenção consegue tirar proveito de vários momentos. 
   A abertura fica por conta da fantástica I've Had Enough (Into the Fire), com um peso bem diferente das demais. Paul Stanley canta como nunca, e comanda a música. Muitos inclusive chamam a fase de ''dinastia Stanley'', já que Gene parecia pouco interessado no trabalho da banda na época, e mais em projetos como o cinema. Hoje Gene reconhece que ali a presença de Paul foi fundamental para a sobrevivência musical do Kiss. Em seguida vem o maior clássico do trabalho, a também fantástica  Heaven's on Fire. A música se tornou um dos maiores clássicos do Kiss, muitas vezes presentes no setlist da banda e também adorada pelos fãs. Ela realmente tem a cara do Kiss, sendo de certa forma um pouco dançante e com aquele famoso refrão que não sai da cabeça. Burn Bitch Burn também é um momento bem interessante do trabalho. O riff é sensacional, com Mark St. John fazendo um trabalho fenomenal em sua estreia na banda. Get All You Can Take simboliza muito bem o que era o Kiss nos anos 80. Se trata de um Hard interessante, bem semelhante ao som que estava no centro de tudo que acontecia na época. Lonely Is the Hunter segue no mesmo ritmo. O baixo de Gene ´´e marcante, assim como o trabalho das guitarras de Mark e Paul. Essa parte acaba se destacando mais do que a letra. Under the Gun é um dos destaques do trabalho, sendo muito aproveitada nos show. O ritmo é bem acelerado, assim como na eficiente abertura I've Had Enough (Into the Fire). Vale a pena conferir. Thrills In The Night volta a puxar para o lado mais Hard, sendo extremamente eficiente, com uma letra fantástica. O refrão acaba sendo um dos destaques do trabalho, pronto para emocionar qualquer fã. Não sei se é um exagero meu, mas considero essa digna de estar na linha de frente da carreira da banda. While The City Sleeps e Murder In High Heels sem maiores novidades, apesar de serem boas.
   Os resultados foram ótimos, e ao meu ver justos. Animalizer não está no nível de Love Gun, Destroyer e Creatures of the Night, mas não diria que esteja longe disso. Se trata de um baita trabalho, que merece destaque na história da banda, assim como Crazy Nights, Lick It Up e Asylum, que marcaram uma época um tanto quanto polêmica, mas muito boa do Kiss.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AEROSMITH-PUMP

   Os anos 80 surgiram para o Aerosmith dispostos a arruinar tudo o que a banda conseguiu nos 70. Brigas e excessos no consumo de drogas resultaram na saída de Joe Perry e Brad Whitford, e em discos bem fracos para o padrão imposto pela banda nos primeiros trabalhos. Felizmente, já no final da década quase perdida, o disco Permanent Vacation mostrou uma força perdida há tempos, mas foi no disco seguinte o grande retorno do Aerosmith. Pump é seguramente um dos melhores registros de uma banda fundamental e de enorme importância na história do Rock, feito em 89, quando já não se esperava mais grandes coisas vindas deles. Pode-se dizer que ali uma nova geração de fãs era conquistada, com um trabalho que trazia a essência do seu Hard Rock feito em Toys In The Attic e Rock.
   Young Lust abre o trabalho de maneira precisa, com um riff que resume muito bem o que é a banda, seguido pela entrada furiosa do vocalista Steven Tyler. Todos os integrantes fazem aqui um trabalho fenomenal, fazendo dela um clássico instantâneo. F.I.N.E diminui o ritmo, mas é de uma cadência deliciosa e sensacional. Em seguida é a vez do hino Love In An Elevator, que dispensa apresentações. Riff absolutamente matador, e uma linha vocal de Tyler que te chama para  cantar junto. Clássico é pouco, sendo ainda capaz de fazer um estádio inteiro cantar e pular junto facilmente. Monkey on My Back mostra um lado Blues que sempre esteve presente no som da banda, fora a aula de baixo proporcionada por Tom Hamilton. Janie's Got a Gun é outro hino devastador da banda, sendo para mim a melhor do disco e seguramente uma das melhores já feitas pelo Aerosmith. Não tem jeito, ela emociona, e como emociona, a cada verso. The Other Side é outro destaque, mais um momento grandioso de Pump. Hard como deve ser feito, de qualidade indiscutível. My Girl poderia facilmente entrar em Rocks. Típica música da banda na época, e simplesmente espetacular. Don't Get Mad, Get Even começa com um blues improvisado, e desembarca num hard, fazendo uma grande mistura. Tyler toma a música para ele, e mostra toda a força de sua voz incrível. Voodoo Medicine Man é de tirar o fôlego do ouvinte. A dupla Joe Perry/Brad Whitford está simplesmente insana nas guitarras, assim como Joey Kramer, que espanca o seu kit de bateria sem dó. Para encerrar, vem o clássico What It Takes, outro hit indiscutível. Uma balada espetacular como o Aerosmith bem sabe fazer.
   Pump passou com maestria pelo teste do tempo, morando no coração da legião de fãs do Aerosmith. Desde então a banda não conseguiu repetir os feitos deste grande trabalho, apesar do grande sucesso comercial de Get a Grip, o auge da fase MTV, muito lembrada pelos fãs mais novos. Steven Tyler, Joe Perry, Brad Whitford, Tom Hamilton e Joey Kramer conseguiram entregar uma obra para a eternidade.

sábado, 13 de setembro de 2014

SHOW DO CAVALERA CONSPIRACY E KRISIUN-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

   Meus amigos, a noite do último dia 11 de setembro foi histórica para o Heavy Metal brasileiro.  Max Cavalera ficou muitos anos distante do Brasil, mas desde 2012 vem visitando o seu país com certa constância, seja com o Soulfly ou com o Cavalera Conspiracy. Agora ele veio acompanhado do irmão Iggor, e dos fieis escudeiros Marc Rizzo e Tony Campos, para a sua maior turnê no Brasil desde os tempos de Sepultura. A emoção de ver os irmãos em cima do palco é sempre única, e a noite se apresentava grandiosa. Para ficar ainda melhor, o Krisiun, banda mais representativa do Brasil na atualidade, acompanhou o CC, além dos ótimos Confronto e Test, grandes nomes da nova safra nacional.
   Infelizmente o show aconteceu numa quinta-feira, e por viver numa cidade de trânsito caótico, trabalhando num lugar bem distante do Circo Voador, acabei perdendo o show do Confronto, e chegando já na 4a música do show do Krisiun. Era possível escutar a espetacular The Will to Potency já fora da casa, e  dentro a banda mandava simplesmente Vicious Wrath. Já é o meu terceiro show do Krisiun em pouco menos de 1 ano, e é sempre uma experiência espetacular e surpreendente. A banda se encontra no auge, e ao vivo a sua música extrema soa ainda mais destruidora do que nos discos. Ravager, que abre o clássico Conquerors of Armageddon foi muito celebrada, seguida pela maravilhosa Descending Abomination, presente no último trabalho da banda, The Great Execution. Vengeance’s Revelation faz uma viagem direta para o segundo disco da banda, o espetacular Apocalyptic Revelation. Todos estão curtindo bastante, agitando e cantando junto, além da forte participação no mosh. O público é bom, e vai aumentando ao longo da apresentação com a chegada das ''vitimas'' da cidade grande e seus transtornos. Mesmo assim, a lona só ficou realmente cheia na hora do Cavalera. Blood Of Lions é mais uma do último lançamento, sendo uma das mais impactantes da carreira da banda ao meu ver, mostrando a força de The Great Execution. Bloodcraft é outra que apresenta uma força descomunal. Conquerors of Armageddon faz todos baterem cabeça como se não houvesse amanha, e o show se encerra com o clássico Black Force Domain, sempre muito pedida. Mais uma vez, os gaúchos mostraram a sua força descomunal, fazendo um show devastador que sozinho já valeria a noite.
   Enquanto os equipamentos de Krisiun e Cavalera Conspiracy eram trocados, o show do Test aconteceu como a banda está acostumada a fazer. Para quem não sabe, os paulistas se apresentam tradicionalmente na porta da sua kombi, de graça, nas portas dos principais shows de Heavy Metal que acontecem na cidade. A banda vem ganhando muita notoriedade, abrindo apresentações de ente como Ratos de Porão e Krisiun com uma certa constância. A famosa kombi estava parada na área externa da lona sagrada. Para quem não conhece o Circo Voador, a área que o público tem acesso depois de passar pelas catracas inclui a lona, aonde acontecem os shows, e uma ampla área ao ar livre. Nessa área ficam os banheiros, bares e lugares aonde as bandas vendem o seu famoso merchandising. Grande parte do público fica por lá botando o papo em dia e tomando uma gelada até o inicio das apresentações. A dupla Test, que tem apenas um guitarrista/vocalista e um baterista manda um som de muita qualidade, mas carece de um baixista para alçar voos maiores.
   Em pouco tempo, os irmão mais importantes da história da nossa música estavam no palco. Metade da formação mais clássica do Sepultura estava ali, tocando para um público fanático e que já comparecia em ótimo número. O show começa com a ótima Inflikted, que da nome ao primeiro e grandioso trabalho da banda, lançado em 2008. Muitos dos presentes conheciam, e agitaram bastante. A empolgação era notável, algo que a presença da dupla Max/Iggor faz ser muito maior do que nas apresentações do Soufly. O show segue com Warlord e Torture, sequência que abre o segundo disco Blunt Force Trauma. As três empolgaram bastante, mas é inegável que a coisa pega mesmo quando vem os clássicos do Sepultura. Assim que a clássica introdução de Beneath The Remains, faixa-titulo do trabalho que colocou o Sepa no topo do mundo do Heavy Metal mundial, aconteceu uma verdadeira catarse. Uma roda devastadora surgiu, e a emoção de todos ao ver tal maravilha ao vivo era gritante. Para fechar o chamado medley, vieram as também marcantes Desperate Cry e Troops Of Doom, escolhas simplesmente perfeitas. Quem sobreviveu a sequência de hinos do Sepultura pode conferir a ótima sequência do 1o disco da banda, com Sanctuary, Terrorize e The Doom Of all Fires. O Nailbomb, breve projeto de Max, também foi lembrado, com Wasting Away. Babylonian Pandemonium, faixa-titulo do próximo disco do Cavalera, que será lançado em breve, foi apresentada em primeira mão aos fãs brasileiros ao longo da turnê, e apresenta uma força que deve ser o tom. Ao que tudo indica, será um trabalho bem interessante. Era hora de mais Sepa para os fieis fãs. Arise e Dead Embryonic Cells, que dispensam qualquer tipo de apresentação, fariam a mais que clássica sequência, botando fogo na lona. Killing Inside, com um refrão grudento e repetido por todos a pedido de Max, abre o caminho para o hino Refuse/Resist. A banda sabiamente faz a mesma sequencia registrada na obra-prima Chaos A.D, com Territory. A sequencia funciona automaticamente, com os tambores que abrem Territory sempre se encaixando perfeitamente com o final de Refuse/Resist. Depois disso tudo,  Black Ark passou quase despercebida, mesmo sendo bem interessante. Banzai Kamakazi era outra novidade apresentada ao público, tão boa quanto a primeira. Os hinos Inner Self e Attitude, essa com uma roda que chamava atenção, encerraram de maneira espetacular a  1a parte da apresentação. No bis a banda surpreende com a cover de Orgasmatron do Motorhead, já clássico no repertório do Sepultura e registrado em Arise. O hino máximo Roots Bloody Roots encerra o show com participação espetacular de todos.
   Novamente os irmãos fazem um grande show no Circo Voador. Marc Rizzo e Tony Campos fazem um excelente papel, assim como Iggor, cada vez mais parecido com aquele baterista que deixou o mundo de queixo caído naqueles maravilhosos dias de Chaos nos anos 90. Max já cantou melhor. Seu microfone parece propositadamente mais baixo, e em certos momentos ele para de cantar, mas a força da voz continua, e a sua presença a frente da banda é sempre marcante. Considero impossível um amante de Sepultura não se emocionar ao se deparar com  esse senhor cantando coisas como Troops Of Doom e Attitude. Lembrando também que ele teve o auxilio de João Kombi, do Test, em Arise, e do enteado Richie Cavalera em Black Ark. A empolgação das músicas do Sepultura é completamente diferente do restante do show, assim como acontece nas apresentações da banda hoje em dia na famosa divisão Derrick/Max do repertório. Ambos fazem coisas muito interessantes hoje em dia, e o Sepultura se encontra em grande fase com uma ótima formação, mas nada se compara a magia que aconteceu na época em que a banda era formada por Paulo, Andreas, Max e Iggor. 
   Depois de dois shows inesquecíveis, ainda tive o prazer de encontrar todos os integrantes do Krisiun do lado de fora do Circo. Impossível descrever a humildade deles. Os três simplesmente se desculparam pela demora para descer (!), trouxeram palhetas e ficaram batendo papo por cerca de 15 minutos com os fãs. Isso já descreve a grandiosidade do momento, e o quanto a banda é merecedora do devastador sucesso mundial que faz. Um encerramento único para uma grande noite de Heavy Metal brasileiro. 


Algumas lembranças da noite.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

WORKSHOP DAVE LOMBARDO-SESC TIJUCA-RIO DE JANEIRO

   Todos que acompanham este Blog sabem do amor que tenho pelo Slayer, e da profunda admiração que nutro pelo eterno baterista da banda Dave Lombardo, presente em todos os trabalhos de maior relevância da banda. Depois de sua saída ainda não muito bem explicada e extremamente conturbada, Dave se dedica a banda Philm, e faz Workshops ao redor do planeta. Ele então chegou ao Brasil para uma série deles, desembarcando no Rio de Janeiro dia 2 de setembro para um gratuito, e que incluía Meet And Greet com todos os presentes também sem custos. Esse momento, no qual falarei melhor ao longo do texto, foi algo que será lembrado por mim até o dia da minha morte, carregado de emoção e felicidade.
   Nunca havia participado de um Workshop anteriormente, sendo essa uma experiência inovadora e surpreendente para mim. O lugar era, no mínimo, curioso. O SESC realiza uma série de atividades esportivas e artísticas, sendo a sala reservada para o evento (razoavelmente espaçosa) apenas uma parte dele. Lá tem piscina, pessoas praticando o ''empolgante'' tai chi chuan, entre outras coisas. Obviamente, o exercito de camisas pretas tomando suas cervejas e celebrando o momento se destacava neste ambiente um tanto quanto diversificado. A Tijuca é o bairro que mais respira Rock N'Roll na cidade do Rio de Janeiro, com algumas das melhores lojas de cds da cidade (Headbanger e Darkland) vendendo raridades, lançamentos e inúmeras camisas, além dos incontáveis Headbangers circulando pelas ruas. Fora isso tudo, o bairro fica numa região central da cidade, de fácil acesso para quem vem das mais diversas partes para o evento. Mesmo com um certo atraso para a entrada do público, que formava uma fila interminável dando voltas no SESC, o clima era fenomenal. 
   Entrando na sala, dava para perceber a total falta de eventos do gênero lá. O palco na verdade era um degrau, sendo impossível para todos assistirem ao evento em pé, já que assim a bateria do mestre sumia. Assim sendo, já no início o coro ''senta, senta, senta'' foi puxado por quase todos que não viam absolutamente nada, apenas escutavam Lombardo atacar seu kit. O público colaborou, sentando no chão mesmo por toda a sala. Quem preferia ficar de pé, como eu, escolheu as extremidades da sala, já que assim não atrapalhava ninguém. O começo do ''show'' foi com Lombardo tocando com fúria, suportado por  um playback do restante do instrumental, diversos trechos clássicos do Slayer. E da-lhe South of Heaven, Angel of Death, Raining Blood, Postmortem e Necrophobic, entre outras. Depois do passeio pela história, Lombardo se dirigiu ao público. Transbordando carisma, humildade e felicidade, conversou de maneira descontraída com os fãs, abrindo para perguntas. A maioria delas não acrescentava nada, e algumas foram até inoportunas, como as citações de Paul Bostaph, Karry King e até críticas ao baterista do Metallica Lars Ulrich. Leves alfinetadas aos atuais membros do Slayer foram dadas, mas não cabe a mim espalhar os boatos para matérias em sites sensacionalistas, o que não é o meu perfil. Depois de uma pergunta sobre a nova banda Philm, Dave fez questão de apresentar uma das músicas presentes no seu aparelho de som, repetindo algumas partes da bateria. O som tem um certo peso, mas a levada, digamos, alternativa, predomina. Seguramente, uma sonoridade bem diferente do Thrash Metal que ele fez durante tantos anos. Dave falou também da importância que ritmos diferentes tem na sua musicalidade, como o Jazz e o Funk (desnecessário dizer que esse Funk é aquele consagrado por James Brown), além do Samba (!). Também ficou para todos a recomendação de se escutar ritmos diferentes, não ficar fechado em uma coisa só e tal. Sugestão para lá de válida, já que música não tem limites, e nem pode ter. Mesmo assim, é bom não confundir o termo. Abrir a cabeça para músicas boas de ritmos diferentes é bem diferente de escutar porcarias por ai que infestam o nosso Rock N'Roll, como a turma do New Metal e os Indies por exemplo. Depois da interação, veio mais porrada. War Ensemble empolgou todos os presentes, assim como Hell Awaits. A aula de bateria chegava ao fim, comandada de maneira precisa pelo carismático Dave Lombardo.
   Chegava a hora do Meet And Greet. Uma enorme fila se formou, estando eu em entre os primeiros. Levei  os meus cds do Slayer, já que tenho todos os gravados pelo baterista. Na fila, fiquei sabendo que só seria autografado um deles, então separei o Hell Awaits. Chegando a minha hora, meu coração quase parou. Só consegui apertar as mãos dele, e agradeci ao mesmo por tudo o que a sua música significa para mim. Peguei o meu disco, e disse que só precisava assinar aquele, não querendo atrapalhar o andamento. Ele parecia disposto a assinar todos, e ainda o fez no mais recente World Painted Blood. Não era tempo de pensar em mais nada, e saí de lá absolutamente realizado.
   Foi um evento irretocável, bem diferente de um show normal. A proximidade foi assustadora, mesmo com a presença grande dos fãs. A mistura de batidas e conversa foi na medida certa, e seguramente os bateristas presentes tiraram grande proveito. O grande momento foi sem duvidas o encontro com um dos meus maiores ídolos, que além de tudo é um exemplo de humildade. Longa vida senhor Dave Lombardo, e como eu disse ao mesmo, muito obrigado por tudo!!!! 



quarta-feira, 3 de setembro de 2014

IRON MAIDEN-POWERSLAVE

   O Iron Maiden já era uma das maiores bandas do mundo em 1984. Bruce Dickinson já estava para lá de firmado no posto de vocalista da banda, tendo lançado dois discos espetaculares. A formação mais clássica (Steve Harris, Bruce Dickinson, Adrian Smith, Dave Murray e Nicko McBrain) já partia para o seu segundo disco, ganhando cada vez mais corpo. Era a deixa para o Iron Maiden lançar o que para mim é o seu melhor trabalho, figurando facilmente no meu top 5 de todos os tempos, ao menos por ordem de preferencia pessoal. 
   O hino Aces High abre o trabalho. A introdução, seguida por um ritmo veloz de toda a música, se mostra perfeita para abrir o cd, como também as apresentações ao vivo. Quem viu a banda na recente Somewhere Back in Time Tour pode sentir como a música é perfeita para tal. 2 Minutes to Midnight dispensa apresentações. Um dos maiores clássicos da história da banda não sai do set por nada desde que o disco foi lançado, porque ela ainda é capaz de matar muita gente do coração a cada audição. O riff é reconhecido por qualquer fã da donzela já no primeiro acorde, sendo o refrão quase uma oração para quem ama a banda. Depois a banda tira da cartola a espetacular instrumental Losfer Words (Big' Orra), para mim a melhor no estilo que a banda já fez. A letra se faz absolutamente desnecessária, e cada audição é uma viagem emocionante. Flash of the Blade era merecedora de um reconhecimento ainda maior do que já tem. Outra aula do perfeito instrumental da banda, vocal grandioso de Bruce e uma letra magnifica. The Duellists começa com Steve Harris cavalgando bem ao seu estilo, e junto com a voz de Bruce levam a canção. Mais uma com muita força no refrão. Back in the Village se destaca pelos grandes duelos da dupla Murray/Smith. A música tem um peso descomunal, bem típico da NWOBHM. Vem então uma maravilha chamada Powerslave. Como descrever isso aqui, pura perfeição a cada detalhe. Impossível não se emocionar com a letra. Para mim esse é o maior clássico da história da banda, um baita resumo de tudo de melhor que eles tem a oferecer. Para encerrar vem a épica Rime of the Ancient Mariner, que também é impossível de traduzir. Ao longo de 13 minutos temos uma verdadeira epopeia narrada aos mínimos detalhes. Aquele momento no meio da canção onde se escuta apenas o baixo lento de Harris dando um tom de suspense, ao ápice comandado pelo mesmo líder da banda e a perfeita entrada de Bruce recitando versos precisos são o encerramento mais perfeito possível para uma obra-prima.
   Isso é em poucas palavras um pouco do que eu sinto por esse trabalho grandioso, novamente digo, um dos mais importantes da história do Rock. A turnê de divulgação, maior da história da banda, passou pelo Brasil com uma apresentação matadora no 1o Rock in Rio. Imagino que muitos fãs do Iron Maiden conheçam o álbum de trás para frente, mas nunca é demais recomendar essa audição obrigatória da pérola lançada no auge da espetacular década de oitenta, responsável por sete clássicos absolutos da discografia desses mestres.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

MOTLEY CRUE-DR FEELGOOD

   O Motley Crue chegava ao ano de 1989 depois de quatro clássicos lançados nos anos anteriores, e de tudo o que a vida no universo do Rock N'Roll pode oferecer de bom e de ruim. Os abusos de drogas por parte dos integrantes quase vitimou o baixista Nikki Sixx, que teve a sorte de sobreviver a uma overdose de Heroina depois de uma injeção de adrenalina na veia, uma última esperança de vida que acabou sendo preciosa. A resposta foi dada com a obra-prima da banda, Dr Feelgood. O álbum foi o último da fase de ouro do Motley Crue, já que Vince Neil saiu antes da gravação do fraco álbum Motley Crue de 1994, e a banda não parecia inspirada,com a fase do Grunge no mainstream não conspirando a favor da turma do Hard oitentista.
   A introdução T.N.T abre as portas para o hino Dr Feelgood. Oriff inconfundível começa o que seria um dos maiores clássicos da banda. A letra foi feita para algum traficante conhecido da banda, que era famoso pelo nome Dr Feelgood. Músicas como essa dispensam  maiores apresentações, já que clássico é clássico. Slice of Your Pie começa com uma belíssima introdução feita no violão por Mick Mars, a deixa para a força do instrumental impecável da banda. A música é ótima, e tem um papel importante no meio dos inúmeros clássicos que o trabalho apresenta. Rattlesnake Shake já começa com muito peso num dos riffs mais espetaculares que Mars já apresentou. A faixa tem a cara da banda, e lembra muito algumas coisas apresentadas em Shout At The Devel. Chega então outro hino da banda, a caótica Kickstart My Heart. Qualquer fã da banda já reconhece a música no rugido do motor que vem antes do riff matador. A letra fala sobre a ''ressurreição'' de Nikk Sixx, e só por isso já é muito marcante na história do Motley Crue. O ritmo é muito mais acelerado do que a maioria das músicas, e isso numa apresentação tem um efeito bombástico. Em seguida vem a maravilhosa balada Without You, para mim uma das melhores da banda. Qualquer tipo de comentário sobre ela é complicado, já que a mesma caberia milhares de adjetivos positivos. O Crue nunca foi muito de baladas, ao menos em comparação com outras bandas de Hard Rock da sua época, mas quando as faz acaba acertando em cheio. Em um disco tão espetacular assim, não tem descanso. Same Ol' Situation (S.O.S.), outro clássico, vem para matar os fãs do coração. O riff é uma belíssima apresentação para leigos em Motley Crue. A letra recitada por Venci e as batidas precisas de Tommy Lee também soltam aos olhos. O refrão é cantado por fãs da banda com entusiasmo a cada audição. Sticky Sweet da destaque total ao grande guitarrista Mick Mars, que conduz a música com variações, riffs com forte pegada de Blues e feeling irretocáveis.  She Goes Down é aquela típica ''Girls, Girls, Girls'' que a banda sabe fazer tão bem, fruto dos anos de convivência com incontáveis mulheres. Don't Go Away Mad (Just Go Away) segue a linhade Without You. Outra balada matadora, outra das minhas músicas favoritas. A banda não binca em serviço quando o assunto é balada. Muitos criticam a voz de Vince, mas nenhuma voz do mundo conseguiria cantar essa música de maneira tão marcante como a dele. Time For Change encerra de maneira espetacular o trabalho, com uma mensagem positiva carregada numa bela letra. 
   Dr Feelgood é para mim um dos maiores discos de todos os tempos. Os brasileiros precisam se render a magia da banda, que infelizmente está se despedindo da sua legião de fãs com uma turnê mundial. Os anos 80 fizeram a banda ser o que é, e acabaram de maneira brilhante. Eles nunca mais foram os mesmos, mas o que foi feito aqui está registrado para sempre, e 25 anos depois Dr Feelgood ainda é capaz de impressionar.