sexta-feira, 31 de outubro de 2014

ACCEPT-BLIND RAGE

   O Accept representa tudo que existe de mais tradicional no Heavy Metal mundial. Depois do retorno grandioso com o espetacular Blood of the Nations, em 2010, com o brilhante Mark Tornillo nos vocais, a banda chega ao seu terceiro lançamento provando que está mais viva do que nunca. Blind Rage é mais um trabalho consistente, de indiscutível qualidade, feito por uma banda que parece estar cada dia mais feliz e produtiva. Pelos relatos que ouvi do último show no Brasil e imagens da apresentação no Wacken, isso se reflete também no palco. Resumidamente, o novo disco do Accept apresenta 11 provas do mais puro Heavy Metal prontos para serem apreciadas pelos fãs.
   A abertura vem com a ótima Stampede. Wolf Hoffmann se mostra inpiradíssimo, formando uma dupla ótima com Herman Frank. O refrão é o grande momento, para ser cantado em coro nos shows. Em resumo, Heavy Metal tradicional em sua forma mais pura. Dying Breed vem em seguida, um pouco mais cadenciada e de extremo bom gosto, lembrando o auge da banda em certos momentos. O tom épico da a ela uma grandiosidade própria, mais uma vez com o trabalho grandioso de riffs melódicos fantásticos entregues por Wolf Hoffmann. Falando em riff, a simplicidade e genialidade da abertura de Dark Side of My Heart impressiona. Sem duvidas é um dos momentos mais fantásticos do disco, seguindo na cadencia perfeita de Dying Breed. O trabalho do vocalista  Mark Tornillo também impressiona, mostrando-se um baita substituto para o grande Udo. Fall of the Empire, aberta com outro riff grandioso, mantém o nível elevado. Ainda mais lenta, daquele jeito que o Accept sabe fazer muito bem desde sempre, e mesmo sendo uma semi-balada, continua pesadíssima. O coro no refrão, que se repete em vários momentos, também parece ser um expediente acertado. Trail of Tears chega, bem mais pesada, com uma introdução de tirar o fôlego. Espetacular é pouco, feita para bater a cabeça freneticamente. Depois de uma porrada refinada como essa, Wanna be Free chega para emocionar. Uma balada magnífica, com show de bom gosto. Peter Baltes e Stefan Schwarzmann apresentam uma cozinha acertadíssima, dando base para as atuações grandiosas dos guitarristas e de Mark, cantando com perfeição uma letra belíssima. 200 Years é mais acelerada, mostrando um Accept dos primórdios. A letra é fortíssima e a execução perfeita. Talvez essa seja para mim a melhor do disco. Bloodbath Mastermind começa mais lenta, e logo cai em um Heavy Metal furioso que poucos sabem fazer com a perfeição do Accept. From the Ashes We Rise é outra maravilha. Wolf está inspiradíssimo neste trabalho, e mais uma vez se supera. A força de Mark interpretando de maneira irrepreensível letras grandiosas também merece destaque. O refrão aqui ficará na sua cabeça por dias.  The Curse vem para matar qualquer fãs mais saudosista do coração. Anos 80 puro, Heavy Metal tradicional em doses cavalares. Uma das melhores, sem duvidas. O encerramento vem com outra maravilha, a ótima Final Journey. Riff furioso e toda a força apresentada em Blind Rage para encerrar perfeitamente um trabalho grandioso.
   Amigos, isso aqui é top 5 fácil do ano. O Accept está faminto, prova que não voltou para ganhar dinheiro, e sim para oferecer, disco após disco, Heavy Metal tradicional da melhor qualidade aos fãs. Cada vez mais a banda prova que Udo não faz falta nenhuma, e que a formação atual é eterna e definitiva. Viva o Accept, e que continuem proporcionando trabalhos impecáveis como este.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DISCOGRAFIA COMENTADA-IRON MAIDEN

   O Iron Maiden tem uma das mais ricas discografias da história do Rock N'Roll, com uma sequência de lançamentos absolutamente invejável nos anos 80. A banda que surgiu na chamada NWOBHM dispensa maiores apresentações, e acabou se transformando numa verdadeira entidade do Heavy Metal mundial, influenciando 100% das bandas que surgiram anos mais tarde. Na classificação estipulada na matéria feita com o Metallica recentemente, todos os discos lançados entre Iron Maiden e Seventh Son of a Seventh Son caberiam nos ''Excelentes", só para ter uma ideia de como é forte a banda em questão. Sem mais delongas, vamos a Discografia Comentada do Iron Maiden, e já adianto que álbuns fundamentais não serão citados.

EXCELENTES 

Powerslave (1984)
 
 Decidir qual é o melhor disco do Iron Maiden é uma tarefa quase impossível. Se uma enquete for feita, poderemos escutar as mais diferentes opiniões vinda dos fãs, mas não são poucos que consideram essa obra-prima chamada Powerslave o grande trabalho da donzela. Já sendo o terceiro álbum da banda com Bruce Dickinson nos vocais e o segundo com a formação mais clássica (Steve Harris – baixo, Bruce Dickinson – voz, Adrian Smith – guitarra, Dave Murray – guitarra e Nicko McBrain – bateria), o Iron Maiden foi com tudo grava-lo, mostrando estar em grande forma. Powerslave é impecável, sendo impossível não escuta-lo do começo ao fim. A abertura acontece com o clássico absoluto Aces High, e logo em seguida vem o hino matador 2 Minutes to Midnight. Como todo headbanger que se preze já escutou as duas músicas por pelo menos uma centena de vezes, pode acontecer de esquecermos como elas são marcantes, mas se tentarmos imaginar que está é a primeira audição, é certo que o queixo vai no chão. A obra nos revela outros grandes momentos, como Flash of the Blade por exemplo, mas ao meu ver o auge é o final. A faixa-título, galopante como só Steve Haris sabe fazer e com um refrão digno de arrancar lágrimas do fã mais ''durão" é na minha opinião a canção mais marcante da carreira da banda, sendo seguida de perto por Rime of the Ancient Mariner, que encerra o trabalho. O tema épico de 13 minutos e meio dispensa apresentações, sendo uma das maiores maravilhas musicais de todos os tempos. O álbum que foi seguido pela maior turnê já feita pelo Iron Maiden é um clássico absoluto, e merecedor do título de obra-prima da banda.

Piece of Mind (1983)

   As diferenças entre os trabalhos ''oitentistas'' do Iron Maiden é muito pequena, mas por uma margem mínima considero Piece of Mind o segundo melhor disco da banda, sendo então o nosso segundo "excelente". Depois de Number of the Beast, Bruce Dickinson não precisava provar nada para ninguém, e já um ano depois deu voz a uma obra magnífica. Aqui o baterista Nicko McBrain fez a sua estreia, substituindo o saudoso Clive Burr. A formação seria exatamente esta até o disco Seventh Son of a Seventh Son. Em Piece of Mind o Iron Maiden segue um perfil adotado em Number of the Beast, com letras e sonoridade ainda mais trabalhados. Um dos maiores hinos da banda, The Trooper é o grande hit. Outra já escutada a exaustão, mas sempre surpreendente. Infelizmente, ela é a única que costuma aparecer no setlist da banda recentemente, o que considero um desperdício sem tamanho. Músicas como Revelations, Flight of Icarus e Die With Your Boots On se tornaram grandes clássicos, e em conjunto com outras maravilhas ''menos exploradas'' como Still Life (esta para mim a melhor do trabalho), Sun and Steel e To Tame a Land formam um track list impecável e de obrigatória audição. Piece of Mind dispensa comentários, e merece ser mais lembrado pela banda, e também pelos fãs.

ÓTIMOS

The Number of the Beast (1982)

   Para muitos, The Number of the Beast é o melhor disco do Iron Maiden, sendo uma unanimidade entre os fãs. De fato estamos diante de outra obra-prima, e a classificação é meramente formal. Sem duvidas este aqui é o disco de maior sucesso da banda, fazendo ela alcançar um patamar ainda mais elevado no universo do Heavy Metal naquele ano de 1982. A estreia de Bruce Dickinson aconteceu aqui, algo muito contestado devido a adoração dos fãs pelo grande Paul Di'Anno, mas todos foram forçados a se curvar diante da força do novo trabalho, que acabou sendo o último com Clive Burr na bateria. Daqui podemos tirar os três maiores clássicos da banda ao meu ver. A magnífica faixa-título faz parte da minha vida desde que tenho doze anos, e a cada audição ela fica melhor. Desde a famosa abertura "Woe to you, oh, earth and sea..." até o clássico encerramento, é tudo perfeito. Run to the Hills e Hallowed Be Thy Name, que para mim entra facilmente num top 5 do Iron Maiden, fecham a trinca de hinos. Além destas, The Number of the Beast nos apresenta outras maravilhas, com destaque para Children of the Damned, The Prisoner e 22 Acacia Avenue. Mais uma vez, clássico e indispensável.

Killers (1981)

   O último disco com Paul Di'Anno nos vocais apresenta um salto em relação ao também maravilhoso disco de estreia, que tem o nome da banda. Adrian Smith começou aqui a sua grandiosa trajetória com o Iron Maiden, agregando um enorme valor a sonoridade. Killers é outra obra-prima para ser apreciada por completo, sendo possivelmente o trabalho mais pesado do Iron Maiden.  Wrathchild se transformou no maior clássico, mas maravilhas como a faixa-título,  Twilight Zone, Drifter, Another Life e Murders in the Rue Morgue impressionam. As diferenças entre os trabalhos da banda com Paul Di'Anno e Bruce Dickinson são bem claras, assim como acontece com os trabalhos do Black Sabbath com Dio e Ozzy por exemplo, mas o que foi feito em Killers é digno de eternas lembranças. 

BONS

Seventh Son of a Seventh Son (1988)

   Mais um trabalho digno dos "excelentes", mas como a concorrência é grande, a obra-prima Seventh Son of a Seventh Son acabou ficando entre os "bons". Depois do espetacular Somewere in Time, o Iron Maiden atacou com o que é o seu disco mais profundo em relação as letras e ao tema abordado, a lenda do  sétimo filho do sétimo filho, que seria uma enviada à terra para representar o bem ou o mal por aqui. As oito música apresentadas são espetaculares, cada uma a sua maneira. O maior clássico, que se perpetuou no setlist da banda dali para frente, é The Evil That Men Do. Ao meu ver, o momento mais grandioso é a épica faixa-título, com quase 10 minutos de duração. Moonchild, Can I Play Whith Madness, The Clairvoyant e Infinite Dreams também são de tirar o fôlego do ouvinte. Pois é amigos, outra verdadeira maravilha vinda diretamente dos gloriosos anos oitenta do Iron Maiden. Aprecie sem moderação. 

Somewhere In Time (1986)

   Depois da World Slavery Tour, a maior turnê da história do Iron Maiden, eles estavam esgotados fisicamente. A turnê que deu origem ao espetacular Live After Death, um dos maiores discos ao vivo de todos os tempos, levou a banda a todos os cantos do planeta, inclusive ao Brasil, e apesar de cansar fisicamente inspirou a donzela a fazer um dos seus trabalhos mais espetaculares, e por vezes subestimado. O Iron Maiden inovou a sua sonoridade, e usou sintetizadores, algo que deixou alguns de cabelo em pé. O que poderia ser um desastre funcionou muito bem, e Somewhere In Time é mais um trabalho espetacular. Seu maior hit é Wasted Years, que é para mim também o destaque. Todas as oito músicas são ótimas, desde as épicas Alexander the Great e Caught Somewhere in Time, até as mais conhecidas como Heaven Can Wait e Stranger in a Strange Land. Impecável. 

RUIM

Virtual XI (1998)

   Depois de Seventh Son of a Seventh Son, o Iron Maiden encerrou uma grande sequência de lançamentos e começou uma fase complicada da carreira. Primeiro saiu o guitarrista Adrian Smith, um dos grandes responsáveis pelos gloriosos anos 80, e sua ausência foi sentida de imediato no apenas razoável  No Prayer for the Dying. Depois a banda ainda lançou o clássico Fear of the Dark, ambos com Janick Gers na guitarra, mas o clima não estava bom durante a turnê que promovia o disco, o que ocasionou a saída do vocalista Bruce Dickinson. Para o seu lugar, foi chamado Blaze Bayley. Ele era esforçado, mas não havia comparação entre ele e seu antecessor, principalmente nas apresentações ao vivo de antigos clássicos. The X Factor, primeiro trabalho com Blaze nos vocais, tem até suas qualidades, mas em Virtual XI a coisa fica realmente feia. Os fãs não conseguiam ver a banda sem Adrian e Bruce, e com substitutos que não chegavam nem perto deles, e o desempenho do trabalho foi péssimo. As apresentações também caíram bastante, fazendo a popularidade da banda naqueles anos 90 despencar vertiginosamente. Com tudo isso, Virtual XI é para mim o pior trabalho da carreira da banda. Um destaque isolado para mim fica para The Clansman, mas "pérolas" como Como Estais Amigos são impensáveis numa discografia de uma banda como o Iron Maiden. Depois da turnê, os fãs foram agraciados com os retornos de Bruce Dickinson e Adrian Smith e o ótimo Brave New World, fazendo com que o Iron Maiden entrasse com tudo no novo milênio, mas sem repetir jamais a magia dos "anos dourados".


   Essa é a minha opinião sobre a grandiosa e magnífica discografia do Iron Maiden. Fora estes discos, a banda ainda lançou os ótimos Iron Maiden (1980), Fear Of The Dark (1992) e Brave New World (2000), além dos rezoáveis  No Prayer for the Dying (1990), The X Factor (1994), Dance of Death (2003), A Matter of Life and Death (2006), Final Frontier (2010), em 35 anos do mais puro Heavy Metal. Espero que tenham gostado, e não deixem de opinar, já que cada um de nós tem uma ideia diferente sobre esses trabalhos. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DISCOGRAFIA COMENTADA-METALLICA

   Boa tarde amigos. Essa ''coluna'', digamos assim, é nova por aqui. Na minha revista de cabeceira, a Roadie Crew, em todas as edições existe a seção Roadie Collection, na qual um dos seus colaboradores opina sobre a discografia de alguma banda, dando a opinião própria e não da revista em si. Decidi fazer algo semelhante neste blog, e dar a minha opinião sobre a discografia das bandas. Com total inspiração na Roadie Collection na criação, mas com o que eu aprendi escutando estes trabalhos, vamos dividir as discografias entre excelente (2 álbuns), ótimo (2 álbuns), bom (2 álbuns) e ruim (1 álbum). Sendo assim, farei analises em cima de discografias de bandas com pelo menos 7 álbuns lançados, começando pelo Metallica, a banda que levo tatuada no meu braço. 

EXCELENTES

Master Of Puppets (1986)

   Já falei muito por aqui sobre a minha opinião em relação a este trabalho único. Master Of Puppets, a obra-prima do Metallica, foi também o última gravada pelo grande baixista Cliff Burton, que morreu em 86 num trágico acidente de ônibus. Sendo assim, foi o último trabalho da formação mais clássica, com James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammet e Cliff Burton. A obra é completa, com 8 faixas com o melhor que a banda tem a nos oferecer. Não temos descanso, de Battery a Damage, Inc., é tudo uma porrada só. O maior hino do Metallica, Master Of Puppets, é o destaque. A canção tem tudo que a banda tem de melhor, com solos inspirados, Thrash Metal furioso e momentos de maior melodia, tudo isso na medida certa. The Thing That Should Not Be, Disposable Heroes e a maravilha instrumental Orion, maior legado de Cliff Burton, são audições absolutamente indispensáveis. Álbum para ser ouvido completo, e quando você for perceber já foi. 

Ride The Lightning (1984)

   Depois do espetacular disco de estreia, Kill Em All, o Metallica deu uma certa ''sofisticada'' no seu Thrash Metal cru apresentado de cara. Produzido por Flemming Rasmussen e gravado na Dinamarca, Ride The Lightning alcançou um padrão de perfeição, que foi ainda mais aperfeiçoado em Master of Puppets. Assim como o disco seguinte, Ride é uma verdadeira obra-prima, também apontada por muitos como o melhor trabalho do Metallica. Ele tem 8 faixas absurdas, incluindo uma balada (Fade to Black), algo inimaginável na época. A música em questão é para mim a melhor da história da banda. Também não faltam clássicos, como For Whom the Bell Tolls, Creeping Death e Ride The Lightning, e também pérolas como Trapped Under Ice e outra maravilha instrumental, a grandiosa The Call of Ktulu. Ride the Lightning e Master of Puppets representam o auge criativo do Metallica.

ÓTIMOS

Kill Em All (1983)

   Juntamente com Raining Blood do Slayer e Bonded By Blood do Exodus, este trabalho forma a base fundamental de tudo o que entendemos como Thrash Metal hoje em dia. O disco de estreia do Metallica traz uma banda furiosa e com sangue nos olhos, com gana para fazer um tipo de som inédito deste lado do atlântico. Logo de cara o ouvinte se depara com a pedrada Hit The Lights, que existe antes mesmo do próprio Metallica. Com o tempo encontramos outras maravilhas do estilo, como The Four Horserman, Phantom Lord, Whiplash e Metal Militia. O tempo tratou de consagrar Seek And Destroy, ao meu ver justamente, como o maior clássico do trabalho e um dos maiores da carreira. Podendo facilmente figurar entre os ''excelentes'', Kill Em All é um marco do Heavy Metal e um ótimo disco para se conhecer a essência de um dos seus subgêneros mais importantes.  

And Justice For All (1988)

   Depois de perder o gênio Cliff Burton, seguramente o momento mais trágico da trajetória do Metallica, a banda parecia perdida. O trauma pela perda do amigo deixou James, Lars e Kirk extremamente abatidos, e a solução encontrada para superar foi meter a cara no trabalho. Depois de decidir manter a banda em atividade, algo a ser muito bem pensado naquela situação, eles partiram para tentar encontrar um baixista. Sabendo que a sua missão era substituir o insubstituível, Jason Newsted foi o escolhido, depois de alguns testes. O garoto era fã da banda, assim sendo daria o sangue na oportunidade. O restante do Metallica é que parecia não gostar da situação, com aquela sensação de que tinham um baixista, mas não era Cliff Burton. ...And Justice For All então tinha tudo para ser um fracasso, mas se tornou um clássico. Ele não é um disco impecável como os antecessores, já que o baixo do novato era quase imperceptível. As músicas assumiram um tom mais ''progressivo'' no geral, bem mais longas do que as anteriores, mas mesmo assim magníficas no geral. O Metallica conheceu o sucesso, estourando One e com isso elevando consideravelmente as vendas. Além do clássico, o disco apresenta grandes momentos, como Blackened, The Frayed Ends of Sanity, Eye of the Beholder, Harvester of Sorrow, a magnífica faixa-título e To Live Is To Die (Instrumental), uma belíssima homenagem a Cliff, com uma série de riffs deixados por ele. As 9 faixas são muito boas e este é mais um trabalho indispensável do Metallica.

BONS 

Metallica (Black Album) (1991)

   Depois de uma longa turnê mundial, que incluiu as primeiras apresentações no Brasil, o Metallica lançou o seu maior sucesso comercial, que colocou a banda no topo do universo do Rock N'Roll mundial. Black Álbum é um disco completamente diferente de Justice. Suas músicas ficaram quase num padrão, que variava entre 3 e 5 minutos, e algumas delas eram bem acessíveis ao grande público. Muitos fãs reclamam, mas é inegável que o Black Álbum é um trabalho espetacular, que nos proporciona grandes momentos. Enter Sandman se tornou o hit do Metallica, e a baladinha Nothing Else Matters, muito criticada mas irresistível, veio junto. O trabalho nos revelou outros grandes clássicos, como The Unforgiven, Sad But True e Wherever I May Roam. Além dessas mais conhecidas, ainda temos maravilhas como  My Friend of Misery, The God That Failed e Don't Tread on Me. O Metallica subiu de patamar com um disco para agradar a gregos e troianos, se for bem ''escutado'', digamos assim. O último momento glorioso da carreira do Metallica entrou para história, e até hoje bate recordes de vendas mundo afora. 

Death Magnetic (2008)

   Depois de dias complicados, Death Magnetic foi uma verdadeira redenção na carreira do Metallica. Robert Trujillo já se firmou no cargo de baixista da banda, e os 3 ''veteranos'' agora pareciam tocar como nunca. Com o objetivo claro de lançar algo na linha dos clássicos Ride The Lightning e Master Of Puppets, mas contemporâneo, Death Magnetic é um ótimo disco para os dias atuais, mas não chega a ser considerado um clássico. Músicas como The Day That Never Comes, All Nightmare Long, Cyanide, That Was Just Your Life e The End of the Line entraram para uma ótima galeria de músicas eternas da banda, mas mesmo assim longe de maravilhas feitas anteriormente. Como hoje bandas clássicas com 30 anos de carreira não fazem trabalhos como os feitos na época em que os discos eram vendidos e os ''humanos'' por trás dos heróis eram jovens e tinham algo a provar, Death Magnetic é um baita disco. 

RUIM

St Anger (2003)

   Pois é amigos, ninguém é de ferro, e por isso 11 em cada 10 bandas clássicas tem alguma falha no currículo. A do Metallica é o St Anger. Depois de incontáveis criticas pela dita ''leveza'' da dupla Load/Reload, sem contar com os inúmeros problemas internos que culminaram na saída de Jason Newsted e internação alcoolica de James Hetfield, o trabalho foi gravado com o produtor Bob Rock no baixo (!). Isso já seria o suficiente, mas o fato é que a banda se perdeu por completo. Na tentativa de soar ''pesado'', eles erraram a mão por completo. O disco flertou totalmente com o New Metal, a desprezível moda da época em que foi lançado, e os famosos solos de Kirk Hamment simplesmente não existiram. Alguns momentos eram bons, como Frantic e a faixa-título, mas passavam longe até de alguns ótimos momentos de Load/Reload. Passe longe, e talvez depois de muito tempo de dedicação a banda procure escutar com tranquilidade, tirando as suas próprias conclusões. 

Espero que tenham curtido, de onde veio isso, vem muito mais!



sábado, 11 de outubro de 2014

SHOW DO TOXIC HOLOCAUST-TEATRO ODISSEIA-RIO DE JANEIRO

   Os thrashers cariocas mal haviam se recuperado da histórica apresentação do Exodus, e quatro dias depois já estavam prontos para outra apresentação matadora. O Toxic Holocaust é um dos maiores nomes de uma nova safra do estilo, junto de nomes como Violator, Havok e Municipal Waste, fazendo assim a cabeça de fãs de Thrash Metal de todas as gerações. Divulgando o ótimo Chemistry of Consciousness, seu quinto álbum de estúdio, a banda chegou ao Brasil para uma série de apresentações. O Odisseia, já tradicional para os bangers da cidade, recebia um público apenas razoável, bem abaixo do esperado, mas fanático e fiel ao Thrash Metal. Para completar, três grandes nomes do Heavy Metal nacional atual foram responsáveis pela abertura, os grandes Land of Tears, Nervosa e Lacerated And Carbonized.
   Cheguei com o Nervosa já em ação. O grupo formado por três meninas faz um Thrash Metal de raiz, muito influenciado pelo Sodom principalmente. Tinha algumas restrições ao som delas, muito por causa de uma versão para Black Magic do Slayer, mas isso tudo foi por água depois de vê-las ao vivo. O show foi animal, com as garotas mostrando muita competência e ótima presença de palco. Boa impressão deixada, sem sombra de dúvidas. 
   Pouco tempo depois foi a vez do Lacerated And Carbonized entrar em serviço. A banda é o principal nome da cena carioca atualmente, e com apenas dois discos de Death Metal puro e de raiz já rodou o país e o mundo, já criando uma forte base de fãs. Os cariocas puderam ver novamente uma banda furiosa, em grande forma e que estava visivelmente honrada por estar ali e ter tido uma recepção digna da força do seu som. De fato muitos ali trajavam camisas do LAC, e cantavam com força cada verso de suas músicas. O set foi baseado no último disco, o maravilhoso e já clássico The Core Of Disruption. Porradas já muito conhecidas como L.A.C e Third World Slavery colocaram o público nas mãos. O também muito bom Homicidal Rapture foi lembrado. O setlist foi até curto, mas certeiro. A banda saiu com um enorme sorriso no rosto, com o frontman Jhonatan Cruz agradecendo repetidas vezes a força do público, sempre enaltecendo o underground carioca. De fato a noite era underground puro, levando em consideração também a banda principal, que é praticamente uma tradução do termo.
   Já chegava a hora do grande show da noite. Joel Grind se sentia em casa, totalmente confortavel com o ambiente encontrado. O homem que já rodou o mundo tocando com quem aparece pela frente é o underground em pessoa. Sem grades, com stage dives constantes, fãs cantando ao lado do vocalista trechos de músicas e um mosh violento eram praticamente uma definição do que é o Toxic Holocaust. O show começa com a ótima Awaken the Serpent, presente no último disco da banda. O público já estava brutal, e explodiu de vez com In the Name of Science, presente no já clássico An Overdose of Death... . Então foi a vez de Reaper's Grave, que da nome ao ótimo EP lançado em 2006, assim como Death Brings Death. I Am Disease, do também bom  Conjure and Command continuou com a porradaria, que já tomava conta do Odisseia. No clássico War Is Hell a coisa saiu do controle de vez. Endless Armageddon foi mais uma do muito lembrado An Overdose of Death..., praticamente base do setlist. O também clássico 666 foi cantado em uníssono, assim como Agony of the Damned, ambas do espetacular Evil Never Dies. Gravelord volta a atenção para An Overdose of Death... . Acid Fuzz, do último trabalho, já caiu nas graças do público, e foi muito celebrada. Seguindo no mesmo disco, vem então Deny the Truth. O clássico Wild Dogs foi um dos grandes momentos da noite. The Lord of the Wasteland não deixou por menos, e abriu o caminho para o maior clássico da banda, a espetacular Nuke the Cross. Ninguém ficou parado, e as não menos espetaculares Metal Attack e Bitch fecharam uma apresentação grandiosa de Thrash Metal. Apenas lamento a ignorada que a banda deu no ótimo disco Hell on Earth. Mesmo assim, as escolhas foram acertadas, e lavaram a alma do público.
   A noite mostrou a força da nova geração do Thrash/Death metal. Apresentações destruidoras da garotada que será responsável por manter o estilo vivo no futuro mostrou que estamos em ótimas mãos. Quem foi teve mais uma grande noite de Rock N'Roll. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

SHOW DO EXODUS-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

   Antes de qualquer coisa, já adianto que é impossível traduzir em palavras o que foi o show do Exodus no Rio de Janeiro neste ''domingo eleitoral''. A vinda de uma das maiores entidades do Thrash Metal mundial causou uma verdadeira comoção entre os amantes de Heavy Metal da cidade, levando um bom público ao Circo Voador. O mesmo só não foi maior por causa da absurda marcação do show do Dream Theater no mesmo dia e hora, o que certamente prejudicou ambos. A escolha que fiz foi certamente a mais acertada, e o título de ''show do ano'' já tem dono.
   A banda está para lançar Blood In, Blood Out, o cd que oficializa o retorno do vocalista Steve ''Zetro'' Souza, que aconteceu recentemente. A formação com Tom Hunting (bateria), Gary Holt (guitarra), Steve "Zetro" Souza (vocal) Jack Gibson (baixo) e Lee Altus (Guitarra) está tocando como nunca, e isso misturado ao público seco por Thrash Metal tornou a noite memorável. O encerramento da turnê brasileira não poderia ser melhor.
   Com uma pontualidade espetacular, as oito horas o Exodus já estava no palco do Circo. E logo de cara, a banda já manda um de seus maiores clássicos, uma tal de Bonded by Blood. A faixa que dá nome ao maior disco da banda, que deve estar obrigatoriamente em qualquer ''top 5'' do Thrash Metal, simplesmente colocou a casa abaixo. Cada verso era cantado em uníssono, e a alegria nos olhos de cada integrante era clara. A sequência foi com Scar Spangled Banner, do ótimo Tempo of the Damned, que marca a ''segunda era Zetro''. Ela foi muito cantada, mostrando que os fãs realmente amavam a banda e sabiam muito bem o que estavam fazendo lá. O mosh já chamava atenção, com uma brutalidade muito acima do normal. And Then There Were None matou muita gente do coração, outra pérola de Bonded by Blood, que no final teve seis de suas nove músicas lembradas. Isso já basta para mostrar a força do show não? Steve também está com a voz totalmente em dia, o que todo mundo que ouviu os dois discos mais recentes lançados por ele com o Hatriot já estava cansado de saber.  Iconoclasm também foi uma sábia escolha, esta para representar o grande disco The Atrocity Exhibition: Exhibit A, lançado com  Rob Dukes nos vocais. O hino Metal Command fez a coisa sair totalmente do controle. Fabulous Disaster, faixa que dá nome ao segundo disco gravado por Steve com o Exodus, também foi impactante. O set estava impecável, com o melhor de cada fase da banda aparecendo. Children of a Worthless God  é uma das melhores gravadas com Rob nos vocais, e ao vivo cresce. Chega então a hora de outro hino, a devastadora Piranha. Pleasures of the Flesh é a única representante do ótimo disco de estreia de Steve na banda. A música seguinte foi para mim o grande momento do show. A Lesson In Violence transformou o Circo Voador num único mosh pit. O grande hino do Exodus ao meu ver causou uma verdadeira catarse. Em meio a pancadaria, todos urravam cada verso dessa maravilha, cantando inclusive o maravilhoso solo de Garry Holt. Este momento foi absolutamente inesquecível, e quase arrancou lágrimas dos meus olhos. Era difícil acreditar no que estávamos vendo, mas a alegria nos olhos de todos era clara. Blacklist, um verdadeiro hino moderno da banda, também foi muito cantada. War Is My Shepherd, mais uma do ótimo Tempo of the Damned, veio depois. Ninguém ficava parado, a participação no mosh e a a força com a qual todas as músicas eram cantadas era impressionante. The Toxic Waltz, o maior clássico que Steve gravou com a banda, e um dos maiores do Exodus, e a devastadora Strike of the Beast também merecem destaque. Um Wall Of Death que dividiu a pista foi impressionante, e a participação do público cantando os versos foi semelhante ao apocalipse visto em A Lesson In Violence. Todos imaginavam que ali acabou o show. Eu estava incrédulo, com o queixo no chão, depois de ver um dos maiores shows da minha vida, e já sem fôlego depois do intenso bate-cabeça. Garry parecia emocionado, assim como Steve. Todos os membros foram apresentados, e até o clássica Heathen, banda original do grande Lee Altus foi lembrada, com o nome gritado por todos. Ainda tinha mais, com um bis claramente improvisado, fruto do show a parte proporcionado pelo público. Uma jam rendeu homenagem a inúmeros gigantes, de Dio a Scorpions, passando por Metallica e Iron Maiden. Para encerrar, vieram a clássica The Last Act of Defiance e a ótima Good Riddance.
   Agora sim chegou ao fim um show memorável, que entrou para a história do Heavy Metal da nossa cidade. O Exodus mostrou porque chegou aonde chegou, fazendo um show impecável que certamente foi visto e muito aplaudido por Paul Ballof, certamente presente em algum lugar daquele Circo Voador cheio de fanáticos por Thrash Metal. Para ser lembrado para o resto de nossas vidas, e que venha o disco novo e muitos mais shows como este!!!