sábado, 28 de fevereiro de 2015

30 ANOS DEPOIS, A REALEZA INGLESA "CONTEMPORÂNEA" RETORNA AO ROCK IN RIO

    Em 85, a maior banda de Rock da história (ao meu ver, ao lado do Led Zeppelin) apareceu pela 2a vez no Brasil, divulgando a obra-prima The Works em dois shows históricos no Rock in Rio inaugural. Muita coisa mudou desde então. O festival vingou, se internacionalizou, e nos dias de hoje vende seus ingressos em questão de horas para todos os dias, independente das atrações. Já o Queen se viu ser atingido por uma doença devastadora que levou em 1992, 7 anos depois do show, a lenda Freddie Mercury. Apenas um ano depois do festival, a banda se aposentou dos palcos, mesmo tendo lançado mais dois álbuns com Freddie ainda em vida, sendo Innuendo (1991) uma belíssima despedida dos fãs. Naquele momento, o Queen pendurou automaticamente as guitarras, permanecendo assim até 2005, com um novo projeto envolvendo Roger Taylor e Brian May, com Paul Rogers nos vocais. Atualmente, a dupla faz uma turnê muito elogiada ao lado de Adam Lambert, e será esse show que veremos no Rock in Rio. 
    Muitos ficaram realmente animados com o anúncio, incluindo eu. Obviamente, o que a minha geração verá agora é muito diferente do que quem foi na 1a edição viu. Além de Freddie, o baixista John Deacon não faz parte da atual formação, preferindo nos dias de hoje uma vida sossegada, distante dos holofotes que a condição de verdadeira lenda do Rock o impõe. Mesmo assim, "meio Queen" ainda está lá, e isso nunca pode ser desprezado, ainda mais quando um deles é o verdadeiro Deus da guitarra Brian May, figura que considero um dos meus 5 maiores ídolos do Rock. A entrada de Adam nos vocais divide opiniões. Eu mesmo muito criticava, talvez por simplesmente não aceitar o fato de o Queen ter alguém naquele posto, mas vou procurar aceitar de coração a sua participação, algo que já vem acontecendo. 
    A tour vem sendo bastante elogiada, e uma das campeãs de bilheteria. Isso, e mais o histórico da banda com o festival mais que credencia e torna até previsível a sua inclusão no cast. O show do Queen atual no Rock in Rio cresce, e cresce muito de tamanho exatamente por isso. Sou absolutamente fanático pela banda, e poder ver Brian May e Roger Taylor ao vivo, justamente num Rock In Rio, será de encher os olhos. Não é aquele Queen, mas só por ser "metade dele" já é grandioso, um verdadeiro sonho realizado. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

METALLICA NO ROCK IN RIO, NÃO SURPREENDE, MAS NUNCA CANSA!

   O anuncio do Metallica se apresentando pela 3a vez no Rock in Rio deu o que falar e dividiu opiniões desde que o bravo Willian Bonner deu a noticia em 1a mão no Jornal Nacional. Não faltaram criticas a falta de originalidade no fato, mas inúmeros fãs comemoraram bastante a noticia. Consigo enxergar razão em ambos os lados envolvidos, mas seguramente faço parte dos que comemoram. Quem me conhece sabe da verdadeira paixão que tenho pela banda, que a a minha preferida. Está será a minha 6a vez, em 6 anos, frente a frente com Hetfield e cia, mas a alegria é semelhante ao anúncio da vinda de 2010 na tour oficial de Death Magnetic.
    O fato do Metallica ainda despertar interesse, como uma bilheteria invejável a cada apresentação, se deve a qualidade acima da média das apresentações. O Metallica sempre foi uma banda de palco, e nos últimos anos isso virou regra, fazendo de cada show uma experiência única. Por sua vez, o setlist vem se repetindo demais depois do término da turnê do último trabalho, em 2011 na Austrália. Desde então, a banda faz apresentações esporádicas, a maioria delas nos festivais de verão na Europa. Na turnê oficial, que passou pelo Brasil em 2010, o set era mudado constantemente e a cada noite várias raridades magníficas apareciam. O modelo é, seguramente, o ideal para um show ainda surpreendente, mesmo com o atraso absurdo para o próximo lançamento. 
   Com as criticas baseadas na falta de novidades do setlist, o fato dos 3 shows no festival promoverem o mesmo trabalho e a repetição do nome da banda nas últimas edições não são equivocadas, longe disso, e os que tem menos fascínio pelo Metallica tem sim do que reclamar. Mesmo assim, a dificuldade clara para se achar um headline de peso para 2015 e o amor dos fãs brasileiros pela banda, fazem da escolha do Metallica algo seguro e acertado.
   Um ponto muito positivo na nova edição do Rock in Rio é o Rock estar em evidência. São 3 dias dedicados ao estilo até o momento, que entre altos e baixos, despertaram o interesse de muitos. A grande expectativa agora está em torno dos nomes que irão acompanhar o Metallica, fato que seguramente fará toda a diferença na força do chamado "dia do Metal". Com todos os poréns, sempre fico feliz em ter uma nova oportunidade de ver o Metallica, e não são poucos os que pensam assim. Que venha a sexta vez, e que ela seja a melhor! 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

RUSH-FLY BY NIGHT

   Fly By Night é o segundo registro do Rush, mas podemos considera-lo uma estreia da banda que nos acostumamos a ver nos 40 anos seguintes. O fato mais importante, seguramente, é a entrada do gênio Neil Peart na bateria, considerado por muitos o maior da história. Isso já basta, mas com ele veio todo um novo direcionamento musical para o som único do Rush. O Progressivo era agora o que predominava, algo que chegaria no ápice um ano depois, no mais do que marcante 2112. A partir daqui, Alex, Geddy e Neil começavam uma das formações mais sólidas, espetaculares e talentosas da história do Rock N'Roll, num disco que não é o seu auge, mas seguramente é um dos mais interessantes. 
    O principal clássico extraído dele é a faixa título, um verdadeiro hino. Seu riff é reconhecido em segundos, assim como o ótimo refrão. Curiosamente, o Rush por vezes evita músicas dos anos 70 no seu setlist, e raramente ouvimos alguma coisa deste trabalho ao vivo, mas Fly By Night deveria ser obrigatória nos shows. Destaco ainda a ótima abertura Anthem, e principalmente o encerramento, com as fantásticas Rivendell e In The End. Na primeira vez que escutei Rivendell, uma incrível paz de espírito tomou conta de mim, e desde então escuto ela em momentos adequados para lavar a alma com a força verdadeira de uma música simples e fantástica. By-Tor and the Snowdog é tão espetacular quanto, e já apresenta o Rush mais progressivo do que nunca, com 8 minutos (uma eternidade para a época) de puro som, dividido em 4 partes. Um ano depois, isso seria levado ainda mais a sério. Best I Can, Beneath, Between and Behind e Making Memories também são audições interessantíssimas. 
   Na década de 70, o Rush atingiu ao meu ver o seu auge. A partir de Fly By Night, vimos obras do porte de 2112 e A Farewell to Kings tomarem forma, mostrando a força dos canadenses. Por vezes, este registro passa batido, mas considero ele de uma genialidade única e de audição indispensável, mesmo com uma banda ainda ensaiando o seu auge, que viria nos anos seguintes. 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

ROCK IN RIO, NÃO SERIA AGORA QUE ELE IRIA FALHAR

   Recentemente, tudo conspirava contra o maior festival da nossa música. Incontáveis possíveis atrações fechando turnês independentes, Monsters of Rock com um cast espetacular "roubando" mais alguns importantes nomes e marcações de shows em outros países na mesma época colocavam em cheque o nível da próxima edição. Até o inicio da última semana, só tínhamos System of a Down, Queens of The Stone Age, o abominável A-Ha e a popstar Katy Perry. 
   Infelizmente, veio a confirmação do Slipknot, uma das bandas que mais abomino em todos os tempos, mesmo ela estando num nível acima de Korn e Limp Bizkit, sendo headline de grandes festivais e agradando a um público respeitável dentro da cena. O fato é que ela divide opiniões, e não são poucos os que pensam igual a mim e se decepcionaram bastante com o anúncio.
   Já estava totalmente sem esperanças, quando ontem veio uma luz, dois coelhos trados da cartola pelo senhor Roberto Medina. O Faith no More dispensa comentários. A banda fez história nos anos 90, quando marcou seu nome por aqui numa apresentação histórica no segundo Rock in Rio. O chamado Funk Metal praticado por eles é de um bom gosto único, tendo proporcionado verdadeiros clássicos do porte de Epic, Falling to Pieces, Ashes to Ashes, Midlife Crisis e From Out of Nowhere, para citar alguns. Depois de muito tempo, a banda vai lançar um disco novo, muito aguardado desde que foi anunciado. Assisti ao show deles no Rio de Janeiro em 2009, num Citibank Hall cheio. O ponto alto foi a apresentação de Falling to Pieces, que não estava ensaiada, atendendo a pedidos dos fãs, com o comentário de Patton " só porque estamos no Rio". Podemos esperar uma apresentação inesquecível!
   Para completar, veio o Hollywood Vampires, projeto que reúne simplesmente Alice Cooper, Joe Perry e o ator Johnny Depp, que sempre teve o Rock N'Roll no coração. Pouco conheço a respeito do trabalho desenvolvido no projeto, mas honestamente, isso é o de menos. Com uma turma dessas reunida, simplesmente não tem erro. Eles entram no dia de SOAD E QOTSA, formando um trio de atrações interessantíssimo. 
   Aos poucos, o festival toma forma, e sempre ficamos naquela expectativa pelos futuros anúncios. Por enquanto, temos o que comemorar, mesmo longe da perfeição. Ainda assim, a edição de 2013 está ganhando, ao menos até agora, mas a diversão do RIR 30 anos já está garantida!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ANGRA-SECRET GARDEN

   A história se repete com uma das verdadeiras entidades do Heavy Metal brasileiro. Crise interna daquelas, mudança de empresario, e o mais importante, baixas na formação. Novamente, a banda é dada como morta, e desta vez tendo lançado dois discos bem fracos recentemente. Agora seria o fim? Nada disso, e a solução para o posto de vocalista surpreendeu a todos. Fabio Lione deveria fazer apanas alguns shows, sem nada oficial ou contratual, mas as coisas fluíram, a banda se encaixou, e o disco novo vem ao mundo para provar isso. Outra mudança, esta já no final da tour que aqueceu as turbinas para o lançamento, aconteceu na bateria. Ricardo Confessori sai, e para o seu lugar vem o garoto Bruno Valverde, que de fã da banda se tornou um monstro nas baquetas. Pude ver o Angra por duas vezes, e em ambas saí do Circo Voador com a certeza de que o disco novo seria grandioso, já que a banda estava em grande forma e totalmente entrosada. 
    Secret Garden foge de tudo feito antes, exatamente o que aconteceu com o magnífico Tample of Shadows há 11 anos, mas em breves momentos nos lembram o velho Angra. A marca de uma banda com músicos fantásticos está em cada detalhe, e a criatividade de descolar um pouco do tradicional Power Metal, flertando com o progressivo, não tem limites. Secret Garden necessita de uma audição atenta e carinhosa, já que não é de simples/fácil assimilação. Já na abertura, o Angra mantém a tradição presente nos seus grandes trabalhos, e já apresenta uma faixa forte, pesada e empolgante, a ótima Newborn Me. Black Hearted Soul é outro destaque, talvez no momento mais Power Metal do trabalho, remetendo a clássicos da banda numa interpretação magnífica de Fabio Lione. Final Light é para mim a melhor do disco. Apresentando a nova face do Angra, misturada ao clássico formato do grupo, incluindo uma certa dose de ritmos brasileiros para lembrarmos um pouco de Holy Land. Rafael Bitencourt e Kiko Loureiro tem uma performance impecável, assim como a excelente cozinha de Felipe Andreoli e Bruno Valverde. Outro destaque vai para o belo e chamativo refrão. Storm of Emotions, uma bela balada, é introduzida por Andreoli e Lione com uma voz doce e suave. As principais inovações, e vale dizer, novidades para quem conhece a banda, vem em músicas como Violet Sky, Upper Levels e Crushing Room (com participação de Doro). São ótimas canções para quem está disposto a ouvir algo diferente. Perfect Symmetry remete a fase mais clássica. Outros grandes destaques, ao lado de Final Light são para mim os grandes momentos do play, são a faixa-título, cantada de maneira magnífica por Simone Simmons e a balada acústica espetacular  Silent Call, com Rafael nos vocais, uma das marcas no trabalho.
   Temos um novo Angra, um renascimento reinventado por uma banda em grande momento com uma grande formação. Que a leveza de espirito atual se perpetue, e a guerra interna que tanto prejudicou o Angra no passado tenha chegado ao fim. Uma banda tão boa e importante não merece ficar improdutiva por tanto tempo. o Heavy Metal brasileiro precisa deles em grande forma!