terça-feira, 26 de abril de 2016

SHOW DO AVANTASIA - ESPAÇO DAS AMÉRICAS - SÃO PAULO

    Na noite de 24 de abril de 2016, os brasileiros tiveram a única oportunidade de ver o Avantasia em ação na divulgação do ótimo Ghostlights. O enorme Espaço das Américas não chegou a estar sold-out, mas pelas dimensões o público era enorme! Uma caminhada no entorno era o suficiente para sentir o clima Power Metal do ambiente - fora as óbvias camisas do Avantasia e Edguy, não faltava Blind Guardian, Helloween, Gamma Ray e Grave Digger's por toda parte. A trupe de Tobias - que fora a competentíssima banda formada por Sascha Paeth e Oliver Hartmann (guitarras), Michael Rodenberg (teclado) e Felix Bohnke (bateria) - se viu apoiada por monstros do porte de Eric Martin, Herbie Langhans,  Ronnie Atkins,  Michael Kiske (o nome mais gritado da noite), Jørn Lande e Amanda Somerville nos vocais - era o motivo da comoção. Para ficar completo, foi anunciado dias antes a gravação de um DVD da apresentação.
     Como será o esquema do mesmo ainda não sabemos, mas minutos antes do horário marcado o público foi surpreendido. Como se fosse algo normal, a banda é anunciada para cantar Draconian Love - música do novo trabalho. Então quem se adiantou ganhou uma prévia do show, devidamente repetida 3x. Pelo que entendi, é ela que vai aparecer no tal DVD. Se é só ela, ou o show completo, só o tempo vai responder. 
     Depois de um breve intervalo da gravação, hora de começar tudo como tem que ser, já com a pista bem cheia. O show regular da tour se inicia com a maravilhosa Mystery of a Blood Red Rose - que depois de algumas audições eu aprendi a amar a ponto de coloca-la num top 10 da história da banda. Era apenas o inicio de um espetáculo de 3h, algo raríssimo de acontecer nos dias de hoje. Vale lembrar, são 3h de música e interação na medida certa, nada forçado ou cansativo. O tom épico da banda é resultado de uma seleção grandiosa de vocalistas e uma banda de apoio extremamente competente no fundo de tudo. Tobias é o líder, dando um tom carismático perfeito em alguns intervalos, e comandando o espetáculo do projeto dele que superou todas as expectativas de crescimento, ultrapassando em números a sua banda original. A prova disso é a lotação quase esgotada de uma casa enorme sem bandas de abertura.
    A faixa-título do novo trabalho vem em seguida, já aclamada pelos fãs que ao longo da noite mostraram conhecer profundamente a obra da banda. Voltando levemente no tempo até o antecessor The Mystery of Time - muito lembrado ao longo da noite - vem a espetacular Invoke the Machine, detentora de um daqueles épicos refrões que o estilo exige. Um começo arrebatador focado no presente do Avantasia - uma estratégia do atual set que foi muito bem sucedida. Mesmo assim não faltaram clássicos ao longo da noite (viu seu Dream Theater!). A toada segue assim com a nova Unchain the Light - com Kiske  dando o ar da graça devidamente ovacionado pelo público - e The Watchmakers' Dream, outra pérola de The Mystery of Time. Vem então o 1o grande clássico da noite, a faixa que da nome ao 3o disco da banda, The Scarecrow. O efeito foi simplesmente devastador, com todos os presentes cantando cada verso dessa maravilhosa canção. Já na 6a música o jogo estava mais que ganho para uma noite fantástica de Heavy Metal. Depois de 11 minutos passando em segundos, Tobias cita que a próxima é uma espécie de balada. Prontamente e surpreendentemente o público clama por Lucifer, um dos grandes momentos do novo disco. Tal fato mostra o acerto que foi investir em novidades para um público que conhece profundamente tudo que cerca o Avantasia. Ainda nessa linha, Eric Martin mostra seus predicados na ótima What's Left of Me. Hora de clássico com The Wicked Symphony, em 9 minutos de complexidade magnífica. Um show dos guitarristas, fora a trupe de vocalistas formada nela por Jørn Lande, Herbie Langhans, Eric Martin, Amanda Somerville e até por Oliver Hartmann. Em seguida, uma novidade só para os atrasadinhos. Para quem chegou um pouco antes, era a 4a "Draconian Love" da noite. No meu caso, boa hora para correr no banheiro. Ai vem a música que talvez seja o hino definitivo do Avantasia, Farewell. Um dos pontos máximos do disco de dicionário Power Metal "The Metal Opera" criou a famosa onda de mãos e foi profundamente celebrado, num dos momentos mais emocionantes da noite. Stargazers segue a viagem pela história do Avantasia em mais um tema complexo com quase 10 minutos de duração. Depois vem um dos melhores temas da noite, a simplesmente sensacional porrada Shelter from the Rain - um dos pontos máximos do ótimo The Scarecrow.
     Nesse momento Tobias faz um dos discursos mais marcantes da noite, falando que já eram 1h45 de show e ainda estava longe de acabar. Fora isso, ainda teriam novidade, já que ele acreditava no potencial do novo trabalho. O set serve para afirmar tudo isso. Let the Storm Descend Upon You é aquela música que se multiplica em potência no palco. No estúdio ela parece um tanto quando exagerada, mas no show foi irretocável! Refrão marcante, bete-cabeça daqueles garantido. Assim chega algo como o split final de clássicos. Promised Land é uma grande sacada, escondida em algum lugar de Angel of Babylon. Vem então a música que é para mim a melhor do Avantasia. Depois de Plelude, intro que inicia The Metal Opera, Kiske e Tobias dão show na magnífica Reach Out for the Light. Difícil descrever o indescritível! Do mesmo disco, vem mais clássico com a música que da nome ao projeto sendo uma das mais celebradas da noite. Twisted Mind não deixa a bola cair. Martin da mais um show, e é lembrado por Tobias antes da próxima - a não menos espetacular The Great Mystery. Essa é cantada no estúdio por Bob Catley - que não pode estar presente - e o dono da banda elogia o esforço de Martin em fazer a sua parte. E fez com perfeição, vale lembrar. Entre brincadeiras com as bandeiras jogadas no palco, uma metade Brasil, metade Alemanha fez o momento mais hilário. O público fez questão de lembrar do 7x1, gritando o placar do fatídico jogo, e Tobias simplesmente não acreditou. Disse ainda que isso é uma grande prova de amor a banda, e agradeceu profundamente. Dying for an Angel já é um clássico indiscutível, e The Story Ain't Over deu um claro recado que o projeto ainda teria outros capítulos pela frente.
    Hora da breve pausa. Cansaço passava longe do palco e do público, mesmo com o longo show. Lost in Space é outra indispensável na festa, abrindo caminho para a celebração absoluta no medley Sign of the Cross / The Seven Angels, o encerramento mais que marcante para uma noite memorável. O Avantasia sabe fazer uma apresentação grandiosa, tecnicamente perfeita e que não cansa mesmo com mais de 3h de duração. A noite de São Paulo foi uma daquelas mais maravilhosas que o Heavy Metal pode proporcionar. Se ela completa se tornar de fato um DVD, esse será uma compra obrigatória!

domingo, 10 de abril de 2016

SHOW DO ACCEPT - IMPERATOR - RIO DE JANEIRO

     Como explicar uma daquelas noites mágicas que só o Rock pode proporcionar? Como explicar incontáveis rostos conhecidos se abraçando e saíndo com um sorriso enorme do rosto depois de duas horas de aula de Heavy Metal? O clima no Imperator foi assim, e a noite do show do Accept foi daquelas que só o mais puro Heavy Metal pode proporcionar. A combinação não tinha erro. O Imperator voltou ao circuito recentemente - reformado e menor do que nos anos 90. Já recebeu shows do Ghost e do Ratos de Porão, e em breve vai receber Marky Ramone e Winery Dogs. Isso é apenas sua nova versão amigos. O banger que viveu a cena nos anos 90 certamente se lembra com carinho de shows como Pantera, Megadeth, Dream Theater, Slayer, Suicidal Tendencies, Anthrax, Sepultura (o último com Max) e Angra (lançando Holy Land) - isso só para citar alguns. Seja como for, a noite do dia 9 de abril de 2016 fez lembrar esses tempos de ouro de um lugar eternizado pelos deuses do Rock. 
      O Accept é uma das bandas mais fortes do cenário atual. Não satisfeitos com sua história gloriosa, eles se renovaram, trocaram de formação, lançaram 3 discos maravilhosos e estão simplesmente matadores no palco. Se não são a melhor, estão certamente entre as melhores bandas no momento, e seus shows sempre causam um impacto por onde passa. Mark Tornillo já fez qualquer viúva lunática esquecer o grande UDO na banda - não sem respeitar profundamente sua história, é bom lembrar. A verdade é que seu desempenho não deu oportunidades para saudosismos. Wolf Hoffmann e Peter Baltes são as almas da banda, e comandam com classe os trabalhos dos "novatos". Tal termo cabe perfeitamente a Christopher Williams e Uwe Lulis, que já são parte fundamental na engrenagem de uma formação fortíssima.  
    Pontualmente às 21h30, o Accept entra no palco do Imperator razoavelmente cheio - mas não lotado - disposto a fazer história. Abrindo com músicas da "nova fase", a banda viu o quanto os fãs já amam os 3 discos com Mark no vocal. Stampede, que também abre Blind Rage, seria a 1a das muitas novas apresentadas ao longo da jornada. Stalingrad é o ponto máximo do disco lançado em 2012, e a aula proporcionada por Wolf nela ficou ainda mais épica com Mark tremulando uma bandeira do Brasil no auge dos magníficos solos do mestre. Pronto, já na 2a música e o ingresso estava pago. A pedrada Hellfire, sequência do disco, mantém o pique. Então é hora de voltar no tempo, mais precisamente para 1983. Balls to the Wall na área, com a mais que clássica London Leatherboys. É apenas a 1a de uma sequência alucinante. Que venham os hinos Living for Tonite, Restless and Wild e Midnight Mover - para mim essa última o grande momento da apresentação. Que sacada genial incluir essa pérola de Metal Heart no setlist. O público pirava em cada segundo, seja novidades ou clássicos. Depois dessa sequência é hora de voltar ao presente, com duas maravilhas presentes em Blind Rage. Dying Breed e a épica Final Journey já caíram definitivamente no gosto da turma. O que Wolf faz aqui é simplesmente de cair o queixo. A belíssima Shadow Soldiers não deixa por menos, antecedendo uma grata surpresa. Starlight retorna aos primórdios do Accept. A espetacular faixa de abertura do clássico Breaker vem para me matar do coração, num clima simplesmente fantástico. Bulletproof foi a escolha mais peculiar da noite, vinda Objection Overruled - por vezes esquecido em meio a discografia da banda. No Shelter vem pra provar que Blood of the Nations já é um clássico. Nela acontece um dos grandes momentos na noite, numa espécie de duelo entre Wolf e Baltes tão arrepiante que foi capaz de arrancar lágrimas de alguns presentes. É inegável que a dupla representa o coração do Accept. Então é hora de hino, com Princess of the Dawn. Preciso dizer que essa devastou a pista do Imperator? Dark Side of My Heart é outra maravilha nova muito bem aceita, seguida por Pandemic. Ai a famosa intro de Fast as a Shark (e do disco Restless and Wild) é cantada por todos. Foi só o riff alucinante, marco inicial do Speed Metal, aparecer estourando os tímpanos dos presentes para rodas serem abertas de imediato por todos os cantos da casa. Não sobrou pedra sobre pedra meu amigo! 
    Depois de uma breve pausa para restabelecimento do fôlego, vem o split final de hinos. Metal Heart mantém o clima apoteótico criado, e o novo clássico definitivo do Accept não deixa por menos. Sim amigos, Teutonic Terror já está em tal patamar com seu refrão poderoso. A surpreendente e maravilhosa Son of a Bitch retorna a Breaker arrepiando qualquer um, e o hino máximo Balls to the Wall encerra uma noite realmente inesquecível.
     O cenário visto depois disso eu vou levar pro resto da vida. Não tinha ninguém ali que não estivesse visivelmente emocionado com o que tinha acabado de presenciar. Uma reunião de amigos da cena, membros de bandas como Metalmorphose, Forkill e Azul Limão e muitos batalhadores diários para manter a cena em alta na cidade simplesmente acabaram de receber uma aula de Heavy Metal que nem do alto de seus anos de experiência no assunto estavam preparados para tal. A cada show o Accept se prova uma banda única em cima do palco, capaz de devastar corações de metal espalhados por todos os lados!  

sexta-feira, 8 de abril de 2016

SHOW DO SOULFLY + CLAUSTROFOBIA + CAPADOCIA - CIRCO VOADOR - RIO DE JANEIRO

    Desde 2012, quando Max Cavalera passou pelo país com o Soulfly e o Cavalera Conspiracy para vários shows, a maior figura da história do nosso Heavy Metal se tornou presença constante por aqui. Trabalhando como poucos em vários lançamentos seguidos com diversos projetos, dessa vez ele trouxe o Soulfly para apresentar no Brasil o ótimo Archangel, lançado ano passado. Para o Rio o evento foi mais que especial, e contou com as aberturas de Capadocia e do Claustrofobia - há tempos esperada na cidade. O público só apareceu de forma minimamente aceitável no show principal, mas ainda longe do ideal. Mesmo assim é bom destacar que o mesmo participou ativamente de todos os shows! 
     Quando cheguei no local ainda estava rolando o show do Capadocia. A banda liderada pelo grande Baffo Neto - que trabalha na equipe das bandas de Max e do Angra - fez um show bem interessante. Destaque para a boa versão do hino Blackened do Metallica, clara influência no som da banda e até na postura do líder no palco. O público ainda era reduzidíssimo, e melhorou um pouco na hora da segunda apresentação da noite.
     Quem estava dentro do Circo correu para frente do palco para ver o Claustrofobia finalmente estrear no Rio. Para muitos esse era o grande show da noite, vale ressaltar, e a participação de grande parte do público foi digna disso. O show foi simplesmente irretocável! Som no talo para um caos digno do nome que a banda carrega, numa legítima apresentação de Thrash. Caio D´Angelo (bateria), Daniel Bonfogo ( baixo), Douglas Prado (guitarra) e Marcus D´Angelo (vocal/guitarra) não deixaram pedra sobre pedra, com o frontman liderando os trabalhos com classe. Rolou uma versão magnífica para Repente dos Raimundos - aprende Digão, é disso que o povo gosta - e obviamente uma viagem pelos 20 anos de história da banda. Abrindo com a sensacional Bastardos do Brasil, o show teve ainda a pedrada  Pinu da Granada, War Stomp, Caosfera e a nova Paulada. Os fãs curtiram intensamente cada segundo com rodas e cantoria dignas de um headline, mas infelizmente a equipe do Soulfly deu uma apressada no encerramento do show - algo que a banda fez questão de deixar claro. Os fãs não se conformavam com a rapidez e proferiram até alguns xingamentos para os responsáveis. Ficou um gosto de quero mais indiscutível, mas o que vimos já estava muito legal. 
     Pouco depois das 10h, Max Cavalera sobe no palco do circo para liderar sua banda num show inesquecível. O fiel escudeiro Marc Rizzo é o único que consegue competir minimamente em termos de atenção com a estrela da noite, na sua sempre eficiente performance nas 6 cordas. Os novatos Mike Leon (baixo) e Kanky Lora (bateria) seguraram a onda na cozinha, mas confesso ter sentido a ausência de Tony Campos no baixo - única mudança considerável no line up da banda recentemente. Obviamente que não cabe lembrar do outro Cavalera. 
     Max estava bem melhor do que no seu último show na cidade - com o CC em 2014. Cantando com mais vigor e tocando sua guitarra mais ativamente, soube comandar a festa. É obvio que todas as atenções do Circo vão para ele, sua história impõe isso, e ver o cara num palco nunca deixa de emocionar e provocar no público uma adrenalina ainda maior. A abertura foi focada no novo trabalho, muito bem recebido pelo público presente, que cantou tudo com certa euforia. A trinca We Sold Our Souls to Metal, Archangel e Ishtar Rising passou com louvor pelo teste do palco, mostrando que de fato o homem vem acertando a mão nos trabalhos recentes. Blood Fire War Hate volta um pouco mais na história do Soulfly, até o bom Conquer de 2008, e segue com o ótimo clima. Obviamente não existe termos de comparação com a catarse vista em seguida com a dobradinha que abre o indescritível Chaos A.D. Refuse/Resist e Territory voltam aos tempos de ouro do Sepultura e emocionam profundamente cada um dos presentes. Depois do furacão, é hora de voltar para o presente de Max. Sodomites é mais uma nova, seguida por Master Of Savagery - representante de Savages no set. Então Rizzo tem seu momento de brilhar com um solo bem produzido, mostrando o respeito adquirido na história de 20 anos ao lado de Max. Prophecy pode ser considerado um clássico do Soulfly, e é recebida com euforia pelos presentes. O mesmo vale para Seek ‘N’ Strike e Babylon. Tribe da uma certa esfriada na turma que estava ligada no 220 desde o começo do show. O pandemônio logo voltaria a reinar com a dobradinha Arise/Dead Embryonic Cells. É obvio que quando rola Sepultura a reação do público é diferente, assim como no show da banda atual acontece no antes/depois de Roots. No Hope = No Fear abre espaço para a parte voz/guitarra de Max no show - que como ele disse foi feita para provar que ele também toca, coisa que muitos dizem não acontecer nos shows recentes. Para lembrar passagens consagradas do Sepultura, Max canta trechos de Orgasmatron - cover do Motorhead consagrado em Arise - /Escape to the Void e Desperate Cry. A deixa para a banda retornar e tocar o hino máximo Roots Bloody Roots. Muitos achavam que era o fim, mas ainda não.  Frontlines vem representando Dark Ages, o disco que deu uma guinada positiva na carreira da banda. Para o bis ficaram reservados a clássica Back to the Primitive, para em seguida ver um mosh tomar conta de toda a pista do Circo. Tome Troops of Doom, que o nome já fala por si. É a vez então de homenagear Lemmy, com Ace of Spades cantada em parceria com Marcos D'Angelo do Claustrofobia. Grande momento, que precedeu o encerramento na dobradinha  Jumpdafuckup/Eye for an Eye e na parte instrumental de The Trooper do Iron Maiden. 
    Discretamente a banda sai do palco, depois de um ótimo show. Senti falta de algo do espetacular Enslaved (2012) e talvez de uma ou duas a mais do Sepultura, mas o set foi bem sacado e sem dúvidas comoveu os presentes. Só a presença de Max serve para emocionar quem tem o Sepultura no coração, e melhor ainda é ver ele em boa forma - no palco e no estúdio. Sua próxima empreitada é uma turnê com o Cavalera Conspiracy tocando Roots na íntegra, algo que todos torcemos para ver em palcos brasileiros o mais breve possível!