sexta-feira, 27 de maio de 2016

EXTREMISMO É BEM-VINDO NA CAIXA DE SOM, E SÓ!

    Pessoal, costumo voltar os textos do meu blog exclusivamente para a música. Nada de fofoca, nem sensacionalismo e o mínimo de politica possível. Mas isso não vai dar para passar. Gostaria de começar ele com o relato do Vingador - uma das melhores bandas da cena carioca. Uma fã da banda foi morta brutalmente depois do show por perseguição politica. Tirem suas conclusões: 

"Rayzza Ribeiro!!

Rayzza gostava muito do Vingador e nos acompanhava sempre que possível. Estava presente em todos os shows que pudesse e no ultimo Sábado, quando tocamos na ocupação, não foi diferente. Ela estava lá. Trocou ideia conosco, comentou o quanto feliz ficou pelos rolês da turnê da banda, bangeou e cantou as musicas conosco. Deu seu grito de apoio e aplausos quando criticamos e pedimos pela desconstrução do machismo, escondido ou não, nas entrelinhas dentro da cena que já busca desconstruir outros tipos de opressão. Saiu feliz do evento e seria a última vez que iria ao nosso show, que trocaria essa energia e emoções conosco.

Rayzza foi brutalmente assassinada naquela mesma noite, poucas horas depois do final do evento. Mais uma vítima do feminicídio que tem nos assolado. Numa sociedade machista e extremamente moralista uma menina é morta de forma covarde e brutal, e ainda é julgada pela ignorância e pelo ódio dos moralistas, dos conservadores como culpada, que ainda tentaram difamar o evento por tudo isso..

Estamos todos cansados disso!! Sei que vocês também estão, mas nossa mensagem aqui é de não desanimar, não se dar por vencido, não podemos jogar a toalha a um mundo que banaliza a misoginia, que escolhe a ignorância, a zona de conforto, o ódio e a barbárie como o caminho. Precisamos todos nos unir e resistir, buscar apoio uns nos outros, nos posicionarmos contra a opressão, emponderar aqueles ao nosso redor, nunca nos abster! Sabemos que Rayzza acreditava nisso, acreditava em resistir e assim ser livre não porque pediu ou esperou por alguém para ser livre, mas porque ela mesma escolheu ser livre quando escolheu lutar contra essa opressão no seu dia a dia.

O Vingador acredita e luta por tudo isso e nossa mensagem é de resistência pela memória dessa menina linda, sincera e cheia de sonhos, que não desistam, RESISTAM!

Nossa apresentação do dia 4 será dedicada a ela!"

    Entenderam a gravidade da situação? Uma companheira de cena nossa, e acima de tudo, MULHER, foi vítima do extremismo e da perseguição politica. Tudo por lutar por uma causa sendo considerada por muitos "companheiros" vagabunda financiada por partidos. Meu amigo, isso não é posição politica, passa longe do contexto! Vamos refletir nossas convicções, nosso ódio pelo outro e vamos valorizar quem luta contra o que há de pior no mundo. Os porcos da politica comemoram nossa desunião, sentam em cima de nós e partem para cima de amigos nossos para bater, e agora, matar. Dedico esse texto a sua memória, a memória de uma headbanger como nós que foi morta por perseguição politica. Pense duas vezes antes de disseminar o ódio e a intolerância, de quebrar amizades seco pelo radicalismo politico. Rayzza não era uma militante comprada, era uma mulher lutadora que foi morta pelos porcos que ela mesma incomodava! 


domingo, 22 de maio de 2016

R.I.P NICK MENZA

     O Megadeth é aquele tipo de banda que se juntar quem já passou por ela, da para formar um time de futebol com direito a reservas e comissão técnica. Em meio a todos esses nomes, podemos destacar uma formação. Para 11 em cada 10 fãs, Nick Menza, Marty Friedman, Dave Mustaine e David Ellefson é essa formação. Nessa manhã de domingo, dia 22 de maio de 2016, a legião de fãs da banda acordou com a desagradável surpresa da morte de Menza. 
     O eterno e definitivo baterista do Megadeth morreu em cima do palco com sua banda OHM. Sua história sempre será lembrada pelos feitos na banda de Mustaine. Um dos bateristas mais influentes da história do Thrash Metal começou a escrever sua trajetória na banda logo por cima. Rust In Peace deveria constar no dicionário ao lado da palavra Thrash Metal como a mais perfeita definição do estilo. A obra-prima do Megadeth apresenta temas que só foram possíveis graças as levadas insanas de Menza na bateria. Sua performance no bumbo duplo é simplesmente fenomenal. Tome hinos do porte de Hangar 18, Holy Wars e Tornado Of Souls. Tome outras maravilhas não menos espetaculares como Five Magics, Take No Prisoners e Poison Was the Cure. Em resumo, tome um playlist de 9 músicas fenomenais. A sequência veio com outra pérola da discografia do Megadeth, Countdown to Extinction. Nela se destaca o maior hino da banda, Symphony of Destruction. Fora ela, Sweating Bullets também se eternizou no setlist, e temas fantásticos como Skin o' My Teeth, Foreclosure of a Dream, This Was My Life e a faixa-título fazem desse outro disco de cabeceira. Um pouco mais "acessível", digamos assim, vendeu como nunca. Sua sequência natural veio com Youthanasia, fechando a trinca de ouro dessa formação. A power ballad A Tout le Monde e as magníficas Reckoning Day, Addicted to Chaos e The Killing Road fizeram as honras da casa. No disco seguinte, houve um pequeno declínio, mas Cryptic Writings não deixou de eternizar dois clássicos (She-Wolf e Trust). Mesmo assim, foi o fim da formação mais brilhante da história da banda. Menza já não estava mais lá no mais que criticado Risk.
       Desde então sua ausência é muita sentida pelos fãs, mesmo com alguns discos ótimos lançados. Na mais recente troca, a reunião da formação foi negociada, mas ela não avançou, fazendo com que o Megadeth anunciasse a sua atual formação. Infelizmente, o dia de hoje botou fim a qualquer possibilidade futura. O grande Menza se foi, deixando um legado notório para a história do Heavy Metal. Grato por tudo, e vamos seguindo em frente! 


sábado, 21 de maio de 2016

WOSLOM - A NEAR LIFE EXPERIENCE

    O surgimento de ótimas bandas com os pés fincados no Thrash Metal nos últimos tempos por todo o país é digno de nota. Gente como Violator, Jackdevil, Forkill, Red Razor e Warsickness - só para citar algumas -, vem fazendo um estilo com história na nossa cena ter uma reciclagem fenomenal. Um nome de absoluto destaque em todo esse meio e invariavelmente citado como uma das melhores coisas que surgiram sem dúvidas é o Woslom. Evolustroction e Time To Rise já fizeram um belíssimo barulho, fazendo com que A Near Life Experience fosse aguardado ansiosamente por quem acompanha a chamada "cena" de perto. O resultado é mais uma obra-prima de Thrash Metal! 
     Para quem ainda não conhece o trabalho desses caras, é aquele Thrash bem limpo e trabalhado, claramente influenciado - principalmente - pelo Testament. Olhe a fantástica voz de Silvano Aguilera e tente não se emocionar com a semelhança com Chuck Billy. O resultado é impecável, e já tem efeito claro numa turnê europeia confirmada, participação na volta dos históricos shows na porta da Woodstock (com apoio total de Walcir na divulgação do som) e escalação no festival Maximus confirmada. 
      Entre as faixas, vemos muita regularidade. A faixa-título, Redemption, Underworld of Aggression e Total Speed Thrash são algumas que merecem atenção. O trabalho de Rafa Iak e Silvano Aguilera em duelos alucinantes de riffs e a cozinha incansável de Andre Mellado (Baixo) e Fernando Oster (Bateria) fazem da atual formação algo totalmente equilibrado. Muitos já piram no som dos caras, mas se você ainda não correu atrás, recomendo que faça isso imediatamente, já que o Woslom é seguramente uma das melhores coisas que o Heavy Metal brasileiro produziu nos últimos anos. 


quarta-feira, 18 de maio de 2016

SHOW DO WINERY DOGS - IMPERATOR - RIO DE JANEIRO

    Certamente você já brincou mesmo que sozinho de montar aquela banda dos sonhos. Juntar gente de diferentes bandas na cabeça e imaginar como seria isso na prática. O Winery Dogs surge exatamente assim. Uma banda com três músicos consagrados, com currículos invejáveis - e principalmente -, com um nível técnico muito acima da média. Mike Portnoy, Billy Sheehan e Richie Kotzen fazem da arte de tocar bateria, baixo, guitarra e cantar algo simples. Já com dois discos ótimos na bagagem, é possível fazer um show esgotado numa casa para mil e tantas pessoas sem recorrer ao passado glorioso de cada um deles - isso sem deixar ninguém reclamar. Na noite de Terça no Imperator, o Winery Dogs provou de vez a sua força como banda. 
     Graças ao trânsito da cidade, não cheguei em tempo para ver o S.O.T.O.  Depois de ter alguns problemas com a cerveja em estoque reduzido da casa, o trio de ferro sobe ao palco de uma casa que tinha gente até na rampa de acesso com pontualidade. Todos prontos para se curvar diante da excelência técnica em músicas e solos fantásticos. Fora o repertório, num show com essas características os solos individuais são indispensáveis. Além de ouvir as ótimas músicas, todos estão ali para ver Kotzen Sheehan e Portnoy tocar pura e simplesmente. E os três não economizaram. Billy e Portnoy tiveram os seus momentos individuais numa aula prática para qualquer baixista ou baterista. Portnoy endiabrado tocou com baqueta no bumbo, chão e até no baixo de Billy. O homem tava numa noite de gala. Seu kit era bem maior do que o utilizado na 1a turnê, que passou pela cidade num dos primeiros shows da banda diante de um Teatro Rival igualmente lotado. Kotzen brincava com sua guitarra o tempo todo, cada hora inovando mais - mostrando como é um guitarrista que carece de atenção ainda maior. Gênio é pouco para descrever cada um deles. 
     Show de técnica a parte, o setlist cobriu com perfeição os dois discos da banda. Um som no volume ideal e absurdamente limpo - óbvio que ele não poderia falhar diante de um trio tão inspirado -, proporcionou aos grandes músicos a melhor performance que poderiam entregar. Oblivion, um dos destaques do novo disco, abriu o show por cima. A música que melhora a cada audição é um show de virtuose, dando o tom do que estava por vir. A sequência do disco foi respeitada com Captain Love. Kotzen da um show vocal no começo digno de destaque. Poucos nomes conseguem cantar e tocar guitarra com tamanha perfeição, algo que realmente chama atenção. We Are One retorna ao 1o e magnífico disco. Billy chama para si o palco, e proporciona um verdadeiro workshop de baixo para os aventureiros na plateia. A música é uma das melhores da banda, com uma melodia acertadíssima. A dançante e experimental Hot Streak, que da nome ao disco novo, cresce bastante no palco. How Long cresce muito no refrão, deixando para o resto um certo experimentalismo virtuose. Time Machine retorna a estreia, abrindo caminho para a nova Empire - com seu refrão matador. Sua sequência no disco foi cumprida com a maravilhosa balada Fire. Essa ficou por conta de um Richie Kotzen sozinho com seu violão, no momento mais belo do show. A música que no disco é feita a base de muito solo no violão é ligeiramente simplificada ao vivo, ficando interessantíssima. Kotzen basicamente tocou ela no acorde por acorde, simplificando os solos. Depois vê seu nome berrado pelo público. Think it Over volta ao esquema normal, ainda num clima mais calmo. Hora de Portnoy fazer o já citado solo endemoniado. O que sobrou de sua bateria deu sequência ao show com a já clássica The Other Side. Depois dela é a vez de Billy mostrar seus predicados. Ghost Town encerra a participação do disco novo. O encerramento fica por conta de quatro pérolas do disco de estreia - com o famoso intervalo para o bis no meio. I’m No Angel, Elevate, Regret e Desire devastam a pista do Imperator num encerramento perfeito para uma aula de Hard Rock clássico com três gigantes no palco.
    Ao final vemos um Mike Portnoy - para mim o dono da noite - erguendo seu assento como uma criança visivelmente feliz depois de uma noite de gloria, e por fim arremessando o mesmo no kit. Num show daqueles que nós nos perdemos nos olhares para quem está no palco, isso é digno de nota. Todo o elogio para os três ainda é pouco para o tamanho do feito. Se em 2013 nós vimos o começo de um projeto que entre suas músicas mesclava clássicos que o trio desenvolveu antes dele, agora vimos uma banda firme. Winery Dogs é definitivamente a banda de Mike Portnoy, Billy Sheehan e Richie Kotzen. O repertório tem corpo, lota shows e proporciona aos monstros citados desfilarem sua técnica diferenciada. O Imperator assiste a mais um grande show em 2016, consolidando cada vez mais seu retorno ao circuito. Parabéns ao público e a banda, que deram ao Rio de Janeiro mais uma grande noite de Rock N'Roll. Só faltou a casa comprar cerveja suficiente para matar a nossa sede, mas isso é apenas um detalhe...

quinta-feira, 12 de maio de 2016

MISFITS VAI VOLTAR, E 2016 É O ANO DEFINITIVO DAS BIZARRICES MUSICAIS

    Num dia em que a crise politica brasileira chega no seu auge, os fãs de Punk Rock comemoram uma noticia para lá de inesperada e igualmente fantástica. O Misfits - um dos maiores ícones do estilo - sem mais nem menos anuncia o retorno dos senhores Danzig e Doyle para a formação atual. Uma noticia simplesmente fantástica! Rumores circulavam nos tempos recentes, mas nada de concreto que pudesse preparar os fãs para o recebimento de uma noticia tão fantástica. Essa é mais uma das loucuras que estamos vendo acontecer nesses 5 primeiros meses. 
     Depois de processos, brigas judiciais e outros tantos problemas nos anos que se passaram desde sua saída, ver Danzig de volta ao Misfits para seguramente colher os frutos do sucesso tardio de suas canções será algo único para a legião de fãs da banda. Essa é a 2a do ano nessa mesma linha. Pensar em maio de 2015 que um ano depois veríamos Misfits e Guns N'Roses reunidos seria caso de internação. E se o louco em questão garantisse que Axl Rose iria ser o substituto de Brian Johnson no AC/DC - e pior, faria o papel muito bem? Já deu para sentir que o que estamos vendo não é normal não é mesmo?
     Falando brevemente da notícia do dia no Rock, essa reunião tem tudo para ser um grande resgate. O Misfits "clássico" passou longe de viver um conto de fadas Rock N'Roll. A banda passou por poucas e boas no underground, chegando ao limite que forçou a paralisação devido principalmente ao péssimo relacionamento entre os integrantes. Mesmo parado e sem fazer fortuna, o Misfits influenciou muita gente, e dois desses "filhos ricos" fizeram justiça ao nome. No começo dos anos 90, o Misfits viu Guns N'Roses e Metallica resgatarem alguns de seus maiores clássicos, levando eles ao grande público e os fazendo se interessar pela banda novamente. Isso motivou o retorno com Michale Graves, o que deu origem a dois discos fantásticos. Integrante vai, integrante vem, e Only seguiu com a banda até os dias de hoje. O Misfits atual é irregular, fez grandes shows aqui, um bom disco ali, mas não se manteve constante - dividindo opiniões entre os fãs. O retorno de Danzig e Doyle é para unir todos, em torno de uma grande turnê. Já são dois shows certos nos EUA, e esperamos, apenas os primeiros de uma tour mundial. Bem vindo de volta aos tempos de ouro Misfits, e 016 segue surpreendendo positivamente! 


terça-feira, 3 de maio de 2016

ANTHRAX - FOR ALL KINGS

    Depois do retorno triunfal de Joey Belladonna em Worship Music, é inegável a enorme expectativa para o disco que marcaria essa formação - com a entrada de Jonathan Donais na guitarra - num processo criativo iniciado do zero. O disco responderia o que uma banda em grande forma seria capaz de produzir em estúdio, e dividiu opiniões. Algumas piraram, outros acharam bom mas nada de outro mundo. Honestamente, fico com o 2o grupo. Não que o trabalho venha com graves defeitos, mas honestamente o seu antecessor me deixou com uma impressão melhor. 
    Isso posto, ao meu ver os grandes momentos do trabalho foram as músicas apresentadas na magnífica abertura do show do Iron Maiden no Rio de Janeiro. Breathing Lightning é uma grande música, com um riff acertadíssimo do grande Scott Ian, fora o refrão marcante numa melodia sensacional.  Evil Twin - com justiça o 1o single - segue linha semelhante. Em ambas o desempenho de Belladona é simplesmente de tirar o chapéu. Em Evil Twin o gigante baterista  Charlie Benante da um show, devidamente acompanhado pelo não menos espetacular Frank Bello. Em geral, vemos por vezes o Thrash Metal que define a história da banda deixado em 2o plano para o incremento de toneladas de Heavy Metal tradicional em algumas músicas um tanto quanto exageradas. Do restante do disco, vale muito destacar a porradaria criativa de All Of Them Thieves. De resto, vale uma olhada, mas honestamente não cheguei a me empolgar como nas já citadas canções. 
    Falar em decepção é forte, já que For All Kings tem algumas ótimas amostras do que o Anthrax é capaz, mas o disco ao meu ver não chega a excelência descrita por alguns. A performance dos grandes músicos é inegavelmente fantástica nos bons e maus momentos do disco - isso não existe nem discussão. Vale a pena conferir, mas ainda fico com Worship Music.