segunda-feira, 29 de agosto de 2016

SHOW DO METALMORPHOSE COM CELEBRAÇÃO AO AZUL LIMÃO - CALABOUÇO - RIO DE JANEIRO

     O ano de 1986 marcou o auge do Heavy Metal em cada canto do mundo, e o Brasil pós-ditadura estava em sintonia com o 1o mundo do estilo. Um dos muitos grandes trabalhos lançados naquele ano pelos pioneiros do Metal BR é Vingança do Azul Limão - uma verdadeira obra-prima da nossa música. Essa obra completou 30 anos nesse domingo, dia 28 de agosto de 2016, e foi devidamente celebrado no principal bar de Rock N'Roll da cidade do Rio de Janeiro. O responsável por isso foi o irmão Metalmorphose, que ainda ativo hoje conta com o guitarrista da banda Marcos Dantas - numa ponte óbvia. 
      Com um público lamentavelmente baixo num bar que costuma arrebatar multidões em shows covers escancara um grave problema da cena brasileira. A falta de interesse do público em procurar bandas clássicas, se contentando com uma dezena de músicas de uma dezena de bandas é praticamente desenhada na nossa cara como uma prova irrefutável. Isso posto, quem foi viu a história acontecendo. Com a presença de um cara como Marcos "Animal" - batera original do Dorsal Atlântica - deixando a noite ainda mais nobre, o Metalmorphose começa a brincadeira com seu set regular. 
     Tavinho Godoy (vocal), Marcos Dantas e PP Cavalcanti (guitarra), Marcelo Val (baixo) e André Delacroix (bateria) desfilam alguns dos clássicos do Metalmorphose nessa história de mais de trinta anos. Vá Pro Inferno, Cavaleiro Negro, Máscara e Corda Bamba - presenças obrigatórias em qualquer show da banda - são apresentadas com a categoria de sempre. O som alto e nítido da ótima casa proporciona isso. Então chega a hora da festa. 
     André, Tavinho e o azulino Marcos permanecem no palco. Ai o convidado especial Vinicius Mathias assume o baixo, tendo assim meio Azul Limão no palco. Sem nenhum ensaio dessa formação, o resultado é muito satisfatório. Em que pese o deslize de Tavinho no início de O Grito, o vocalista se saiu muito bem nas versões para músicas que não são feitas para a sua voz. O disco é apresentado quase na sua íntegra. Marcos Dantas da um show de improviso na guitarra nas músicas que cravaram seu nome na história do Heavy Metal brasileiro - soando como se não fosse amanhã. A magnífica Sangue Frio vem em seguida. Uma das verdadeiras pérolas do Heavy Metal brasileiro emociona quem marcou presença no calabouço. Não Vou Mais Falar, o hino Satã Clama Metal e a porrada Vingança encerram a celebração ao Azul Limão. 
      A formação atual do Metalmorphose se junta no palco novamente. Com quatro hinos do porte de Maldição, Desejo Imortal, Jamais Desista e Minha Droga É O Metal fecham a noite, uma grande noite para quem aprecia o suprassumo do Heavy Metal brasileiro - e nesse caso específico - carioca. Com um clima de festa de amigos, o Azul Limão recebeu a homenagem que merecia numa data tão especial. Nos dias atuais, o Heavy Metal praticado pelos pioneiros realmente não é música feita para multidões. Os tempos são complicados nesse aspecto. Ainda assim, guerreiros da cena como os membros do Metalmorphose ainda brigam e perpetuam essa chama acesa. Enquanto for possível, vamos lutar ao lado deles!

Uma pequena lembrança da noite, eu ao lado de Tavinho, PP, André e Marcelo, forma minha namorada Mariana e meu camarada Akio.  

sábado, 27 de agosto de 2016

SHOW DO ANGRA - VIVO RIO - RIO DE JANEIRO

      Não é novidade que o Angra atravessa um bom momento desde que Fabio Lione entrou na banda. Com o bom Secret Garden lançado para comprovar isso, o Angra conta agora com uma estrutura invejável para o Heavy Metal nacional, ao lado da aprovação e suporte dos fãs. Isso tudo permitiu a banda celebrar como se deve os 20 anos de Holy Land, sua obra-prima e um dos discos mais importantes lançados por uma banda brasileira de Heavy Metal em todos os tempos - eu diria até o mais importante ao lado de Chaos A.D do Sepultura. 
      E quem entrava no Vivo Rio já notava a imponência do palco. Duas baterias, percussão e teclado, cenário impecável numa casa grande onde recentemente já se apresentaram Dream Theater, Judas Priest e Blind Guardian. Se não estava em sua lotação máxima, o público era mais que digno, enchendo boa parte da pista comum - e não fazendo o mesmo na desnecessária pista premium. Para a noite, Rafael Bitencourt e Marcelo Barbosa (guitarra), Fabio Lione (vocal), Bruno Barbosa (bateria) e Felipe Andreoli (baixo) ganhariam reforços de peso. Ricardo Confessori e Luis Mariutti - bateria e baixo do Holy Land -, Junior Carelli (teclado) e Dedé Reis (percussão) são os caras que, ao lado da formação atual, fariam ser possível os complexos arranjos do disco em cima do palco. O resultado foi ótimo. 
     Com o objetivo de voltar 20 anos no tempo, o show começa no presente. Newborn Me abre o espetáculo com classe, mostrando a força de Secret Garden. Então vem uma grata lembrança de Fireworks, com a magnífica Wings of Reality deixando claro que a noite prometia. Depois vem a primeira lembrança da era Falaschi, com a sempre presente Waiting Silence. Deixa para a celebração a Holy Land ter inicio. Era diferente o clima criado, mostrando a relação especial de cada um dos presentes com esse disco fundamental. O hino Nothing to Say já chega colocando o lugar abaixo. Já pesada por natureza, vira uma bomba com duas baterias no palco em perfeita sincronia. É o início da participação mais que celebrada de Ricardo Confessori. Dedé Reis também faz a sua parte, e a batucada é digna da riqueza musical de Holy Land. Dando sequência a obra, vem a maravilhosa balada Silence and Distance. Então é hora do grande momento da noite. Uma tribal jam com o trio percussão/batera dupla da um show a parte para abrir caminho a indescritível Carolina Iv - na minha opinião a melhor música da carreira do Angra. Valverde foi tomar um ar depois da introdução, deixando para Confessori as honras de comandar a bateria. O lugar ganhou ares especiais, com a viagem promovida pela música que sintetiza o espírito de Holy Land. Em seus 10 minutos de complexa execução, o ingresso já estava devidamente pago com doses cavalares de emoção. Ainda era difícil de acreditar no que estava acontecendo, mas em discos perfeitos como o celebrado na noite, não tem tempo de respirar. A antológica faixa-título é acompanhada por palmas em seu ritmo, que mesmo passados 20 anos ainda surpreende na fusão de elementos que promove. The Shaman é tomada de assalto pelos músicos convidados, que fizeram possível sua apresentação. Nela Mariutti é recebido pelo sensacional coro de "Jesus", apesar de seu cabelo já cortado. É ele que fica responsável pelo baixo nas próximas 3 músicas do disco. A belíssima Make Believe tem Rafael nos vocais, algo que se repetiria algumas vezes. O veterano da banda na ausência do Kiko se mostra cada vez mais interessando em ser vocalista pontual. Lione reassume seu papel em Z.I.T.O, outro momento indescritível da noite. Em seu final, Rafael não deixa de brincar com o mistério em torno do título dela - um dos fatos mais peculiares da história da banda. Então pega o microfone novamente para Deep Blue - não custa dizer, outro teste para cardíaco. É assim que acontece quando um disco perfeito em cada detalhe aparece com tanta raridade num show. 
      Com o disco quase completo já apresentado, Lione brinca com seus dotes vocais invejáveis e arranca aplausos de todos. é impressionante como o carisma e talento do italiano caíram bem na banda. A viagem no tempo é interrompida para um retorno ao presente - o que inclui Andreolli e Valverde de volta ao palco. Vez da já clássica Final Light agitar os presentes. O clássico Time vem depois, como única lembrança de Angels Cry na noite que era do seu sucessor. Com Andreolli mostrando em seu solo o porque de ser citado por um Alex Webster (Cannibal Corpse) como um dos mais completos baixistas do Metal, o mesmo introduz numa aula de baixo a também nova Storm of Emotions. Então Bittencourt surge com um violão isolado, lembrando que ainda falta um detalhe para fechar Holy Land. Esse detalhe atende pelo nome de Lullaby for Lucifer. Com celulares e isqueiros para cima num show de luzes, o clima criado no lugar é outro momento memorável da noite. Ainda nesse esquema, a magnífica nova Silent Call arrepia quem soube apreciar Secret Garden - essa é para mim a mais inspirada e linda canção do disco. 
     Para retomar o peso da brincadeira, Bruno mostra porque foi chamado para o Angra num solo matador de bateria. O cover para a sensacional Synchronicity II do Police é apresentado aos brasileiros, que não esteve na sua edição de Secret Garden. Versão digna de um clássico do Rock N'Roll.  Angels and Demons, outro acerto absurdo do setlist, passa mostrando todo o poder de fogo de Temple of Shadows. Para fechar a brincadeira, a dobradinha Rebirth e Nova Era, verdadeiros hinos do Angra.
      De todos os shows da atual formação do Angra que vi, esse foi de longe o melhor. Em que pese a ausência de Kiko - vale dizer que muito bem substituído por Marcelo Barbosa -, um set simplesmente matador feito para o verdadeiro fã da banda foi apresentado com perfeição pela atual formação e seus convidados. Uma aula também para certas bandas que simplesmente não conseguem vez ou outra cortar algumas músicas para prestigiar raridades. Angels Cry, Carry On e Lisbon não deixam de serem fantásticas, mas não precisam morar eternamente no setlist. Uma banda com tantas músicas fantásticas pode se dar esse direito. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

ROLLING STONES - TATTOO YOU

     Há 35 anos, os Rolling Stones lançaram um clássico que podemos considerar inusitado. A banda começava a era das grandes turnês em estádio com enorme produção, estando a frente de tudo no cenário do Rock mundial. Já gigante e com alguns clássicos, vinha de dois ótimos lançamentos - Some Girls e Emotional Rescue. Então basicamente para ter um "motivo para excursionar" e dar sequência a grande fase que vivia, eles arrumaram às pressas um catadão de sobras de composições setentistas. Nunca na história da música algo com tal origem foi tão bem sucedido.  
     A formação que continua de pé até hoje, com a inclusão do baixista Bill Wyman, sem maiores intenções acabou lançando um dos discos mais importantes da história do Rock. Uma música basta para defini-lo, e ela se chama  Start Me Up. Um dos hinos definitivos dos Stones foi recuperada do bau, e desde então quando Keith Richards e Ronnie Wood iniciam seu riff magnífico, qualquer estádio vem abaixo. Ela impulsionou as vendas, mas o disco tem muito mais - vale dizer que tem um pouco de tudo que a banda tem a oferecer de melhor. Waiting on a Friend é uma das baladas mais lindas da história do Rock, e com seu clipe igualmente ótimo na frente do prédio da capa Physical Graffiti do Led Zeppelin ela ficou ainda mais legal. Rockões a moda da banda como Hang Fire e Little T&A, ao lado de baladas únicas como Worried About You - ouvida por quem foi no 1o show de São Paulo esse ano - e No Use in Crying são outros momentos simplesmente indispensáveis. Na verdade mesmo, o disco por inteiro é indispensável. 
      Podemos considerar Tattoo You o último grande clássico dos Stones, mesmo com coisas ótimas como Steel Wheels e Bridges to Babylon saindo depois. A banda remanescente de uma era gloriosa do Rock chegava duas décadas depois ainda no auge, mesmo com muita coisa diferente surgindo nesse meio tempo. O inesperado clássico fez da turnê algo ainda maior do que se esperava. Um bom momento antes da guerra que estava para começar, carinhosamente apelidada por Richars como a "3a guerra mundial", onde o relacionamento entre ele e Jagger era péssimo e o nível dos discos caiu consideravelmente. Papo para depois, hoje é dia de celebrar Tattoo You! 

terça-feira, 23 de agosto de 2016

ENTOMBED A.D - DEAD DAWN

     Depois de muito tempo passado desde o lançamento de Serpent Saints - The Ten Amendments (2007), o Entombed se cansou de esperar. Rompeu com o guitarrista Alex Hellid e decretou o fim. Com uma sutil mudança de nome para Entombed A.D, em 2014 os remanescentes Lars Göran Petrov (vocal), Olle Dahlstedt (bateria), Nico Elgstrand (guitarra) e Victor Brandt (baixo) se juntaram ao guitarrista Johan Jansson e seguiram com a banda - com o lançamento de Back to the Front. Dispostos a tirar o atraso, esse ano já saiu Dead Dawn, o 2o disco de inéditas do renovado Entombed. 
     Johan Jansson deixou a banda, e em seu lugar entrou o brasileiro Guilherme Miranda, que certamente causou ótima impressão com o Krow durante a turnê pelo Brasil em 2015. O resultado é um disco ainda melhor de uma banda que honra o nome que carrega. Dead Dawn apresenta um Death Metal simplificado e extremamente eficiente. Talvez menos  "death 'n' roll", e ainda assim com a marca de uma das lendas do estilo tatuada na testa. A abertura com Midas in Reverse simplesmente não deixa pedra sobre pedra. Refrão marcante, melodia acertadíssima e levada insana. A faixa-título surge com um riff daqueles e segue a pancadaria única e tradicional do Death Metal sueco. Melhor parar por aqui, mas acredite, o disco é bom por completo e nada aqui é dispensável.
      Ao vivo e no estúdio, os suecos mais gente fina que tenho notícia seguem fazendo história dentro do Death Metal. L.G lidera a garotada, toma a banda para si e observa o atraso de 7 anos ir para o espaço como se o A.D no final do nome simplesmente não existisse. Compre sem medo, bote no play e escute mais uma aula de Death Metal cru e direto by Entombed.


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

BON JOVI - SLIPPERY WHEN WET

    Não tem como negar a qualidade dos dois primeiros discos do Bon Jovi. A banda tinha seu som calcado no AOR, e em "Bon Jovi" e 7800° Fahrenheit já começava a forjar seu nome no concorrido cenário oitentistas ao som de Runnaway, Tokyo Road, Silent Night, In and Out of Love e She Don't Know Me. Enfim, Jon Bon Jovi, Richie Sambora, Tico Torres,  David Bryan e o ex-baixista Alec John Such já tinham mostrado serviço. Ainda assim, faltava algo para a consagração definitiva. Se a banda se tornou a gigante que é, foi graças a Slippery When Wet, obra que completa 30 anos de lançamento hoje. 
     Vale citar o que levou o Bon Jovi a fazer o que fez. A banda chegou aqui no famoso esquema agora ou nunca. Com o auxílio precioso do compositor Desmond Child, a banda estava decidida a chegar muito além do que fez, por exemplo com Runnaway - maior hit até então. Ai a resposta foi com um caminhão de hits. Para citar só três, vamos aos maiores sucessor da banda até hoje. A power ballad Wanted Dead or Alive, a pedrada You Give Love A Bad Name e o hino máximo Livin' on a Prayer. Com apenas esse trio, já da para imaginar o estrago não? Tome vendas alucinantes, crescimento descontrolado, shows em estádios e arenas, fãs alucinadas e tudo que o sucesso máximo no Rock proporciona. O Bon Jovi chegou no lugar que se mantém a exatos 30 anos. Só citar o trio é muito pouco para o que esse disco representa. As não menos sensacionais I'd Die for You, Never Say Goodbye e Let it Rock foram outros hits instantâneos. O playlist é completo por Wild in the Streets, Raise Your Hands e Social Disease, sonzeras dignas do volume máximo com bebidas para festejar,e a balada Without Love - outra de inegável bom gosto. Enfim, um disco perfeito.
     Com essa obra, o Bon Jovi conseguiu destaque naquele único 1986. Foram discos e mais discos dignos para sustentar as obras lamentáveis que estavam por vir nos anos 2000. Coisas de quem fez um Slippery When Wet certo dia. Se dependesse de certos What About Now's, não passaria de uma bandinha do nível das aberturas no Rock in Rio de 2013. 


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

METALLICA - BLACK ALBUM

    Voltando 25 anos no tempo, o Metallica já tinha passado pela maior provação da sua carreira. O genial Cliff Burton faleceu numa tragédia na estrada, isso com a banda no auge criativo e em plena ascensão profissional. A perda foi superada - obviamente na medida do possível - com mais um grande lançamento e Jason Newsted no baixo. Mesmo nunca tendo sido plenamente aceito como membro do Metallica, a banda estava de pé. Era hora do auge comercial, e ele veio com "Metallica", ou como ele é conhecido mundialmente, Black Album. 
      O já gigante do Heavy Metal se uniu ao consagrado produtor Bob Rock a fim de ultrapassar todas as barreiras de um estilo. Fazendo concessões impensáveis nos primeiros dias - como o videoclipe de One no disco anterior por exemplo - era hora de em bom português, deixar o som mais acessível e comercial. Com isso a banda feriu de morte alguns dos mais antigos seguidores, mas chegou em um tamanho absurdo.  Com o Black Album, o Metallica não era mais um gigante só do Heavy Metal, mas um gigante do Rock - o que significa um saldo de estádios lotados até hoje, mesmo sem mais nenhum grande clássico lançado. Com os números até hoje assustadores, as contas estavam pagas.
    Mesmo mais acessível, Black Album é um trabalho irrepreensível para qualquer detrator. Hits do tamanho de Enter Sandman - com seu riff se tornando um dos mais clássicos da história -, a magnífica power-ballad The Unforgiven, a emocionante Nothing Else Matters, a pedrada Sad But True - com um toque de ironia sendo sempre apresentada nos shows com referência ao "peso" - e a épica Wherever I May Roam levaram o Metallica às massas. Já era o suficiente, mas para quem gosta de pesquisar o trabalho com profundidade, não faltam outros grandes momentos. My Friend of Misery é uma das minhas preferidas em toda história da banda, com um contorno simplesmente sensacional que infelizmente se perdeu em meio aos hits - sendo assim um eterno lado b. O lado mais pesado da banda está lá nas fantásticas Holier Than Thou, Through the Never, Of Wolf and Man e Don't Tread on Me. Sim amigos, longe do Thrash Metal do começo, mas ainda assim algo maravilhoso de uma banda que ficou conhecida por mudanças ao longo de sua história. The God That Failed, uma música pessoal de James Hetfield lembrando de como as orações não salvaram a vida da sua mãe sem tratamento, é outra obra fantástica e original daqui. 
     Naquele momento, James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammet e Jason Newsted chegavam num auge que os garotos que gravaram Kil Em All com ódio nos olhos não poderiam imaginar nem em seus melhores sonhos. Muito se fala sobre se isso seria permitido com Cliff Burton lá - na verdade isso é dito desde o 1o clipe e se agravando com tudo que viria depois. Discussões que não passam de achismo, mas o certo é que de algum lugar, o Hippie do Metal estava muito orgulhoso do feito dos amigos em honrar eternamente sua memória.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

SHOW DO MEGADETH - EXPOMINAS - BELO HORIZONTE

    Por obra e graça das olimpíadas, a extensa tour brasileira do Megadeth - divulgando o sensacional Dystopia - não passou pelo Rio de Janeiro. Sendo assim, escolhi o show de Belo Horizonte para assistir. A capital com a cena mais importante da história do Heavy Metal nacional (Overdose, Sepultura, Sarcófago, Mutilator, Chakal e tantos outros surgindo praticamente juntos) pesou na escolha dessa vez, mas infelizmente o público atual não honrou sua tradição. Foram algo em torno de 1.500 pessoas num lugar enorme, dando uma sensação bem esvaziada. A participação foi mediana também, o que talvez tenha levado a banda ao corte da previamente presente Mechanix. Contudo, não foi suficiente para prejudicar o show antológico que Dave Mustaine, Kiko Loureiro, David Ellefson e Dirk Verbeuren - substituto de Chris Adler - entregaram aos mineiros.
    A banda está em estado de graça com a nova formação. O chefe Mustaine apresenta a melhor forma em muito tempo, e como resultado temos um disco fantástico lançado recentemente. Era natural esperar o grande show que a banda vem apresentando no país. Com clássicos a perder de vista misturados a muitas provinhas do novo disco, os presentes receberam muito mais do que mereciam na minha avaliação.
    Alguns problemas técnicos aparecem ao longo do show, mas muito tímidos. Posso citar o baixo de Ellefson em Hangar 18 por exemplo. A prova disso foi um intervalo um pouco mais longo antes de Tornado of Souls devidamente explicado por Mustaine. Comprometedor? NEM PENSAR! Se em algo passível de tal classificação, é o público mineiro e a escolha de um local enorme e desproporcional. O som, o que mais interessa, estava num volume muito legal e o palco igualmente ótimo em estrutura e "decoração".
    Indo para o que interessa, o Megadeth escolheu começar naquele estilo "se você não sabe o que é isso aqui, melhor dar um fora daqui". Tome a traulitada Hangar 18, hino absoluto presente na obra-prima Rust In Peace. Obviamente, quem foi se emocionou profundamente com o que estava vendo, cantando até os famosos coros na rifferama de Mustaine e Kiko. Com todos devidamente aquecidos, é hora de pular para o presente na ótima The Threat Is Real - já muito celebrada. Devido a qualidade dela, era de se esperar a total aprovação no teste do palco. Agora vem para mim o grande momento da noite. Tornado Of Souls é minha música preferida do Megadeth. A pérola de Rust In Peace apresenta a perfeição máxima dentro do Thrash Metal, algo digno de um legítimo "Big 4". Riffs, melodia, letras, solos e todo o resto - não existe absolutamente nada menos que perfeito nisso aqui. Poder ouvir tal maravilha ao vivo como uma banda afiada é uma dádiva dos deuses do Rock! Para completar, antes de começar ela, Mustaine deu seu boa-noite e dedicou a mesma para o recém falecido Nick Menza - baterista responsável pelas levadas insanas que Dirk Verbeuren honrou naquela noite. Ar reposto depois de tanta emoção, vem mais novidade -  Poisonous Shadows. Um dos muitos momentos de Dystopia com a marca de Kiko, era hora dele brilhar e ter seu nome gritado. O timbre imposto no som é digno de todos os elogios que Mustaine vem dando publicamente ao mesmo.
   Então é hora de nostalgia, numa dobradinha oitentista que se configurou em um dos melhores momentos da noite. Tocadas coladas, vemos Wake Up Dead - um dos muitos Thrasões magníficos de Peace Sells... but Who's Buying? - e a belíssima In My Darkest Hour - de So Far, So Good... So What! - matarem os velhinhos do coração. Ambas estão entre minhas preferidas, sendo que a última eu colocaria numa 2a colocação. Deu para notar que até aqui, a turma já tinha pago a viagem e o ingresso não? Não tenho como descrever a sensação de urrar cada verso delas junto com Mustaine ao vivo. Voltando a Dystopia, vem a maravilhosa instrumental Conquer or Die!. Não tem como não dar destaque absoluto para Kiko nela. O nosso representante teve aqui sua devida apresentação aos fãs da banda que por acaso não conheciam tão bem seu trabalho no Angra. Em seguida vem para mim a melhor nova. Fatal Illusion é digna dos melhores trabalhos do Megadeth, e teve seu final alucinante como ponto forte. Então chega a hora de mais uma sequência de clássicos daquelas. She-Wolf representa um dos poucos momentos grandiosos de Cryptic Writings, sendo uma das mais celebradas da noite. Em seguida vem o momento solo de David Ellefson com a tímida Dawn Patrol tocada com um playback apenas com ele no palco - tocando, apesar do som ao fundo. É a deixa para outro grande momento da noite, que foi simplesmente Poison Was The Cure - outro som daqueles de Rust In Peace. Os fãs mais entusiasmados não acreditavam no que estavam vendo. Então hora de Coutdown to Extinction dar as caras, com o clássico Sweating Bullets. A Tout Le Monde vem em seguida para fazer até uma pedra se emocionar. A cantoria final rolou, mas muito mais timidamente do que de costume. Trust - outra sempre presente - segue com a sinfonia. Post American World é antecedida por uma apresentação de Mustaine como uma das preferidas dele no novo trabalho. O mesmo aproveitou para deixar claro a ausência de preconceitos dela de forma até certo ponto emotiva - a despeito das críticas que disse ter recebido por ela. Citou como exemplo ter um brasileiro e um belga na banda inclusive. Seja como for, o que interessa é que a música é mais um grande momento do novo disco. Sua faixa-título encerra a participação de Dystopia no show. Agora ele se encerra com os 3 maiores clássicos do Megadeth - e um pandemônio na pista. Symphony of Destruction, Peace Sells e Holy Wars devastam qualquer fã da banda - tendo seus versos na memória ao longo dos dias que vem a seguir. Antes de Holy Wars, Mustaine da mais um discurso sobre como ela é real nos loucos dias que vivemos atualmente. Ele não deixou de apresentar seu desgosto com o atual presidente americano, mas como disse em seguida, não vamos falar muito disso.
     Mesmo com um público abaixo do esperado em todos os sentidos. o Megadeth fez uma apresentação antológica. Os que reclamam "Tal banda não vem em BH" deveriam pegar essa noite como exemplo para tentar fazer melhor numa próxima vez. Eu até confesso certo arrependimento por não ter visto o show de São Paulo, mas a felicidade de ter visto uma das minhas bandas preferidas em grande forma apresentando um setlist primoroso supera tudo. Se o Megadeth vem muito, depois do que vi espero que venha é muito mais! 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

THE BEATLES - REVOLVER

    Há exatos 50 anos, um dos maiores discos da história do Rock era lançado. A obra-prima dos Beatles chegou ao mercado numa fase muito madura musicalmente da banda. Não que algo feito anteriormente não tenha sido, no mínimo, ótimo. A questão é que a banda vinha em constante evolução e experimentalismo, com uma sonoridade cada vez mais ampla em influências. A mudança começou em Revolver, muito influenciada pela visão indiana de George Harrison - um diferencial. O curioso é que isso começou a acontecer justamente quando a lenda diz ter um sósia no lugar do falecido Paul McCartney. Sempre que falo sobre isso, digo em óbvio tom de brincadeira que o Paul original é foda, mas o cover gravou os melhores discos dos Beatles. 
      Com muita psicodelia misturada ao Rock N'Roll com as melodias mais geniais que o mundo já viu, nós ganhamos de presente um playlist único. Já começa com o Rockão sessentista até a alma Taxman - mais uma cortesia dos impostos absurdos cobrados na Inglaterra daqueles tempos. Muitas bandas deram uma fugida pra França por conta disso - vale registrar. A música é uma daquelas contribuições pontuais e preciosas de Harrison. Ele repete a dose no trabalho nas não menos magníficas I Want to Tell You e Love You To - essa última rica nas influências indianas em um resultado absurdamente maravilhoso. Assim é só o começo, e baladas capazes de emocionar até uma rocha em forma de gente são o grande destaque. A mais famosa delas é Eleanor Rigby. A pérola McCarteana de letra enigmática já gerou diversas teorias de sua origem, mas isso é assunto para outras empreitadas. Outras nessa linha são I'm Only Sleeping, Here, There and Everywhere e For No One. Não consigo poupar elogios a cada perfeição musical saida daqui. Yellow Submarine acabou se transformando num marco, gerando até um outro disco "trilha sonora" com seu nome e o clássico submarino na capa. As não menos impressionantes She Said She Said, Good Day Sunshine, And Your Bird Can Sing, Doctor Robert, Got to Get You into My Life e Tomorrow Never Knows não deixam por menos na aula prática de melodias que o disco promove. 
       Um disco presente nas mais elevadas prateleiras da história do Rock chega a meio século de vida. Os deuses do estilo ainda nos dão a graça de deixar Paul McCartney e Ringo Starr vivos e ativos. Esse tipo de trabalho é para se ajoelhar e escutar no máximo. O estrago que os anos 60 fizeram na música não tem data de validade! 


terça-feira, 2 de agosto de 2016

POISON - LOOK WHAT THE CAT DRAGGED IN

    O ano de 1986 é de tamanha e fascinante fartura que acaba sendo impossível para um fã de qualquer subgênero do Rock N'Roll não se identificar com algo. Tinha para todos os lados. É Classic Rock, Progressivo, Hard Rock, Heavy Metal, Thrash Metal, Punk Rock... Melhor parar por aqui, mas tudo tinha ao menos um representante fantástico nas prateleiras naquele ano. O Glam Metal, Hard oitentista ou mais aportuguesado Farofa é um dos que mais se destacava. Bon Jovi, Cinderella, Ratt - e porque não -, Whitesnake e Kiss daquela fase maravilhosamente farofeira jogavam discos fantásticos nas mãos da turma da Sunset Strip. O Poison não deixou por menos. 
     A banda estreiava com o disco que para mim é a sua obra mais fantástica - Look What the Cat Dragged In. A banda é daquelas que muitos puristas amam odiar, isso sem ao menos prestar atenção no que eles tem a oferecer. Quem vai além da capa com homens que mais parecem bonecas encontram aquele Rock N'Roll festeiro irresistível para ouvir bem alto enquanto entorna uma garrafa de Whiskey. A bateria de Rikki Rockett já inicia a sensacional Cry Tough, talvez a melhor música da banda. Preste atenção nos solos e riffs do loucão CC Deville e tente não pirar.O correto Bobby Dall também não deixa por menos no baixo sempre preciso. Bret Michaels está a frente de tudo com vocais precisos e uma grande performance de legítimo frontman. 
    O playlist é composto mais por rockões como Want Some, Need Some, I Want Action, Let Me Go to the Show e Look What the Cat Dragged In. Obviamente, não poderia faltar uma balada. Aqui temos a ótima I Won't Forget You. A modalidade seria bem mais explorada lá pra frente. Mas o status de clássico maior aqui é imbatível, com a sensacional Talk Dirty To Me e seu riff inesquecível. Seja como for, escute esse discão sem preconceitos bobos, e você ira descobrir músicas sensacionais. 


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

DISCOGRAFIA COMENTADA - MEGADETH

    Que tal aquecer a vinda de Mustaine e sua turma brincando de classificar a discografia do Megadeth? A banda tem disco para dar e vender em mais de trinta anos de história, muitos deles com qualidade indiscutível. Coloca-los em ordem não é tarefa simples, mas vamos tentar. Aproveite para botar alguns deles no talo e se preparar para mais uma sinfonia da destruição! 

EXCELENTE

Rust in Peace (1990)

     Amigos, não conheço absolutamente nada unânime nesse mundo. Mesmo assim, algumas coisas chegam perto disso. Quando o assunto é qual seria a obra-prima do Megadeth, 9 em cada 10 fãs vão dar a mesma resposta em alto e bom som. RUST IN PEACE! Nos três primeiros trabalhos o resultado foi interessante, mas o clima interno era simplesmente caótico. Aqui se encontrou a formação definitiva, a clássica e mais duradoura - e com melhores resultados também. Dave Mustaine e David Ellefson agora se juntariam ao saudoso Nick Menza na bateria e a Marty Friedman na guitarra. O resultado vem numa tempestade de Thrash Metal, bem mais limpo do que o delicioso caos visto anteriormente. O que podemos falar de hinos do porte de Tornado of Souls - para mim a mais perfeita da história da banda -, Hangar 18 e Holy Wars? Um EP com as três já seria algo devastador no estilo. Obvio que não é só isso, e Take no Prisioners, Lucretia, Poison Was The Cure, Five Magics e Rust in Peace... Polaris não fazem por menos. Citei praticamente o playlist completo notou? Pois é, impossível não fazer isso com o disco que está eternamente na minha cabeceira sem um pulo sequer. 

Countdown to Extinction (1992)

     Decidir a 2a colocada já é uma tarefa mais complicada. Para mim é empate técnico com Peace Sells, mas por pontos fico com a obra que deu sequência a Rust in Peace. Sequência no sucesso e nos hinos eternizados, mas é bom dizer que não foi necessariamente no tipo de som apresentado. A banda da uma pisadinha no freio - longe de ser pejorativa é bom dizer -, mas é um fato inegável. Em português bem claro, ficou mais acessível. Ruim? NEM PENSAR! Com isso alcança os resultados mais fantásticos em termos de venda. No playlist, temos o hit definitivo Symphony of Destruction. Fora ele, o trabalho nos reserva os também clássicos Skin o' My Teeth e Sweating Bullets. Além dessas, temos as também indispensáveis Architecture of Aggression, Foreclosure of a Dream, This Was My Life, Ashes in Your Mouth e a faixa-título. Essas maravilhas e muitas outras nós pudemos apreciar naquele show antológico do Via Funchal em 2012. Mais um trabalho grandioso que a formação clássica entregou ao Heavy Metal.

ÓTIMOS

Peace Sells...But Who's Buying? (1986)

    Com sangue nos olhos e movido pela vingança, Dave Mustaine vinha do bom - e nada além disso -, Killing Is My Business... and Business Is Good! disposto a dar o salto definitivo no concorrido cenário do Thrash Metal de 86. No ano mais importante na história do estilo em termos de lançamentos, a formação do Megadeth era completa pelo companheiro quase inseparável David Ellefson, o guitarrista Chris Poland e o baterista  Gar Samuelson. A formação é muito boa, mas o caos tóxico no ambiente era tamanho que forçou a ruptura imediata antes do lançamento do sucessor  So Far, So Good... So What!. Independente da situação interna, o resultado impressiona - sendo talvez um dos maiores milagres do Rock se levarmos em conta as circunstâncias. Peace Sells é o grande salto da carreira do Megadeth, numa enxurrada de Thrash Metal deliciosamente sujo que marcou a década para a banda. A pegada de músicas como The Conjuring, Devil's Island, Good Mourning/Black Friday e My Last Words é única, me emocionando a cada audição insana com uma velocidade acima da média e letras magníficas. O disco eternizou dois hinos do Thrash Metal - até hoje obrigatórios em qualquer show do Megadeth. São eles Wake up Dead e principalmente Peace Sells - um dos mais marcantes riffs de baixo da história. Uma verdadeira obra-prima! 

Youthanasia (1994)

    Dado o sucesso estrondoso de Countdown to Extinction, a formula encontrada nele foi usada no disco que viria na sequência. E com magnífica precisão. Considerado por muitos o disco mais injustiçado do Megadeth, Youthanasia mostra pela 3a vez seguida a força da formação clássica. Ele é hoje praticamente uma obra cult da banda, eternizando um hino (A Tout Le Monde) e um belo playlist no papel de eternos lados b da banda. A maravilhosa power-ballad se transformou em uma das músicas mais lembradas da banda até hoje, mas o disco vai muito além dela. Reckoning Day, Addicted to Chaos, a épica Blood of Heroes, a bombástica The Killing Road e a faixa-título são pérolas que, para quem nunca procurou, exigem a devida garimpagem. Infelizmente, foi o último disco da fase gloriosa da banda. A formação permanece intacta para Cryptic Writings, mas mesmo nos oferecendo os clássicos She-Wolf e Trust, passa longe dos antecessores. 

BONS

So Far, So Good... So What! (1988)

     Como foi dito no parágrafo em relação ao Peace Sells, a caos interno obrigou a troca de meia banda. Mustaine e Ellefson agora estariam ao lado de Jeff Young (guitarra) e Chuck Behler (bateria). Resultado prático? Um caos ainda maior e duração relâmpago de uma formação que praticamente soltou o disco e explodiu. Nesse cenário, o Megadeth novamente fez milagre ao soltar mais um grande trabalho - que se não tem a excelência do anterior, não deixa de ter grandes momentos. In My Darkest Hour é o clássico maior dele, e está seguramente no meu top 5 de preferência em toda história da banda. A bela homenagem a Cliff Burton quando, tardiamente, Mustaine soube da triste notícia não poderia sair por menos que isso. Além dela, as pedradas Set The World Afire, Hook In Mouth e Liar seguem na linha de Peace Sells - e são igualmente magníficas. Vale destacar o cover para Anarchy in the U.K do Sex Pistols, 502 e Mary Jane. Mais um milagre em meio ao caos oitentista do Megadeth. 

Dystopia (2016)

     Diferente de muitas bandas da sua época, o Megadeth chegou aos anos 2000 com pique de sobra em lançamentos de estúdio. Depois dos problemas na coluna do líder Mustaine, constantes trocas de formação (inclusive do fiel escudeiro David Ellefson por um período) e discos não tão bem sucedidos, podemos citar ao menos 5 discos ótimos do Megadeth de 2004 para cá. O que vai completar a parte nobre da brincadeira, numa difícil decisão, é ao meu ver o mais recente. Endgame também poderia estar aqui, mas Dystopia ainda ganha dele por pontos. Depois do desastre de Super Collider, Mustaine e Ellefson vem a outra metade da banda partir junta. Depois de quase juntar sua formação clássica - plano que falhou em meio as negociações -, os novos companheiros surpreenderam o mundo do Metal. Eram eles o brasileiro Kiko Loureiro (Angra) na guitarra e o grande Chris Adler (Lamb of God) na bateria. O baterista deixou claro que a prioridade era sua banda de origem, ao contrário de Kiko, que já tem status de queridinho do chefe. O resultado foi um trabalho magnífico e músicas do porte de Fatal Illusion - essa com uma inegável pegada Peace Sells, Post American World, Poisonous Shadows, The Threat Is Real e a faixa-título. Essas e mais algumas tem tudo para serem eternizadas pelo teste do tempo. 

RUIM

Super Collider (2013)

     Sabe o ótimo momento de 2004 para cá que acabei de citar? Pois é, este trabalho aqui destoa de tudo que foi feito desde então. O pior é que a banda vivia uma boa fase com o retorno de Ellefson no baixo, o ótimo Chris Broderick na guitarra e o razoável Shawn Drover na bateria. Nem o trabalho fraco prejudicou tanto assim, mas parece ter forçado a mudança para o Megadeth que vemos hoje. Se até ali o disco Risk era considerado por muitos o pior da banda, agora o posto está dividido. Mesmo com a regular Kingmaker se destacando, o disco é bem abaixo do que a banda pode produzir. Considero aquele trabalho razoável, que não chega a ser intragável, mas se comparado com os demais ele é sensivelmente pior. 


   O Megadeth tem muitos discos - até porque Mustaine nunca sossegou na eterna vingança contra o Metallica. Além dos citados, discos como Endgame (2009), United Abominations (2007), The System Has Failled (2004), TH1RT3EN (2011), Cryptic Writings (1997) e Killing Is My Business... and Business Is Good! (1985) são ao meu ver ótimos, merecendo sua atenção. Completam a lista Risk (1999) e The World Needs a Hero (2001), que se não são fantásticos, passam longe de ser dispensáveis. É isso por hoje, bom show a todos semana que vem! Estarei no de Minas, nos vemos no mosh!