sexta-feira, 30 de junho de 2017

KISS - LOVE GUN

   Falar do Kiss setentista é chover no molhado. Depois de botar pra jogo Destroyer e Rock And Roll Over em 1976, a máquina de dinheiro e música comandada por Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss estava a todo vapor - ainda no embalo de Alive I. Já ostentando o posto de gigante do Rock americano e mundial, não dava para descansar - mesmo vindo de um ano tão movimentado. Era hora de lançar mais um clássico, e em 1977 foi a vez de Love Gun chegar às lojas. O resultado é evidente no aniversário de 40 anos dessa obra fantástica. 
     Não da para falar dele sem começar pela faixa-título, o hit definitivo do trabalho. Desde a batida insana de Peter Criss em sua abertura, o que vemos é um gênio chamado Paul Stanley brilhar numa das interpretações mais inspiradas de sua carreira. De 77 até hoje, ela nunca mais deixou o setlist. Quem aqui nunca pirou, até mesmo em algum dvd, com o Starchild voando pelo público nos shows matadores do Kiss para depois cantar Loooooooooove Guuuuuuun daquela maneira única? A música é o perfeito resumo do que é a era que consagrou a banda. Rockão simples e direto, refrão grudento e letra totalmente descompromissada. A formula perfeita do sucesso do Kiss! O disco segue nessa toada. Shock Me pode ser considerado o auge de Ace Frehley. Além de cantar, nela o Spaceman forja um solo simplesmente magnífico. É para mim o melhor momento do disco. Mesmo sem o sucesso eterno de Love Gun, músicas do porte de  I Stole Your Love, Christine Sixteen, Tomorrow And Tonight e Plaster Caster são de audição indispensável. Num playlist inspiradíssimo, forjamos um clássico de 40 anos. 
      Mesmo iniciando um processo de desgaste que em poucos anos resultaria na separação da formação clássica, o Kiss não deixou de lançar algo extremamente relevante no ano do Punk Rock - o que é um feito tremendo que poucos gigantes do Hard Rock alcançaram ali. Love Gun é um disco obrigatório para compreender a fase mais brilhante desses quase 50 anos de história de uma das bandas mais importantes da história do Rock. Isso basta para você explorar os detalhes desse disco magnífico. 


quinta-feira, 1 de junho de 2017

BEATLES - SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND

      Todos sabemos que a boa arte é eterna. Também é de conhecimento público que o tempo é o maior juiz que existe para se fazer justiça a algo. Ainda assim, assusta o fato de um disco que completa em 2017 meio século de lançamento seguir surpreendente em todos os sentidos. Desde a célebre capa - uma das mais reproduzidas da história -  indo até a verdadeira revolução sonora promovida, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band conquista cada dia mais admiradores. A obra magnífica dos Beatles é obrigatória em qualquer coleção de amantes de boa música e tem lugar cativo nos mais célebres postos de qualquer lista de melhores discos da história da música. Motivos para tal existem de sobra. 
        Desde que a banda passou a se concentrar exclusivamente em seus lançamentos, basicamente por ter cansado do caos que era cada show em tempos de produção tão precária em estádios, o que se viu foi uma guinada. Para quem quiser entender melhor como funcionava, o documentário "The Beatles: Eight Days a Week - The Touring Years" é indispensável! Então Rubber Soul e o extraordinário Revolver chegam ao mercado com de uma riqueza sonora absurda, algo muito além do que se via nos primeiros lançamentos. Desde flertes de George Harrison com sonoridades asiáticas até o experimentalismo maravilhoso dos citados trabalhos, o que se veria no próximo passo dos Beatles foi um verdadeiro marco na história da música.
          Em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, a riqueza era simplesmente inacreditável para sua época. O que se via era uma banda no auge criativo, e músicas alucinantes como Being for the Benefit of Mr. Kite!, Within You Without You (da-lhe Harrison!), Good Morning Good Morning, Lucy in the Sky with Diamonds e a faixa título podem ser consideradas como a marca de toda a variedade sonoro produzida aqui. Instrumentos diferentões e barulhos diversos compõe cada trecho delas. É claro que o lado maravilhosamente simples de Paul, Ringo, George e Lennon aparecem em algum momento. When I'm Sixty-Four - que quando pensamos nos shows do letrista Paul McCartney aos 74 anos acaba soando hilária -,  Lovely Rita e Getting Better são bem ao estilo mais direto deles. Agora os dois marcos máximos para mim tem um o toque de Lennon, e outro de McCartney. A Day in the Life - uma das músicas mais maravilhosas escritas pelo homem -, saiu de 1967 para a eternidade numa marca eterna do Sr John Lennon. Já She's Leaving Home não poderia ser mais Paul McCartney. Basicamente sustentada numa daquelas melodias que só ele sabe fazer, chega para mim num top 5 da carreira da banda. 
        Qualquer músico que tente entender o que os Beatles fizeram aqui acaba ficando alucinado. Já são 50 anos que a maior banda da história levou a variedade sonora até um patamar inalcançável mesmo tanto tempo depois. Tudo que foi feito em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band ficou para a eternidade, e o impacto dele é evidente com a comoção criada num aniversário tão importante. Em 2017, Paul e Ringo seguem ativos para manter esse legado. Rezamos toda noite que isso ainda dure por mais e mais tempo.