domingo, 23 de julho de 2017

SHOW DO EDU FALASCHI - TEATRO RIVAL - RIO DE JANEIRO

    O Angra é uma instituição do Heavy Metal brasileiro. Sobre isso não restam dúvidas. Agora é inegável que a história da banda é rica em turbulências, polêmicas e coisas do gênero. Com fases e formações diversas, o Angra viveu o auge do estilo em dois momentos. Um com a formação original, e outro na inacreditável volta depois da saída de Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori. Coube a Edu Falaschi, Aquiles Prestes e Felipe Andreoli segurarem a bronca. Fizeram isso com lançamentos magníficos que marcaram toda uma geração no começo dos anos 2000. Esses tempos que Edu Falaschi decidiu reviver com a atual turnê. 
      Iniciativa de um cara bem quisto por todos da atual formação - em que pese a polêmica pelo nome da turnê aparentemente já resolvida - e por quem conviveu com ele naqueles dias, era hora de reviver uma época fantástica com o público. Já são seis anos que Edu saiu do Angra, e desde então sua carreira segue muito bem com o Almah e outros projetos. A causa era tão nobre que o homem conseguiu convencer Aquiles a tocar um material do qual ele se recusava a fazer há 10 anos. O mesmo fez questão de deixar isso claro ao longo da apresentação, falando que o motivo para aceitar era nunca ter tido nenhum problema com "aquele cara", no momento que apresentou o dono da festa para os aplausos - além de poder mostrar essas músicas no palco para quem não teve oportunidade de ver naqueles tempos. O tecladista Fábio Laguna foi outro a aceitar reviver o repertório do Angra, formando um verdadeiro time de estrelas. Do Almah, foram convocados o baixista Raphael Dafras e o guitarrista Diogo Mafra. Para fechar, Roberto Barros assumiu a outra guitarra. E que time entrosado! 
      Estava tudo pronto para um Teatro Rival sold out celebrar o legado do Angra com Edu Falaschi nos vocais. A antigo, pra lá de charmoso e acanhado teatro no subsolo da Cinelândia ficou pequeno para a noite, que teve muitos sem ingresso, forçando uma promessa de pronto retorno. Com um atraso mínimo, necessário para que todos os apressados que corriam do trabalho chegassem, a intro Deus Le Volt! da o clima do que seria a noite dali pra frente. Spread Your Fire, faixa que abre o fantástico Temple of Shadows, também é a responsável por fazer um público que tem o Angra no coração cantar cada verso com paixão. Em apenas uma música, fica clara a devoção do público pelo trabalho de Edu a frente da banda. Então Acid Rain, de Rebirth, segue exatamente com a mesma empolgação. O som vai se ajustando, mas já é muito bom. Running Alone, uma espécie de lado b da estreia de Falaschi, tem ótima recepção, com seu refrão marcante muito cantado.
     Como de Edu, Aquiles - que teve o nome gritado na mesma proporção de Falaschi pelos presentes durante todo show - e Laguna todos já sabiam exatamente o que esperar, as atenções caíam sobre os responsáveis por tocar as partes de Andreoli, Kiko e Rafael nas gravações originais. Sim, isso não é tarefa simples, mas não tenho uma virgula para colocar nas performances. Todos tocaram com muita personalidade e correção, sem errar nada e conseguindo dar aquela sensação que estávamos em um show do Angra lá por 2004 num Canecão lotado. Entrar nessa e dar conta de partes tão complexas de instrumentistas acima da média não é para aventureiros, e o trio Raphael, Diogo e Roberto deu conta com sobras.
    Ai Edu se dirige ao público com um sorriso no rosto de arrepiar. Com aquele consagrado carisma "atrapalhadão" que sempre teve - quem não se lembra das célebres intervenções no DVD gravado no Via Funchal durante a turnê do Rebirth? -, comentou da dura que a banda tomou da polícia vindo pro Rio, fez piadas com os integrantes, público e tudo que tinha direito. Falou da saudade que tinha da cidade, agradeceu a casa por abraçar o projeto e prometeu pronto retorno para agraciar os que não conseguiram comprar ingressos. Isso basta para perceber o tamanho da felicidade do homem por fazer esse projeto. Num dado momento, ainda reproduziu em tom de ironia uma das falas daquele DVD ("vamos voltaaaaaaar no tempooo" para introduzir algum som de Rebirth).
     A balada Wishing Well, música que me apresentou o Angra na época de Temple of Shadows tocando diariamente na "falecida" Rádio Cidade, deu sensação de saudosismo semelhante aos que acompanharam cada verso. Caça e Caçador é uma das grandes surpresas do set, presente no EP Hunters and Prey. Como o público era profundo conhecedor de toda obra da banda, a letra em português foi cantada em uníssono. Angels and Demons chega colocando a pegada na 5a marcha, transbordando velocidade para fazer os bangers baterem a cabeça sem medo de ser feliz. Heroes of Sand já é certa em todos os shows de Edu com o Almah, e não seria agora que essa pérola de Rebirth não iria dar as caras. Claro que ouvir esse refrão maravilhoso é sempre de arrepiar! Nem só de clássicos Edu e Aquiles viveram naqueles tempos. Ainda assim, a celebração não iria esquecer dos discos menos consagrados. Breaking Ties foi a responsável por representar o "patinho feio" Aurora Consurgens, que para muitos é o início do fim dessa fase do Angra. Tem sua qualidade, mas honestamente, passa vergonha numa comparação com o que veio ao longo da noite.
     Na parte acústica da apresentação, Edu assume o violão - algo que fez muito ao longo do show -, e puxa aquele tema sempre pedido por todos. Pegasus Fantasy vem diferente, só no violão, mas empolga bastante como de costume. Ai o baile segue com versões para o hino do Iron Maiden "Flight of Icarus" - muito celebrada com direito a gritos de "Maiden" - e "Trem das Onze", do magnífico Adoniran Barbosa - também muito cantada, para provar que o público sacava de música boa em qualquer ritmo. Ainda na pegada acústica, é hora do Angra voltar. A única Late Redemption é para mim o ponto máximo do show. Ouvir essa pérola sempre me da uma paz de espírito única, principalmente quando ela aparece num show sendo cantada com tanto entusiasmo pelos presentes. Ai é hora de Aquiles brilhar no seu solo, que teve brincadeiras com a gravura de polvo no topo do kit e tudo. Como um dos donos da festa, seu nome foi muito celebrado mais uma vez.
     Ai começa a reta final na espetacular The Temple of Hate. A maravilhosa balada Bleeding Heart simplesmente arrepia, e Millennium Sun só arremata a porra toda. Que momento único foi esse! Waiting Silence é uma escolha óbvia, mas Live and Learn surpreende em mais uma lembrança de Hunters and Prey. A parte regular do show estava fechada com chave de ouro. Para o bis, as escolhidas foram os dois maiores clássicos dessa era, sendo o encerramento óbvio para a celebração que presenciamos. Sim, estou falando de Rebirth e Nova Era, que devastaram o local.
     Edu Falaschi teve uma noite de redenção. Sua fase de altos e baixos no Angra é um marco no Heavy Metal nacional, e ele parecia precisar reviver o enorme legado que deixou. Ainda cantando muito, teve uma noite gloriosa. Com o tempo, sempre ele, o público fez justiça ao que foi feito cantando com entusiasmo cada música num show lotado. A coisa era séria desde a escolha criteriosa da banda, elaboração do repertório e arranjos cuidadosos. Mesmo com o foco numa fase muito específica, o legado de Edu Falaschi na passagem pelo Angra é tamanho que muita música fantástica não conseguiu espaço no setlist. Podemos citar rapidamente Judgement Day, Unholy Wars, Morning Star, No Pain for the Dead e Winds of Destination por exemplo. Sinal de escolhas erradas? DE JEITO NENHUM. Apenas um indicativo de que ele fez muita coisa legal com a banda mesmo. Depois da apresentação, mais uma mostra da figura sensacional que é o dono da festa, e por consequência a banda. Atenderam cada fã que procurou por eles, de forma gratuita, pouco se importando com o tempo. Infelizmente não sabia que tinha isso, e acabei saindo antes, mas ainda assim realizado com o show incrível que presenciei!


sexta-feira, 21 de julho de 2017

GUNS N ROSES - APPETITE FOR DESTRUCTION

     Nos idos de 1987, a disputa por espaço no cenário da Sunset Strip era pesada. Todos estavam lá em busca de oportunidade, colocando flayer em qualquer centímetro de parede e tentando uma chance de tocar nos históricos clubes da região. O Guns N'Roses surgiu desse meio, juntando um time brilhante que chamava atenção por onde passava. Menos que isso tornava impossível algo parecido com o que a banda virou, já que nomes como Ratt, Motley Crue, Bon Jovi e Poison já dominavam tudo quando o assunto era Hard Rock, e não faltava concorrência para tentar igualar essa turma. Agora aquela banda era diferente, e com muito mais couro preto do que roupa colorida, o Guns estava pronto pro combate. Com todos os perrengues e loucuras da vida de futuras estrelas de Rock sem grana, e já com o ep de estreia Live ?!*@ Like a Suicide pra apresentar - numa mistura com Reckless Life e Move To The City ao lado das versões de Mama Kin (Aerosmith) e Nice Boys (Rose Tattoo) e meia dúzia de aplausos copiados em estúdio na cara dura -, era hora de chocar o mundo do Rock com uma das maiores estreias que se tem notícia. 
      Appetite for Destruction é o Guns N'Roses. Nunca na história do Rock se viu uma estreia tão bem sucedida, capaz de levar uma banda dos buracos undergrounds num dia até os estádios no outro. Isso se deve ao talento de Axl Rose, Duff McKagan, Slash, Steven Adler e Izzy Stradlin. Do playlist, não temos muito o que falar. O que mais pode acontecer com algo que começa direto em Welcome To The Jungle? A pedrada foi direto da 1a exibição na madrugada da MTV para o céu. Com um riff memorável e peso descomunal, é um dos momentos mais marcantes da trajetória da banda. Dali pra frente, o que se vê é uma coleção interminável de hits. Tome It's So Easy, Nightrain, Mr. Brownstone, Paradise City e toda sua insanidade, a indescritível Rocket Queen e o hit máximo Sweet Child O' Mine - de brincadeira de estúdio para um dos maiores riffs da história. Até coisas menos consagradas, mas não menos marcantes, como My Michelle, Out Ta Get Me, Think About You e sua melodia única e You're Crazy são de conhecimento básico para qualquer iniciado no assunto. 
       A verdade que, por mais que o Guns N'Roses esteja longe de ser a maior banda da história e seus integrantes idem, é inegável a relevância e tudo que essa estreia representou para o Rock mundial. No Brasil, os relatos de quem viveu essa época dão conta de uma verdadeira explosão quando o lançamento deu as caras pela Galeria do Rock. A trajetória tinha tudo para ser longa, mas o sucesso meteórico elevou tudo a enésima potência, fazendo que pouco a pouco essa formação inigualável fosse pro espaço. Felizmente boa parte dele se reuniu recentemente, mas os tempos são outros. Nunca mais teremos um Guns N'Roses que consiga igualar essa estreia bombástica. 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

DREAM THEATER - IMAGES AND WORDS

    Um novo Dream Theater se reuniu em 1992 para lançar seu 2o disco. When Dream and Day Unite tem sua importância histórica, mas nunca o impacto ao menos parecido com o que a banda esperava. Assim sendo, James LaBrie é anunciado como a nova voz da banda que melhor fundiu Heavy Metal e Progressivo em todos os tempos. Junto de Mike Portnoy (bateria), Kevin Moore (teclado), John Myung (baixo) e John Petrucci (guitarra), o que seria a formação clássica da banda estava pronta para lançar o que esses 25 anos fariam ser sua obra-prima. O motivo dessa afirmação é muito simples. Images And Words tem tudo de melhor do cardápio do Dream Theater em 8 músicas magníficas. Um disco que é na verdade definição em dicionário do que a banda representa.  
     A abertura vem logo com o maior hit da carreira. Pull Me Under é completamente radiofônica para os complexos padrões do Dream Theater, tendo um refrão sensacional, riffs precisos e inesquecíveis, além de uma melodia simples e única. Uma aula de bom gosto nos mínimos detalhes. Já de cara, uma balada capaz de fazer qualquer brutamonte ficar manso segue a brincadeira. Ela se chama Another Day, e seu clipe fez história no auge da MTV. Pronto, a satisfação do ouvinte já estava garantida. Nessa mesma linha, Surrounded consegue ser ainda mais devastadora emocionalmente. Nela LaBrie manda seu "muito prazer" entregando a alma com a voz. Para entender o que é a banda, precisamos de algo longo e complexo nos mínimos detalhes instrumentais. Então toma Metropolis Pt. 1: The Miracle and the Sleeper, a melhor música que Portnoy, Petrucci e sua turma já nos ofereceram. O efeito catastrófico que ela causou no show inesquecível da banda em 2012 no Brasil prova do que esse som é capaz. Aula de genialidade que mereceu inclusive uma sequência no não menos relevante Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory, um dos grandes trabalhos dos caras. A saga de Portnoy contra o alcoolismo em forma de letra teve inicio com a espetacular Under a Glass Moon. O riff de Petrucci nessa aqui é de dilacerar corações dos que gostam de ouvir uma boa guitarra. Take the Time também tem grande destaque com a aula de baixo de Myung. Para fechar a conta, temos Wait for Sleep abrindo caminho para o encerramento magnífico com a épica Learning to Live. 
     Enfim, estamos diante de um playlist impecável em um dos melhores discos da história do Heavy Metal. A relevância dessa obra para quem curte um som mais trabalhado é enorme. Sem exageros e firulas, tudo aqui passa como um rolo compressor para os padrões do estilo. Awake é espetacular, mas ao meu ver essa obra é inigualável!


terça-feira, 4 de julho de 2017

SHOW DO SEXTRASH - CASTLE OF VIBE - RIO DE JANEIRO

     O Heavy Metal brasileiro é um dos mais ricos do mundo. Nesse meio, a cena que considero a mais marcante é aquela mineira formada no entorno da Cogumelo - loja e selo marcante no final da década de 80 na capital. Bandas como Sepultura, Sarcófago, Chakal, Overdose, Mutilator e Holocausto foram de Belo Horizonte para o mundo com seu som extremo. Coisa de que cativou membros de bandas como Opeth, Behemoth e Gorgoroth apenas para citar alguns. Na noite desse sábado, dia 1 de julho de 2017, os cariocas tiveram uma amostra magnífica de tudo isso com a apresentação do Sextrash na cidade. A lenda mineira devastou o acanhado Castle of Vibe com bom público, mas não lotado. 
      Agora é impossível não falar de lá. O público um pouco abaixo da capacidade foi até bom, pois do contrário é impossível se locomover. O problema maior mesmo é estrutural para quem vai tocar. O palco é bem pequeno, o que obriga um verdadeiro malabarismo na montagem do equipamento e posicionamento da banda durante a apresentação. O som só se ajusta com o show em andamento. Ainda assim, tudo lá foi feito com extremo profissionalismo da organização e público. Infelizmente é fazer lá ou não ter show, já que os empecilhos de locais melhores praticamente impossibilita esse tipo de evento. 
      Tudo começou com duas ótimas aberturas. Em decorrência do temporal que caía pela Lapa, acabei não vendo o show do Vorgok. Acabei chegando apenas na última música, mas como já vi eles anteriormente, certamente o Thrash Metal de 1a da banda devastou o local. Já a 2a banda foi a mais grata surpresa da noite. Finalmente vi o Massive Fire em ação, e a banda desponta como uma das mais legais do cenário carioca. O Heavy Metal direto e tradicional da banda carrega dois discos no currículo, e alguns dos bons momentos deles foram apresentados com muita correção. O grupo é um power trio invocado, com o já consagrado  Thomas Martin espancando a bateria - como faz também no Hatefulmurder -,  Luiz Felipe Souza mais que preciso no baixo e o grande Pedro Soriano solando fácil sua guitarra e cantando com uma voz limpa e sensacional. Vimos um show de improviso e técnica apurada a cada número, e uma performance que fez jus a escalação num evento tão legal. E mais, qualquer um que consegue fazer um bom show num palco tão limitado prova ter enorme potencial!
        Já com a noite ganha, chega a hora de me curvar ao monstro Sextrash com o melhor do Black Metal mineiro. Com o já citado apertadíssimo palco arrumado minimamente para receber 4 pessoas, Luck Arnold (bateria), Marck Monthebar (guitarra), Rodrigo de Carya (vocal) e Tommy Krueger (baixo) chegaram para devastar um público sedento pelo legítimo Metal mineiro. Com um som oscilante e vocal baixo de começo, a brincadeira com Funeral Serenade - faixa que da nome ao disco lançado em 1992, e exceção feita a Rodrigo com a mesma formação que o Sextrash ostenta hoje. Suck Me deu um pulo em Rape from Hell, disco que marcou o retorno da banda. Jack The Ripper vai direto para os primórdios da banda, no histórico EP XXX. A roda comia solta e os bangers que compareceram ao Castle of Vibe para essa noite histórica curtiam bastante cada momento. A banda tocava com a precisão que o palco limitado permitia. Para se ter uma ideia, a bateria estava tão no limite que se Luck se empolga um pouco, corre risco dela vir parar no chão da pista. Com tudo isso, nada que uma banda que conhece como poucas o underground não tire de letra.  Possessed By Cruelty, Sweet Suffering e fuck in All vem representando novamente o ótimo Rape From Hell num bloco infernal. Depois, é hora de falar da época de ouro, com a fantástica Torment of a Suicide. Com ela o clima esquenta, mas quando o clássico supremo Sexual Carnage chega, fica tudo muito mais insano. A intro do disco já fez um efeito devastador, que com o hino Alcoholic Mosh foi multiplicado por três! Nada melhor que seguir nesse clima com Black Church. Wind Assassin da uma subida para Funeral Serenade, e a dobradinha do clássico disco de estreia Seduced by Evil/ Genital Tumor fecha a conta regular. De bônus, versões matadoras para Ace of Spades do Motorhead e uma arrepiante de Nightmare do Sarcófago para lembrar as origens da banda com DD Crazy na bateria. Com honras ao Metal mineiro, acabou uma noite de mais puro Heavy Metal.
      Mesmo com os limites impostos pelo local, quem compareceu viu grandes shows com uma organização séria. Horários razoáveis, som na medida do possível e tudo mais. A cena precisa crescer, driblar divisões e com união possibilitar empreitadas mais ousadas a produção do que uma casa tão complicada como o Castle of Vibe. Se somos capazes de lotar um Circo Voador em shows de Amon Amarth e Lamb of God com Carcass, não existe motivo para não fazer um papel ainda maior com uma banda de tanta história. Por enquanto, é o que da, e deu como resultado uma noite monstruosa de Heavy Metal!