sábado, 2 de setembro de 2017

RUSH - A FAREWELL TO KINGS

      Com 2112, o Rush chutou o balde para as cobranças. O disco foi uma espécie de "vai ou racha" para a gravadora, depois do retumbante fracasso comercial de Caress of Steel. A ordem era ser mais "acessível". Hoje todos sabem que foi fazendo justamente o oposto que Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart conquistaram o mundo num dos maiores discos da história do Rock. Assim sendo,a tão querida liberdade criativa foi garantida para uma banda que tem a ousadia em seu DNA. Qual seria então o próximo passo? A resposta é simples, mais um clássico com o melhor do Hard Rock 70' e do Progressivo!
     Em A Farewell to Kings, o Rush consegue viajar pelo melhor dos mundos entre tudo que foi feito até então. Temos músicas longas, hardões setentistas de primeira e power ballads de arrepiar. Tudo começa com a magnífica faixa-título, que na minha avaliação é uma das 5 melhores da carreira banda. Começando num belo dedilhado de Lifeson, ela estoura num riff simplesmente memorável que só um dos maiores trios instrumentais da história do Rock poderia forjar. A aula segue numa melodia simplesmente mágica de uma letra que cai como uma bomba de tão perfeita que é. Tudo fecha a conta num refrão épico. Pronto, aqui temos uma música perfeita nos mínimos detalhes. Até hoje me pergunto como essa pérola não é ao menos um dos três maiores hits do Rush. Nos temas mais longos, temos duas porradas dignas de um Rush no auge. Xanadu - uma das músicas mais queridas dos fãs até hoje - e Cygnus X-1 são uma verdadeira aula prática de gênios no assunto. O papel de maior clássico do trabalho fica com a linda Closer to the Heart. Simples como só ela, quarenta anos depois ainda faz muito barbudo chorar com sua letra magnífica. Cinderella Man e Madrigal fecham a conta de forma não menos impecável.
     O disco em questão está para mim entre os três ou quatro melhores do Rush, representando com perfeição o seu auge - os anos 70. Dali a banda seguiu sua jornada pelo mais alto nível do Rock N'Roll, com boas vendagens disco após disco. Depois de 40 anos, essa obra segue sendo uma das mais relevantes na longa e gloriosa carreira do Rush.