Eu entrei no Circo antes da apresentação do Gangrena Gasosa, responsável pela abertura do evento. A casa não chegou a estar lotada, mas o publico estava em bom numero. Calculo algo em torno de mil pessoas, numa casa que comporta 2.500, algo notável para uma banda brasileira. O Gangrena Gasosa sempre proporciona um espetáculo interessante. O grupo é formado por ''entidades'' como Zé Pelintra, Omolu, Exu e Pomba Gira. Com todos devidamente caracterizados, um cenário de palco muito semelhante a um centro espírita, e letras muito divertidas, a diversão é garantida. Destaque para as músicas A Supervia Deseja A Todos Uma Boa Viagem, Quem Gosta de Iron Maiden Também Gosta De KLB e Se Deus é 10...Satanás é 666. Ótima abertura, com o público cantando junto com a banda várias canções, provando a força que o Gangrena tem hoje no underground carioca.
Com as turbinas aquecidas, era hora do Ratos De Porão entrar em ação. Quando você olha para o palco, enxerga a mesma formação que lançou o Crucificados em 1984. Jão assume a bateria, especialmente para essa apresentação (depois deste disco, ele foi para a guitarra, e assim está até hoje). Mingau fica na guitarra, posto ocupado por ele apenas no disco. Jabá assume o baixo, sendo ele um dos membros fundadores da banda, nela permanecendo até o grande disco Anarkophobia, a chamada fase clássica da banda. Fechando o time, temos João Gordo nos vocais. A banda foi essa mesma durante toda a apresentação, com os atuais membros Boka e Juninho nem pisando no palco. Isso tudo fez com que o público realmente voltasse ao ano de 1984, com repertório e banda da época. A porradaria já começa com Morrer, e a mais que rápida Caos. Estava oficialmente aberto o Crucificados, e o show seguiu com Guerra Desumana. Em Agressão/Repressão o mosh fica absolutamente insano. A letra é para lá de atual, e é para mim o ponto alto do disco. Tudo foi muito rápido, e com pouco papo. Seguindo com o álbum, vem Obrigado A Obedecer, Asas Da Vingança, Que Vergonha e Poluição Atômica, cada uma delas com no máximo 1 minuto de duração. Todos pareciam não acreditar no que estava acontecendo. A carnificina tem sequência com Pobreza, F.M.I , a ''enorme'' Só Pensa em Matar, com mais de 2 minutos de duração, Sistema De Protesto, Não Me Importo e a absolutamente realista Periferia. A faixa-título era a próxima, causando uma catarse nos presentes. Agora o mosh saiu do controle, e a casa foi realmente abaixo. Corrupção encerra o disco, e a primeira parte do show. Eu na hora pensei que era a vez da atual formação aparecer, mas não foi bem assim não. Mingau, Jabá, Jão e Gordo estavam de volta ao palco, para o que seria o bis. A banda tocou músicas presentes na coletânea Sub, lançada em 1983, com bandas como Ratos De Porão, Cólera e Fogo Cruzado, como Parasita, Realidades Da Guerra, e outras faixas dos primórdios da banda como Destruição, Novo Vietnam e Fim Daqueles Que Querem Nos Governar. Assim estava encerrado um show antológico do Ratos De Porão, com pouco mais de meia hora de duração. Curto e grosso, a apresentação teve ares de 84, em algum esconderijo Punk paulista, o que prova que a boa música não envelhece nunca. O show foi gravado, e deve virar um Dvd em um futuro próximo, o que me deixa extremamente honrado.
Gordo
Jabá, muito gente fina!
!
Jabá
Ze Pelintra
Jão e João
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