Numa sexta-feira 13 onde o folclórico terror proposto se transformou na triste realidade da banalização da vida humana, os cariocas puderam ter momentos de diversão em meio ao inferno em que o mundo se transformou - coisa que só a boa música pode proporcionar. O Circo Voador iria reunir dois monstros sagrados do Heavy Metal brasileiro, os indispensáveis Krisiun e Ratos de Porão. Falar da importância de ambos no passado e principalmente no presente da nossa cena é chover no molhado, mas não custa dizer que uma reunião deste nível em uma única noite é digna de nota.
O público estava longe de lotar a famosa lona, mas também não fez feio, comparecendo de maneira bem honesta. Muitos tinham a dupla no coração, meu caso, e outros preferem ligeiramente um estilo a outro, mas a reunião fez da noite uma legítima celebração a música pesada brasileira. Presenças ilustres eram vistas na pista, e devidamente lembradas por Alex Camargo em certo ponto da apresentação. Gente do Hatefullmurder, Lacerated And Carbonized, Taurus (!!!) e Nervosa deixavam o público ainda mais especial. Ver bandas da importância de Krisiun e Ratos em ação numa casa como o Circo faz a tal da cena carioca pulsar, e a resposta foi extremamente positiva.
Coube ao Krisiun dar inicio a brincadeira. A banda vem divulgando Forged In Fury, o magnífico trabalho lançado recentemente, pela 1a vez na cidade. O público estava disposto a curtir cada segundo dos dois shows, e fixava os olhares na banda mais forte do Heavy Metal brasileiro da atualidade. O que Max, Moyses e Alex fazem no palco é dificil de explicar, típica destruição sonora de um power trio infernal com tecnica apuradíssima. Já vi eles em ação algumas vezes, mas é uma experiência sempre gratificante.
O trabalho começou com o clássico Kings Of Killing, uma das músicas mais importantes da carreira dos gaúchos, a mais relevante do deliciosamente sujo Apocalyptic Revelation. Fazendo uma ponte direta com os trabalhos mais recentes e técnicos, vem a já clássica The Will to Potency, presente em The Great Execution. Essa já virou um tema indispensável em qualquer show. O líder Alex Camargo agradece efusivamente a presença de cada fã, citando que sem eles nada seria possível. A humildade desses caras é algo impressionante, e pude comprovar isso no show com o Cavalera Conspiracy ano passado, quando fiquei cerca de 15 minutos conversando com eles. A maravilhosa Slaying Steel é uma das novidades no set do Krisiun para a nova tour. Lembrar da obra-prima Southern Storm é sempre bom. Scars Of The Hatred vem para apresentar ao público a mais nova pedrada lançada, e já chega provando ter tudo para virar clássico. O desempenho de Moyses num riff fantástico vale ser lembrado. O mosh dava voltas na pista no ritmo do novo som, só para provar que com o Krisiun não tem erro de estúdio. Vengeance’s Revelation da sequência a panadaria. Sentenced Morning é mais uma doce lembrança de Southern Storm que não costumava aparecer nos shows da banda. Depois é a vez de Descending Abomination, outra já clássica de The Great Execution que não pode sair do repertório. A base do set mostra a força descomunal dos lançamentos mais recentes da banda. Ways Of Barbarism é a outra representante no novo disco. Ela abre espaço para o hino Blood Of Lions, e um solo de bateria destruidor do monstro Max Kolesne. O que vem depois é um momento de pura emoção, na lembrança da lenda que vimos partir essa semana. O grande Phil Animal Taylor, assim como o Motorhead, são claríssima influência no molde do som do Krisiun, banda pela qual os gaúchos tem verdadeira devoção. A homenagem vem com No Class, música que o krisiun já toca regularmente, mas no atual momento ficou ainda mais especial. A pista viu surgir o maior mosh-pit da noite. Todos prontos para a reta final, formada pelos hinos Combustion Inferno e Vicious Wrath. Murderer é o surpreendente encerramento. O clássico Black Force Domain foi uma ausência sentida, assim como qualquer representante do ótimo Conquerors of Armageddon, mas nada disso foi capaz de comprometer um show incrível desses.
Depois da apresentação maravilhosa do krisiun, a pressão para cima do Ratos de Porão aumentava. A banda gaúcha fez questão de lembrar a todos da honra que era dividir o palco com uma de suas maiores influências. João Gordo, Jão, Juninho e Boka - que também trazem na bagagem recente um discão de inéditas - vem disposto a fazer uma apresentação totalmente diferente do tradicional. A ideia é tocar o álbum de covers Feijoada Acidente? quase que completo. Sendo bem franco, não curti muito a iniciativa, por melhor que seja o trabalho. A real é que ele é um disco cover, e daqueles bem longos é bom lembrar. Numa apresentação de uma banda como o R.D.P, prefiro ouvir os incontáveis clássicos da banda. Na prática, minha opinião se confirmou.
Show ruim? NÃO, não mesmo, apenas um show que tinha tudo para ser bem melhor. O disco em questão foi lançado num período onde a banda estava afundada nas drogas, já sem o baixista Jabá, e numa espécie de crise criativa. Segundo o próprio Gordo, a viagem pelas influências punks da banda foi fundamental num resgate de identidade. Isso tudo transformou o Circo num grande baile pela história do estilo, mas o público mesmo não agitava tanto quanto o normal, e por vezes clamava pelos clássicos do Ratos.
Com uma produção de palco que nem o pano no fundo incluia, a ideia era apresentar para a galera os ditos clássicos. Gordo fazia questão de contar um pouco da história de cada banda. O público respondeu melhor nos clássicos O Dotadão Deve Morrer (Cascavelletes), Papai Noel (Garotos Podres) e John Travolta (AI-5). Fora isso, a base do show foi uma banda fortíssima ao vivo tocando para um público fiel, que curtia tudo, mas preferia ouvir outros sons.O momento que mais vibrei foi a real que o Gordo mandou sobre a extrema direita atual, lembrando que todos que ali estavam não são bem vistos por eles, fora os xingamentos aos politicos que não podem faltar. A melhor parte foi a reta final, com os hinos eternos Crise Geral, Crucificados Pelo Sistema, Beber Até Morrer e Aids, Pop, Repressão. Saldo final foi um bom show, com uma proposta original, mas que tinha tudo para ser bem melhor.
No final das contas, vimos uma apresentação irretocável do Krisiun e um bom show diferentão do Ratos de Porão. O Krisiun inovou no repertório, com base nos trabalhos mais recentes, assim mostrando a força dos mesmos. No fnal, saiu com o título de show da noite, mas o que os fieis amantes do Heavy Metal nacional tiveram foi uma grande noite de celebração com dois monstros sagrados da nossa música.
Coube ao Krisiun dar inicio a brincadeira. A banda vem divulgando Forged In Fury, o magnífico trabalho lançado recentemente, pela 1a vez na cidade. O público estava disposto a curtir cada segundo dos dois shows, e fixava os olhares na banda mais forte do Heavy Metal brasileiro da atualidade. O que Max, Moyses e Alex fazem no palco é dificil de explicar, típica destruição sonora de um power trio infernal com tecnica apuradíssima. Já vi eles em ação algumas vezes, mas é uma experiência sempre gratificante.
O trabalho começou com o clássico Kings Of Killing, uma das músicas mais importantes da carreira dos gaúchos, a mais relevante do deliciosamente sujo Apocalyptic Revelation. Fazendo uma ponte direta com os trabalhos mais recentes e técnicos, vem a já clássica The Will to Potency, presente em The Great Execution. Essa já virou um tema indispensável em qualquer show. O líder Alex Camargo agradece efusivamente a presença de cada fã, citando que sem eles nada seria possível. A humildade desses caras é algo impressionante, e pude comprovar isso no show com o Cavalera Conspiracy ano passado, quando fiquei cerca de 15 minutos conversando com eles. A maravilhosa Slaying Steel é uma das novidades no set do Krisiun para a nova tour. Lembrar da obra-prima Southern Storm é sempre bom. Scars Of The Hatred vem para apresentar ao público a mais nova pedrada lançada, e já chega provando ter tudo para virar clássico. O desempenho de Moyses num riff fantástico vale ser lembrado. O mosh dava voltas na pista no ritmo do novo som, só para provar que com o Krisiun não tem erro de estúdio. Vengeance’s Revelation da sequência a panadaria. Sentenced Morning é mais uma doce lembrança de Southern Storm que não costumava aparecer nos shows da banda. Depois é a vez de Descending Abomination, outra já clássica de The Great Execution que não pode sair do repertório. A base do set mostra a força descomunal dos lançamentos mais recentes da banda. Ways Of Barbarism é a outra representante no novo disco. Ela abre espaço para o hino Blood Of Lions, e um solo de bateria destruidor do monstro Max Kolesne. O que vem depois é um momento de pura emoção, na lembrança da lenda que vimos partir essa semana. O grande Phil Animal Taylor, assim como o Motorhead, são claríssima influência no molde do som do Krisiun, banda pela qual os gaúchos tem verdadeira devoção. A homenagem vem com No Class, música que o krisiun já toca regularmente, mas no atual momento ficou ainda mais especial. A pista viu surgir o maior mosh-pit da noite. Todos prontos para a reta final, formada pelos hinos Combustion Inferno e Vicious Wrath. Murderer é o surpreendente encerramento. O clássico Black Force Domain foi uma ausência sentida, assim como qualquer representante do ótimo Conquerors of Armageddon, mas nada disso foi capaz de comprometer um show incrível desses.
Depois da apresentação maravilhosa do krisiun, a pressão para cima do Ratos de Porão aumentava. A banda gaúcha fez questão de lembrar a todos da honra que era dividir o palco com uma de suas maiores influências. João Gordo, Jão, Juninho e Boka - que também trazem na bagagem recente um discão de inéditas - vem disposto a fazer uma apresentação totalmente diferente do tradicional. A ideia é tocar o álbum de covers Feijoada Acidente? quase que completo. Sendo bem franco, não curti muito a iniciativa, por melhor que seja o trabalho. A real é que ele é um disco cover, e daqueles bem longos é bom lembrar. Numa apresentação de uma banda como o R.D.P, prefiro ouvir os incontáveis clássicos da banda. Na prática, minha opinião se confirmou.
Show ruim? NÃO, não mesmo, apenas um show que tinha tudo para ser bem melhor. O disco em questão foi lançado num período onde a banda estava afundada nas drogas, já sem o baixista Jabá, e numa espécie de crise criativa. Segundo o próprio Gordo, a viagem pelas influências punks da banda foi fundamental num resgate de identidade. Isso tudo transformou o Circo num grande baile pela história do estilo, mas o público mesmo não agitava tanto quanto o normal, e por vezes clamava pelos clássicos do Ratos.
Com uma produção de palco que nem o pano no fundo incluia, a ideia era apresentar para a galera os ditos clássicos. Gordo fazia questão de contar um pouco da história de cada banda. O público respondeu melhor nos clássicos O Dotadão Deve Morrer (Cascavelletes), Papai Noel (Garotos Podres) e John Travolta (AI-5). Fora isso, a base do show foi uma banda fortíssima ao vivo tocando para um público fiel, que curtia tudo, mas preferia ouvir outros sons.O momento que mais vibrei foi a real que o Gordo mandou sobre a extrema direita atual, lembrando que todos que ali estavam não são bem vistos por eles, fora os xingamentos aos politicos que não podem faltar. A melhor parte foi a reta final, com os hinos eternos Crise Geral, Crucificados Pelo Sistema, Beber Até Morrer e Aids, Pop, Repressão. Saldo final foi um bom show, com uma proposta original, mas que tinha tudo para ser bem melhor.
No final das contas, vimos uma apresentação irretocável do Krisiun e um bom show diferentão do Ratos de Porão. O Krisiun inovou no repertório, com base nos trabalhos mais recentes, assim mostrando a força dos mesmos. No fnal, saiu com o título de show da noite, mas o que os fieis amantes do Heavy Metal nacional tiveram foi uma grande noite de celebração com dois monstros sagrados da nossa música.
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