Uma famosa música diz que ''meus heróis morreram de overdose''. Eu posso dizer que o meu herói, maior ídolo na música, morreu em um trágico acidente de ônibus, enquanto exercia a sua profissão. Se estivesse vivo, hoje Cliff Burton, eterno baixista do Metallica, completaria 52 anos de vida. Ele era conhecido como o Hippie do metal, por causa do seu estilo despojado de se vestir, e da sua leveza de espírito. Ele amava a música em geral, sendo um grande estudioso dela. Cliff começou a se interessar pela música clássica, depois pelo Jazz e o Heavy Metal que o consagrou. Cliff começou a praticar baixo com 3 anos de idade, por influência do irmão, estudando muito o instrumento, até chegar no nível de excelência pelo qual ficou conhecido. Antes do Metallica, Burton tocou no Easy Street, Agents Of Misfortune e Trauma, sua última banda antes do Metallica.
Num belo dia, o Trauma se apresentava no Whiskey A Go Go, famosa casa de shows em Los Angeles. Na platéia, tínhamos James Hetfield e Lars Ulrich, que ficaram impressionados com a técnica do baixista. O Metallica ainda não tinha lançado o seu disco de estréia, e contava com Ron McGovney no baixo. Hetfield e Ulrich não estavam muito satisfeitos com o trabalho do Ron, e convidaram Burton para ser baixista da banda. Depois de muita conversa, Cliff aceitou a proposta, pedindo para que a banda fosse para São Francisco (exigência fundamental para a história do Thrash Metal). O Metallica ainda contava com Dave Mustaine nas guitarras, que pouco tempo depois foi chutado da banda, dando lugar a Kirk Hammett.
Hetfield, Ulrich, Burton e Hammett gravaram 3 clássicos absolutos do Heavy Metal, e para muitos os maiores lançamentos do Metallica. O disco de estréia, Kill Em All, trazia um peso único, e um novo estilo de se tocar Heavy Metal, o Thrash Metal. Muito influenciado por bandas da chamada NWOBHM, pelas quais Lars era fanático, o som ainda trazia influencia de bandas Punks, em especial o Misfits, que Cliff amava. Essa combinação trouxe um som rápido e direto, no qual as bandas da cidade de São Francisco, em sua chamada Bay Area, eram especialistas. De lá saíram Exodus, Testament, Forbidden, Death Angel, entre outras inúmeras bandas, transformando o lugar em algo sagrado para os fãs do estilo. Músicas como Hit The Lights, Metal Militia, Seek And Destroy e Jump In The Fire faziam a molecada da Bay Area pirar, e a banda foi ganhando notoriedade. Para o segundo álbum, a banda se ''sofisticou''. Ride The Lightning apresenta músicas mais longas e trabalhadas, e até a balada Fade To Black, que deixou muito Headbanger mais xiita de cabelo em pé. O álbum alcançou um sucesso ainda maior, trazendo verdadeiros clássicos, como Creeping Death, Ride The Lightning e From Whom The Bell Tolls, esse último com uma aula de baixo de Burton. Em Master Of Puppets o Metallica seguiu com as mesmas idéias, só que com uma qualidade ainda maior nas composições. O resultado foi um trabalho ainda mais sofisticado e espetacular.
A banda estava no auge, terminando uma série de shows pela Europa na cidade de Estocolmo, na Suécia. O Metallica só fazia crescer, mas infelizmente um duro golpe estava para atingir a banda. Eles estavam indo para a Dinamarca, terra natal de Lars, descansar. Durante a viagem, por motivos até hoje não esclarecidos, o ônibus da banda capotou, esmagando Cliff, que morreu no local. O mesmo havia trocado de cama com Kirk, já que ganhou na carta a ''melhor cama do ônibus''. Ali acabava a vida de um gênio, que só precisou de 24 anos para ser lembrado por toda a eternidade.
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