quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SHOW DO BAD RELIGION NO RIO DE JANEIRO

   Ontem eu fui no show do Bad Religion, no Rio de Janeiro. A apresentação aconteceu no Circo Voador, casa com capacidade para pouco mais de 2 mil pessoas. Os ingressos se esgotaram, e a movimentação do lado de fora da casa era enorme, com muita gente tentando a todo custo comprar um ingresso, e até escalando árvores para invadir o lugar. Essa procura toda se explica, já que a popularidade do Bad Religion por aqui é grande. No último show, em 2011, a banda lotou uma casa com capacidade para 4.500 pessoas, fato que causou uma certa estranheza na escolha do Circo Voador para este show. A banda divulga o ótimo disco True North, lançado em 2013, e tem shows marcados em mais 3 cidades brasileiras (Santos, dia 7, São Paulo, dia 8 e Curitiba, dia 9). O Rio de Janeiro enfrenta uma onda de fortíssimo calor, e a casa histórica já é tradicionalmente quente, porque lá não tem ar-condicionado. Ontem a temperatura era incalculável, até por causa da lotação da casa. Mesmo assim, o mosh estava intenso, com o público cantando tudo e participando de cada momento do show.
  A apresentação, marcada para as 9.30, começou pontualmente. Um senhor alto, com uma careca para lá de tradicional e restos de cabelo branco, trajando uma camisa polo sobe ao palco. Greg Graffin passaria por qualquer lugar do mundo sem que ninguém que não conhece o Bad Religion imagine que o mesmo é vocalista de uma banda de Punk Rock. Quando começa o show, esse senhor se transforma, não deixando dúvidas do que ele representa. O Bad Religion está na estrada há mais de trinta anos, com uma discografia espetacular e sem perder fôlego ou viver do passado.  A energia da banda em cima do palco é contagiante, e nem já citado calor desanima esses senhores.
  O show começa com a nova Fuck You, que já caiu nas graças do público, que cantou cada verso dela e já formou um enorme mosh pit na pista do Circo Voador. Dharma and the Bomb, outra do disco mais recente, mantém o pique da apresentação, mas é na próxima música que a galera realmente explode. Para a surpresa de todos, a próxima é New America, do álbum de mesmo nome, lançado em 2000. Essa seria apenas a primeira surpresa da noite, que contou com um setlist recheado de músicas raramente apresentadas pela banda ao vivo. Stranger Than Fiction, outra surpresa, faixa-título do clássico álbum lançado em 1994, faz muita gente ter um ataque cardíaco, sendo seguida por outra raridade, a maravilhosa Raise Your Voice. Agora é a hora do clássico absoluto Generator, cantada como no disco, e não com os seus versos iniciais sendo recitados por Greg antes do começo da porradaria. Nem precisa dizer que nesse momento as coisas saíram do controle, e o bate-cabeça tomou conta de toda a pista. True North, música que da nome ao último trabalho da banda, não deixa as coisas se acalmarem. Skyscraper foi possivelmente um dos grandes momentos da apresentação, porque ninguém esperava ouvi-la. Presente no clássico álbum Recipe For Hate, essa música causou uma reação difícil de ser traduzida nos fãs da banda. Flat Earth Society, outra novidade do set, veio do disco Against the Grain, pra matar os velhinhos do coração, se ainda estivessem vivos. A dobradinha New Dark Ages e 21 Century Digital Boys, dois dos maiores clássicos da banda, foram muito bem recebidas, fazendo com que todos cantassem juntos. A nova Past Is Dead mostrou a força do último lançamento da banda, seguida pela maravilhosa Struck A Nerve, mais uma pérola retirada do disco Recipe For Hate. Todos cantam You, outro clássico da banda, como também Before You Die, do disco New Maps Of Hell, um dos últimos lançamentos da banda, que não precisa se apegar apenas aos clássicos dos anos 80 e 90 para fazer uma grande apresentação. Beyond Eletric Dreams é outra dos ''anos 2000'', presente no ótimo The Empire Strikes First. Agora é a vez de algumas maravilhas do disco The Process Of Belief serem lembradas. Saíram dele as ótimas Supersonic, Prove It e Can't Stop it, tudo em sequencia, sem tempo para respirar. Vamos então para o clássico Suffer, diretamente daqueles maravilhosos anos 80. You Are (The Government), Suffer, How Much Is Enough? e Do What You Want são tocadas em sequência, momento de grande emoção para quem viu esse disco ser lançado, em 1988. No Direction encerra a primeira parte do show, muito cantada pelo público.
  Agora era hora de descansar, isso por breves momentos. Uma água me faz ter forças para o bis, que sozinho já valeria o ingresso. A banda retorna ao palco já mandando ver com Recipe For Hate, o maior clássico dos anos 200, Sorrow, cantada em uníssono pelo público, e o encerramento veio com os três maiores clássicos da banda, Punk Rock Song, Infected e American Jesus, que botaram a casa abaixo. Final emocionante, que fez todos voltarem para casa com um enorme sorriso no rosto e a certeza de terem visto um grande show de Punk Rock. A procura intensa pelos ingressos, e a apresentação provaram que o Bad Religion ainda tem muita força, e podemos ter certeza de que teremos a banda em grande forma pelos próximos anos.
alguns videos do show, feitos pelo público






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