domingo, 10 de abril de 2016

SHOW DO ACCEPT - IMPERATOR - RIO DE JANEIRO

     Como explicar uma daquelas noites mágicas que só o Rock pode proporcionar? Como explicar incontáveis rostos conhecidos se abraçando e saíndo com um sorriso enorme do rosto depois de duas horas de aula de Heavy Metal? O clima no Imperator foi assim, e a noite do show do Accept foi daquelas que só o mais puro Heavy Metal pode proporcionar. A combinação não tinha erro. O Imperator voltou ao circuito recentemente - reformado e menor do que nos anos 90. Já recebeu shows do Ghost e do Ratos de Porão, e em breve vai receber Marky Ramone e Winery Dogs. Isso é apenas sua nova versão amigos. O banger que viveu a cena nos anos 90 certamente se lembra com carinho de shows como Pantera, Megadeth, Dream Theater, Slayer, Suicidal Tendencies, Anthrax, Sepultura (o último com Max) e Angra (lançando Holy Land) - isso só para citar alguns. Seja como for, a noite do dia 9 de abril de 2016 fez lembrar esses tempos de ouro de um lugar eternizado pelos deuses do Rock. 
      O Accept é uma das bandas mais fortes do cenário atual. Não satisfeitos com sua história gloriosa, eles se renovaram, trocaram de formação, lançaram 3 discos maravilhosos e estão simplesmente matadores no palco. Se não são a melhor, estão certamente entre as melhores bandas no momento, e seus shows sempre causam um impacto por onde passa. Mark Tornillo já fez qualquer viúva lunática esquecer o grande UDO na banda - não sem respeitar profundamente sua história, é bom lembrar. A verdade é que seu desempenho não deu oportunidades para saudosismos. Wolf Hoffmann e Peter Baltes são as almas da banda, e comandam com classe os trabalhos dos "novatos". Tal termo cabe perfeitamente a Christopher Williams e Uwe Lulis, que já são parte fundamental na engrenagem de uma formação fortíssima.  
    Pontualmente às 21h30, o Accept entra no palco do Imperator razoavelmente cheio - mas não lotado - disposto a fazer história. Abrindo com músicas da "nova fase", a banda viu o quanto os fãs já amam os 3 discos com Mark no vocal. Stampede, que também abre Blind Rage, seria a 1a das muitas novas apresentadas ao longo da jornada. Stalingrad é o ponto máximo do disco lançado em 2012, e a aula proporcionada por Wolf nela ficou ainda mais épica com Mark tremulando uma bandeira do Brasil no auge dos magníficos solos do mestre. Pronto, já na 2a música e o ingresso estava pago. A pedrada Hellfire, sequência do disco, mantém o pique. Então é hora de voltar no tempo, mais precisamente para 1983. Balls to the Wall na área, com a mais que clássica London Leatherboys. É apenas a 1a de uma sequência alucinante. Que venham os hinos Living for Tonite, Restless and Wild e Midnight Mover - para mim essa última o grande momento da apresentação. Que sacada genial incluir essa pérola de Metal Heart no setlist. O público pirava em cada segundo, seja novidades ou clássicos. Depois dessa sequência é hora de voltar ao presente, com duas maravilhas presentes em Blind Rage. Dying Breed e a épica Final Journey já caíram definitivamente no gosto da turma. O que Wolf faz aqui é simplesmente de cair o queixo. A belíssima Shadow Soldiers não deixa por menos, antecedendo uma grata surpresa. Starlight retorna aos primórdios do Accept. A espetacular faixa de abertura do clássico Breaker vem para me matar do coração, num clima simplesmente fantástico. Bulletproof foi a escolha mais peculiar da noite, vinda Objection Overruled - por vezes esquecido em meio a discografia da banda. No Shelter vem pra provar que Blood of the Nations já é um clássico. Nela acontece um dos grandes momentos na noite, numa espécie de duelo entre Wolf e Baltes tão arrepiante que foi capaz de arrancar lágrimas de alguns presentes. É inegável que a dupla representa o coração do Accept. Então é hora de hino, com Princess of the Dawn. Preciso dizer que essa devastou a pista do Imperator? Dark Side of My Heart é outra maravilha nova muito bem aceita, seguida por Pandemic. Ai a famosa intro de Fast as a Shark (e do disco Restless and Wild) é cantada por todos. Foi só o riff alucinante, marco inicial do Speed Metal, aparecer estourando os tímpanos dos presentes para rodas serem abertas de imediato por todos os cantos da casa. Não sobrou pedra sobre pedra meu amigo! 
    Depois de uma breve pausa para restabelecimento do fôlego, vem o split final de hinos. Metal Heart mantém o clima apoteótico criado, e o novo clássico definitivo do Accept não deixa por menos. Sim amigos, Teutonic Terror já está em tal patamar com seu refrão poderoso. A surpreendente e maravilhosa Son of a Bitch retorna a Breaker arrepiando qualquer um, e o hino máximo Balls to the Wall encerra uma noite realmente inesquecível.
     O cenário visto depois disso eu vou levar pro resto da vida. Não tinha ninguém ali que não estivesse visivelmente emocionado com o que tinha acabado de presenciar. Uma reunião de amigos da cena, membros de bandas como Metalmorphose, Forkill e Azul Limão e muitos batalhadores diários para manter a cena em alta na cidade simplesmente acabaram de receber uma aula de Heavy Metal que nem do alto de seus anos de experiência no assunto estavam preparados para tal. A cada show o Accept se prova uma banda única em cima do palco, capaz de devastar corações de metal espalhados por todos os lados!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário