sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

5 ANOS DO SHOW QUE ENTORTOU DEFINITIVAMENTE A MINHA VIDA E MATOU A SEDE METALLICA DOS BRASILEIROS

   Amigos, por vezes o tempo passa sem que dê tempo de respirarmos. Confesso que me assustei quando olhei que dia era hoje, e percebi que já se passaram 5 anos do show do Metallica em 2010, no estádio do Morumbi. A apresentação em questão é na minha vida relacionada ao Rock N'Roll um verdadeiro marco. 
   Prestes a completar 18 anos, já tinha assistido a alguns shows históricos, como o do Pearl Jam em 2005, dos Rolling Stones em Copacabana em 2006, Scorpions em 2008 e Faith no More em 2009, para citar alguns. Dentro do Heavy Metal, minha experiência não passava do histórico show do Iron Maiden em 2009, Shaman durante a turnê do Reason e Angra lançado o duvidoso Aurora Consurgens, ambos em 2006. Naquele começo de 2010 eu já amava Metallica, Iron Maiden e Black Sabbath, e começava a conhecer de verdade o estilo de música mais extremo e perfeito que existe. Mesmo assim, muito longe do que eu conheço e aprecio hoje. Bandas como Pantera, Slayer, Megadeth, Anthrax, Sepultura, Motley Crue e Def Leppard começavam a ser melhor exploradas por mim, mas o Metallica já era a banda do coração desde 2008, sendo que já escutava ela desde 2004, então com 12 anos. Na época, uma viagem para São Paulo era algo inédito, que tentei no show do AC/DC em 2009, mas acabei frustrado na busca por ingressos. Quando veio o anúncio do show do Metallica, depois de tantos anos de espera, simplesmente pirei. 
   Consegui meu ingresso nu único setor que ainda estava a venda para o dia 30, uma arquibancada distante no enorme estádio do Morumbi, mas tava de ótimo tamanho. O contexto do show na vida dos fãs da banda, que esperavam desde 1999 pela volta era especial. Me recordo que o anúncio caiu como uma bomba, que somada a decepção causada pelo cancelamento em 2003, fez os ânimos se acirrarem nos meses que antecederam a tour. A principio, seriam dois shows, dia 28 de janeiro em Porto Alegre e 30 em São Paulo. Com a venda absurda para o dia 30, São Paulo ganhou um show extra dia 31. 
   Os dias se arrastaram, até que embarquei, conheci a cidade, tomei uma quantidade considerável de cerveja e dei de cara com um mar de camisas pretas nas ladeiras que dão acesso ao Morumbi. Muitos cambistas queriam se livrar de suas entradas, já que com o show extra ainda tinham ingressos na bilheteria. Foi ai que negociei minhas entradas para a arquibancada, numa troca vantajosa financeiramente com o pouco dinheiro que eu e meu pai tínhamos. Acabei indo para a pista comum, e com o estádio já cheio faltavam poucos minutos para o início do show. Fiquei bem distante do palco, algo que compensei no Rock in Rio do ano seguinte. 
   A reação dos fãs assim que o riff espetacular de Creeping Death estourava os tímpanos foi algo realmente inesquecível e único. Dava para perceber a felicidade e ansiedade de todos, e a emoção me arrepia até hoje. Na tour de Death Magnetic, o setlist mudava constantemente, algo ótimo, e ninguém poderia prever o que aconteceria a cada show. A banda tava numa forma fantástica na época, ainda melhor do que nos retornos no Rock in Rio 2011 e 13 e no mesmo estádio em 2014, com  sets mais previsíveis. A espera valeu. A introdução de  For Whom the Bell Tolls fez até quem estava parado pular, assim como os hinos Enter Sandman, Master of Puppets e Seek And Destroy. Os efeitos pirotécnicos eram absurdos, assustadores e mais quente que o inferno, como diria o Kiss. As chamas de Blacked e os tiros de One arrepiaram, assim como petardos do nível de Motorbreath, Four Horserman e Harvester of Sarrow. Foi uma noite marcante, emocionante e única.
   Todos que fizeram parte da história volta do Metallica ao Brasil lembram com muito carinho destes shows, que motivaram 3 retornos breves nos anos seguintes e a certeza de que nunca mais ficaremos 11 anos sem ver a banda. Posso falar que o show também foi um marco na minha vida, e minha paixão definitiva pelo Heavy Metal e pelo Metallica ultrapassaram os limites da razão desde então. Hoje já fui a outros 4 shows, tenho tatuagem, toda a discografia, inúmeros dvd's e mais alguns itens relacionados a banda, que segue a pelo menos 7 anos da minha vida como a preferida. A reação das pessoas me marcou, e depois dali vieram incontáveis shows de Heavy Metal e uma vida definitivamente alterada em torno de um estilo de música. O que já era um grande prazer virou vício, que sempre aumenta com o passar dos anos. Tenho certeza que a cada dia 30 de janeiro, até o dia da minha morte, lembrarei com carinho do show que eternizou meu amor pelo Metallica e pelo Heavy Metal. 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

SHOW DO FOO FIGHTERS-MARACANÃ-RIO DE JANEIRO

   Surgido das cinzas do Nirvana, banda que abomino, o Foo Fighters veio ao mundo fazer justiça ao único talento presente na dita banda. Dave Grohl se vira em diversas funções dentro de uma banda, e com o tempo se tornou referência numa das poucas, se não únicas, bandas de arena dos nossos tempos. A paixão de Dave pelo Rock N'Roll fica clara em momentos como o desfile de clássicos do Rush, Kiss e Queen em meio as músicas próprias, além do respeito adquirido entre gente do porte de Paul Stanley, Lemmy, Slash e Zakk Wylde, alguns de seus convidados na festa de aniversário recente. Fora isso, ele fala com propriedade sobre o Sepultura, banda que diz ter mudado a sua vida na biografia de Max Cavalera. Bem, isso tudo serve para lembrar que o Foo Fighters não é uma bandinha qualquer, como muitos lixos contemporâneos, por mais que alguns mais extremistas não suportem nem escutar tal nome.
   Isso posto, vamos ao show. A banda divulga o ótimo Sonic Highways na primeira grande turnê do ano que começa, e no Rio de Janeiro o local reservado para a celebração foi simplesmente o Maracanã, templo sagrado do esporte e palco de shows memoráveis. Infelizmente, os tempos modernos apresentaram uma organização despreparada. Os bares, com preços astronômicos, eram escassos na pista comum, e a água acabou durante a apresentação, que aconteceu no auge do verão carioca. Fora isso, todo o tipo de objeto inofensivo era barrado na porta por uma equipe completamente despreparada para eventos de Rock. Fui uma das vítimas, e meu cinto de metal, daqueles que todo Headbanger tem, foi a ameaça da vez. Fico imaginando um show do Motorhead ali, Lemmy passaria por problemas com seu tradicional cinto de bala. 
   Com uma blusa amarrada na calça e cinto escondido num canteiro próximo, entrei no estádio, infelizmente já com o show dos Raimundos encerrado. Quem me acompanha sabe que sou um grande fã, mas infelizmente o padrão fifa me complicou desta vez. A atração seguinte para mim não existiu, mais uma banda abominável da nova safra alternativa. 
   Com pontualidade britânica, o Foo Fighters sobe ao palco do templo sagrado para 45 mil fãs apaixonados. Num calor descomunal que chegou a impressionar Dave, e que vitimaria inúmeros fãs ao longo do show, a banda sobe calmamente e começa a apresentação com a nova, e já muito conhecida, Something For Nothing. A banda vem com um disco bem mais experimental e trabalhado, muito diferente dos lançamentos anteriores, e essa música é a prova disso. A coisa esquenta de vez no desfile de hits que viria em seguida. Como banda atual que é, o Foo Fighters bota o estádio para cantar uma música lançada em 2007, no bom Echoes, Silence, Patience & Grace. O que complica, e muito, as coisas é a péssima qualidade do som, o pior que já presenciei. Durante o show melhorou um pouco, muito pouco na verdade, e algo tão importante num show deste porte quase coloca tudo a perder. Mesmo assim, o público ignorou o problema, e cantou a plenos pulmões os clássicos Learn to Fly e Breakout. Arlendria, não tão conhecida assim, foi muito cantada, mostrando a devoção do público, assim como a força dos últimos discos da banda. Big Me, presente no 1o trabalho, foi uma grata surpresa, em versão guitarra/voz com um show de luzes da plateia. Em sequência veio a ótima nova Congregation, muito agradável ao vivo, e a já clássica Walk. Cold Day In The Sun representa o ótimo In Your Honor, sendo uma escolha sábia por parte da banda. Depois veio a nova In The Clear, seguida pela magnífica surpresa This Is A Call. Seguindo com os hits, veio a fantástica Monkey Wrench, para variar muito celebrada. Então tem inicio o alongado set acústico, com Skin and Bones, Wheels e o clássico Times Like These, para chegar então um verdadeiro desfile de hinos do Rock N'Roll, provando o amor que a banda tem pelo estilo. Detroit Rock City, do Kiss, ganha uma bela e fiel versão. Em seguida vem Tom Sawyer, do Rush. Neste exato momento não tinha como eu não pensar no show histórico que a banda fez naquele lugar, registrado no dvd Rush in Rio. Infelizmente eu era muito novo em 2002, mas valeu muito a lembrança. Under Pressure, hino do Queen com magnífica participação de David Bowie foi muito cantado, obrigação dos presentes diante de tamanha força. Para encerrar veio o grande momento do show. All My Life colocou fogo no Maracanã, e enormes rodas se formaram no mesmo instante. Para arrematar, veio as espetaculares Best of You e Everlong, o trio de ferro que fechou a noite no Rio de Janeiro.
   Numa noite aonde se via desmaios constantes causado pelo calor desumao e falta de distribuição adequada de água aos que pagam tão caro, vimos um grande show. Único pecado da banda, ao meu ver, foi o excesso de firulas e enrolação em geral. O set caberia mais músicas no tempo usado para tanto, algo que deixou o ritmo lento. Contudo, quando estava realmente em ação, a banda fez muito bem o seu papel. O público, dividido entre o pessoal da moda desfilando com camisas de marca e os fãs de Rock N'Roll legítimos, com camisas do AC/DC, Black Sabbath, Iron Maiden, Megadeth, e até Toxic Holocaust e Death, foi extremamente participativo. O Foo Fighters representa muito bem uma geração dentro do Rock.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DISCOGRAFIA COMENTADA-THE BEATLES

   O que podemos falar a respeito da banda mais popular e importante da história do Rock? A popularidade e incomparável respeito adquirido pelo quarteto de Liverpool numa década de existência é algo absolutamente inigualável, e olhando para a rica discografia deles vemos o porque. A música feita por Lennon, McCartney, Harrison e Ringo é de uma simplicidade genial, e de difícil descrição. Sem nada de mirabolante, eles emocionam e encantam gerações. Considero a discografia impecável, até porque eles não tiveram tempo para "errar", e classificar uma obra singular como esta é uma tarefa ingrata, porem deliciosa, e assim sendo o disco chamado "ruim" é uma pura classificação para cumprir regulamento. Especialmente aqui, ele será chamado de "menos impactante". Lembrando que nos anos 60, várias músicas não foram registradas em um disco, e sim em singles, como é o caso de We Can Work in Out, Hey Jude e Day Tripper, algo também bastante comum na trajetória do contemporâneo Rolling Stones. 

   EXCELENTES 

Revolver (1966)

   Numa obra tão coesa e incrível, é difícil eleger o grande trabalho dos Beatles, e eu confesso que ao longo do tempo a minha opinião muda. Contudo, atualmente considero Revolver a obra definitiva do quarteto. Depois de Rubber Soul, suposta estreia do sósia que substituiu o "morto" Paul McCartney, o quarteto inovou e incluiu diversas sonoridades ao som, o chamado Psicodelismo, algo que virou uma marca em trabalhos como Revolver e Sgt. Pepper's. O fato é que cada uma das 14 músicas tem uma genialidade própria, e o ouvinte que entende a complicada proposta do trabalho entra em uma especie de transe. George Harrison sempre contribui com maravilhas nas poucas vezes em que a dupla Lennon/McCartney não entraram em ação. Aqui, ele nos brinda com as pérolas Taxman, Love You To e I Want to Tell You. O maior clássico extraído daqui é a única e sempre emocionante Eleanor Rigby. Além dessas, I'm Only Sleeping, She Said She Said e For No One, que para mim é o grande momento do trabalho, merecem todo o destaque. Um trabalho definitivo, maravilhoso e de obrigatória audição, ou melhor, degustação, de 14 das mais impressionantes músicas já feitas. 

Help! (1965)

   Depois de 4 lançamentos em seus primeiros anos, Help! apresenta uma clara evolução dos Beatles em relação aos discos anteriores, que já são muito bons. Dando início a uma fase espetacular de trabalhos irretocáveis, aqui temos músicas realmente fantásticas e definitivas, que se tornaram alguns dos maiores clássicos da banda. Yesterday é o grande momento, sendo ela a música mais tocada de todos os tempos, um hino extraordinariamente emocionante, que chegou a me levar as lágrimas no recente show de Paul no Rio. Ainda sem incorporar a sonoridade "diferente" vista nos trabalhos seguintes, temos 14 maravilhas simples, diretas e arrebatadoras. Todas as músicas são ótimas, mas entre elas eu destaco The Night Before, You've Got to Hide Your Love Away, I Need You, You Like Me Too Much e a clássica faixa-título. Um disco maravilhosamente simples, com o Rock deve ser, e marcante para os fãs da banda. 

ÓTIMOS

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)

   Sgt. Pepper's é um dos discos mais importantes e marcantes da história da música, uma verdadeira obra-prima. A inclusão de novas sonoridades e experimentalismo foi levado a um nível ainda mais elevado do que no magnífico Revolver, e o resultado foi tão espetacular quanto. A quantidade e profundidade sonora é a marca do trabalho, levando o ouvinte a uma viagem musical única. Não é preciso dizer que os Beatles apresentam 13 músicas fantásticas, ao meu ver com destaque para She's Leaving Home, talvez a melhor da banda para mim, Being for the Benefit of Mr. Kite!, A Day in the Life e Lucy in the Sky with Diamonds. Depois de quase 50 anos, Sgt Peppers ainda é considerado um disco definitivo. 

Abbey Road (1969)

   Mesmo sendo Let it Be o último disco dos Beatles a ter sido lançado, Abbey Road foi o último a ser gravado, colocando um ponto final na belíssima trajetória do quarteto fantástico de Liverpool. Tudo aqui é marcante, começando pela icônica e muitas vezes copiada capa. As 17 músicas obviamente não deixam por menos, fazendo Abbey Road ser considerado por muitos o melhor disco dos Beatles. O conteúdo musical é um resumo do que foi a banda, da simplicidade dos primeiros dias a sonoridade evoluída de trabalhos seguintes. Harrison está cada vez mais maduro como compositor, e ele anotou o hino definitivo do trabalho, a magnífica Something, assim como a não menos icônica Here Comes the Sun. Em I Want You (She's So Heavy), o lado psicodélico toma as frentes. Contudo, a música responsável pelo encerramento da carreira da maior banda de todos os tempos chama atenção. Dividida em três, mas obrigatoriamente andando juntas, Golden Slumbers, Carry That Weight e The End são de parar o trânsito, e a mensagem final "E no final, o amor que você recebe é igual ao amor que você faz." se perpetuou nas mentes e corações de quem ama Beatles. Novamente, um trabalho único e espetacular. 

BONS

White Álbum (1968)

    Depois da "trilha-sonora" Magical Mystery Tour, o disco The Beatles, popularmente conhecido como White Álbum, apresenta uma enorme quantidade de músicas, divididas em duas partes. Considero este um dos pouquíssimos trabalhos dessa magnitude que não peca pelo excesso, cativando o ouvinte mesmo sendo um tanto quanto longo. Isso, obviamente, se dá pela genialidade dos Beatles, que é posta a prova a cada petardo. A sonoridade dos discos anteriores ainda se faz muito presente por aqui, assim como composições menos complexas. Blackbird é o destaque absoluto, e sua simplicidade absurda misturada com a emoção única que proporciona ainda são impossíveis de explicar. Back in the U.S.S.R, While My Guitar Gently Weeps, Ob-La-Di, Ob-La-Da, Helter Skelter, uma das música mais "pesadas" feitas até então, e Revolution 1 são outros verdadeiros hinos presentes no trabalho. Além dessas, destaco Birthday, Julia, Don't Pass Me By, I'm So Tired e Dear Prudence. 

Lei it Be (1970)

   O último trabalho lançado pelos Beatles, mesmo gravado antes de Abbey Road, é também um dos melhores e mais marcantes da banda, e por consequência do Rock N'Roll. A faixa-título virou um hino definitivo, e honestamente, mesmo tendo escutado ela incontáveis vezes, nunca fica cansativa. Obviamente, não é só isso. Get Back, Across the Universe, The Long and Winding Road e I've Got a Feeling são outras maravilhas definitivas. Isso basta para dizer o quanto Let it Be é fantástico. Seguramente, você já escutou este play completo, mas nunca é exagero reiterar que não tem como passar em branco por ele. 


"MENOS IMPACTANTE"

Beatles For Sale (1964)

   Honestamente eu considero a discografia dos Beatles única, impecável e espetacular. A vaga de "pior disco" só será preenchida por que são essas as regras, mas considero Beatles For Sale um baita disco. Não tem como criticar um play com maravilhas do porte de Eight Days a Week, No Reply e I'm a Loser, mas digamos que ele chama menos atenção do que os outros. Lançado depois do ótimo A Hard Day's Night, quando a Beatlemania já era uma realidade e para cumprir a exigência do mercado, a banda voltou um pouco na carreira, e completou o play com covers, já que não tinha músicas suficientes, artificio que no anterior já não aconteceu. Mesmo claramente cansados, o resultado foi bom, mas poderia ser muito melhor, e a sequência com Help! mostra o quanto a banda era capaz. Mesmo assim, pode ouvir sem medo, o disco é muito bom, mas para uma banda como os Beatles poderia ser muito melhor. 


   Foram citados apenas alguns dos ótimos trabalhos desta banda singular. Rubber Soul, With the Beatles e A Hard Day's Night, por exemplo, poderiam facilmente estar entre os "ótimos". Temos também Please Please Me, estreia da banda que Lemmy diz ter mudado a sua vida, Magical Mystery Tour e a coletânea Yellow Submarine, fora os já citados singles. Espero que tenham gostado das escolhas, feitas por mais um apaixonado pela música de Paul, George, Ringo e John. Este já é o 4o "discografia comentada" que faço, e em breve teremos muito mais!




terça-feira, 6 de janeiro de 2015

10 MELHORES DISCOS INTERNACIONAIS DO ANO

   Para finalizar as retrospectivas e iniciar um 2015 de muito Rock N'Roll, os grandes lançamentos gringos de 2014. Foram discos bons a perder de vista, mas para mim esses são os 10 destaques. 

10- Tankard - R.I.B
   Talvez por nunca ter se levado muito a sério, o Tankard sempre esteve a margem de Destruction, Sodom e Kreator, que fecham o chamado "Big Four Alemão" do Thrash Metal. A banda sempre misturou muita cerveja e diversão no som, e talvez por isso tenha se tornado uma verdadeira entidade do Thrash mundial, com 30 anos de estrada nas costas. Numa sequência interessante de lançamentos, a banda nos brinda em R.I.B com mais um baita trabalho. Bate-cabeça garantido para os fãs! 

9- Edguy- Space Police/Defenders of the Crown
   Com Space Police, o Edguy acabou me conquistando. Não sei bem o porque, mas nunca dei a devida atenção aos alemães antes do ano passado, com a audição deste ótimo trabalho, e quase que instantaneamente virei fã. A banda fez mais uma grande obra de Power Metal, figurando como uma das principais e mais relevantes bandas do estilo na atualidade. Existe muitos que insistem em odiar a banda, mas uma audição livre de preconceitos é o bastante para encontrar o valor dos germânicos. Disco muito bom para quem pretende se aprofundar na obra extensa deles.  

8- Hatriot - Dawn of the New Centurion
   Quem escutou os dois trabalhos que Steve Zetro Souza gravou com o Hatriot não se surpreendeu com a decisão do Exodus em chama-lo de volta para o antigo posto de vocalista da banda. Dawn of the New Centurian é um trabalho fenomenal. A banda criada recentemente já brindou os fãs de Thrash Metal com dois trabalhos ótimos. A principio, eles continuam, mesmo com o retorno do líder ao Exodus, e honestamente torço muito para que isso seja verdade.  

7- Black Label Society - Catacombs of Black Vatican
   Catacombs of Black Vatican é para mim o melhor trabalho do Black Label Society, sem exagero, ao menos na minha opinião. O trabalho apresenta tudo de mais completo que Zakk Wylde e sua turma se propõe a fazer, e já apresenta clássicos definitivos com Angel of Mercy e My Dying Time, só para ficar em duas músicas. Muitas dessas novidades apareceram nos shows recentes da banda por aqui, e o que eu presenciei no Rio de Janeiro foi simplesmente memorável. 

6- Exodus - Blood in Blood Out
   O Exodus raramente falha, e não seria agora, com uma formação espetacular, que isso iria acontecer. Em 2014 foi anunciada a surpreendente volta de Steve Zetro Souza, e em sequência Blood in Blood Out foi gravado. Lançado depois de shows memoráveis no Brasil, o disco é de fato muito bom. Não chega a fazer frente aos clássicos, como quase nada lançado nos dias de hoje, mas nos proporciona ótimos momentos de puro Thrash Metal. Destaque para a espetacular Numb, que tem tudo para se tornar um clássico no futuro. Essa formação vai longe!

5- Behemoth - The Satanist
   É do conhecimento de todos os problemas vividos por Nergal recentemente. Contudo, o Behemoth é uma das mais representativas bandas do momento, tendo seus últimos trabalhos como os melhores da carreira. The Satanist já pode ser incluído nesta lista, figurando numa espécie de top 3 pessoal, ao lado de Satanica e Evangelion. Músicas como O Father O Satan O Sun!, Ora Pro Nobis Lucifer e Blow Your Trumpets Gabriel já são clássicos da banda. Esperamos que o líder Nergal ainda tenha saúde para os próximos anos, porque o momento do Behemoth é fenomenal. 

4- Overkill - White Devil Armony
   Em 30 anos de carreira, o Overkill sempre foi uma banda com fome e sangue nos olhos, ininterruptamente produzindo um Thrash Metal que a tornou uma das referências no estilo, facilmente reconhecido pela voz única do frontman Bobby "Blitz". Em White Devil Armony, a banda nos ofereceu o que sempre soube fazer muito bem, 11 amostras do mais puro Thrash Metal. O trabalho caiu nas graças dos fãs, e não são poucos que consideram este um dos melhores discos de 2014. Me incluo na lista, e para quem ainda não ouviu, providencie para ontem mais um grande trabalho desta banda fenomenal.  

3- Accept - Blind Rage
   O retorno do Accept é um absoluto sucesso. Já é realidade que a banda não retornou para encher o bolso e tocar velharia consagrada por ai, e o terceiro grande lançamento desde então é a prova disso. Blind Rage é um trabalho fenomenal, e um dos melhores do ano. O disco é impecável, com 11 músicas que trasbordam Heavy Metal tradicional. Wolf Hoffmann é o grande destaque da atual formação, um verdadeiro monstro das 6 cordas. Infelizmente, nos últimos dias do ano, Herman Frank e Stefan Schwarzmann anunciaram suas saídas da banda, não não há como negar que a base do som atual é composta pelo trio Baltes, Hoffmann e Tornillo. Enfim, que venha o show já marcado no grandioso Monsters of Rock e vários anos para uma banda que soube se reinventar e continuar nos brindando com grandes lançamentos. Longa vida ao Accept!

2- Judas Priest - Redeemer of Souls
   Graças aos deuses do Rock, o Judas Priest voltou atrás da decisão de se aposentar. A banda que ja tem confirmada a sua volta ao Brasil lançou em 2014 o melhor trabalho desde que Rob Halford retornou a banda. Redeemer of Souls é uma obra ótima para os padrões atuais, e mesmo distante dos clássicos nos oferece momentos interessantíssimos. A faixa-título, além de Halls of Valhalla, March of the Damned e Hell & Back, por exemplo, são imperdíveis. Temos uma banda em plena forma e ainda muito relevante. Agora é aguardar as duas apresentações no Monsters of Rock, que prometem destruir o Anhembi. 

1- AC/DC - Rock Or Bust
   Nenhuma banda foi mais "noticia" em 2014 do que o AC/DC, que entre inúmeros problemas gravou e lançou um baita registro. Rock or Bust é um trabalho com a marca do AC/DC, que nunca falha. O rock puro e simples que a banda sempre fez não ganharia depois de 40 anos nenhuma formula mirabolante, e assim sendo o resultado foi o melhor disco em anos. Faixas como o hit imediato Play Ball, já na boca dos fãs, e outras pérolas como Rock the Blues Away, Miss Adventure e Baptism by Fire garantem a diversão durante a agradável audição. Por isso tudo e com toda a relevância que tem um novo trabalho de uma banda como o AC/DC, Rock or Bust é o disco do ano!

Que venha 2015!!!

domingo, 4 de janeiro de 2015

MELHORES DISCOS NACIONAIS DE 2014

   Já estamos em 2015, mas ainda é tempo de lembrar do ano que passou. Lançamentos grandiosos e importantes aconteceram no nosso país, e os 10 mais relevantes ao meu ver são estes aqui:

10- Jackdevil - Unholy Sacrifice

   O Jackdevil é uma das maiores revelações do Thrash Metal brasileiro, e rapidamente ganhou muita força. Vindo do Maranhão, a banda foi assunto em diversas rodas de conversa dos fãs do estilo, e seu primeiro disco é um baita registro. Este seguramente é apenas um primeiro passo na carreira da banda, que em pouco tepo alcançou um reconhecimento invejável. Que venha o futuro.  

9- Nervochaos - The Art Of Vengeance

   O Brasil tem grandes representantes na cena Death Metal atual, e talvez o Nervochaos seja o mais, ou um dos mais, fortes. A banda já tem uma carreira sólida e nome consolidado no Heavy Metal nacional, e prova com The Art Of Vengeance que não está para brincadeira. O disco é muito bom, e a banda continua com muita fome de metal da morte. 

8- MX - Re-Lapse

   Muitos lançamentos dos anos 80 foram feitos na raça, em estúdios limitados com profissionais pouco gabaritados para o trabalho com Heavy Metal. Assim sendo, vários clássicos do período poderiam soar ainda melhor com uma melhor produção, e pensando nisso o MX, uma das mais importantes bandas da nossa história, lançou Re-Lapse, com hinos dos clássicos Simoniacal e  Mental Slavery bem mais "limpos", digamos assim. As músicas dispensam apresentações, e conseguiram ficar ainda melhores no "novo" trabalho. É Thrash Metal na mais pura e perfeita forma. 

7- Rexor - Powered Heart

   O Rexor tem uma boa rodagem na cena, e finalmente chega ao seu 1o disco. Amigos, e que começo fenomenal! A banda me surpreendeu desde a 1a audição, e vale muito a pena ser apreciada pelos que ainda não conhecem. Trata-se de um Heavy Metal tradicional, com influência de Hard Rock de primeira. Powered Heart tem nove petardos, que tem tudo para cair nas graças dos fãs de bandas como Judas Priest e Accept, por exemplo. Em meio a tantos grandes lançamentos de bandas consagradas, essa estreia primorosa se destaca. Grande começo para uma banda com futuro grandioso pela frente.  

6- Vodoopriset - Mandu

   Depois de deixar o Torture Squad, o grande Vitor Rodrigues montou o Vodoopriest, e no último ano lançou seu 1o disco. Mandu é o nome do herói indígena que da tema ao trabalho, conceitual, curiosamente da mesma forma que o lançamento mais recente do Torture. O trabalho em questão é uma verdadeira obra-prima, como o melhor do Death/Thrash Metal que Vitor sempre fez com maestria. Trabalho fenomenal, que não deixa o ouvinte descansar durante um minuto sequer. Seguramente um dos mais impactantes lançamentos do ano, que indica um tremendo futuro para a banda. 

5- Raimundos - Cantigas de Roda

   Desde que Rodolfo aceitou jesus e largou a banda no início do século, o Raimundos teve que deixar o sucesso estrondoso dos tempos de Só no Forévis de lado e ralar no underground para voltar ao ponto que estava. Nos últimos anos, a banda recuperou o tempo perdido, e para coroar o bom momento faltava um disco de inéditas. Digão e Canisso, ao lado dos novatos Caio e Marquim estavam dispostos a reviver os velhos tempos, e Cantigas de Roda para exatamente aonde a banda recomeçou. O trabalho tem um poco de tudo que a banda sabe fazer, desde músicas de fácil aceitação popular como Baculejo, letras maliciosamente deliciosas como Cera Quente e Gato da Rosinha, até pedradas como Cachorrinha, BOP e Nó Suíno. O Raimundos provou que está ativo, não vive do passado e tem bons anos pela frente, mesmo sem o antigo frontman. 

4- Titãs - Nheengatu

   O Titãs vinha de uma fraca sequência de lançamentos desde o multi-platinado Acústico MTV, deixando de lado o Rock N'Roll que o consagrou em trabalhos como Cabeça Dinossauro, Titanomania e Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas em troca de trilhas sonoras de novelas desagradáveis aos ouvidos dos velhos fãs. Felizmente, este período parece ter chegado ao fim com o magnífico Nheengatu, seguramente um dos melhores da vasta discografia. A banda voltou a ter letras fortes, pegada crua e criatividade sem igual. Mensageiro da Desgraça, Fardado, Cadáver Sobre Cadáver Baião de Dois são Rocks nacionais em puro estado, para ninguém botar defeito. Esperamos que ele continuem nessa linha nos anos de Rock N'Roll que ainda vem pela frente. 

3- Cavalera Conspiracy - Pandemonium

   Mesmo vivendo lá fora há tempos e tendo um tratamento de banda gringa que não é de hoje, tudo que Max e Iggor Cavalera fizerem será sempre tratado como Heavy metal nacional por mim. Assim sendo, o que era um projeto paralelo ao Soulfly e ferramenta de união musical "informal" dos irmãos virou cada vez mais uma verdadeira banda. O terceiro trabalho do Cavalera Conspircy é ainda melhor que os dois primeiros. A banda está com fogo nos olhos e uma fúria descomunal. Pandemonium trás momentos de Death Metal e Thrash Metal no seu mais puro estado. Max e Iggor estão tão produtivos e marcantes na cena mundial como sempre estiveram, e seguem querendo provar sua eterna relevância. 

2- Korzus - Legion

   Depois do espetacular Dicipline of Hate, a expectativa pelo novo trabalho do Korzus era enorme, e a banda não deixou por menos. Com uma história grandiosa e figurando no 1o escalão do Heavy Metal brasileiro, temos em Legion mais uma obra-prima do Thrash Metal nacional. São 13 músicas que não vão deixar seu pescoço parado. Marcello Pompeu, Dick Siebert, Antônio Araújo, Heros Trench e Rodrigo Oliveira se superaram novamente, e realmente não estão satisfeitos apenas com os feitos do passado. O Korzus sempre será uma banda atual, e a devoção a cena é de emocionar os mais céticos! 

1- Ratos de Porão - Século Sinistro

   O momento politico brasileiro pedia uma porrada dessas, vinda da banda que sempre soube ter a acidez necessária para tratar do tema. O Ratos de Porão estava desde 2006 sem lançar um disco novo, e tirou o "atraso" com uma verdadeira obra-prima, que figura com segurança no hall dos grandes clássicos da banda. Com a formação mais acertada desde que Jabá deixou a banda e com a rodagem necessária para o entrosamento ideal, o resultado não poderia ser diferente. Músicas como Conflito Violento, Grande Bosta e Para Fazer Pobre Chorar já podem ser consideradas novos clássicos de uma banda com 30 anos de história. Do jeito que está, ainda teremos muitos anos de Ratos de Porão, e assim a nossa cena agradece.



   Em breve, os gringos...