quinta-feira, 31 de julho de 2014

R.I.P SUPOSTO FILHO DO CAPETA E DICK WAGNER

  Esse é o primeiro post desse blog que não fala exclusivamente de Rock N'Roll. Na verdade, Fausto Fanti é também um ótimo músico, e na banda ''fictícia'' Massacration, que faz um som com muito mais qualidade do que muita coisa por ai, mas o assunto por aqui é outro. O Hermes e Renato é o programa mais Rock N'Roll da história da televisão, e o estio musical foi uma das coisas que uniu os amigos Joselito, Boça, Jubão, Filho do  Capeta e Padre Quemedo. Bem no começo das ''atividades'', a trupe fazia imitações brilhantes do Ratos de Porão, Sepultura, Faith No More, Guns N'Roses, e outras milhares de bandas, e foi numa loja de cds que Fausto conheceu Bruno, algo fundamental para eles se tornarem o que são.
  Se a Globo ainda aposta no humor que deu certo para gerações passadas, o humor que realmente marcou a minha geração foi o feito pelo Hermes e Renato. Cresci parando na MTV para assistir o programa, e quadros como Boça, Joselito, a inesquecivel briga entre o Filho do Capeta e o Padre, filho viado, pedreiros da pqp, a novela Sinhá Boça, entre outros. Meus amigos e eu subíamos a rua em direção ao colégio cantando a música do Unidos do  Caralho A Quatro, víamos repetidas vezes as hilarias aventuras de Boça no taxi e lanchonete. Isso marcou uma geração como a Escolinha do Professor Raimundo e os Trapalhões, mas infelizmente sem a ''grife'' global deles, o que nesse país faz toda a diferença.
  Foi uma verdadeira bomba saber que Fausto morreu de uma maneira impossível de se imaginar, principalmente com o estilo debochado dele. Um homem que veio ao mundo trazendo felicidade saiu dele triste consigo mesmo. 
  Ainda chocado com a noticia, mais uma perda lamentável ocorreu na última noite. Dick Wagner, Grande guitarrista e parceiro musical de Alice Cooper nos seus primeiros ''discos solos'', pelo menos de maneira contratual, também nos deixou. Dick gravou com Cooper um dos maiores discos de sua carreira e de toda a história, a obra-prima Welcome Tto My Nightmare, além dos também clássicos Goes To Hell, Lace And Whiskey, From The Inside e DaDa. Dick compôs clássicos como It's Hot Tonight, I Never Cry, Wake me Gently, Welcome to my Nightmare, Only Women Bleed e The Black Widow, entre outras.
  Além de ter feito parte da banda, ele também contribuiu com o Kiss, Lou Reed e Aerosmith, com participações marcantes nos clássicos Destroyer e get Your Wings. Com essa trajetória brilhante, seu nome está escrito permanentmente na história do Rock, e Alice Cooper definiu a sua morte como algo realmente lamentável.
  Muito obrigado aos dois, descansem em paz!!!!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

VOLTA REDONDA DO ROCK-26/07-SEPULTURA E PROJECT46

  A minha história com o Volta Redonda do Rock começou na última sexta-feira, dia 25 de julho. Em uma sexta chuvosa, a já caótica capital fluminense fica ainda mais problemática quando o assunto é o trânsito. Sai mais cedo do trabalho para pegar a estrada o quanto antes, porque minha ideia era assistir aos dois dias de festival. Infelizmente, com o engarrafamento monstruoso que tomou conta da cidade, a viagem durou cerca de sete horas, e acabei chegando tarde demais, perdendo assim as apresentações do Dr Sin, Tim Ripper Owens e Blaze Bayley. Lamentei, mas não cheguei a ficar inconsolável, digamos assim, porque o dia mais importante para mim era o 2o, que teriam os shows do Sepultura e Project46.
  A cidade de Volta Redonda é bastante calma, e não cheguei a ver uma grande movimentação pelas ruas durante todo o dia de sábado. A divulgação do evento era enorme, o que é sempre importante. Um amigo meu que também foi assistir ao festival chegou por lá as 7h da noite, e me contou que o movimento estava baixo. Com o passar das horas, felizmente isso mudou. Cheguei no lugar por volta das 11h, e o público já era muito bom. A estrutura montada para o festival era fenomenal. Com entrada franca, uma área bem ampla, com uma parte coberta, vários banheiros, opções variadas de alimentos e tendas vendendo produtos oficiais das bandas e também cds, camisas, dvds e tudo mais de vários artistas (nessa comprei o dvd do Dream Theater, gravado na Argentina na última turnê). Tudo que um bom festival precisa ter, fora a qualidade primorosa do som, três palcos para diminuir os intervalos e a ótima localização, com uma grande oferta de ônibus e taxi, além do estacionamento gratuito. Estava tudo impecável por parte da produção, e o público compareceu, mas não chegava a lotar o lugar.
  Em relação às bandas, o 1o ''headline'' Kiara Rocks já havia se apresentado quando eu cheguei. Fiz isso propositalmente, porque com todo respeito eu detesto a banda, muito por causa da apresentação ridícula deles no Rock in Rio. Como eles são muito bem empresariados, sempre conseguem ótimas apresentações, em lugares que muita banda boa com mais de 30 anos de história nunca vai chegar. Acontecia o show de uma banda que tocava uma enorme variedade de ritmos quando cheguei, e também não achei nem um pouco interessante.
  Finalmente, chegava a hora do Project46. A banda está se destacando bastante na cena, e divulga o elogiado Seja Feita a Nossa Vontade. A força da banda era visível, com uma quantidade considerável de fãs no festival. Eles dominam o palco como gente grande, e estão em grande forma. O som agrada ao público mais heterogêneo possível, desde os fãs de Thrash e Death Metal até os que preferem as ''modernidades'', o que é para poucos. O grande destaque da banda para mim são as letras, em português claro e ácido, bem no estilo do Ratos de Porão. O setlist foi baseado no cd mais recente, com músicas como a maravilhosa Erro 55, Foda-se e Caos Renomeado. Uma grande abertura para a maior banda da história do Brasil, que se apresentaria mais tarde.
  Depois de outra banda desnecessária, era a vez do Sepultura mostrar a cara. O público, que se dispersava pelo enorme lugar, foi todo para frente do palco, que tinha uma passarela bem no estilo Aerosmith, o que aproximava a banda do público. Derrick, Andreas, Eloy e Paulo entraram estourando The Vatican, ótima música do último disco da banda, que era responsável por abrir um setlist espetacular. Kairos, do cd de mesmo nome lançado em 2011 foi outra ótima escolha. Derrick então cumprimenta o público, usando bastante a passarela, e faz questão de falar que o Sepultura, está vivo, ali na hora, apesar dos que insistem em criticar a banda. Aproveitando a deixa, vale lembrar que a atual formação está impecável. Eloy é um monstro na bateria, Andreas e Paulo dispensam apresentações, e Derrick é atualmente um grande vocalista, domina muito bem o palco. O último trabalho prova que o Sepultura ainda tem muito a nos oferecer. Hora de tocar um clássico, a espetacular Propaganda, surpresa para lá de agradável, vinda diretamente de um tal de Chaos A.D. Então é hora de vermos mais novidades, com Impending Doom, outra grandiosidade do novo disco. Seguindo nele, Manipulation of Tragedy vem depois. O show era ótimo, e mostrava como as músicas mais recentes da banda são boas. Ainda na ''fase Derrick'', vem Convicted in Life. Então chega a hora de voltarmos no tempo, e ver as músicas de Roots para baixo. Dusted é uma surpresa daquelas, escolha espetacular de uma pérola escondida nas profundidades das ''raízes sangrentas''. Ainda no último álbum de Max na banda vem o clássico Attitude. O que falar disso, clássico é clássico, eternamente. A banda além de fazer um setlist primoroso, se apresentava com técnica para lá de apurada. Dead Embryonic Cells, só isso, vem em seguida, dessa vez sem a famosa dobradinha com Arise, que apareceria depois. Indo direto para o Chaos, Biotech Is Godzilla é outro resgate primoroso feito pela banda. Uma coisa já me chamava atenção. O público, em sua maioria, estava apático. Provavelmente, muitos ali não são o público que acompanha o Sepultura, e sim ''curiosos'' locais, que foram ao evento de Rock, raro na região. Espero que depois da aula de Heavy Metal dado pelos mestres, eles procurem conhecer melhor a banda. A ótima versão para Da Lama ao Caos, da Nação Zumbi, aparece, seguida por Inner Self, outro clássico do espetacular Benith The Remains. Territory, Arise e Refuse/Resist fecham a primeira parte do show com uma fúria descomunal. Infelizmente, grande parte do público continuou sem reação, mesmo com tantos clássicos. No bis, o encerramento ficou por conta de Ratamanhatta e Roots, essa finalmente sendo recebida como merecia.
  Com um setlist desses, mesclando muito bem todas as fases da banda, e uma performance igualmente impecável, o Sepultura fez um dos melhores show que já assisti. O festival foi um grande sucesso, valendo a viagem. Para quem insiste que o Sepa não existe mais, assistir a pelo menos 1 show da banda atualmente é obrigatório. Eloy e Derrick são os substitutos perfeitos para os Cavaleras, e já espero ansiosamente por um novo trabalho da banda.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

JUDAS PRIEST- REDEEMER OF SOULS

  Antes de qualquer coisa, vamos lembrar de uma regra básica quando falamos de bandas da importância histórica e do tamanho do Judas Priest. Não adianta esperar que bandas com mais de 30 anos de estrada venham agora lançar discos do nível dos clássicos. Quando gente como Kiss, Iron Maiden, Black Sabbath e Judas Priest lançam coisas novas, não esperem Destroyers, Powerslaves, Paranoids, ou no caso do Judas, Painkillers. Mesmo assim, podemos ter a certeza que vem grandes músicas para o proveito da legião de fãs que a banda carrega, e esse é o exato caso do Judas Priest em seu novo trabalho.
  A banda havia se despedido com a sua última turnê, encerrada em 2012, mas para a felicidade dos fãs de Heavy Metal, eles voltaram atrás, e lançaram o primeiro disco inédito desde 2008, seguido por uma turnê. Sortudos somos nós que ainda podermos desfrutar de um dos maiores representantes do estilo por mais algum tempo. O disco é o melhor lançamento da banda desde que Rob Halford retornou no álbum Angel of Retribution, e consequentemente, o melhor em mais de 20 anos. O conceitual Nostradamus divide opiniões entre os fãs, sendo criticado por muitos. Assim sendo, Redeemer Of Souls é algo como uma continuação obvia de Painkiller, com instrumental impecável e voz insuperável, mesmo que logicamente sem aqueles agudos da época, estamos falando de um senhor de 62 anos.
  Um riff de simplicidade genial e única abre o disco na música Dragonaut. Tudo de mais tradicional que existe no Heavy Metal Clássico está ali, com destaque para os vocais de Halford. Vale ressaltar também o trabalho impecável de Richie Faulkner na missão para lá de complicada de substituir o grande K.K Downing, fazendo uma grande dupla com Glenn Tipton. Ian Hill e Scott Travis também continuam em grande forma, mostrando a força de um instrumental que pouco se modificou durante esses 40 anos de história. A faixa-título vem em sequência. A primeira a ser divulgada como single causou uma felicidade única aos fãs logo na primeira audição. Um riff que te fazia voltar no tempo, com certa semelhança com o clássico Hell Patrol de Painkiller, o que é absurdamente maravilhoso. Tem tudo para virar um clássico moderno da banda. Halford procura fazer o simples, o que é absolutamente acertado levando em conta a sua idade. Uma introdução com tons épicos apresentam Halls Of Valhalla, com um riff espetacular e um belíssimo agudo de Rob. Outra verdadeira maravilha do disco, com o melhor desempenho vocal do metal god em todo o cd. Quem escutar os agudos dele nesta música vai sentir um arrepio na espinha instantâneo. Espetacular é a melhor descrição para tal música. Sword of Democles é mais cadenciada, com contornos épicos que engrandecem ela como um todo. Mal comparando, vejo algo de United nela, pela simplicidade e genialidade apresentada. March of the Damned começa com mais um riff espetacular. Ela é um grande tributo aos fãs da banda, o que emociona ainda mais. Uma aula de guitarra introduz Down in Flames, seguida por uma linha vocal precisa e marcante de Rob. Outro grande momento. Hell & Back começa bem lenta, como uma balada, e a letra recitada pelo Metal God. O inicio serve como introdução para um riff ótimo que da um certo ritmo cadenciado a música, seguindo a linha do trabalho. Mais guitarras na introdução de Cold Bloded, num começo mais lento que ganha velocidade com o tempo. Destaque para o trabalho fenomenal do baterista Scott Travis. Metalizer começa mais pesada, com um agudo daqueles de Rob e uma linha de baixo absurdamente marcante de Ian Hill. O tom épico de várias composições aparece novamente. Crossfire tem um riff com uma forte pegada blues, que acompanha a canção toda, novamente com destaque para a bateria. Secrets of teh Dead tem uma introdução sombria. O riff é uma sequência natural que conduz a música. Mais cadência com muita qualidade e sabedoria por parte da banda. Battle Cry tem um riff que remete diretamente aos maiores clássicos da banda. Destaque também, seguramente uma das melhores performances da banda como um todo no disco. Beginning of the End encerra o disco com mais melodia na introdução, se tornando uma balada de arrancar lágrimas dos fãs. Um belíssimo encerramento para um grande álbum, com simplicidade única e que só os grandes sabem fazer.
  O trabalho chega a surpreender, e mesmo com a idade e tempo de estrada de todos, o Judas Priest soube se superar e reinventar. Um clássico moderno, que em vários momentos nos fez lembrar a banda em suas melhores épocas. Depois de muitos anos, definitivamente o Priest voltou, e ainda tem muito a nos oferecer.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

METALLICA-RIDE THE LIGHTNING

  Quando se procura mergulhar fundo no maravilhoso universo do Rock, você descobre uma quantidade infinita de grandes bandas, e automaticamente acaba adquirindo um enorme carinho por algumas de suas obras. Neste universo, sempre temos algumas bandas para destacar, e uma delas para ser considerada a sua ''banda do coração''. A minha sempre foi o Metallica, e o disco que completa 30 anos de lançamento no próximo domingo (antecipei o texto em virtude da viagem que farei no fim de semana para acompanhar o festival Volta Redonda do Rock) é um daqueles que eu mais escutei na vida, conhecendo cada acorde de trás para frente com um amor especial em cada música.
  O Metallica teve uma estreia grandiosa com Kill 'Em All, que caiu como uma bomba naquele cenário fervente da Bay Area de São Francisco, servindo de influência para inúmeras bandas que viriam em sequência. Com tudo isso, o investimento para o segundo disco aumentou. A banda gravou o disco na Dinamarca, terra natal do baterista Lars Ulrich. Isso fez muito bem para a banda, que se sentia em casa e aproveitava muito bem o tempo livre, sem se esquecer de trabalhar duro enquanto estava no estúdio. Ride The Lightning representa um salto musical na carreira do Metallica, ''sofisticando'' o seu Thrash Metal cru e direto do 1o disco. A banda dava mostras claras do tamanho que poderia alcançar.
  A abertura veio com a paulada Thrash Fight Fire With Fire. Uma linha melódica na introdução dava uma certa ''enganada'' no ouvinte, que logo seria apresentado a um riff matador de James Hetfield. A velocidade saia do controle, fazendo dessa música uma das preferidas dos fãs da fase mais Thrash da banda. O clássico Ride The Lightning vem logo em seguida, com uma grandiosidade nunca antes vista. A melodia aparece em certos momentos da música, misturada a solos absolutamente furiosos de Kirk Hammet, obrigando o baterista Lars Ulrich a acompanha-lo com a mesma fúria. O riff é um dos mais marcantes feitos por James Hetfield, sendo junto com Master Of Puppets um belo resumo de tudo de melhor que o Metallica pode apresentar. Depois Cliff Burton nos brinda com From Whom The Bell Tolls, uma das suas melhores obras. O lendário baixista faz aqui uma introdução absolutamente espetacular com seu baixo, que dita o ritmo de toda a música, sendo base para qualquer um que pretenda se especializar no instrumento. A música é seguramente uma das mais marcantes da carreira da banda, sendo relativamente curta, principalmente com relação a letra. Enquanto Ride fala sobre a caminhada triste de um inocente rumo a cadeira elétrica, ''Bellz'' cita o livro de mesmo nome, num momento em que cinco soldados são mortos enquanto tomam as suas posições. Sem descanso, como em todo bom clássico, o Metallica comete um ''pecado mortal'' em seguida. Como a banda que criou o Thrash Metal, que transbordava agressividade, ousa lançar uma ''balada''. Aquilo foi um baque no coração dos fãs mais radicais, mas até eles teriam a obrigação de se curvar diante de Fade to Black. Eu diria que essa foi a música que eu mais escutei na vida, e também minha música preferida. Ela tem tudo que uma boa balada precisa ter. Começa com muita melodia, vai ganhando peso com o tempo e termina em um solo irrepreensível, muitas vezes cantado nos shows da banda ao redor do mundo. A letra dispensa comentários, é daquelas que que faz tirar força até nos piores momentos da sua vida. Poderia ficar até amanha falando sobre ela, e a importância que tem na minha vida. Em seguida, dois eternos ''lados b'', que não viraram clássicos sabe-se lá porque. Trapped Under Ice é para mim uma das melhores da banda, e o fato dela não ser de conhecimento de grande parte dos fãs é difícil de explicar. O riff é, para variar, espetacular, assim como o andamento, os solos e a letra. Mais uma perfeição em forma de música do Metallica. Escape mostra a enorme influência da NWOBHM na banda, mostrando claras características de gente como Saxon, Satan e Diamond Head. A lenda fala que James Hetfield não gosta muito da música, outro fato dificil de ser explicado. Muito por isso, até a banda apresentar o disco na íntegra no seu festival em 2012, ela nunca tinha aparecido em apresentações. Creeping Death teve mais sorte, e virou clássico, um hino da banda. Muito comum na abertura de shows da turnê de Death Magnetic, ela se mostra perfeita para isso, com seu riff matador. O destaque fica para o famoso ''die,die'', palavras de ordem nos shows. Dificil explicar um clássico, ela é e pronto, qualquer ser humano com o mínimo de conhecimento em Heavy Metal conhece. A instrumental The Call Of Ktulu encerra o disco com perfeição, sem a menor necessidade de uma letra. Esse tipo de música o Metallica sabe fazer como poucos. Assim como Ride The Lightning, a música ainda credita Dave Mustaine como compositor, mesmo com ele tendo saído antes da gravação de Kill' em All.
  A evolução estava clara, Ride The Lightning já nascia clássico, e era um resumo da banda na sua melhor forma, com Kirk Hammet, James Hetfield, Cliff Burton e Lars Ulrich em grande forma. Infelizmente, Cliff Burton nos deixou cedo demais, e o que seria o futuro da banda com ele é um mistério. O disco é obrigatório para quem gosta de Metallica, e passou com perfeição pelo teste do tempo.

sábado, 19 de julho de 2014

RICHIE SAMBORA FALA UMAS VERDADES, E FRUSTRA OS FÃS

  Ritchie Sambora tira qualquer esperança dos fãs verem o verdadeiro Bon Jovi, aquele que nos acostumamos a ver até o album These Days de 1995, de volta. Em uma entrevista para a revista alemã Guitarre Und Bass, ele falou que não existe possibilidade de retorno a banda, pelo menos no momento . “Estive na banda por 30 anos, é muito tempo, a maior parte da minha vida. A última turnê durou 18 meses. Sempre estava ali para eles. Escrevi canções e produzi discos. E sejamos honestos, poucos solos que criei foram usados nos últimos discos. Além disso, eu tinha pouca vida familiar. Chega um momento que você se questiona: ‘vale a pena continuar assim?’, ‘quem sou eu?’. Me sentia um robô, fazendo todos os dias tudo pelo grupo e aguentando a mesma merda”.
Sambora foi além, e contestou a óbvia falta de qualidade dos últimos trabalhos da banda e seus solos que não apareceram neles como nos áureos tempos de Slippery When Wet e New Jersey. “Só em uns três discos houve química real entre Jon e eu. Não estava mais sendo divertido. Quando pude escolher entre o dinheiro e a felicidade, não tive dúvidas. Já ganhei o suficiente. Hoje nem sei realmente o que está acontecendo com a banda. Tenho certeza que arrumaram um bom substituto para mim. Mas será que um músico de estúdio é o suficiente para substituir Keith Richards nos Rolling Stones?”.
  Sejamos francos, Sambora só disse verdades. A banda mudou de maneira grandiosa depois de These Days, até chegar ao constrangedor último lançamento, que viu a banda se desmanchar na turnê e uma apresentação constrangedora no Rock in Rio. Ninguém é capaz de substituir Sambora na banda, e a tendência é que o Bon Jovi só piore sem ele. Infelizmente, a banda que eu tanto gosto só existe nos discos mais antigos.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

SHOW DO KRISIUN-12/7

  Ainda triste pela morte do Tommy Ramone, peguei o carro com o primeiro disco da banda no volume máximo e parti para assistir o show do Krisiun. O evento aconteceu em Mesquita, que fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, no início da estrada que liga o Rio a São Paulo. O lugar era de fácil acesso, próximo a linha do trem e a poucas ruas da rodovia. Em cidades da baixada e alguns bairros do subúrbio carioca, a cena carioca pulsa. A maioria dos shows de novas bandas de Thrash e Death metal que fazem do Rio um centro importantíssimo no cenário nacional acontecem por aqui, isso misturado com um público fiel que sempre comparece aos eventos, em vez de sair de casa somente para ver covers e bandas maiores em arenas. Muitas dessas bandas estavam escaladas para o evento, que seria fechado pelo Krisiun, um dos maiores representantes do Heavy Metal nacional atualmente.
  Infelizmente, a organização do evento não estava a altura dele. Cheguei lá por volta das 5.40 da tarde, quando já era para estar começando o segundo show, da banda No Remorse, e estrategicamente já teria acabado o primeiro show do Maieuttica. Infelizmente, os portões que deveriam estar abertos desde 4h ainda estavam fechados, e o público já esperava há horas na calçada em frente ao Mesquita Club. O público só entrou no ginásio por volta das 7h, e teve de esperar até as 8 para assistir ao primeiro show. O ginásio era amplo, parecendo caber algo em torno de 2 mil pessoas, ou até mais. O público girava entre 300 e 500 pessoas aparentemente, número ótimo para um show de metal extremo.
  Finalmente chega a hora da primeira apresentação. A ordem dos shows foi completamente alterada. O Prophecy agora seria a primeira banda a se apresentar, com um show irretocável do mais puro Thrash Metal. Eles vem se destacando muito no underground, e tocaram para um público insano, que abriu um mosh daqueles agitando do início ao fim. Grandes músicas como Violence, Evilution, Risen From Hell e Empty Life foram apresentadas com perfeição, mostrando que eles estão no caminho mais que certo.
  Depois do show, fiquei sabendo da nova ordem das apresentações. A próxima banda seria o Maieuttica, seguido pelo Krisiun (que deveria fechar a noite, e levou grande parte do público presente). Infelizmente, as ótimas bandas Forkill, Unmasked Brains e No Remorse foram sacrificadas pelas graves falhas da produção, tendo que se apresentar já de madrugada depois da banda principal. O próximo show eu honestamente preferia não ter assistido. O Maieuttica pratica um Metal Core da pior qualidade, que com todo respeito passa longe de me agradar. Para completar, o som estava altíssimo e embolado. O resultado foi uma banda ruim tocando com um som péssimo. Pior cenário impossível. A área de fumantes localizada próxima a porta do ginásio ficou lotada, porque lá era o lugar aonde o som chegava mais suave. Muitos comemoraram efusivamente o final da apresentação da banda, que fugia totalmente do estilo de todos os outros shows da noite.
   Já eram quase 11h, uma hora depois do programado para o show do Krisiun começar (isso sem 3 dos shows programados para acontecer). A decisão acabou sendo acertada para não atrapalhar ainda mais o principal show da noite. Todo o público se dirigiu para as proximidades do palco, para ver o Krisiun em ação. A banda divulga por todo o planeta o seu disco mais recente, o espetacular The Great Execution, lançado em 2011. A banda tocou por algo em torno de uma hora, com um set para lá de acertado cantado por todos. Logo no inicio, a banda mandou o clássico Combustion Inferno. Depois era pedra depois de pedra, como as ótimas Blood Of Lions e The Will To Protency, destaques do disco mais recente, e os hinos Descending Abominations, Vicious Wrath, Vengeance's Revelation, Ravanger e Slain Fate. A banda estava gostando muito do que via, sempre chegando mais perto do público e agradecendo. Alex Camargo é uma das figuras que eu mais admiro no Heavy Metal. A paixão que o frontman do Krisiun mostra em fazer o que faz solta aos olhos. Moyses solava a sua guitarra como se não houvesse amanha e Max atacava a sua bateria com muita fúria e técnica, mandando ver na ''metranca'' e mostrando porque é um dos melhores, se não o melhor, baterista da atualidade no Brasil. Os clássicos Kings of Killing e a obrigatória Black Force Domain encerraram o grande show, com Alex dando um mosh e indo parar nos braços do público.
  Foi mais uma grande apresentação dessa banda monstruosa. Infelizmente, já passava da meia-noite, e pela distância do show para a minha casa eu tive que sacrificar as apresentações seguintes. Essa vai para a conta da péssima organização, pelo menos quando o assunto foi o horário. O saldo foi bem positivo, com o público saindo de alma lavada para a casa. Que venham mais e mais eventos como esse, para manter a nossa cena sempre viva.

domingo, 13 de julho de 2014

RAMONES, ETERNAMENTE VIVO NA MEMÓRIA DOS FÃS

  Como todos vocês sabem, hoje é conhecido como o dia mundial do Rock, desde que o Queen fez o maior espetáculo já visto na terra no Live Aid em 1985. Inicialmente, deveria ser um dia para celebrarmos nossa paixão, acordar já escutando Rock N'Roll do Led Zeppelin ou God Give Rock N'Roll To You do Kiss, mas um fato que ocorreu no dia de ontem fez as celebrações mudarem completamente de sentido. O Ramones, uma das bandas mais importantes da história do Rock, viu toda a sua formação original partir para uma outra dimensão. Este é o primeiro caso de uma grande entidade do estilo morrer por completo, obviamente em termos físicos, porque a arte bem feita dura por toda a eternidade. Nós temos que enxergar a realidade, e nos preparar para em breve dar adeus ao Led Zeppelin, Beatles, Rolling Stones e Black Sabbath, mesmo que isso cause um enorme frio na espinha. Por tudo isso, o playlist do blog Coração de Metal do dia mundial do Rock é especial Ramones. Vamos escutar o melhor dos 3 clássicos que Tommy, Joey, Jhonny e Dee Dee gravaram juntos, que por mais que nenhum dos 4 esteja mais por aqui para contar a história, sempre serão escutados por quem tem o Rock no coração. Esperamos que a ''despedida'' de outras grandes bandas ainda demore muito para acontecer, porque não é uma tarefa simples.

                                                             Rocket to Russia

                                                           Rockway Beach

                                                         Here Today, Come Tomorrow

                                                                        I Don't Care

                                                              Sheena Is A Punk Rocker

                                                                     Teenege Lobotomy

                                                                 Do You Wanna Dance?

                                                                           Ramona

                                                                         Surfin' Bird

                                                                    Leave Home

                                                        Gimme Gimme Schok Treatment

                                                                Oh Oh I Love Her So

                                                                   Carbona Not Glue
                                                                            Pinhead

                                                                        California Sun

                                                                          Commando

                                                                          Ramones

                                                                      Blitzkrieg Bop

                                                                     Beat On The Brat

                                                                        Judy Is A Punk

                                                            I Wanna Be Your Boyfriend

                                                                         Chain Saw

                                                                       Havana Affair

                                                                         53rd & 3rd

  Acho que já foi o suficiente para sentirmos a força que os 3 discos lançados por esses 4 senhores em conjunto. Nossa eterna gratidão aos senhores Tommy, Joey, Dee Dee e Jhonny, nos resta escutar.

sábado, 12 de julho de 2014

R.I.P TOMMY RAMONE

  Uma noticia devastadora chegou nesta manha aos ouvidos de milhões de fãs de uma das mais importantes bandas da história do Rock. Tommy, o último integrante da formação original dos Ramones ainda vivo, faleceu. Toda a formação original da banda passou para o andar de cima, deixando um enorme vazio em nossos corações e naquela histórica parede da foto do 1o disco.
  Originalmente, Tommy deveria ser o empresario dos Ramones. Membro fundador da banda, via uma formação pouco estável no seu inicio. Ele foi quem percebeu que Joey deveria largar a bateria e assumir os vocais, já que Dee Dee não conseguia tocar baixo e cantar. Com a ausência de um baterista, ele então aprendeu o instrumento em pouco tempo, se tornando o baterista da banda. Estava formado o Ramones que conhecemos, com Joey nos vocais, Jhonny na guitarra, Dee Dee no baixo e Tommy na bateria. A banda foi para o estúdio lançar um verdadeiro clássico do Punk Rock mundial, intitulado Ramones. Tommy escreveu grande parte da letra do maior sucesso/hino da banda, Blitzkrieg Bop, e isoladamente a também clássica I Wanna Be Your Boyfriend. Tal obra dispensa maiores apresentações, a história fala por si. Fazendo um tremendo barulho no underground, mas ainda sem uma vendagem espetacular (que só aconteceria muitos anos depois), a banda então partia para o segundo disco.
  Leave Home é outro álbum absolutamente espetacular. A qualidade da gravação era bem superior a do primeiro lançamento, já que a banda estava crescendo bastante no cenário da época. O trabalho apresenta canções espetaculares Gimme Gimme Schock Treatment, Pinhead, Commando e California Sun, entre outros verdadeiros clássicos da banda. O disco foi bem recebido, e abria as portas para o que é para mim o melhor disco da banda.
  Rocket To Russia dispensa apresentações. Ele é considerado não só por mim, mas por muitos fãs da banda, o melhor trabalho que o Ramones já fez. O que viria a ser o último disco gravado por Tommy Ramone serviu para eterniza-lo. Ele foi um dos responsáveis pela produção do disco. Esse foi mais um disco que trouxe um série de clássicos, como Rockaway Beach, Sheena Is a Punk Rocker, Do You Wanna Dance?, Teenage Lobotomy e I Don't Care. O espetacular It's Alive, o primeiro registro ao vivo dos Ramones, gravado durante a turnê europeia da banda em 1977 acabou encerrando a trajetória de Tommy na bateria da banda.
  Tommy era considerado uma espécie de mentor dos Ramones, dividindo a responsabilidade de se apresentar em entrevistas com Jhonny. O acumulo de funções na banda estava atrapalhando o nosso herói. Ele não queria mais obedecer a série de obrigações a que os integrantes de uma banda são submetidos, preferindo estar aonde começou, apenas na produção, no estúdio, e não na estrada. Ele queria compor mais e produzir futuros discos da banda, e achava que eles poderiam até encontrar um baterista melhor. Foi então que Marky Ramone entrou na história da banda. Ele produziu então o disco seguinte, Road to Ruin, sendo substituído por Phil Spector na produção de End Of The Century, uma tentativa desesperada dos Ramones para alcançarem uma vendagem maior, algo que ainda não era uma realidade, apesar da enorme importância que a banda já tinha. Tommy foi chamado no futuro para a produção de Too Tough to Die.
  Hoje a sua passagem pela terra chegou ao fim, e agradeço profundamente os seus serviços prestados em nome de uma das minhas bandas preferidas. Muito obrigado Tommy, descanse em paz, junto com os seus amigos que começaram tudo.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

BEATLES-A HARD DAY'S NIGHT

  Com dois discos lançados, os Beatles já eram uma realidade. A chamada beatlemania já tomava conta da Inglaterra, e em uma excursão recente já havia chegado aos EUA. Toda essa febre daria origem ao primeiro Filme sobre a banda, A Hard Day's Night, que tratava exatamente do sucesso que a banda fazia. O terceiro disco foi lançado como uma especie de trilha sonora, com o mesmo nome, mas tem vida própria, dando sequência a trajetória dos meninos de Liverpool.
  Sendo o primeiro disco da banda a contar com músicas feitas exclusivamente pela banda, diferente dos vários covers que temos nos dois primeiros discos, A Hard Day's Night já nasce clássico. A faixa-título é um hino, daquelas músicas que até a sua avó conhece. Já começa com um refrão que gruda, assim como toda a letra. Bem típica das músicas da banda no início de carreira, simples, direta, com cerca de 3 minutos, e mesmo assim maravilhosas. Aqui ainda não se via a quantidade impressionante de sons que a banda apresenta em discos futuros, como Revolver e  Sargent Peppers, mas nem por isso as primeiras obras dos Beatles deixam de ser magníficas. Uma gaitinha espetacular da a entrada para a maravilha chamada I Should Have Known Better. Uma espécie de balada, de muito bom gosto e genialidade repleta de simplicidade. If I Fell é bem mais lenta, com tudo que uma boa balada deve ter. Letra de emocionar qualquer um, junto de um violão bem tocado. I'm Happy Just to Dance with You continua com a linha de músicas da banda em seu inicio, sem maiores invenções. Certos tipos de bandas tem uma magia própria, e mesmo em músicas semelhantes, elas se tornam únicas. And I Love Her é uma das músicas mais maravilhosas da banda. Outra balada absurdamente certeira que faz qualquer um se emocionar. Paul McCartney presenteou os cariocas com essa maravilha em sua apresentação, em 2011, e o que se viu no Eengenhão foi uma verdadeira hipnose coletiva, que só músicas assim conseguem fazer. Can't By Me Love é outra daquelas que qualquer pessoa neste imenso planeta conhece, já tendo escutado pelo menos uma vez na vida. Não adianta, você vai escutar o primeiro verso e vai sair cantando até o final. Tell Me Why continua com as letras mais sentimentais, que de uma forma única conquista a todos. Any Time At All, a maravilhosa I'll Be Back, You Can't Do That e Things We Said Today seguem na mesma toada, sendo todas simples, maravilhosas, inesquecíveis e especiais nos corações dos fãs da banda.
  A Hard Day's Night era o disco mais espetacular lançado pela banda até então, abrindo espaço para a série de clássicos que viriam em sequência. Esses 50 anos parecem não ser nada, já que obras assim simplesmente não envelhecem, e ficam cada vez melhores.

10 SHOWS INESQUECÍVEIS DO SÉCULO 21

  Uma das coisas mais discutidas sobre Rock nos últimos anos, é o futuro do estilo. Tem quem fale que ele morreu. Como eu acredito que isso é uma grande mentira, e estamos na semana do dia mundial do Rock, farei algumas lembranças de grandes acontecimentos dos ''anos 2000'' no estilo, começando por shows inesquecíveis que aconteceram entre 2001 e 2014. Por mais que tenhamos grandes bandas brotando no underground nacional e internacional, é um fato que passamos por uma carência de bandas de arena, talvez pelo novo jeito de se consumir música nos dias de hoje. Esperamos que esse problema acabe em breve, como de fato eu acredito que mais cedo ou mais tarde, o sucessor de Iron Maiden e Metallica vai aparecer em alguma garagem por ai. Vamos aos shows:

Led Zeppelin- Londres- O2 Arena- 10/12/2007

  Lançado mundialmente como CD/DVD/BLUE RAY, e também conhecido como Celebration Day, esse show foi realmente histórico. Desde quando a banda acabou, assim que a morte do baterista John Bonham foi anunciada, a banda se reuniu em pouquíssimas ocasiões. Bonham, Page, Plant e Paul Jones eram uma verdadeira família, e a continuação sem um dos ''irmãos'' era impensável. Desde então, a banda se reuniu em 3 ocasiões. Duas delas, no famoso Live Aid e nas celebrações de 40 anos da gravadora Atlantic foram consideradas um fracasso, com a banda visivelmente desconfortável no palco (no live Aid, Plant não se encontrava em grande forma e a banda parecia desconfortável dividindo o palco com bateristas diferentes, e antes do show da Atlantic, aconteceu uma grande discussão entre Plant e Page, com relação ao setlist que a banda iria apresentar, o que implicou numa apresentação irreconhecível). Sendo assim, a terceira reunião foi de fato ''a reunião'' do Led Zeppelin. O show aconteceu em tributo ao fundador da Atlantic Ahmet Ertegun, que havia morrido em 2006. Foi a maior procura por ingressos já registrado na história do showbiz, e os 18 mil ingressos se esgotaram em segundos, com muitos não conseguindo comprar. A banda fez uma apresentação grandiosa, com clássicos a perder de vista apresentados pelo filho de Bonham, Jason, e os 3 remanescentes da formação original em grande forma. Foi um show histórico, para reviver os anos 70 e matar a saudade dos fãs da maior banda da história do Rock. Infelizmente, são poucas as chances de vermos uma turnê mundial, mas o DVD já mata um pouco da nossa sede.

Pink Floyd- Londres- Live 8- 02/07/2005

  Uma reunião do Pink Floyd é esperada por milhões de fãs da banda ao redor do mundo, desde quando Roger Waters saiu. Durante a histórica noite de dois de julho de 2005, as diferenças foram colocadas de lado, e Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright subiram no palco do evento beneficente Live 8, em Londres. Foi uma curta apresentação, que dizem ter sido cercada de discussões sobre antigos problemas nos ensaios, mas durante aqueles mágicos 30 minutos, foi tudo esquecido. Foram apresentadas os clássicos Breathe, Money, Wish You Are Here e Comfortably Numb. Infelizmente, com a morte de Richard, uma reunião agora seria impossível, apesar da participação de Gilmour em um dos show da turnê de Waters e de um próximo lançamento da banda estar sendo providenciado. Mias uma reunião que ficou para a história.

Black Sabbath- Wcken Open Air- 2009

  Antes de qualquer coisa, para mim o nome Heaven And Hell não existe. A reunião de Dio, Iommi, Butler e Appice é Black Sabbath, e pronto. Inclusive o The Devil You Know (disco que marcou a reunião e a futura turnê mundial) está estrategicamente posicionado depois do Mob Rules (o último disco da banda que eu tenho na discografia pessoal antes deste lançamento). Além de um grande disco e de shows inesquecíveis, a reunião dos 4 monstros sagrados do Heavy Metal foi o último ato da carreira espetacular do senhor Ronnie James Dio. O show realizado no Wacken, registrado em um dvd, serve para ilustrar o fato. Além da mágica que acontece quando eles se reúnem, este foi um dos últimos shows de Dio. Cerca de 9 meses depois da apresentação, no dia 16 de maio de 2010, ele dava adeus ao mundo, deixando milhões de órfãos e um legado fenomenal.

Black Sabbath- Rio de Janeiro- Praça da Apoteose- 13/10/2013

  O show que assisti dos mestres do Heavy Metal serve para ilustrar todas as apresentações da turnê mundial da banda, que aconteceu depois do lançamento de 13, 1o disco lançado com Ozzy nos vocais depois de mais de 30 anos. O retorno de Ozzy ao Black Sabbath, junto de Iommi e Butler, caiu como uma bomba no cenário do Heavy Metal internacional. Mesmo sem o baterista original Bill Ward, muito bem substituído na turnê por Tommy Cufletos, cada apresentação da banda era um desfile de clássicos, uma celebração de tudo que existe de mais maravilhoso no estilo. A turnê brasileira entro para a história, com 155 mil ingressos vendidos para os 4 shows, e uma legião de amantes da música pesada tendo os seus sonhos atendidos. Este foi um dos maiores shows que o Brasil assistiu na história, e a Apoteose lotada no Rio de Janeiro entrou numa transe que eu nunca tinha presenciado na minha vida. Seguramente o maior show que tive a oportunidade de assistir em 22 anos de Rock N'Roll.

Rolling Stones- Rio de Janeiro- Praia de Copacabana- 18/02/2006

  O que pode acontecer de novo na história de uma banda com 50 anos de Rock N'Roll? Certamente, o que se viu nas areias da Praia mais famosa do planeta nunca será esquecido por Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood. Um milhão e meio de pessoas se posicionaram em frente ao palco para assistir o que seria o maior show de Rock já realizado na história. O show é o destaque do DVD quadruplo A Biggest Bang, sobre a turnê do álbum A Bigger Bang, assim como um documentário sobre a apresentação. Do alto dos meus 14 anos, assisti ao show ao lado do meu pai, que me ensinou a amar a banda, e tenho ele na memória como se tivesse acontecido ontem. Os Stones apresentaram um set repleto de clássicos, cantados por muitos dos presentes e saíram de lá com a certeza de que, apesar de toda a experiência, eles ainda não tinham visto de tudo.

Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax- Sonisphere Polonia- 16/06/2010

  A primeira apresentação conjunta dos 4 gigantes do Thrash Metal mundial serve para ilustrar toda a turnê que aconteceu em seguida. Parecia impossível reunir essas bandas, muito pelas rixas históricas, principalmente entre Metallica e Megadeth, e também do Slayer com ambas. A ideia foi absolutamente genial e benéfica para todos os envolvidos. Existe uma certa discussão sobre a inclusão de Exodus e Testament neste grupo, o que seria mais do que justo, talvez num big 6, porque tirar qualquer um dos 4 seria uma tremenda injustiça. O fato é que eles são ótimos representantes do estilo. O Metallica mudou muito durante a sua carreira, mas sua importância nos primórdios do Thrash Metal tem que ser levada em consideração. O tamanho que a banda alcançou, rompendo todas as barreiras do Heavy Metal foi um diferencial para o sucesso da marca Big Four. Isso acabou virando um termo, gerando muito interesse de fãs do Metallica pelas outras 3 bandas, e posteriormente por Testament, Exodus, Overkill e afins. A turnê foi um sucesso absoluto de público, com jams históricas das bandas sendo o ponto alto. A última aparição de Jeff Hanneman, guitarrista do Slayer, que faleceu em 2013, no palco aconteceu em uma apresentação dos 4 nos EUA, mais um fato que engrandece o chamado Big Four.

Pantera- Yokohama Beast Fest- 26/08/2001

  O Pantera, junto com o Sepultura, foi a banda que abalou as estruturas do Heavy metal nos anos 90. Infelizmente, a banda não sobreviveu ao novo milênio, e de maneira pouco amistosa encerrou as suas atividades em 2003. Infelizmente, Dimebag Darrell foi morto de maneira estúpida no final de 2004, enterrando de vez as possibilidades de reunião do Pantera. Com tudo isso, a apresentação da banda no Japão acabou sendo histórica. Foi a última vez que Rex, Anselmo, Paul e Darrell subiram juntos em uma palco, encerrando uma trajetória meteórica e fenomenal na história da musica pesada. Foram apenas 11 músicas, mas quem estava lá nunca vai se esquecer disso, e poderá contar a história para os netos.

AC/DC- Buenos Aires- Monumental de Nunez- 2,4 e 6/12/2009

  O AC/DC fez uma das turnês mais grandiosas que se tem noticia, promovendo o disco Black Ice, lançado em 2008. O que parece ter sido a última tour de Malcolm Young com a banda (ele não deve participar da turnê de 40 anos da banda, que deve ser anunciada em breve) foi assistida por milhares de fãs em todo planeta. As apresentações matadoras que a banda fez na Argentina foram registradas em um dvd, e ilustram perfeitamente o que é um show da banda. Um público extremamente participativo mostram o máximo da emoção que se pode sentir em um show de Rock, da banda que se confunde com o estilo. Não pode existir nada mais espetacular no planeta do que um show do AC/DC, com clássicos depois de clássicos, para uma plateia grandiosa e extremamente agitada. Quem já assistiu o dvd sabe do que eu estou falando, entrou para a história.

Iron Maiden- Rio de Janeiro- Rock in Rio- 19/01/2001

  O Iron Maiden, verdadeira entidade do Heavy Metal mundial, passou pelos anos 90 com muito sofrimento. A banda teve dificuldades em sobreviver sem Adrian Smith na guitarra e Bruce Dickinson cantando. Os substitutos Blaze Bayley e Janick Gers (que ainda está na banda) não deram conta do recado, e a qualidade dos discos lançados caiu bastante em relação aos dourados anos 80. Sendo assim, Smith e Dickinson acertaram seus retornos para a banda, que agora contava também com Dave Murray, Steve Harris, Nick McBrian e Janick Gers, o que acabou adicionando uma guitarra ao som. O espetacular Brave New World foi lançado, lavando a alma dos fãs da banda. O show no maior festival de música do planeta, o Rock in Rio, encerrou a turnê mundial que reapresentou Bruce e Adrian para o público do Iron Maiden. O público brasileiro compareceu em peso na Cidade do Rock, com mais de 200 mil fanáticos que fizeram do show um espetáculo a parte. A coisa foi tão espetacular que deu origem a um dvd, que mostra claramente o caráter diferenciado do show, que teve no setlist várias músicas do novo cd, e grandes clássicos da carreira da banda. Desde então, o Iron Maiden continua firme na sua posição de gigante do Heavy Metal, com a mesma formação, fazendo shows lotados e espetaculares por todo mundo.

Scorpions- Wacken Open Air 2006

   O Scorpions é inegavelmente uma das bandas de Rock mais importantes da história. Com uma trajetória de 40 anos no mundo do Rock, a banda coleciona clássicos. No show realizado no Wacken de 2006, a banda celebrou os seus 35 anos de carreira. Para a data, o Scorpions preparou um dos setlists mais espetaculares já apresentados ao vivo, com músicas como Comming Home, We'll Burn In The Sky, Lovedrive, In Trance e Coast To Coast, entre muitos outros clássicos. Alem disso, foram chamados simplesmente Uli Jon Roth, Michael Schenker, Herman Rarebell e Tyson Schenker, que marcaram época na banda, para participações especiais históricas. Esse pode ser apontado facilmente como uma das maiores apresentações da história da banda, e pode ser conferida no dvd lançado com o show.


   Todos esses shows provam que o Rock ainda tem muita força até hoje, e as grandes bandas ainda são capazes de proporcionar grandes espetáculos ao redor do mundo. Em breve, irei lembrar também de grandes discos e bandas do século 21, para provar de uma vez por todas que o Rock vive!!!



terça-feira, 8 de julho de 2014

BRASIL E ALEMANHA, ESPECIALISTAS NA ARTE DE JOGAR FUTEBOL E FAZER HEAVY METAL

  No futebol, poucos sabem jogar como os times que vão se enfrentar na tarde de hoje, em Belo Horizonte. São poucos os jogos que reúnem 8 títulos mundiais em campo. Por uma feliz coincidência, o confronto acontece em uma cidade que é um verdadeiro templo sagrado do Heavy Metal brasileiro.
  Belo Horizonte viveu um momento único na história da música pesada mundial. Com reuniões na loja Cogumelo Records e recente apresentação apoteótica do Kiss na cidade, os ''cabeludos'' empurraram suas músicas ''medonhas'' goela abaixo da sociedade mineira tradicional, muito religiosa e completamente fechada ao Heavy Metal. Com o sucesso do Overdose, que já se destacava, vieram juntas incontáveis bandas de Death e Thrash metal, com um som extremo e brutal único daquela região. Sepultura e Sarcófago conquistaram o mundo, apesar da enorme rivalidade que surgiu entre elas. Alem desses monstros sagrados, a cena ofereceu ao Brasil nomes como Sextrash, Mutilator, Witchhammer, Chakal e Holocausto. Poucas cidades, para não dizer nenhuma, revelaram de uma só vez nomes tão importantes para a música pesada do Brasil.
  No país inteiro, se produz bandas que dominam o cenário nacional e internacional do gênero, como Ratos de Porão, Angra, Krisiun, Korzus, Salário Minimo, Stress e Azul Limão, entre muitas outras. Elas e as maravilhas mineiras, são responsáveis por colocar o nome do Brasil em um lugar de muito destaque no mapa do Heavy Metal mundial.
  O nosso adversário também pode se orgulhar, e muito, da sua música extrema. A Alemanha recebe anualmente o maior festival de Metal do planeta, o Wacken Open Air. As bandas alemãs são amadas em todo o mundo, influência para muita gente. O Scorpions talvez seja o maior nome, com seu Hard N'Heavy tradicional, que é escutado por milhares de pessoas em todo mundo. O Scorpions é um dos maiores nomes da história do Rock, mas o Heavy Metal alemão vai muito alem disso. O Power Metal (ou melódico, como queira) é outro destaque, com nomes como Helloween, Gamma Ray, Grave Digger, Edguy e Blind Guardian. O Thrash Metal alemão é um verdadeiro patrimônio nacional. Ele influencio muito as bandas mineiras que já falamos anteriormente. Destruction, Sodom, Kreator e Tankard são base para qualquer pessoa que pretende escutar Thrash Metal. O único lugar do mundo com uma cena parecida é a Bay Area de São francisco. Esses foram alguns dos muitos destaques alemães na música pesada, o suficiente para percebemos que poucos entendem do assunto como eles.
  Os nossos países se encontraram algumas vezes na história. O mais marcante foi a turnê conjunta de Sodom e Sepultura, cheia de lendas que envolvem as apresentações. O Sepultura se sentiu prejudicado, e fez a memorável ''vingança'' do banho. A turma de Max nunca foi muito fã de um banho, mas para dar uma sacaneada nos alemães, a solução foi ficar sem durante dias, o que resultou num fedor insuportável, com o Sodom querendo enfiar os brasileiros no chuveiro de qualquer maneira. O que aconteceu alem da lenda nessa tour, nunca saberemos. Outro encontro memorável aconteceu no último Rock In Rio, com o show grandioso de Krisiun e Destruction, abalando as estruturas do Palco Sunset.
  Brasil e Alemanha, dois países craques na bola e na guitarra, com histórias intermináveis de sucesso em ambos os seguimentos. Prepare sua torcida, com muita cerveja e Heavy Metal, misturados com bom futebol, especialidades nossas.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

CAVALERA CONSPIRACY CONFIRMA A SUA MAIOR TURNÊ NO BRASIL

  Pela 4a vez em 2 anos, Max Cavalera vem tocar no seu país, pela segunda vez com o seu irmão Iggor. O Cavalera Conspiracy está para lançar o seu terceiro disco, que seguindo a linha dos dois primeiros, tem tudo para ser espetacular. A turnê passa por nada menos que 11 cidades no Brasil, algo inédito depois da saída de Max do Sepultura. Assistir aos irmão Cavalera no palco é sempre especial, mais um show imperdível.
  No período de um mês, o Rio de Janeiro se prepara para receber shows de Napalm Death, Hatebreed, Municipal Waste, Exodus, Toxic Holocaust e Cavalera Conspiracy, o que promete ser histórico. O nosso público de Thrash Metal e Hardcore não tem do que reclamar, e terá um grande desafio de lotar todos os shows, já que o público dessas bandas é bem parecido.
 

terça-feira, 1 de julho de 2014

ROADIE CREW DE JULHO

  Já está nas bancas a mais nova edição da revista Roadie Crew. A capa é estampada, finalmente, pelo Ratos de Porão. Um dos maiores representantes da nossa música pesada em todo mundo acaba de lançar Século Sinistro, seu primeiro álbum de inéditas desde Homem Inimigo do Homem, do qual já falamos por aqui em posts anteriores. Além da entrevista com João Gordo, a revista vem com entrevistas com Tankard, Anthrax e Edguy, entre outros nomes de peso do cenário do Rock do Brasil e do mundo, alem das tradicionais seções da revista, como o Background, Live Evil e Resenhas. Como sempre, imperdível.

Ed. #186 (julho, 2014) -
entrevistas:
RATOS DE PORÃO (João Gordo) - capa
ANTHRAX (Frank Bello)
ARCH ENEMY (Michael Amott e Alissa White-Gluz)
CROWBAR (Kirk Windstein)
FREEDOM CALL (Chris Bay)
EDGUY (Dirk Sauer)
ENTHRONED (Nornagest)
GENOCIDIO (Murillo Leite)
STRYPER (Michael Sweet)
TANKARD (Andreas "Gerre" Geremia)
WHITECHAPEL (Phil Bozeman)
Seções: Cenário: Cangaço, Skin Culture, Vingador, Fireline, Envoke, Perc3ption, Abaddon, Salário Mínimo, Rock Soldiers
Eternal Idols: Alvin Lee
Background: Ramones (Final)
Blind Ear: Fredrik Andersson (Amon Amarth)
ClassiCover: Ballroom Blitz (Sweet / Nuclear Assault)
Collection: Dismember
Playlist: Michel "Away" Langevin (Voivod)
Hidden Tracks: Uncle Slam
ClassiCrew 74: Queen II (Queen)
ClassiCrew 84: Sign Of The Hammer (Manowar)
ClassiCrew 94: Balls To Picasso (Bruce Dickinson)
Profile: Alex González (De La Tierra, Maná)
Live Evil: Amon Amarth, Roça N' Roll, Therion, Deicide/Children Of Bodom, Uriah Heep, Korpiklaani/TYR
Pôster: Picture

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