quinta-feira, 24 de julho de 2014

JUDAS PRIEST- REDEEMER OF SOULS

  Antes de qualquer coisa, vamos lembrar de uma regra básica quando falamos de bandas da importância histórica e do tamanho do Judas Priest. Não adianta esperar que bandas com mais de 30 anos de estrada venham agora lançar discos do nível dos clássicos. Quando gente como Kiss, Iron Maiden, Black Sabbath e Judas Priest lançam coisas novas, não esperem Destroyers, Powerslaves, Paranoids, ou no caso do Judas, Painkillers. Mesmo assim, podemos ter a certeza que vem grandes músicas para o proveito da legião de fãs que a banda carrega, e esse é o exato caso do Judas Priest em seu novo trabalho.
  A banda havia se despedido com a sua última turnê, encerrada em 2012, mas para a felicidade dos fãs de Heavy Metal, eles voltaram atrás, e lançaram o primeiro disco inédito desde 2008, seguido por uma turnê. Sortudos somos nós que ainda podermos desfrutar de um dos maiores representantes do estilo por mais algum tempo. O disco é o melhor lançamento da banda desde que Rob Halford retornou no álbum Angel of Retribution, e consequentemente, o melhor em mais de 20 anos. O conceitual Nostradamus divide opiniões entre os fãs, sendo criticado por muitos. Assim sendo, Redeemer Of Souls é algo como uma continuação obvia de Painkiller, com instrumental impecável e voz insuperável, mesmo que logicamente sem aqueles agudos da época, estamos falando de um senhor de 62 anos.
  Um riff de simplicidade genial e única abre o disco na música Dragonaut. Tudo de mais tradicional que existe no Heavy Metal Clássico está ali, com destaque para os vocais de Halford. Vale ressaltar também o trabalho impecável de Richie Faulkner na missão para lá de complicada de substituir o grande K.K Downing, fazendo uma grande dupla com Glenn Tipton. Ian Hill e Scott Travis também continuam em grande forma, mostrando a força de um instrumental que pouco se modificou durante esses 40 anos de história. A faixa-título vem em sequência. A primeira a ser divulgada como single causou uma felicidade única aos fãs logo na primeira audição. Um riff que te fazia voltar no tempo, com certa semelhança com o clássico Hell Patrol de Painkiller, o que é absurdamente maravilhoso. Tem tudo para virar um clássico moderno da banda. Halford procura fazer o simples, o que é absolutamente acertado levando em conta a sua idade. Uma introdução com tons épicos apresentam Halls Of Valhalla, com um riff espetacular e um belíssimo agudo de Rob. Outra verdadeira maravilha do disco, com o melhor desempenho vocal do metal god em todo o cd. Quem escutar os agudos dele nesta música vai sentir um arrepio na espinha instantâneo. Espetacular é a melhor descrição para tal música. Sword of Democles é mais cadenciada, com contornos épicos que engrandecem ela como um todo. Mal comparando, vejo algo de United nela, pela simplicidade e genialidade apresentada. March of the Damned começa com mais um riff espetacular. Ela é um grande tributo aos fãs da banda, o que emociona ainda mais. Uma aula de guitarra introduz Down in Flames, seguida por uma linha vocal precisa e marcante de Rob. Outro grande momento. Hell & Back começa bem lenta, como uma balada, e a letra recitada pelo Metal God. O inicio serve como introdução para um riff ótimo que da um certo ritmo cadenciado a música, seguindo a linha do trabalho. Mais guitarras na introdução de Cold Bloded, num começo mais lento que ganha velocidade com o tempo. Destaque para o trabalho fenomenal do baterista Scott Travis. Metalizer começa mais pesada, com um agudo daqueles de Rob e uma linha de baixo absurdamente marcante de Ian Hill. O tom épico de várias composições aparece novamente. Crossfire tem um riff com uma forte pegada blues, que acompanha a canção toda, novamente com destaque para a bateria. Secrets of teh Dead tem uma introdução sombria. O riff é uma sequência natural que conduz a música. Mais cadência com muita qualidade e sabedoria por parte da banda. Battle Cry tem um riff que remete diretamente aos maiores clássicos da banda. Destaque também, seguramente uma das melhores performances da banda como um todo no disco. Beginning of the End encerra o disco com mais melodia na introdução, se tornando uma balada de arrancar lágrimas dos fãs. Um belíssimo encerramento para um grande álbum, com simplicidade única e que só os grandes sabem fazer.
  O trabalho chega a surpreender, e mesmo com a idade e tempo de estrada de todos, o Judas Priest soube se superar e reinventar. Um clássico moderno, que em vários momentos nos fez lembrar a banda em suas melhores épocas. Depois de muitos anos, definitivamente o Priest voltou, e ainda tem muito a nos oferecer.

Um comentário:

  1. Só faltou falar das 5 faixas bônus da edição "Deluxe" deste Redeemer of Souls.

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