terça-feira, 28 de julho de 2015

BLACK SABBATH - SABOTAGE

   Poucas bandas na história do Rock N'Roll tem uma discografia tão ampla e qualificada quanto o Black Sabbath. Entre as muitas coisas que podemos concluir com isso, está o fato de que a concorrência entre as obras é gigante, e o número de opiniões diferentes sobre qual seria o melhor, ou os melhores trabalhos da banda é o mais heterogêneo possível. Eu mesmo tenho enorme dificuldade de escolher entre os trabalhos magníficos lançados com Ozzy, os não menos impressionantes com Dio, ou até o fantástico Born Again com Gillan. Nesse universo amplo, muito se fala sobre Paranoid, Heaven And Hell, Vol. 4, Black Sabbath e tantos outros, e assustadoramente, Sabotage é muito pouco citado entre eles. O trabalho que completa hoje 40 anos é um dos melhores da banda ao meu ver, e consequentemente, um dos mais relevantes da história do Heavy Metal, merecendo muito mais reconhecimento entre as maravilhas da discografia sabática. 
   Sabotage é o último grande trabalho de Ozzy Osbourne na banda. Os abusos de todos os integrantes, principalmente de Bill Ward e Ozzy, já afetavam o andamento das coisas. Contudo, aqui em nada afetaria a qualidade artística, como nos razoáveis Technical Ecstasy e Never Say Die!, que viriam em seguida. Sabotage é um trabalho variado, com muita qualidade a cada detalhe. As coisas já começam com um hino tipicamente Sabbath, que atende pelo nome de  Hole in the Sky. Simplesmente fantástico, mas tudo ficaria ainda melhor depois da bela "introdução" Don't Start (Too Late), em forma do hino máximo do trabalho, Symptom of the Universe. Aqui Tony Iommi saca um dos riffs mais fantásticos de sua gloriosa galeria, e o desempenho de Ozzy é igualmente fantástico num vocal simplesmente furioso. Isso já bastava, mas ainda tem muito mais. Megalomania é outra maravilha aqui presente, num clima fantasticamente arrastado em 9 minutos de um orgasmo musical. O que Ward, Butler, Iommi e Ozzy fazem aqui se aproxima da perfeição, numa variedade de velocidade e calma com um ambiente estrategicamente pesado que só uma banda como o Black Sabbath sabe fazer. Outra que considero uma das melhores da história da banda. Outra vez, Iommi apresenta um dos desempenhos mais fantásticos da sua vida, naquele belo riff que arrumou no momento em que a música muda de andamento. Num disco perfeito, não se respira, e Thrill of it All faz valer muitos outros elogios para os mestres. Mais um clássico. Em Supertzar temos um espetáculo em forma de canto gregoriano, abrindo espaço para a dobradinha matadora e inspiradíssima Am I Going Insane (Radio)/The Writ. 
    Resumidamente, Sabotage é uma clássico completo, oito passagens com doses cavalares de tudo de melhor que o Black Sabbath sempre soube fazer. Por tudo isso, merece todo o destaque do mundo na discografia da banda, mesmo sem ter sido lembrado durante a tour de reunião, por exemplo, coisa que considerei um crime, mesmo entendendo que a complexidade da obra seja complicada para a banda nos dias de hoje em apresentações ao vivo. Se você cometeu o pecado de deixar Sabotage encostado a sombra de outros trabalhos igualmente fantásticos do Black Sabbath, peça perdão aos deuses do Rock imediatamente, colocando essa obra no talo no seu som!


sábado, 25 de julho de 2015

AD/DC - BACK IN BLACK

   O ano de 1980 começo da pior maneira possível para o AC/DC. A trajetória magnífica da banda até então, com cinco clássicos na bagagem (se contarmos apenas com o "unificado" High Voltage, com High Voltage e TNT são sete) parecia acabar na trágica e prematura morte do gênio Bon Scott. A partida aconteceria logo depois do lançamento do que é para mim o melhor trabalho da banda, o fantástico Highway To Hell, mas felizmente a história dom AC/DC não acabaria por aqui. Cerca de 5 meses depois da perda do vocalista, e já com o não menos espetacular  Brian Johnson no posto, chega as lojas o disco de Rock N'Roll mais vendido da história. 
   Back In Black já na capa presta homenagem a Bon, naquela icônica predominância preta com apenas o nome e o título lá escritos. Musicalmente, nada mudou, sendo então uma continuação obvia para tudo que tinha sido feito até então. Lá vem muito Rock N'Roll com riffs clássicos de Angus Young, a velha pegada Blues característica e uma saraivada de eternos hinos do estilo. Amigos, alguém considera plausível um ser vivente com o mínimo de conhecimento em Rock não ter noticia do mais que clássico riff da faixa-título? Não mesmo! A abertura com Hells Bells, nas famosas badaladas dos sinos do inferno ao vivo ao som de mais um riff magnífico, a alucinante Shoot to Thrill e uma tal de You Shook Me All Night Long formam a base de hinos definitivos do Rock N'Roll presentes no disco. Bem, só falei até agora dos maiores clássicos, que transcendem o limite do clássico para se tornar hino, mas o trabalho tem muito mais. Rock and Roll Ain't Noise Pollution talvez seja a música mais fantástica do AC/DC, sendo capaz de emocionar até uma pedra numa ode ao Rock N'Roll e aos seus amantes. O Blues endiabrado Let Me Put My Love into You e Have a Drink on Me  são outros grandes destaques. Bem, ainda temos as não menos ótimas What Do You Do for Money Honey, Givin the Dog a Bone e Shake a Leg, que formam uma obra com 10 músicas singulares para fazer qualquer rockeiro ir ao ápice do prazer. 
   Back In Black completa 35 anos mais atual do que nunca, marcando o auge de uma das maiores bandas de todos os tempos, ainda em atividade numa humilde turnê para 80, 90 ou 100 mil pessoas em cada apresentação ao redor da Europa. Impossível curtir Rock e não amar ao menos uma música deste trabalho grandioso, aquele tipo de disco que apenas clássico é muito pouco para descrever. Brian Johnson, Angus Young, Malcolm Young, Cliff Williams e Phil Rudd escreveram seus nomes para sempre no hall da fama do Rock N'Roll. 


sexta-feira, 24 de julho de 2015

PANTERA - COWBOYS FROM HELL

   O quinto disco do Pantera é considerado por quase toda a sua legião de fãs a verdadeira estreia da banda mais importante do Heavy Metal nos anos 90. Cowboys From Hell é o segundo trabalho de Phil Anselmo na banda, e com a sua entrada o som mais voltado ao  Hard Rock foi sendo modificado aos poucos em Power Metal, e mais drasticamente o clássico absoluto que é assunto principal deste texto. Agora o Thrash com pegada Groove que colocou o Pantera na história do Rock N'Roll reinava absoluto. 
   Vinnie Paul – Bateria, Phil Anselmo – Vocal, Dimebag Darrell – Guitarra e Rex Brown – Baixo estavam prontos para fazer história. O disco apresenta 12 músicas definitivas, com o maior hino da banda, que da nome ao trabalho, abrindo o mesmo. Ao lado dela, podemos citar Domination, que com seu riff matador do grande Dimebag e o vocal inspiradíssimo de Phil formam para mim a melhor música da história da banda, Psycho Holiday, Heresy e a arrepiante e perfeita power-ballad Cemetery Gates como os maiores clássicos daqui. Não existe headbanger nesse mundo que não pire escutando essas canções. Obviamente, só isso já era o suficiente para fazer história, mas sons do porte de Message in Blood, um dos ápices instrumentais do Pantera, Primal Concrete Sledge, Medicine Man, Shattered e The Sleep, por exemplo, fazem de Cowboys From Hell a unanimidade que é hoje. 
    O disco que completa 25 anos no dia de hoje é um dos trabalhos definitivos do Heavy Metal, primordial para entender o gênero e um verdadeiro pontapé inicial na fase que eternizou o Pantera em nossos corações. Simples assim. 


segunda-feira, 13 de julho de 2015

SHOW DO SALARIO MÍNIMO + METALMORPHOSE - RIO ROCK BLUES - RIO DE JANEIRO

   Uma semana depois do papelão protagonizado pelos cariocas no show do MX, com um público ridículo e muito pouco participativo, foi dada uma resposta muito mais satisfatória nas épicas apresentações das lendas Salario Mínimo e Metalmorphose, naquele mesmo Rio Rock Blues. Ambas apresentaram o que delas se espera, ou seja, shows perfeitos tecnicamente, com muito gás de cada integrante, clássicos do Heavy Metal brasileiro saindo pelo ladrão, e tudo mais que se espera de um grande show de Rock com grandes bandas em ação. O público não chegou a lotar, nem encher, mas estava num número bem aceitável para quem viu o que viu sete dias antes, e principalmente, cantava e agitava intensamente durante os dois shows. Isso faz a diferença sim, sem dúvidas, por melhor que seja a banda, um show depende muito da força da audiência para ser memorável. Assim sendo, vamos aos shows.
   A expectativa pelo show do Salario Mínimo era enorme entre os presentes, já que fazem três anos desde a última aparição da banda na cidade. Falar do que esse nome representa para história do Heavy Metal no Brasil é chover no molhado, com a obra-prima Beijo Fatal sendo presença obrigatória em qualquer lista de melhores do gênero, pois é um trabalho singular e de rara precisão. Os trabalhos começam diretamente do icônico SP Metal I, coletânea que marcou o início de uma era como um dos primeiros registros do estilo no país, e o primeiro da capital nacional do Metal. Delírio Estrelar emocionou a todos os presentes, um momento indescritivelmente único. Nessa noite em especial, o time do Salario foi reforçado com o grande Roger Vilaplana, guitarrista da igualmente clássica Centúrias, substituindo Jr. Muzilli. Completa a formação o frontman China Lee,   Daniel Beretta (guitarra),  Diego Lessa (baixo) e Marcelo Campos (bateria). A faixa-título do disco que eternizou o nome do Salario Mínimo na história do nosso Metal deu sequência a festa. A magnífica Anjos Da Escuridão, o hino máximo Noite de Rock e Dama da Noite, precedida pela famosa "oração" de China, entregam aos alucinados presentes um verdadeiro desfile de clássicos. A cada acorde era uma porrada nos nossos corações de metal brasileiro e mundial. Agora é hora de mostrar um material mais recente, do ótimo Simplesmente Rock, com Anjo, que é sempre especial e emocionante para o vocalista. Depois vem um discurso inflamado anti-PT, com lembranças aos problemas gerados a banda pela postagem para lá de infeliz de China logo após a vitória da atual presidenta da república, que gerou ameaças de morte aos membros e cancelamentos de shows. Como politica só serve para disseminar o ódio em momentos como esse, é bom voltar ao que interessa, que é o som. O discurso serviu para apresentar a ótima Fatos Reais, divulgada no último ano e muito bem recebida. Sofrer é mais uma de Simplesmente Rock. Doce Vingança e Jogos de Guerra voltam para o fantástico Beijo Fatal, e a pedido do público, vem mais uma dose de SP Metal com Cabeça Metal. Um encerramento de um show impecável, maravilhoso e emocionante, que mexeu com os sentimentos dos presentes nessa celebração.
   Obviamente, se a noite acabasse ali, já teria valido a pena. Depois de um show épico do Salario Mínimo, caberia ao Metalmorphose encerrar a festa com uma apresentação a altura, algo que obviamente aconteceu. Diferentemente do ano passado, quando no show da banda com o Stress grande parte dos presentes saiu antes da hora, todos ficaram lá e participaram ativamente da apresentação. A banda estava lançando o ótimo Fúria Dos Elementos, o segundo disco de inéditas desde o retorno. No inicio, o som estava demasiadamente alto e um pouco embolado, algo que melhorou no decorrer do show, mas nada que prejudicasse a grande apresentação da banda carioca. A abertura foi com a melhor nova, a incrível Vá Pro Inferno. Logo depois, vem o clássico Cavaleiro Negro, obrigatória nos shows. A mescla de novidades e clássicos foi a tona da apresentação de uma banda que construiu uma história magnífica desde a sua volta. Corda Bamba, outro destaque do trabalho novo, foi a escolhida. Indo de volta ao ótimo Maquina Dos Sentidos, vem o petardo No Topo Do Mundo. Ninguém é Maior Que Você é mais uma boa novidade, seguida pelo grande momento do show ao meu ver, o hino Harpya, presente no mais que clássico Ultimatum.  Marcas do Tempo, que abre com classe e categoria o novo trabalho, Pelas Sombras, Me Leve Embora e Luta e Glória mostram como a volta da banda é relevante. Nesse retorno, vem a melhor dos "anos 2000", a fantástica Máscara, seguida pelo clássico Maldição, que da nome ao disco que marcou o retorno, mas com músicas feitas ainda nos saudosos anos 80. Porrada já caiu no gosto de todos, abrindo caminho para o hino do Azul Limão Satã Clama Metal, que não poderia faltar numa noite como essa, já que o mestre Marcos Dantas lá estava. Jamais Desista e Minha Droga É O Metal fecham a noite com chave de ouro.
     O saldo foi muito bom para todos os envolvidos neste belíssimo show. Um clima fantástico remetia aos encontros oitentistas de bangers para assistir shows de gente como Dorsal Atlântica, Azul Limão, Golpe de Estado, Harppia, Stress, e é claro, Salario Mínimo e Metalmorphose, duas das melhores bandas de uma geração de ouro da música pesada brasileira que ainda estão em plena atividade. Um 11 de julho memorável para a cena carioca. Ainda veremos muitos shows de clássicas bandas nacionais nos próximos meses, e torço para que o clima se mantenha assim! 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

METALMORPHOSE - FÚRIA DOS ELEMENTOS

   O retorno do Metalmorphose a ativa foi uma das coisas mais positivas que aconteceu no Heavy Metal brasileiro nos últimos anos. Revivendo uma época fantástica do estilo por aqui, um dos pioneiros vem protagonizando shows históricos por todo o país, e parece ter agitado por completo uma cena por vezes carente. Prestes a subir no palco do Rio de Janeiro ao lado do igualmente clássico Salario Mínimo, a banda vem com o terceiro lançamento de estúdio desde o seu retorno, repetindo os ótimos resultados de Maldição (este um lançamento de uma demo inédita de 86) e Máquina dos Sentidos. A formação estabilizada e entrosadíssima com os grandes Tavinho Godoy (vocal), André Delacroix (bateria), André Bighinzoli (baixo), Marcos Dantas e PP Cavalcante (guitarras) é o destaque, sendo na atualidade um dos times mais coesos da cena, com cada integrante dominando amplamente seu instrumento e formando um conjunto incrível. 
    O trabalho segue aquela escola de bandas como Judas Priest, Accept, Grim Reaper e Saxon, no Heavy Metal tradicional que sempre formou a identidade da banda, como uma das que melhor faz esse tipo de som no Brasil. Uma verdadeira aula de riffs, com passagens mais lentas de pura técnica e mais aceleradas também, variando bastante nas 12 músicas. A voz única e inconfundível de Tavinho Dodoy, que se mantém perfeita ao longo de todos esses anos, vociferando ótimas letras em português é o grande destaque, ao lado do entrosamento dos grandes músicos.
   Na minha avaliação, Vá Pro Inferno é o destaque absoluto, com uma das melhores letras escritas em português que eu já escutei, dando uma clara mensagem aos fanáticos que tentam empurrar a sua fé aos que pouco se interessam por ela. Fora isso, a canção apresenta uma aula de riffs, numa performance arrasadora do estreante "Azul Limão" Marcos Dantas e do grande PP Cavalcante. Corda Bamba também não deixa por menos. Que melodia fantástica a banda encontra aqui, que cresce ainda mais na voz irretocável de Tavinho. Som para fazer qualquer fã de Metal tradicional pirar. A abertura com  Marcas do Tempo também não poderia ser mais acertada, formando com a já citada Corda Bamba uma dobradinha natural e matadora para o começo de um ótimo disco. Porrada já é bem conhecido dos que acompanham a banda nas redes sociais, mais um acerto do trabalho. Acorrentado, Ninguém é Maior Que Você, Sinais Trocados e Luta e Gloria, só para citar algumas, são também audições obrigatórias.
   Em resumo, o Metalmorphose oferece aos fãs de Heavy Metal brasileiro mais uma pérola. O público que ganha com tudo isso, e a cena como um todo. Agora é a nossa vez de corresponder, enchendo o Rio Rock Blues no próximo sábado para o show de lançamento. Nos vemos lá!




domingo, 5 de julho de 2015

SHOW DO MX+VINGADOR+ABSOLEM - RIO ROCK BLUES - RIO DE JANEIRO

   A noite de sábado preparava um grande evento para os fãs de Heavy Metal cariocas. Depois de 20 e tantos anos, finalmente o MX, lendária banda de Thrash brasileira, da as caras nessa cidade. Numa noite chuvosa e fria, que ainda teria as ótimas aberturas das bandas Absolem e Vingador, infelizmente o público não fez a sua parte, algo impossível de não ser comentado aqui. Na pista da ótima casa de shows localizada na Lapa, aconteceu uma reunião de guerreiros que lutam diariamente pelo Heavy Metal feito no Brasil, numa cidade onde os fãs parecem não dar a mínima para tais bandas. Gente como Marcos Dantas (Azul Limão, atualmente Metalmorphose e X-Rated), Jonathan Cruz (Lacerated And Carbonized) e a galera do Tamuya Thrash Tribe eram vistas por lá, ao lado de algumas figuras conhecidas que sempre comparecem a eventos do tipo. Infelizmente, a comparecimento foi tão ridículo quanto no show do Stress com o Metalmorphose no ano passado, algo difícil de explicar. Nos próximos meses, receberemos shows do Salario Mínimo e Metalmorphose, Vulcano, Anthares e Genocídio e Tauros, entre outros, e torço para o que foi visto nessa noite não se repita. Algo pior foi ver o público diminuir ao longo da noite, e quem ficar estar totalmente apático para uma apresentação de Thrash Metal, sem seuqer um Mosh Pit armado durante toda a noite. 
   Bem, breve desabafo feito, vamos ao que interessa, porque diferente dos bangers cariocas, a produção e as bandas deram um show. O Absolem abriu os trabalhos numa apresentação correta, que teve até uma versão para o hino Children of the Grave do Black Sabbath. A banda, formada pelos velhos conhecidos Marcelo Coutinho (vocal), Fabio Azevedo (baixo), Jean Falcão (bateria) e Marcus Fraga (guitarra) animou bastante os presentes, em maior número e empolgação do que no show principal. 
   O Vingador, banda de Macaé que há tempos se destaca na cena carioca, gerava uma boa expectativa para mim. A banda é Thrash até a alma, e na noite de reestreia do batera Leonardo Bento, fez um show fantástico. Músicas do "Full Length" Dark Side apareceram, com mensagens interessantes presentes nas letras como destaque num som claramente influenciado por nomes como Slayer, Exodus e Anthrax, naquela pegada tipicamente americana. Mesmo com as cordas da guitarra do vocalista/guitarrista Alexandre Cabral arrebentando durante uma música, nada era capaz de tirar o brilho da noite. Um show digno da força que o nome já tem no underground. 
   Hora de Thrash oitentista by ABC do grande MX. E que show memorável apresentado por Alexandre Cunha (vocal/bateria), Alexandre "Morto" (baixo), Alexandre Dumbo e Décio (Guitarras), com todo o profissionalismo do mundo compensando a espera dos fãs presentes, independente dos problemas já citados. Antes disso, o único problema da noite foi o som mecânico num volume ensurdecedor durante o intervalo, sendo que no andar de baixo rolava um lamentável show cover (em certo momento, presenciei a distância um assassinato do hino Time do Pink Floyd). Qualquer ouvido banger precisa de um breve descanso entre shows, mas a coisa realmente foi para testar a resistência. bem, no que interessa, o MX fez um belo set que passeava pela sua história tão rica e fantástica. De cara vem Dead World, do fantástico e ainda marcante Simmniacal. A sequência vem com Metal Slavery, nome do segundo trabalho da banda. A 3a é logo o hino máximo Fighting For The Bastards, que dispensa comentários. Que coisa magnífica ouvir esse petardo ao vivo, e só posso lamentar pala turma que tava em algum show cover pela cidade, ou no computador xingando muito no twitter. Behind His Glasses, de Metal Slavery, da a sequência na dobradinha dos trabalhos históricos oitentistas. Metal Church vem depois, seguida pelo hino No Violence, um dos maiores momentos da noite. I will Be Alive não deixa por menos, mostrando que Metal Slavery é um trabalho fundamental para entendermos a história do nosso Heavy Metal. Torment apresenta o bom disco Again, marco do retorno da banda nos anos 90. The Guf volta a década de ouro do Thrash, seguida pelos hinos Dark Dream e I'll Bring You With Me. A nova Keep Yourself Alive é ótima, mostrando o gás da banda para trabalhos futuros. Criminous Command é mais uma de Again, num set que viajou por todas as fases da banda. Ai é hora de prestar tributo aos monstros sagrados do estilo, com os hinos A Lesson in Violence do Exodus e Angel Of Death do Slayer. Simplesmente fantástico. Jason e Dirty Bitch fecham o grande show com chave de ouro, numa apresentação digna do nome MX.
   Infelizmente, a apatia e falta de presença do público marcaram o evento quase tanto quanto o show de profissionalismo das bandas e da produtora. Torço para que isso mude, mas o público carioca fez feio demais nessa jornada. Espero que vocês melhorem minha impressão semana que vem, no show do Salario Mínimo com Metalmorphose naquele mesmo lugar. Caso contrário, seremos cada vez mais carta fora do baralho quando o assunto for Metal nacional. Só falar que defende o mesmo sem se levantar da cadeira fica complicado...