segunda-feira, 13 de julho de 2015

SHOW DO SALARIO MÍNIMO + METALMORPHOSE - RIO ROCK BLUES - RIO DE JANEIRO

   Uma semana depois do papelão protagonizado pelos cariocas no show do MX, com um público ridículo e muito pouco participativo, foi dada uma resposta muito mais satisfatória nas épicas apresentações das lendas Salario Mínimo e Metalmorphose, naquele mesmo Rio Rock Blues. Ambas apresentaram o que delas se espera, ou seja, shows perfeitos tecnicamente, com muito gás de cada integrante, clássicos do Heavy Metal brasileiro saindo pelo ladrão, e tudo mais que se espera de um grande show de Rock com grandes bandas em ação. O público não chegou a lotar, nem encher, mas estava num número bem aceitável para quem viu o que viu sete dias antes, e principalmente, cantava e agitava intensamente durante os dois shows. Isso faz a diferença sim, sem dúvidas, por melhor que seja a banda, um show depende muito da força da audiência para ser memorável. Assim sendo, vamos aos shows.
   A expectativa pelo show do Salario Mínimo era enorme entre os presentes, já que fazem três anos desde a última aparição da banda na cidade. Falar do que esse nome representa para história do Heavy Metal no Brasil é chover no molhado, com a obra-prima Beijo Fatal sendo presença obrigatória em qualquer lista de melhores do gênero, pois é um trabalho singular e de rara precisão. Os trabalhos começam diretamente do icônico SP Metal I, coletânea que marcou o início de uma era como um dos primeiros registros do estilo no país, e o primeiro da capital nacional do Metal. Delírio Estrelar emocionou a todos os presentes, um momento indescritivelmente único. Nessa noite em especial, o time do Salario foi reforçado com o grande Roger Vilaplana, guitarrista da igualmente clássica Centúrias, substituindo Jr. Muzilli. Completa a formação o frontman China Lee,   Daniel Beretta (guitarra),  Diego Lessa (baixo) e Marcelo Campos (bateria). A faixa-título do disco que eternizou o nome do Salario Mínimo na história do nosso Metal deu sequência a festa. A magnífica Anjos Da Escuridão, o hino máximo Noite de Rock e Dama da Noite, precedida pela famosa "oração" de China, entregam aos alucinados presentes um verdadeiro desfile de clássicos. A cada acorde era uma porrada nos nossos corações de metal brasileiro e mundial. Agora é hora de mostrar um material mais recente, do ótimo Simplesmente Rock, com Anjo, que é sempre especial e emocionante para o vocalista. Depois vem um discurso inflamado anti-PT, com lembranças aos problemas gerados a banda pela postagem para lá de infeliz de China logo após a vitória da atual presidenta da república, que gerou ameaças de morte aos membros e cancelamentos de shows. Como politica só serve para disseminar o ódio em momentos como esse, é bom voltar ao que interessa, que é o som. O discurso serviu para apresentar a ótima Fatos Reais, divulgada no último ano e muito bem recebida. Sofrer é mais uma de Simplesmente Rock. Doce Vingança e Jogos de Guerra voltam para o fantástico Beijo Fatal, e a pedido do público, vem mais uma dose de SP Metal com Cabeça Metal. Um encerramento de um show impecável, maravilhoso e emocionante, que mexeu com os sentimentos dos presentes nessa celebração.
   Obviamente, se a noite acabasse ali, já teria valido a pena. Depois de um show épico do Salario Mínimo, caberia ao Metalmorphose encerrar a festa com uma apresentação a altura, algo que obviamente aconteceu. Diferentemente do ano passado, quando no show da banda com o Stress grande parte dos presentes saiu antes da hora, todos ficaram lá e participaram ativamente da apresentação. A banda estava lançando o ótimo Fúria Dos Elementos, o segundo disco de inéditas desde o retorno. No inicio, o som estava demasiadamente alto e um pouco embolado, algo que melhorou no decorrer do show, mas nada que prejudicasse a grande apresentação da banda carioca. A abertura foi com a melhor nova, a incrível Vá Pro Inferno. Logo depois, vem o clássico Cavaleiro Negro, obrigatória nos shows. A mescla de novidades e clássicos foi a tona da apresentação de uma banda que construiu uma história magnífica desde a sua volta. Corda Bamba, outro destaque do trabalho novo, foi a escolhida. Indo de volta ao ótimo Maquina Dos Sentidos, vem o petardo No Topo Do Mundo. Ninguém é Maior Que Você é mais uma boa novidade, seguida pelo grande momento do show ao meu ver, o hino Harpya, presente no mais que clássico Ultimatum.  Marcas do Tempo, que abre com classe e categoria o novo trabalho, Pelas Sombras, Me Leve Embora e Luta e Glória mostram como a volta da banda é relevante. Nesse retorno, vem a melhor dos "anos 2000", a fantástica Máscara, seguida pelo clássico Maldição, que da nome ao disco que marcou o retorno, mas com músicas feitas ainda nos saudosos anos 80. Porrada já caiu no gosto de todos, abrindo caminho para o hino do Azul Limão Satã Clama Metal, que não poderia faltar numa noite como essa, já que o mestre Marcos Dantas lá estava. Jamais Desista e Minha Droga É O Metal fecham a noite com chave de ouro.
     O saldo foi muito bom para todos os envolvidos neste belíssimo show. Um clima fantástico remetia aos encontros oitentistas de bangers para assistir shows de gente como Dorsal Atlântica, Azul Limão, Golpe de Estado, Harppia, Stress, e é claro, Salario Mínimo e Metalmorphose, duas das melhores bandas de uma geração de ouro da música pesada brasileira que ainda estão em plena atividade. Um 11 de julho memorável para a cena carioca. Ainda veremos muitos shows de clássicas bandas nacionais nos próximos meses, e torço para que o clima se mantenha assim! 

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