domingo, 5 de julho de 2015

SHOW DO MX+VINGADOR+ABSOLEM - RIO ROCK BLUES - RIO DE JANEIRO

   A noite de sábado preparava um grande evento para os fãs de Heavy Metal cariocas. Depois de 20 e tantos anos, finalmente o MX, lendária banda de Thrash brasileira, da as caras nessa cidade. Numa noite chuvosa e fria, que ainda teria as ótimas aberturas das bandas Absolem e Vingador, infelizmente o público não fez a sua parte, algo impossível de não ser comentado aqui. Na pista da ótima casa de shows localizada na Lapa, aconteceu uma reunião de guerreiros que lutam diariamente pelo Heavy Metal feito no Brasil, numa cidade onde os fãs parecem não dar a mínima para tais bandas. Gente como Marcos Dantas (Azul Limão, atualmente Metalmorphose e X-Rated), Jonathan Cruz (Lacerated And Carbonized) e a galera do Tamuya Thrash Tribe eram vistas por lá, ao lado de algumas figuras conhecidas que sempre comparecem a eventos do tipo. Infelizmente, a comparecimento foi tão ridículo quanto no show do Stress com o Metalmorphose no ano passado, algo difícil de explicar. Nos próximos meses, receberemos shows do Salario Mínimo e Metalmorphose, Vulcano, Anthares e Genocídio e Tauros, entre outros, e torço para o que foi visto nessa noite não se repita. Algo pior foi ver o público diminuir ao longo da noite, e quem ficar estar totalmente apático para uma apresentação de Thrash Metal, sem seuqer um Mosh Pit armado durante toda a noite. 
   Bem, breve desabafo feito, vamos ao que interessa, porque diferente dos bangers cariocas, a produção e as bandas deram um show. O Absolem abriu os trabalhos numa apresentação correta, que teve até uma versão para o hino Children of the Grave do Black Sabbath. A banda, formada pelos velhos conhecidos Marcelo Coutinho (vocal), Fabio Azevedo (baixo), Jean Falcão (bateria) e Marcus Fraga (guitarra) animou bastante os presentes, em maior número e empolgação do que no show principal. 
   O Vingador, banda de Macaé que há tempos se destaca na cena carioca, gerava uma boa expectativa para mim. A banda é Thrash até a alma, e na noite de reestreia do batera Leonardo Bento, fez um show fantástico. Músicas do "Full Length" Dark Side apareceram, com mensagens interessantes presentes nas letras como destaque num som claramente influenciado por nomes como Slayer, Exodus e Anthrax, naquela pegada tipicamente americana. Mesmo com as cordas da guitarra do vocalista/guitarrista Alexandre Cabral arrebentando durante uma música, nada era capaz de tirar o brilho da noite. Um show digno da força que o nome já tem no underground. 
   Hora de Thrash oitentista by ABC do grande MX. E que show memorável apresentado por Alexandre Cunha (vocal/bateria), Alexandre "Morto" (baixo), Alexandre Dumbo e Décio (Guitarras), com todo o profissionalismo do mundo compensando a espera dos fãs presentes, independente dos problemas já citados. Antes disso, o único problema da noite foi o som mecânico num volume ensurdecedor durante o intervalo, sendo que no andar de baixo rolava um lamentável show cover (em certo momento, presenciei a distância um assassinato do hino Time do Pink Floyd). Qualquer ouvido banger precisa de um breve descanso entre shows, mas a coisa realmente foi para testar a resistência. bem, no que interessa, o MX fez um belo set que passeava pela sua história tão rica e fantástica. De cara vem Dead World, do fantástico e ainda marcante Simmniacal. A sequência vem com Metal Slavery, nome do segundo trabalho da banda. A 3a é logo o hino máximo Fighting For The Bastards, que dispensa comentários. Que coisa magnífica ouvir esse petardo ao vivo, e só posso lamentar pala turma que tava em algum show cover pela cidade, ou no computador xingando muito no twitter. Behind His Glasses, de Metal Slavery, da a sequência na dobradinha dos trabalhos históricos oitentistas. Metal Church vem depois, seguida pelo hino No Violence, um dos maiores momentos da noite. I will Be Alive não deixa por menos, mostrando que Metal Slavery é um trabalho fundamental para entendermos a história do nosso Heavy Metal. Torment apresenta o bom disco Again, marco do retorno da banda nos anos 90. The Guf volta a década de ouro do Thrash, seguida pelos hinos Dark Dream e I'll Bring You With Me. A nova Keep Yourself Alive é ótima, mostrando o gás da banda para trabalhos futuros. Criminous Command é mais uma de Again, num set que viajou por todas as fases da banda. Ai é hora de prestar tributo aos monstros sagrados do estilo, com os hinos A Lesson in Violence do Exodus e Angel Of Death do Slayer. Simplesmente fantástico. Jason e Dirty Bitch fecham o grande show com chave de ouro, numa apresentação digna do nome MX.
   Infelizmente, a apatia e falta de presença do público marcaram o evento quase tanto quanto o show de profissionalismo das bandas e da produtora. Torço para que isso mude, mas o público carioca fez feio demais nessa jornada. Espero que vocês melhorem minha impressão semana que vem, no show do Salario Mínimo com Metalmorphose naquele mesmo lugar. Caso contrário, seremos cada vez mais carta fora do baralho quando o assunto for Metal nacional. Só falar que defende o mesmo sem se levantar da cadeira fica complicado...

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