segunda-feira, 14 de julho de 2014

SHOW DO KRISIUN-12/7

  Ainda triste pela morte do Tommy Ramone, peguei o carro com o primeiro disco da banda no volume máximo e parti para assistir o show do Krisiun. O evento aconteceu em Mesquita, que fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, no início da estrada que liga o Rio a São Paulo. O lugar era de fácil acesso, próximo a linha do trem e a poucas ruas da rodovia. Em cidades da baixada e alguns bairros do subúrbio carioca, a cena carioca pulsa. A maioria dos shows de novas bandas de Thrash e Death metal que fazem do Rio um centro importantíssimo no cenário nacional acontecem por aqui, isso misturado com um público fiel que sempre comparece aos eventos, em vez de sair de casa somente para ver covers e bandas maiores em arenas. Muitas dessas bandas estavam escaladas para o evento, que seria fechado pelo Krisiun, um dos maiores representantes do Heavy Metal nacional atualmente.
  Infelizmente, a organização do evento não estava a altura dele. Cheguei lá por volta das 5.40 da tarde, quando já era para estar começando o segundo show, da banda No Remorse, e estrategicamente já teria acabado o primeiro show do Maieuttica. Infelizmente, os portões que deveriam estar abertos desde 4h ainda estavam fechados, e o público já esperava há horas na calçada em frente ao Mesquita Club. O público só entrou no ginásio por volta das 7h, e teve de esperar até as 8 para assistir ao primeiro show. O ginásio era amplo, parecendo caber algo em torno de 2 mil pessoas, ou até mais. O público girava entre 300 e 500 pessoas aparentemente, número ótimo para um show de metal extremo.
  Finalmente chega a hora da primeira apresentação. A ordem dos shows foi completamente alterada. O Prophecy agora seria a primeira banda a se apresentar, com um show irretocável do mais puro Thrash Metal. Eles vem se destacando muito no underground, e tocaram para um público insano, que abriu um mosh daqueles agitando do início ao fim. Grandes músicas como Violence, Evilution, Risen From Hell e Empty Life foram apresentadas com perfeição, mostrando que eles estão no caminho mais que certo.
  Depois do show, fiquei sabendo da nova ordem das apresentações. A próxima banda seria o Maieuttica, seguido pelo Krisiun (que deveria fechar a noite, e levou grande parte do público presente). Infelizmente, as ótimas bandas Forkill, Unmasked Brains e No Remorse foram sacrificadas pelas graves falhas da produção, tendo que se apresentar já de madrugada depois da banda principal. O próximo show eu honestamente preferia não ter assistido. O Maieuttica pratica um Metal Core da pior qualidade, que com todo respeito passa longe de me agradar. Para completar, o som estava altíssimo e embolado. O resultado foi uma banda ruim tocando com um som péssimo. Pior cenário impossível. A área de fumantes localizada próxima a porta do ginásio ficou lotada, porque lá era o lugar aonde o som chegava mais suave. Muitos comemoraram efusivamente o final da apresentação da banda, que fugia totalmente do estilo de todos os outros shows da noite.
   Já eram quase 11h, uma hora depois do programado para o show do Krisiun começar (isso sem 3 dos shows programados para acontecer). A decisão acabou sendo acertada para não atrapalhar ainda mais o principal show da noite. Todo o público se dirigiu para as proximidades do palco, para ver o Krisiun em ação. A banda divulga por todo o planeta o seu disco mais recente, o espetacular The Great Execution, lançado em 2011. A banda tocou por algo em torno de uma hora, com um set para lá de acertado cantado por todos. Logo no inicio, a banda mandou o clássico Combustion Inferno. Depois era pedra depois de pedra, como as ótimas Blood Of Lions e The Will To Protency, destaques do disco mais recente, e os hinos Descending Abominations, Vicious Wrath, Vengeance's Revelation, Ravanger e Slain Fate. A banda estava gostando muito do que via, sempre chegando mais perto do público e agradecendo. Alex Camargo é uma das figuras que eu mais admiro no Heavy Metal. A paixão que o frontman do Krisiun mostra em fazer o que faz solta aos olhos. Moyses solava a sua guitarra como se não houvesse amanha e Max atacava a sua bateria com muita fúria e técnica, mandando ver na ''metranca'' e mostrando porque é um dos melhores, se não o melhor, baterista da atualidade no Brasil. Os clássicos Kings of Killing e a obrigatória Black Force Domain encerraram o grande show, com Alex dando um mosh e indo parar nos braços do público.
  Foi mais uma grande apresentação dessa banda monstruosa. Infelizmente, já passava da meia-noite, e pela distância do show para a minha casa eu tive que sacrificar as apresentações seguintes. Essa vai para a conta da péssima organização, pelo menos quando o assunto foi o horário. O saldo foi bem positivo, com o público saindo de alma lavada para a casa. Que venham mais e mais eventos como esse, para manter a nossa cena sempre viva.

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