quarta-feira, 23 de julho de 2014

METALLICA-RIDE THE LIGHTNING

  Quando se procura mergulhar fundo no maravilhoso universo do Rock, você descobre uma quantidade infinita de grandes bandas, e automaticamente acaba adquirindo um enorme carinho por algumas de suas obras. Neste universo, sempre temos algumas bandas para destacar, e uma delas para ser considerada a sua ''banda do coração''. A minha sempre foi o Metallica, e o disco que completa 30 anos de lançamento no próximo domingo (antecipei o texto em virtude da viagem que farei no fim de semana para acompanhar o festival Volta Redonda do Rock) é um daqueles que eu mais escutei na vida, conhecendo cada acorde de trás para frente com um amor especial em cada música.
  O Metallica teve uma estreia grandiosa com Kill 'Em All, que caiu como uma bomba naquele cenário fervente da Bay Area de São Francisco, servindo de influência para inúmeras bandas que viriam em sequência. Com tudo isso, o investimento para o segundo disco aumentou. A banda gravou o disco na Dinamarca, terra natal do baterista Lars Ulrich. Isso fez muito bem para a banda, que se sentia em casa e aproveitava muito bem o tempo livre, sem se esquecer de trabalhar duro enquanto estava no estúdio. Ride The Lightning representa um salto musical na carreira do Metallica, ''sofisticando'' o seu Thrash Metal cru e direto do 1o disco. A banda dava mostras claras do tamanho que poderia alcançar.
  A abertura veio com a paulada Thrash Fight Fire With Fire. Uma linha melódica na introdução dava uma certa ''enganada'' no ouvinte, que logo seria apresentado a um riff matador de James Hetfield. A velocidade saia do controle, fazendo dessa música uma das preferidas dos fãs da fase mais Thrash da banda. O clássico Ride The Lightning vem logo em seguida, com uma grandiosidade nunca antes vista. A melodia aparece em certos momentos da música, misturada a solos absolutamente furiosos de Kirk Hammet, obrigando o baterista Lars Ulrich a acompanha-lo com a mesma fúria. O riff é um dos mais marcantes feitos por James Hetfield, sendo junto com Master Of Puppets um belo resumo de tudo de melhor que o Metallica pode apresentar. Depois Cliff Burton nos brinda com From Whom The Bell Tolls, uma das suas melhores obras. O lendário baixista faz aqui uma introdução absolutamente espetacular com seu baixo, que dita o ritmo de toda a música, sendo base para qualquer um que pretenda se especializar no instrumento. A música é seguramente uma das mais marcantes da carreira da banda, sendo relativamente curta, principalmente com relação a letra. Enquanto Ride fala sobre a caminhada triste de um inocente rumo a cadeira elétrica, ''Bellz'' cita o livro de mesmo nome, num momento em que cinco soldados são mortos enquanto tomam as suas posições. Sem descanso, como em todo bom clássico, o Metallica comete um ''pecado mortal'' em seguida. Como a banda que criou o Thrash Metal, que transbordava agressividade, ousa lançar uma ''balada''. Aquilo foi um baque no coração dos fãs mais radicais, mas até eles teriam a obrigação de se curvar diante de Fade to Black. Eu diria que essa foi a música que eu mais escutei na vida, e também minha música preferida. Ela tem tudo que uma boa balada precisa ter. Começa com muita melodia, vai ganhando peso com o tempo e termina em um solo irrepreensível, muitas vezes cantado nos shows da banda ao redor do mundo. A letra dispensa comentários, é daquelas que que faz tirar força até nos piores momentos da sua vida. Poderia ficar até amanha falando sobre ela, e a importância que tem na minha vida. Em seguida, dois eternos ''lados b'', que não viraram clássicos sabe-se lá porque. Trapped Under Ice é para mim uma das melhores da banda, e o fato dela não ser de conhecimento de grande parte dos fãs é difícil de explicar. O riff é, para variar, espetacular, assim como o andamento, os solos e a letra. Mais uma perfeição em forma de música do Metallica. Escape mostra a enorme influência da NWOBHM na banda, mostrando claras características de gente como Saxon, Satan e Diamond Head. A lenda fala que James Hetfield não gosta muito da música, outro fato dificil de ser explicado. Muito por isso, até a banda apresentar o disco na íntegra no seu festival em 2012, ela nunca tinha aparecido em apresentações. Creeping Death teve mais sorte, e virou clássico, um hino da banda. Muito comum na abertura de shows da turnê de Death Magnetic, ela se mostra perfeita para isso, com seu riff matador. O destaque fica para o famoso ''die,die'', palavras de ordem nos shows. Dificil explicar um clássico, ela é e pronto, qualquer ser humano com o mínimo de conhecimento em Heavy Metal conhece. A instrumental The Call Of Ktulu encerra o disco com perfeição, sem a menor necessidade de uma letra. Esse tipo de música o Metallica sabe fazer como poucos. Assim como Ride The Lightning, a música ainda credita Dave Mustaine como compositor, mesmo com ele tendo saído antes da gravação de Kill' em All.
  A evolução estava clara, Ride The Lightning já nascia clássico, e era um resumo da banda na sua melhor forma, com Kirk Hammet, James Hetfield, Cliff Burton e Lars Ulrich em grande forma. Infelizmente, Cliff Burton nos deixou cedo demais, e o que seria o futuro da banda com ele é um mistério. O disco é obrigatório para quem gosta de Metallica, e passou com perfeição pelo teste do tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário