segunda-feira, 17 de março de 2014

RATOS DE PORÃO NO CIRCO VOADOR

  Quem foi ao Circo Voador no ultimo sábado assistir ao show de uma das maiores bandas da história do nosso país, viu a história acontecendo. Não foi apenas um show normal, já que a banda tocou o clássico disco de estréia Crucificados Pelo Sistema, com a mesma formação que gravou o álbum.
  Eu entrei no Circo antes da apresentação do Gangrena Gasosa, responsável pela abertura do evento. A casa não chegou a estar lotada, mas o publico estava em bom numero. Calculo algo em torno de mil pessoas, numa casa que comporta 2.500, algo notável para uma banda brasileira. O Gangrena Gasosa sempre proporciona um espetáculo interessante. O grupo é formado por ''entidades'' como Zé Pelintra, Omolu, Exu e Pomba Gira. Com todos devidamente caracterizados, um cenário de palco muito semelhante a um centro espírita, e letras muito divertidas, a diversão é garantida. Destaque para as músicas A Supervia Deseja A Todos Uma Boa Viagem, Quem Gosta de Iron Maiden Também Gosta De KLB e Se Deus é 10...Satanás é 666. Ótima abertura, com o público cantando junto com a banda várias canções, provando a força que o Gangrena tem hoje no underground carioca.
  Com as turbinas aquecidas, era hora do Ratos De Porão entrar em ação. Quando você olha para o palco, enxerga a mesma formação que lançou o Crucificados em 1984. Jão assume a bateria, especialmente para essa apresentação (depois deste disco, ele foi para a guitarra, e assim está até hoje). Mingau fica na guitarra, posto ocupado por ele apenas no disco. Jabá assume o baixo, sendo ele um dos membros fundadores da banda, nela permanecendo até o grande disco Anarkophobia, a chamada fase clássica da banda. Fechando o time, temos João Gordo nos vocais. A banda foi essa mesma durante toda a apresentação, com os atuais membros Boka e Juninho nem pisando no palco. Isso tudo fez com que o público realmente voltasse ao ano de 1984, com repertório e banda da época. A porradaria já começa com Morrer, e a mais que rápida Caos. Estava oficialmente aberto o Crucificados, e o show seguiu com Guerra Desumana. Em Agressão/Repressão o mosh fica absolutamente insano. A letra é para lá de atual, e é para mim o ponto alto do disco. Tudo foi muito rápido, e com pouco papo. Seguindo com o álbum, vem Obrigado A Obedecer, Asas Da Vingança, Que Vergonha e Poluição Atômica, cada uma delas com no máximo 1 minuto de duração. Todos pareciam não acreditar no que estava acontecendo. A carnificina tem sequência com Pobreza, F.M.I , a ''enorme'' Só Pensa em Matar, com mais de 2 minutos de duração, Sistema De Protesto, Não Me Importo e a absolutamente realista Periferia. A faixa-título era a próxima, causando uma catarse nos presentes. Agora o mosh saiu do controle, e a casa foi realmente abaixo. Corrupção encerra o disco, e a primeira parte do show. Eu na hora pensei que era a vez da atual formação aparecer, mas não foi bem assim não. Mingau, Jabá, Jão e Gordo estavam de volta ao palco, para o que seria o bis. A banda tocou músicas presentes na coletânea Sub, lançada em 1983, com bandas como Ratos De Porão, Cólera e Fogo Cruzado, como Parasita, Realidades Da Guerra, e outras faixas dos primórdios da banda como Destruição, Novo Vietnam e Fim Daqueles Que Querem Nos Governar. Assim estava encerrado um show antológico do Ratos De Porão, com pouco mais de meia hora de duração. Curto e grosso, a apresentação teve ares de 84, em algum esconderijo Punk paulista, o que prova que a boa música não envelhece nunca. O show foi gravado, e deve virar um Dvd em um futuro próximo, o que me deixa extremamente honrado.
                                                                      Gordo

                                                                Jabá, muito gente fina!
!
                                                                         Jabá



                                                                   Ze Pelintra

                                                                            Omolu

                                                                        Jão e João


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