sexta-feira, 21 de março de 2014

SHOW DO GUNS N ROSES- RIO DE JANEIRO

  Ontem eu fui ver o Guns N'Roses pela 3a vez, mas sai do Hsbc Arena com a sensação de ter visto a banda pela primeira vez. Como todos sabem, o único remanescente dos ''anos dourados'' da banda é o vocalista Axl Rose, este se apresentando nas ultimas 3 vezes por aqui com uma forma física e vocal deploráveis. Mesmo com tudo isso, Axl é um dos meus maiores ídolos do Rock, e vê-lo cantar as músicas que fizeram/fazem parte da minha vida ao vivo é sempre especial. Alem disso, os 95 reais cobrados por um ingresso na arquibancada nível 3 cabiam no meu orçamento. Depois do show, eu fiquei com a impressão de ter realmente visto o Guns N'Roses tocar.
  O tradicional atraso do senhor Axl se fez novamente presente, chegando a quase 2 horas dessa vez. Já era quase meia-noite quando a banda botou os pés no palco da Hsbc Arena. O som começou péssimo, pelo menos para quem via o show ''de cima''. Ele chegava lá embolado e baixo, com a situação melhorando com o passar do show, mas ainda longe do ideal. Fora isso, assistir o show de lá foi bem agradável, já que a visão de todo o palco era ótima, você pode sentar e ir no banheiro/ bar sempre que desejar. Falando em palco, este estava impecável, com quatro telões que permitiam uma visão perfeita do espetáculo, escadas e efeitos pirotécnicos. O show começou com Chinese Democracy, faixa-título do fraco álbum mais demorado da história do Rock. A coisa esquenta mesmo nos primeiros acordes de Welcome To The Jungle. A arena vai abaixo, e Axl já se mostrava com uma voz bem melhor do que a que ele nos mostrou em 2010 e no Rock In Rio de 2011. A banda também estava muito bem encaixada. Em sequencia, mais dois clássicos de Appetite For Destruction, as espetaculares It's So Easy e Mr Brownstone. A próxima música já ''valeu o meu ingresso''. Estranged é para mim a melhor música da carreira do Guns N'Roses, e ouvi-la ao vivo foi para lá de emocionante. Axl estava ótimo, e os solos de Dj Ashba foram dignos da banda em grande forma. Os 9 minutos de música foram um verdadeiro orgasmo para mim. Para baixar um pouco a bola, veio Batter. Ela é uma das melhores do Chinese Democracy, mas depois de Estranged qualquer música fica ''ruim''. Mesmo assim ela foi apresentada de maneira espetacular, sendo seguida pelo solo do guitarrista Richard Fortus, momento para o chefe ir tomar um arzinho. A banda volta completa para tocar Live And Let Die, famos cover de Paul McCartney que o Guns pegou emprestado no Use Your Illusion 1. Os tradicionais efeitos pirotécnicos da música, presentes nos show do Sir e do Guns, foram de tirar o fôlego.  This I Love, também do mais recente trabalho da banda, deixou o show um pouco mais arrastado. Essa parte do meio seria mais espetacular se mais clássicos fossem executados, sendo este para mim o único defeito do repertório (além da ausência de Rocket Queen). Teenage Kicks, cover da banda The Undertones foi cantada pelo baixista Tommy Stinson, mais um pequeno descanso para Axl, seguida pelo solo de teclado de Dizzy Reed e Catcher in the Rye, outra do Chinese. O show que já estava esfriando esquentou de vez com o clássico You Cold Be Mine, petardo do Use 2, para mim o melhor disco da banda. Ashba manda mais um solo de guitarra e um dos riffs mais conhecidos do Rock aparece. Era hora de todos os 13 mil presente cantarem Sweet Child O' Mine a plenos pulmões. Em sequência o piano surge, e nele Axl canta a maravilhosa November Rain. O solo mais clássico de Slash foi muito bem apresentado, mas só ele consegue fazer o mesmo com perfeição. Depois vem o cover para Abnormal, de Bumblefoot.O guitarrista Bumblefoot
toca todo o Hino Nacional de maneira magnífica. O público cantou junto, e aplaudiu muito no final. Don't Cry surpreende a todos. O clássico é cantado a capela, e depois Axl entra cantando como nos velhos tempos. Grande momento, mas foi em Knockin' on Heaven's Door que o velho Axl apareceu completamente. Os tradicionais agudos do vocalista e os movimentos de palco foram emocionantes, algo que eu achei que nunca veria ao vivo. Nightrain, petardo do disco de estréia da banda botou a arena abaixo novamente, encerrando assim a primeira parte do show. No bis ainda tivemos a maravilhosa balada Patience e o grande clássico do Hard Rock Paradise City, sempre encerrando os shows da banda.
  Já eram mais de 2 horas da manha, mas a expressão de felicidade em todos os rostos era impagável. Este foi de longe o melhor show do Guns que eu vi, com o Axl cantando de um jeito único, só visto há 20 anos, nos tempos de Use Your Illusion. Este foi o máximo que a atual formação da banda pode oferecer, nada comparado com o começo, mas algo absolutamente digno do fortíssimo nome que a banda carrega.

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