quinta-feira, 6 de abril de 2017

ROCK IN RIO: ENTRE ALTOS E BAIXOS, UM SALDO POSITIVO NAS ATRAÇÕES PRINCIPAIS

    Falar do Rock in Rio sempre desperta paixões e diferentes visões entre os fãs de Rock no país. Muitos sabem, mas nunca é demais lembrar que o nome do festival não remete apenas ao estilo, mas sim ao termo "festejar" em Inglês. E sim, atrações de outros estilos se fizeram presentes desde os primórdios. Já falei também aqui, mas não custa repetir que a realidade do mercado no estilo em 1985 e 1991 era completamente diferente - tanto nas paradas de sucesso quanto no número de gigantes em ação. Não pretendo me alongar muito, então vamos direto ao que interessa - a edição de 2017 do evento. 
     O festival promoveu suas bizarrices tradicionais e cometeu erros graves. É duro ver apenas o Sepultura representando o Heavy Metal no Rock in Rio, e isso como uma atração mais que manjada por lá. Se os Headlines do estilo que carregam 80 mil pessoas num dia talvez se limitem a nomes como Metallica, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, System of a Down e quem sabe Judas Priest bem "auxiliado", nada impede que outros nomes componham o cast. Ao invés disso, foram chamadas atrações que até tem valor no seu estilo, mas que não combinam nem um pouco com o público que nomes como Aerosmith e Guns N'Roses carregam. De interessante entre os brasileiros, vi apenas o Ney Matogrosso com Nação Zumbi tocando Secos & Molhados e Titãs. Fora isso, uma coleção de nomes como Capital Inicial e Jota Quest (que tortura para o pobre fã do Bon Jovi!), mais manjados no festival que o especial de fim do ano do rei Roberto Carlos na Globo, e as tradicionais bandas "pagas" que o público não sabe de qual buraco saiu. Se tem dúvida, procure a entrevista do Doctor Phoebes assumindo a prática que rendeu para eles aberturas de, pasmem, Black Sabbath, Aerosmith, Guns N'Roses e Rolling Stones, além de participações no Lollapalooza, Monsters of Rock, Maximus e o próprio Rock In Rio. Isso são os que lembro agora, mas garanto que tem muito mais! Enfim, em relação ao palco sunset e shows brasileiros, o Rock in Rio de 2017 foi um desastre. Para não falar só em erros, um nome merece todo destaque do mundo entre os shows do dito "Palco secundário". Alice Cooper, que dispensa maiores apresentações, promete uma bela parceria com o não menos genial Arthur Brown.  
       Claro que erros também aconteceram em relação a bandas gringas. Submeter os fãs de Red Hot Chili Peppers a uma banda como 30 Seconds to Mars e o fã do Aerosmith a Fall Out Boy é brincadeira de péssimo gosto! Incubus também passa longe de me agradar, mas não chega a esse nível. Já Tears For Fears também não faz minha cabeça, mas respeito sua história e vejo como bem pertinente sua participação no dia do Bon Jovi - em que pese o lançamento de apenas um disco nos últimos 22 anos (!). Neste mesmo dia, a presença do Alter Bridge foi uma grata surpresa. Enfim, vamos falar do grande gol do Rock In Rio.
      Nesse ano, o acerto está na dupla de atrações principais de cada dia. Destaco entre todas os inacreditáveis shows do Def Leppard e The Who no Brasil, feito que só o senhor Medina é capaz de realizar. Fora eles, Offspring também faz uma bela dupla com o sempre interessante Red Hot Chili Peppers. Aerosmith E Guns N'Roses apareceram aqui ano passado mesmo, mas nunca fazem feio. Dois shows espetaculares com satisfação garantida! Já o Bon Jovi passa por um momento péssimo em estúdio, e no palco mesmo já esteve bem melhor em tempos recentes. A ausência de Sambora pesa demais, mas a história de uma banda com Slippery When Wet e New Jersey no currículo faz valer um pingo de esperança de vermos o senhor Jon, atualmente mais dono do que nunca,  numa boa jornada. Vou arriscar nessa. Em resumo, ótimos nomes para comandar o palco mundo, e erros em atrações menores, que coisas como The Who e Def Leppard minimizam. Do primeiro fim de semana, não pretendo comentar. O festival promove misturas, e de outros estilos, vale lembrar que Lady Gaga por exemplo é uma moça talentosíssima! Num total, quatro dias de Rock com grandes bandas em todos já vale a edição. 
      Entre erros e acertos, o crédito do festival em 2017 é positivo na minha avaliação. Será que em 2019 os erros serão corrigidos? Duvido muito, o festival segue uma linha muito clara de bizarrices desde sua fundação. No final, me resta agradecer a mais alguns sonhos realizados por esse festival que promove desde 1985 uma revolução no mercado brasileiro de shows. 

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