sexta-feira, 31 de março de 2017

DEF LEPPARD - ADRENALIZE

    Poucas bandas enfrentaram tantos problemas em seu auge como o Def Leppard. Depois de ver seu baterista Rick Allen perder um braço e ainda assim dar seu jeito de continuar tocando, a resposta veio com o magnífico Hysteria. Qualquer um que conheça minimamente a história da banda sabe do enorme impacto causado por esse disco. Com tudo mais ou menos no lugar, veio a trágica e precoce morte do magistral guitarrista, e também principal compositor,  Steve Clark. Isso ocorreu justamente no processo de composição de Adrenalize, adiando bastante seu lançamento - que acabou acontecendo no dia 31 de março de 1992. Várias de suas músicas ainda contam com o toque de gênio do senhor Clark como compositor, mas na gravação do disco coube a Phil Collen se esfolar sozinho na guitarra - papel feito com brilhantismo. Obviamente isso não duraria muito tempo, e Vivian Campbell foi recrutado pro posto já na turnê de divulgação.  
     Com todo esse contexto brevemente relatado, uma coisa é inegável. Adrenalize apresenta o último grande momento do Def Leppard em estúdio. Já numa época de domínio do Grunge em detrimento do Hard Rock praticado pela banda, o ótimo lançamento conseguiu grande repercussão. Pode não ter a quantidade absurda de clássicos dos antecessores, mas apresenta grandes músicas. Let's Get Rocked é o clássico definitivo eternizado no trabalho. Um refrão mais que marcante viu cada verso seu ser transformado numa espécie de grito de ordem para os fãs da banda. Heaven Is é uma daquelas que tem o toque de Clark mais que evidente. Um hardão daqueles irresistíveis que a banda sabe fazer como poucos. Make Love Like a Man, a balada Tonight, I Wanna Touch U e a sensacional Stand Up (Kick Love into Motion) são alguns dos bons momentos de Adrenalize, um legítimo disco do Def Leppard. 
      O tempo fez desse disco o último momento glorioso da história dos ingleses mais americanos de todos os tempos. O sucessor Slang foi constrangedor, e apesar de ter seu valor, Euphoria não consegue fazer sombra aos clássicos oitentistas. O resto é história, mas o certo é que o baque da morte de Clark foi insuperável no estúdio, ainda que a Vivian Campbell seja um magnífico substituto no palco e com um peso histórico que prova ser o homem certo para a ingrata missão. Basta lembrar que o homem gravou com Dio seus maiores clássicos. Mesmo assim, a banda ainda se mantém forte, e chega em pleno 2017 no Brasil para seguramente fazer um show daqueles dignos de serem lembrados por gerações. 

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