quinta-feira, 3 de agosto de 2017

DEF LEPPARD - HYSTERIA

     Até a virada de 1984 para 1985, tudo corria maravilhosamente bem para o Def Leppard. Com três discos na bagagem e acumulando um crescimento progressivo de vendas e prestígio, a banda estava no mais elevado patamar do Hard Rock mundial - muito distante do cenário da NWOBHM de onde surdiu. Pyromania estourava clássicos como Photograph, Foolin e Rock of Ages nas paradas, e Joe Elliot (vocal), Rick Savage (baixo), Rick Allen (bateria) Phil Collen e Steve Clark (guitarras) viviam a vida rockstar que todos nós imaginamos. Até que a banda teve de enfrentar seu primeiro problema - e que problema foi esse! O baterista Rick Allen sofreu um acidente de carro no ano novo, e perdeu um braço. Sim, seu principal instrumento de trabalho. A situação da banda ficou complicadíssima, e incertezas cercavam o quinteto. 
      Incrivelmente, Rick não se deixou abater, e adaptando um kit para suas necessidades seguiu em frente. A banda foi de uma nobreza rara, e no auge esperou até poder contar novamente com seu baterista. Com tudo isso, foram 4 longos anos até o lançamento de Hysteria. Naqueles tempos, isso poderia ser fatal para o grupo no concorrido cenário do Hard Rock. As dúvidas sobre o Def Leppard sumiram na 1a audição do que hoje é considerado seu maior clássico. Allen tocava como nunca, e a banda conseguiu o impossível. 
       Hysteria é uma coleção de clássicos para ninguém botar defeito. Entre eles, podemos considerar Pour Some Sugar on Me o hino definitivo não só do trabalho, mas de toda a carreira do Def Leppard. Um Hard Rock 80' em puro estado, do começo caótico e entreda marcante de Allen, viu sua consagração num refrão sensacional. Uma verdadeira definição de estilo! Numa pegada de baladas - especialidade da casa - temos estouro semelhante com a sensacional faixa-título e a irresistível Love Bites. O citado trio comandou as vendas, mas coisas como Women, Animal, Rocket e Armageddon It não ficam muito longe, fazendo de Hysteria um verdadeiro "best of"' do Def Leppard. Todas essas músicas são presenças constantes em qualquer apresentação, como as três que o Brasil terá oportunidade de ver no mês que vem. Com doze faixas no total, lados b como Don't Shoot Shotgun, Love And Affection e Run Riot não deixam a peteca cair, e também fazem qualquer fã do estilo pirar nos últimos 30 anos. 
        O disco não só é a afirmação definitiva do Def Leppard, mas uma resposta triunfal para os problemas enfrentados pelo baterista. A formação clássica está no seu auge, e transpira inspiração a cada segundo do trabalho. Valeu a pena estender a mão para Allen no momento mais dramático de sua vida. A recompensa é eterna no coração dos fãs. Mesmo depois de vender como água e rodar o mundo lotando arenas, infelizmente o Def Leppard não teria paz, e durante a gravação do sucessor de Hysteria teve de enfrentar uma tragédia ainda maior - a morte de Steve Clark. O baque é sentido até hoje, e os ingleses nunca mais colocaram pra jogo nenhum disco que se iguale aos feitos com as primorosas composições de Clark. Como se precisasse mesmo disso....


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