terça-feira, 22 de agosto de 2017

SHOW DO TESTAMENT - CIRCO VOADOR - RIO DE JANEIRO

    Apenas dois anos depois de devastar aquela mesma lona ao lado do Cannibal Corpse, o lendário Testament volta ao Rio de Janeiro com disco novo na bagagem para fazer a festa do thrashers cariocas. Num Circo não tão lotado como em 2015, mas ainda assim com um ótimo público estava pronto para ser transportado sem escalas para algum clube da Bay Area em 1988. Quando uma banda desse calibre aparece, é uma convocação para os frequentadores ativos da cena, e para onde se olhava tinham rostos conhecidos. O cenário para uma noite perfeiuta estava pronto. 
      A abertura ficou por conta do Prophecy, banda velha conhecida do cenário Thrash carioca. Como esperado, deu conta do recado com sobras. Com um som apenas razoável, espaço de palco e tempo reduzidos, conseguiu tirar proveito daquele público saíndo de palco ovacionado. Do show, peguei apenas o final, mas foi o suficiente para ver que eles mereciam tal oportunidade - tradicionalmente meritocrática pelas mãos da ótima produtora LiberationMC. 
     Com pontualidade, era hora de todos se curvarem diante de Chuck Billy (vocal), Gene Hoglan (bateria), Steve DiGiorgio (baixo), Alex Skolnick e Eric Peterson (guitarras) - uma das melhores formações ostentadas pelo Testament em sua gloriosa história. Para começar os trabalhos, vem a magnífica nova Brotherhood of the Snake, que também é o nome do disco. Com um peso descomunal e melodia inspiradíssima, é jogo ganho de cara. Seguindo numa pegada entre os discos mais recentes que ditou a 1a parte do show, a já clássica Rise Up tem seu refrão urrado por todos - mostrando a força de Dark Roots of the Earth. More Than Meets the Eye, do não menos espetacular The Formation of Damnation, tem seu lugar cativo no setlist. Com quase 10 anos desde seu lançamento, tem até seus riffs cantados. E como essa dupla de guitarristas é maravilhosa! Nada como os anos e anos de parceria. Depois de uma breve viagem no passado recente, o presente volta a ditar o ritmo com The Pale King e a traulitada Centuries of Suffering. A dupla veio referendar o sucesso do novo disco onde ele é posto a prova - no palco!
     Em seguida, vem uma das maiores novidades do setlist. Electric Crown é muito celebrada pelos presentes. Então Chuck apresenta Into The Pit como se deve ao público, ao lembrar dos tempos em que essa música destruia pistas ao longo da Bay Área. Só a apresentação já arrepiou a alma, então imagina o riff cortante desse hino botando uma roda por toda pista de imediato? Nada mais Testament que isso... Com a pista no 220, vem Stronghold - que ficou simplesmente épica ao vivo! Uma rifferama com a assinatura da banda, e vocais inspiradíssimos de Chuck - como o homem está inteiro hein! Depois da explosão de Thrash Metal, vem a maior surpresa da noite. Throne of Thorns, direto de algum lugar no meio de Dark Roots of Earth faz sua estreia na tour brasileira. Depois desse susto, Low chega muito celebrada como outra escolha pouco usual. Então dali pra frente, era só hino do Thrash Metal em seuência. O primeiro deles foi simplesmente Practice What You Preach, infelizmente a única representante da obra-prima de mesmo nome na noite. The New Order arrepia qualquer thrasher com um refrão que todos tem na ponta da língua. Para todos se recuperarem, a instrumental - e impronunciável - Urotsukidôji chega para o brilho absoluto de Steve DiGiorgio. Em seu solo, temos apenas uma prova cabal de genialidade de um dos maiores baixistas da história do Heavy Metal. Ninguém ostenta bandas como Sadus, Death e Testament no currículo de graça. Então a lenta e maravilhosa Souls of Black chega para emocionar todos os presentes. Numa viagem para os primórdios, Over The Wall e Alone in the Dark fecham a parte regular num coro simplesmente lindo ao final dessa última. E como foi fantástico poder ouvir tal pérola ao vivo! Para fechar a noite, simplesmente Disciples of the Watch. Era a deixa final para que thrashers davastados voltassem para casa de alma lavada, prontos para começar a semana. 
         O Testament está na ponta dos cascos. Mesmo depois de uma sequência cansativa de shows, os veteranos terminaram uma apresentação irretocável no Rio de Janeiro. Quem pode estar lá constatou que não é apenas no estúdio que a perfeição acontece. Nesse ritmo e com o bom comparecimento do público, podemos ter a certeza que vem mais clássicos pela frente, e certamente mais noites maravilhosas de Thrash metal como essa que passou. Enquanto o Testament estiver vivo e ativo, o estilo respira! 


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