segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DISCOGRAFIA COMENTADA-METALLICA

   Boa tarde amigos. Essa ''coluna'', digamos assim, é nova por aqui. Na minha revista de cabeceira, a Roadie Crew, em todas as edições existe a seção Roadie Collection, na qual um dos seus colaboradores opina sobre a discografia de alguma banda, dando a opinião própria e não da revista em si. Decidi fazer algo semelhante neste blog, e dar a minha opinião sobre a discografia das bandas. Com total inspiração na Roadie Collection na criação, mas com o que eu aprendi escutando estes trabalhos, vamos dividir as discografias entre excelente (2 álbuns), ótimo (2 álbuns), bom (2 álbuns) e ruim (1 álbum). Sendo assim, farei analises em cima de discografias de bandas com pelo menos 7 álbuns lançados, começando pelo Metallica, a banda que levo tatuada no meu braço. 

EXCELENTES

Master Of Puppets (1986)

   Já falei muito por aqui sobre a minha opinião em relação a este trabalho único. Master Of Puppets, a obra-prima do Metallica, foi também o última gravada pelo grande baixista Cliff Burton, que morreu em 86 num trágico acidente de ônibus. Sendo assim, foi o último trabalho da formação mais clássica, com James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammet e Cliff Burton. A obra é completa, com 8 faixas com o melhor que a banda tem a nos oferecer. Não temos descanso, de Battery a Damage, Inc., é tudo uma porrada só. O maior hino do Metallica, Master Of Puppets, é o destaque. A canção tem tudo que a banda tem de melhor, com solos inspirados, Thrash Metal furioso e momentos de maior melodia, tudo isso na medida certa. The Thing That Should Not Be, Disposable Heroes e a maravilha instrumental Orion, maior legado de Cliff Burton, são audições absolutamente indispensáveis. Álbum para ser ouvido completo, e quando você for perceber já foi. 

Ride The Lightning (1984)

   Depois do espetacular disco de estreia, Kill Em All, o Metallica deu uma certa ''sofisticada'' no seu Thrash Metal cru apresentado de cara. Produzido por Flemming Rasmussen e gravado na Dinamarca, Ride The Lightning alcançou um padrão de perfeição, que foi ainda mais aperfeiçoado em Master of Puppets. Assim como o disco seguinte, Ride é uma verdadeira obra-prima, também apontada por muitos como o melhor trabalho do Metallica. Ele tem 8 faixas absurdas, incluindo uma balada (Fade to Black), algo inimaginável na época. A música em questão é para mim a melhor da história da banda. Também não faltam clássicos, como For Whom the Bell Tolls, Creeping Death e Ride The Lightning, e também pérolas como Trapped Under Ice e outra maravilha instrumental, a grandiosa The Call of Ktulu. Ride the Lightning e Master of Puppets representam o auge criativo do Metallica.

ÓTIMOS

Kill Em All (1983)

   Juntamente com Raining Blood do Slayer e Bonded By Blood do Exodus, este trabalho forma a base fundamental de tudo o que entendemos como Thrash Metal hoje em dia. O disco de estreia do Metallica traz uma banda furiosa e com sangue nos olhos, com gana para fazer um tipo de som inédito deste lado do atlântico. Logo de cara o ouvinte se depara com a pedrada Hit The Lights, que existe antes mesmo do próprio Metallica. Com o tempo encontramos outras maravilhas do estilo, como The Four Horserman, Phantom Lord, Whiplash e Metal Militia. O tempo tratou de consagrar Seek And Destroy, ao meu ver justamente, como o maior clássico do trabalho e um dos maiores da carreira. Podendo facilmente figurar entre os ''excelentes'', Kill Em All é um marco do Heavy Metal e um ótimo disco para se conhecer a essência de um dos seus subgêneros mais importantes.  

And Justice For All (1988)

   Depois de perder o gênio Cliff Burton, seguramente o momento mais trágico da trajetória do Metallica, a banda parecia perdida. O trauma pela perda do amigo deixou James, Lars e Kirk extremamente abatidos, e a solução encontrada para superar foi meter a cara no trabalho. Depois de decidir manter a banda em atividade, algo a ser muito bem pensado naquela situação, eles partiram para tentar encontrar um baixista. Sabendo que a sua missão era substituir o insubstituível, Jason Newsted foi o escolhido, depois de alguns testes. O garoto era fã da banda, assim sendo daria o sangue na oportunidade. O restante do Metallica é que parecia não gostar da situação, com aquela sensação de que tinham um baixista, mas não era Cliff Burton. ...And Justice For All então tinha tudo para ser um fracasso, mas se tornou um clássico. Ele não é um disco impecável como os antecessores, já que o baixo do novato era quase imperceptível. As músicas assumiram um tom mais ''progressivo'' no geral, bem mais longas do que as anteriores, mas mesmo assim magníficas no geral. O Metallica conheceu o sucesso, estourando One e com isso elevando consideravelmente as vendas. Além do clássico, o disco apresenta grandes momentos, como Blackened, The Frayed Ends of Sanity, Eye of the Beholder, Harvester of Sorrow, a magnífica faixa-título e To Live Is To Die (Instrumental), uma belíssima homenagem a Cliff, com uma série de riffs deixados por ele. As 9 faixas são muito boas e este é mais um trabalho indispensável do Metallica.

BONS 

Metallica (Black Album) (1991)

   Depois de uma longa turnê mundial, que incluiu as primeiras apresentações no Brasil, o Metallica lançou o seu maior sucesso comercial, que colocou a banda no topo do universo do Rock N'Roll mundial. Black Álbum é um disco completamente diferente de Justice. Suas músicas ficaram quase num padrão, que variava entre 3 e 5 minutos, e algumas delas eram bem acessíveis ao grande público. Muitos fãs reclamam, mas é inegável que o Black Álbum é um trabalho espetacular, que nos proporciona grandes momentos. Enter Sandman se tornou o hit do Metallica, e a baladinha Nothing Else Matters, muito criticada mas irresistível, veio junto. O trabalho nos revelou outros grandes clássicos, como The Unforgiven, Sad But True e Wherever I May Roam. Além dessas mais conhecidas, ainda temos maravilhas como  My Friend of Misery, The God That Failed e Don't Tread on Me. O Metallica subiu de patamar com um disco para agradar a gregos e troianos, se for bem ''escutado'', digamos assim. O último momento glorioso da carreira do Metallica entrou para história, e até hoje bate recordes de vendas mundo afora. 

Death Magnetic (2008)

   Depois de dias complicados, Death Magnetic foi uma verdadeira redenção na carreira do Metallica. Robert Trujillo já se firmou no cargo de baixista da banda, e os 3 ''veteranos'' agora pareciam tocar como nunca. Com o objetivo claro de lançar algo na linha dos clássicos Ride The Lightning e Master Of Puppets, mas contemporâneo, Death Magnetic é um ótimo disco para os dias atuais, mas não chega a ser considerado um clássico. Músicas como The Day That Never Comes, All Nightmare Long, Cyanide, That Was Just Your Life e The End of the Line entraram para uma ótima galeria de músicas eternas da banda, mas mesmo assim longe de maravilhas feitas anteriormente. Como hoje bandas clássicas com 30 anos de carreira não fazem trabalhos como os feitos na época em que os discos eram vendidos e os ''humanos'' por trás dos heróis eram jovens e tinham algo a provar, Death Magnetic é um baita disco. 

RUIM

St Anger (2003)

   Pois é amigos, ninguém é de ferro, e por isso 11 em cada 10 bandas clássicas tem alguma falha no currículo. A do Metallica é o St Anger. Depois de incontáveis criticas pela dita ''leveza'' da dupla Load/Reload, sem contar com os inúmeros problemas internos que culminaram na saída de Jason Newsted e internação alcoolica de James Hetfield, o trabalho foi gravado com o produtor Bob Rock no baixo (!). Isso já seria o suficiente, mas o fato é que a banda se perdeu por completo. Na tentativa de soar ''pesado'', eles erraram a mão por completo. O disco flertou totalmente com o New Metal, a desprezível moda da época em que foi lançado, e os famosos solos de Kirk Hamment simplesmente não existiram. Alguns momentos eram bons, como Frantic e a faixa-título, mas passavam longe até de alguns ótimos momentos de Load/Reload. Passe longe, e talvez depois de muito tempo de dedicação a banda procure escutar com tranquilidade, tirando as suas próprias conclusões. 

Espero que tenham curtido, de onde veio isso, vem muito mais!



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