sábado, 10 de outubro de 2015

SHOW DO BLIND GUARDIAN - VIVO RIO - RIO DE JANEIRO

   A noite do dia 9 de outubro se apresentava como uma das mais especiais do ano para quem curte Heavy Metal no Rio de Janeiro. A noite era de gala, numa casa para 4 mil pessoas que é imponente em sua estrutura, chegando a assustar a galera acostumada com os buracos undergrounds que costumamos frequentar. Isso tudo para um fiel e numeroso público assistir ao show do Blind Guardian, seguramente uma das maiores bandas da atualidade, mais relevante dentro do Power Metal mundial e consagrada entre os grandes do Heavy Metal. Se a casa não estava sold-out, podemos considerar o público muito bom, ainda mais quando cada um ama realmente a banda, e canta cada verso.
    Ao lado do Helloween, o Guardian sempre foi além das fronteiras do Power Metal, agradando em cheio muitos que não gostam do estilo. A banda passou pelo declínio do gênero com classe, se afirma a cada lançamento como gente grande. Mesmo com lançamentos "demorados", digamos assim, uma tour brasileira a cada novidade já é certa, e com o ótimo Beyond the Red Mirror não seria diferente.
   Com uma assustadora pontualidade, que ameaçava ser até antecipada em 10 minutos, um coro de cerca de 3 mil pessoas está pronto para ccomeçar a festa. The Ninth Wave, tema que abre o novo trabalho, é bem recebida. Mesmo assim, a coisa esquenta de vez com a paulada maravilhosa Banish From Sanctuary, fazendo queixos irem ao chão por toda a pista, numa mostra precisa da pérola Fallow  the Blind, trabalho dos primórdios da banda, quando o som era mais voltado ao Speed Metal. Ela é uma das melhores já feita pelos alamães ao meu ver. A sequência veio para me matar do coração, com o hino Nightfall. Essa dobradinha foi para mim um dos grandes momentos, e tudo isso logo no começo. A relação de todos com a obra-prima Nightfall in Middle-Earth é diferenciada, e como esse disco é um dos que mais escutei na minha vida, me emociono pra cacete a cada momento dele que é apresentado. Depois de duas mostras da fase de ouro, é hora de voltar a um passsado não tão distante, com Fly. A música é a única representante do ótimo  A Twist in the Myth, fazendo lembrar quando a banda passou naquela mesma casa na sua tour de divulgação. Tanelorn (Into the Void) é umtema complexo e de qualidade inquestionável de At the Edge of Time. O público não deixa de reagir em momento algum, sempre participa de alguma maneira dos temas escolhidos, que parecem ter a intenção de viajar por todas as fases. De fato, só A Night at the Opera foi esquecido, algo justo por ser ao meu ver o disco mais fraco deles. Prophecies é mais uma nova que funciona super bem ao vivo. Depois de 3 músicas dos "anos 2000", hora de voltar a gloriosa década de 90. The Last Candle tem seus últimos versos cantados por minutos após o encerramento, deixando o visivelmente feliz Hansi Kürsch com um sorriso emocionado no rosto. O também empolgado baterista Frederik Ehmke é o responsável por comandar o coral só com breves batidas no kit. Lembrar de Tales from the Twilight World é sempre bom, ainda mais na semana em que ele completou 25 anos de "idade". Imaginations from the Other Side vem ganhando alguns números na atual turnê, que variam de show para show. A dupla de guitarristas André Olbrich e Marcus Siepen, que dão um show de solos e riffs por todo o show, sacam agora um violão para apresentar a belíssima A Past and Future Secret, mais um momento do show capaz de emocionar uma pedra. Ainda no disco que ganhou uma continuação no lançamento mais recente, temos Bright Eyes, um dos maiores acertos da noite, que deixa olhos molhados ao longo  da pista. A grande surpresa da noite fica por conta de Lost in the Twilight Hall, raríssima no set da banda, e que não vinha aparecendo na atual turnê. Escondida em algum lugar de Tales from the Twilight World, essa porrada emociona e assusta os fãs, que agitam do começo ao fim. Hansi fala com o público a cada intervalo, apresentando o próximo núnero e  agradecendo a participação espetacular de todos. And the Story Ends fecha as mostras de Imaginations, e o set regular, numa despedida forçada que ninguém acreditou, já que temas indispensáveis ainda estavam por vir.
   No retorno, vemos mais um pouco dos trabalhos mais recentes, com a fenomenal Sacred Worlds, e o novo clássico  Twilight of the Gods, que mesmo sem uma calorosa recepção, se mostra como a música que será lembrada em Beyond the Red Mirror. Eu ainda incluiria The Grand Parede, mas não da para dizer que o disco novo não apareceu como merecia. O hino Valhalla vem em seguida para ser cantada em uníssono durante e depois por um público ainda mais eufórico. A tradicional repetição dos versos "Valhalla - Deliverance. Why've you ever forgotten me?" não pode faltar em nenhum show. Ainda teria o último bis, agora só com hinos definitivos. O amor do público por Nightfall in Middle-Earth se mostra até em War of Wrath, uma das famosas intros que o disco tem, cantada por muitos. Obviamente, viria a sequência natural com  Into the Storm, a abertura de um dos discos mais fantásticos da história do Heavy Metal. Não são poucos que choraram copiosamente abraçados em The Bard's Song - In the Forest, uma das mais belas baladas da história. Não existem palavras para descrever isso. Como costuma acontecer, Majesty foi pedida por toda a pista, e a banda como sempre acatou, com um verdadeiro caos instalado na pista do Vivo Rio. O hino máximo Mirror Mirror vem para fazer a coisa sair ainda mais do controle, fazendo meu pescoço ir pro espaço, numa das maiores emoções que já tive ao vivo na canção que consegue ser perfeita nos mínimos detalhes.
    Eu só não considero o set impecável pelos cortes das maravilhosas Lord of the Rings, muito pedida pelo público que chegou a canta-la no final e da bomba Time Stands Still, mas o que foi apresentado não deixou por menos. Vímos uma banda em plena forma, com destaque para a voz intocável de Hansi, tocando músicas preciosas. Isso tudo para um público numeroso e participativo ao extremo. Uma verdadeira noite de sonhos para os fãs de Heavy Metal do Rio de Janeiro, uma sexta para ser lembrada mesmo!  

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