segunda-feira, 5 de outubro de 2015

SHOW DO TURISAS - TEATRO ODISSEIA - RIO DE JENEIRO

    Num atípico domingo chuvoso carioca, os fãs de Folk Metal da cidade teriam o que comemorar, com a inédita e por anos impensável apresentação do Turisas. Ainda divulgando o ótimo  Turisas2013, 4o full length da banda, ficou para o Rio o encerramento da tour brasileira, que contou com apresentações também em Curitiba e São Paulo. O público compareceu ao Teatro Odisseia de maneira apenas razoável, mas compensou com muita intensidade durante cada música, tudo isso destacado pelo vocalista Mathias "Warlord" Nygård em dado momento. Felizmente, a ideia inicial de fazer o show no Circo Voador, casa ao menos três vezes maior, foi deixada de lado pela impecável produção.
   A apresentação começou pouco depois das 20h, horário ideal para shows aos domingos. Com todos posicionados nas proximidades do acanhado palco, Mathias "Warlord" Nygård (vocal), Jussi Wickström (guitarra), Olli Vänskä (violino), Kasper Mårtenson (teclado), Jesper Anastasiadis (baixo) e Jaakko Jakku (bateria) se espremem no pouco espaço disponível. O que vimos em seguida foi uma apresentação irretocável de uma banda em grande forma. Muito se falou do show em São Paulo em 2013, mas vendo na prática, o Turisas se mostra como uma das mais relevantes bandas da atualidade. 
   O começo com Ten More Miles não poderia ser melhor, tendo cada verso urrado pelo público, que agitava sem parar de acordo com o andamento. Isso mostra a ótima aceitação do trabalho mais recente por parte do público. Em A Portage to the Unknown a coisa fica ainda mais séria, provando a força que The Varangian Way tem. Ainda nele, temos a épica To Holmgard and Beyond em seguida. Dentro de toda a complexidade sonora apresentada pela banda de estilo único, um dos grandes destaques é o trabalho fenomenal de Olli no violino, algo no mínimo peculiar quando o assunto é Heavy Metal, mas relativamente comum em bandas com essa proposta. Com o jogo já ganho, a essa altura por goleada, o Turisas saca mais uma recente do bau, com For Your Own Good. Aqui o trabalho do baixista Jesper em parceria com o tecladista Kasper é digno de nota. Com seu belo riff, The Great Escape introduz os cariocas ao clássico Stand Up and Fight. A introdução de Rex Regi Rebellis mostra aos presentes que é hora de Battle Metal.  A viagem pela breve discografia da banda segue com as ótimas Dnieper Rapids e Hunting Pirates, essa uma bela síntese do que se propõe o Folk Metal. No já clássico Battle Metal, como previsto, a coisa sai do controle de vez. A força dessa pérola para uma plateia é realmente assustadora. No Good Story Ever Starts With Drinking Tea, um dos melhores títulos possíveis para uma canção, não deixa por menos. A também clássica We Ride Together encerra a 1a parte.
   O bis é introduzido com muitos agradecimentos do magnífico vocalista Mathias a participação da audiência. É impressionante o desempenho do cara, assim como a variedade vocal que ele apresenta, indo do limpo ao gutural sem ser notado, não desafinando em hora alguma. Sem duvidas o Turisas não seria o que é sem sua voz e carisma em cima do palco. Vale lembrar o profissionalismo da banda também, que mesmo diante de um público não tão numeroso, fez uma apresentação tecnicamente perfeita. O som da casa também ajudou, estando limpo e num bom volume, algo comum nos shows lá sem um público gigante. Stand Up and Fight vem para formar uma roda que toma conta de quase toda a pista, sendo a recepção mais calorosa da noite. O encerramento vem com a curiosíssima versão para Rasputin, da banda disco Boney M.
   Num show que teve 13 músicas espalhadas em cerca de 1h20, um pouco curto é verdade, é quase impossível apontar um defeito grave. O Turisas mostrou porque recebe tanta atenção atualmente, tendo dos presentes uma resposta a altura. Um show grandioso para começar uma semana forte para quem gosta de Heavy Metal no Rio de Janeiro, já que no próximo fim de semana teremos o aguardadíssimo show do Blind Guardian e o não menos impactante show do Fear Factory. Apenas esperamos públicos mais numerosos em apresentações futuras, para que a cena carioca continue recebendo shows de tamanha relevância, algo menos comum em 2015 numa comparação com os dois anos anteriores. 

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