quarta-feira, 21 de outubro de 2015

SLAYER - REPENTLESS

   O que aconteceu com o Slayer desde que lançou World Painted Blood até conseguir colocar no mercado o seu sucessor renderia assunto para uns bons 3 capítulos numa biografia. De mais uma saída do lendário baterista Dave Lombardo, passando pelo retorno de Paul Bostaph, até o acidente com uma aranha e morte do grande Jeff Hanneman e a entrada de Gary Holt, com muitos pormenores complicados em meio a tudo isso, foram anos com um turbilhão de emoções internos para ninguém botar defeito. Dito isso, é mais que natural uma certa espera até que o mundo pudesse conhecer Repentless. 
   O trabalho apresenta bons e ótimos momentos, passando por alguns não tão inspirados. Fica longe da perfeição apresentada nos anos de ouro, e ao meu ver, sai perdendo em comparação com os recentes World Painted Blood e Christ Illusion. Mesmo assim, em alguns momentos temos mostras daquele Slayer que todo headbanger ama, fazendo valer a audição. Obviamente, ninguém espera uma revolução sonoro de uma banda consagrada e com identidade que ajudou a formar o que conhecemos por Thrash Metal. Isso é o que o Slayer sempre soube fazer, e quando tentou "Inovar" não alcançou um resultado muito satisfatório. 
   Após a grande intro  Delusions Of Saviour, vemos na faixa-título o ponto máximo do disco. Aquela avalanche Thrash que só o Slayer sabe fazer está intacta nela. Tom Araya transbordando fúria em seu vocal único, Kerry King em sua tradicional alavanca durante duelos fantásticos com Holt, além de Bostaph mostrando ser o único baterista desse mundo capaz de substituir Lombardo no Slayer. Duvidar dos predicados dessa lenda espancando kits de gente como Forbidden, Exodus e Testament é loucura digna de quem não tem a mínima iniciação no assunto Thrash Metal. Holt não contribui como esperado nas composições, e na ausência de Hanneman, quem lidera o grupo em todos os aspectos é o senhor Kerry King. Num próximo disco com o Slayer, esperamos uma entrega maior do homem que comanda o Exodus por tanto tempo nessa parte, coisa que depende exclusivamente do "chefe". Outros grandes momentos vemos na avassaladora  You Against You, reinando absoluta, e bons momentos como Take Control, Piano Wire, colaboração de Hanneman, Implode, Cast the First Stone e Vices. Uma banda mais cadenciada se apresenta em When The Stillness Comes, e um pouco na ótima  Pride In Prejudice, muito agradável para um encerramento de trabalho.
   Se fosse para dar nota, eu ficaria com um 7 ou 7,5. Entre momentos realmente empolgantes, bons e para cumprir tabela, o Slayer entregou um disco bom para o momento que atravessa. Mesmo assim, longe do auge criativo recente encontrado em Christ Illusion. De qualquer jeito, temos um disco com a legítima assinatura de uma lenda do Heavy Metal mundial, mais um para botarmos no som e glorificar de pé! 


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