sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

R.I.P SCOTT WEILAND

   Em sete dias, iria completar 5 anos da apresentação irretocável do Stone Temple Pilots num Circo Voador com ingressos esgotados. Acabei indo na última hora, comprando meu ingresso com um cambista, e vendo um show memorável. Naqueles tempos, Scott Weiland - a alma da banda - parecia estar numa situação bem melhor, e tudo apontava para um encerramento de carreira ao lado do grupo que o consagrou. Nesse meio tempo não foi bem isso que aconteceu. Scott foi demitido da banda em 2013 - por motivos incertos até hoje - e viu a lamentável entrada do vocalista do Linkin Park em seu lugar. Já ali, eu imaginava que a triste noticia que recebemos hoje seria cada vez mais questão de tempo. Vale lembrar também uma performance realmente lamentável do cara em um dos seus clássicos - Vasoline - durante um show, onde a magnífica canção foi desconfigurada por um homem visivelmente alterado. Bem, nada disso apaga o brilho de um frontman que marcou positivamente a música noventista com clássicos em escala industrial entregues aos fãs. 
   Com um resumão dos 5 anos entre um dos grandes shows que assisti e sua morte - nesse meio tempo rolou também mais um ótimo show no Brasil, pelo SWU de 2011 - vamos voltar para a década de ouro do Stone Temple Pilots. No ano de 1992, auge do chamado grunge, o STP colocou no mercado seu disco de estreia e melhor trabalho, o irretocável Core. Por gosto pessoal fazendo excessão ao Nirvana, era mais uma banda ótima surgindo fazendo aquele rockão simples e marcante que marcou a década. Eles não são de Seatle, e sim da California, mas a musicalidade muito se assemelhava a nomes como Alice in Chains e Soundgarden. Core é uma verdadeira coletânea, com hits a perder de vista. O mais famoso da carreira, Plush, sem dúvidas é o mais marcante, carregando nele aquele refrão que você certamente já cantou junto alguma vez. Em meio a maravilhas do porte de Wicked Garden, Sex Type Thing, Crackerman, Sin, Dead & Bloated e a arrepiante balada Creep, Plush acaba sendo apenas um igrediente do molho final. 
   Core é um trabalho definitivo para a banda. Seu som, como o da maioria de seus colegas, é marcado pela voz forte de Scott, como acontece com o Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains também, em meio ao instrumental simples direto e para lá de acertado. Infelizmente, o vocalista seguia os rumos de muitos dos amigos rumo ao burado das drogas.
   Em 94, o segundo trabalho deu sequência a Core de maneira muito satisfatória. Purple não iguala a estreia, mas é também um grande disco. Com ele, vem mais hits noventistas, tais como Vasoline, Interstate Love Song e Big Empty. Mesmo com o sucesso, Scott se afundava com gosto, e via a situação na banda ficar complicada. 
   Tiny Music... Songs From The Vatican Gift Shop até foi lançado em 96, mas ele não aguenta entrar em turnê. Ele apresenta mais hits, com destaque para a fantástica Trippin' on a Hole in a Paper Heart e a também muito boa Big Bang Baby. Três anos de pausa foram precisos para o lançamento do sucessor, simplesmente "4". O disco não vendeu tanto e passou longe dos antecessores. Ainda sobra a boa Down, mas definitivamente o STP estava se afetando com os problemas do líder. Tome prisões, clinicas e tudo mais, que antecederam  Shangri-La Dee Da, outro disco sem grande destaque. 
   Os problemas acabaram com a banda naquele momento. Scott se juntou ao supergrupo Velvet Revolver com Slash, Duff e Matt do Guns N'Roses. Com essa galera reunida, não tinha erro. A banda lançou o fantástico Contraband em 2004, com destaque absoluto para os já clássicos Fall To Pieces e Slither. A performance em todo o trabalho foi matadora, e a recepção ótima. Em 2007 foi lançado Libertad, seu sucessor, que apesar da qualidade não teve a força do 1o disco. Nesse ano a banda se apresentou por aqui. Eles vieram para abrir o show do Aerosmith no Morumbi, em São Paulo, e aproveitaram para tocar também no Rio de Janeiro, onde eu estava presente. O show foi realmente matador, num Citibak Hall não lotado, mas com um público bem honesto girando em torno de 4/5 mil pessoas.
   Pouco tempo depois, Weiland acumulou mais uma saída no currículo, e até hoje o projeto está com seu futuro incerto. Foi a deixa para seu retorno ao Stone Temple Pilots, que sem seu líder não era nada. O bom "Stone Temple Pilots" foi lançado em 2010, ano em que assisti ao show memorável da banda no maior público que já vi num show do Circo Voador. Cheguei em cima da hora, com ingresso comprado com cambista, e o melhor lugar que arrumei era do lado de fora da lona. O show fez um belíssimo apanhado nos hits da banda, chegando no auge quando Weiland interrompeu o hino Plush para que o público carioca urrasse seu refrão em uníssono. Essa foi a minha grande lembrança desse monstro sagrado do Rock N'Roll.
   Infelizmente sua carreira desandou nesses últimos 5 anos, e na última noite viu sua vida chegar ao fim. O legado desse grande vocalista está ai para quem quiser ver e curtir. O dia de hoje é para soltarmos play em alguns dos melhores trabalhos do Rock nos anos 90. O legado do Stone Temple Pilots é eterno!  

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