terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

MEGADETH - DYSTOPIA

    Dystopia chegou cercado de expectativas. Para começar, o Megadeth vem de um lançamento fraquíssimo que atende pelo nome de Super Collider - destoando da ótima sequência alcançada desde The System Has Failed (2004). Com duas mudanças na formação, era o momento de provar que o dito fracasso foi um acidente de percurso. Essas mudanças também despertaram muita curiosidade, já que são figuras consagradas no meio. O que eles agregariam ao som do Megadeth era a pergunta que não queria calar. Bem, o resultado vem em forma de um trabalho irretocável, para disputar com End Game o título de melhor do novo milênio da banda, e um dos melhores da história. 
      O líder Mustaine não poupa elogios ao novato Kiko Loureiro - muito mais do que o habitual no meio. E sua participação é notável em diversos momentos, assim como a impecável linha de bateria de Chris Adler, deixando seu antecessor na saudade! O que Adler fez em  Fatal Illusion é simplesmente impressionante. O cara possibilitou a levada final insana da música, no momento mais Thrash e um dos maiores destaques do trabalho. Junto a ela, temos também a maravilhosa faixa-título, que tem um duelo de riffs Mustaine/Kiko para lembrar Hangar 18. Simplesmente espetacular. Longe de ser só isso. The Threat Is Real lembra aquele Megadeth noventista de trabalhos como Countdown to Extinction e Youthtanasia, uma linha seguida no disco quase todo - o que é ótimo. As três são de cara os hits máximos, mas a mais melódica Poisonous Shadows também merece destaque. Nela temos a clara percepção de Kiko num todo, numa canção que já começa épica e com jogo ganho. Depois dela, a instrumental Conquer... or Die! abre caminho para a porrada Lying in State. Essa é outra que Adler faz chover, muito bem acompanhado por Ellefson. Poderia citar muitas outras, mas só essas já dão uma ideia da grandiosidade de Dystopia. É um playlist inspiradíssimo que não chega a cansar em hora alguma.
     Se o Megadeth precisava provar algo depois de errar a mão, fez isso com sobras. A banda segue como uma das poucas de enorme relevância que continua lançando coisas ótimas nos anos 2000. Dystopia já garante um lugar de destaque na ampla discografia de uma banda que nunca se deu ao luxo de sossegar. Que venha agosto! 


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