quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

METALLICA - HARDWIRED TO SELF DESTRUCT

   Antes de mais nada, acho pertinente esclarecer que - para quem não sabe -, o Metallica é minha banda preferida. Tal fato me propõe um enorme desafio ao distanciar razão/emoção para avaliar qualquer coisa nova que a banda lança. Depois, devo admitir que não esperava grandes coisas desse disco novo, isso por uma série de fatores. O mais claro é que eu já não espero clássicos de bandas consagradas, mesmo que algumas delas por vezes soltem coisas ótimas. Fora isso, a enrolação acima da média para uma banda estável e em boa forma fazia parecer uma certa pane criativa. Para disfarçar, eles inventaram de tudo nesses últimos anos, mas nada de novidades. Bem, a cada música soltada, minha grata surpresa se configurava. Na minha humilde opinião, Hardwired...to Self-Destruct tem todo o potencial do mundo para ser o 6o clássico do Metallica, é de longe a melhor coisa que a banda coloca no mercado em 25 anos e entre as bandas gigantes, é a melhor coisa que escuto em muito tempo. 
     O atraso foi tirado num disco duplo, com 12 músicas tendo em sua maior parte mais de 5 minutos. Claro que nem todas são do mesmo nível, mas podemos destacar umas 8 fenomenais, o que é um número muito expressivo. Começando os trabalhos, temos a porrada Hardwired, a 1a divulgada que abalou as estrururas do Heavy Metal na internet. Bem no estilo Kill'EmAll, é a mais direta e insana. Lars Ulrich mostra um desempenho que muitos não esperavam mais nessa altura do campeonato. Em seguida já vem outra velha conhecida. Atlas, Rise! é tudo aquilo que James Hetfield faz de melhor. Uma verdadeira aula de riffs! A melodia encontrada não só nessa, é uma das marcas fantásticas desse trabalho. O refrão é o auge de tudo isso, sendo daqueles para ficar na memória. Now That We're Dead foca num andamento um pouco mais cadenciado, mas tem destaque. O solo de Kirk Hammett chama atenção. Em Moth Into Flame, outra já bem conhecida, a afirmação que estamos diante de um ótimo disco é plena. Mais uma bela cortesia de Hetfield numa melodia daquelas, ainda maiores com a participação acertadíssima de Kirk. Dream No More começa numa parceria inspirada dos dois guitarristas. Aind assim, é uma das menos inspiradas do disco - mesmo não sendo ruim. Halo On Fire cumpre muito bem o papel de fechar o 1o disco. Uma semi-balada daquelas que o Metallica sabe fazer desde Fade to Black. Um belo momento. 
      Colocando o 2o disco para rodar, começamos com uma das melhores do trabalho todo. Confusion é simplesmente fenomenal! Nela vemos o quanto Robert Trujillo está bem ao lado dos veteranos, e como essa formação do Metallica é forte. Não tem como deixar de citar o papel de Hetfield nela ao comandar a trupe. De destaque mesmo nesse lado, temos a belíssima homenagem a Lemmy com Murder One. Não é uma música Motorheadeada, e sim uma ao estilo do Metallica com citações sensacionais sobre a lenda que nos deixou no final de 2015. Ai para fechar a conta, o Metallica decide colocar o melhor no fim - vale lembrar o que o Iron Maiden fez no seu último disco. Temos grandes momentos em todo disco, mas Spit Out The Bone é o clássico definitivo. Nem vale me alongar em descrição, mas posso garantir que não faria um papel feio se aparecesse num Black Álbum ou Justice da vida. Eu honestamente não poderia imaginar que o Metallica ainda era capaz de nos oferecer músicas desse nível.
     Enfim, Hardwired To Self Destruct vai muito além do previsto. O Metallica compensou uma ausência de oito anos de maneira para lá de digna. Claro que pensar em 12 músicas sensacionais seria delírio, mas ao menos umas sete ou oito delas tem um nível muito elevado, fazendo valer o nome digante estampado na capa. É ótimo para o Heavy Metal e o Rock em geral - já que há tempos o Metallica ultrapassou todas as barreiras - ver uma banda assim em grande forma. Só nos resta apreciar como se deve!

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