quarta-feira, 23 de abril de 2014

SHOW DO HYPOCRISY-TEATRO ODISSEIA-RIO DE JANEIRO

  O Rio de Janeiro vive um momento bem especial quando o assunto é show. Os vários eventos da nossa cena independente que acontecem por toda a cidade e as bandas internacionais que não passavam por aqui há anos agora estão aparecendo cada vez mais, neste ano mais do que nunca. Os ótimos produtores locais, que trabalham duro pela nossa cena e o suporte de casas como o Teatro Odisseia e Teatro Rival fazem com que tudo isso seja possível. A bola da vez foi o Hypocrisy, uma das maiores bandas de Death Metal da atualidade. O público banger carioca compareceu ao já familiar Teatro Odisseia na Lapa em ótimo  numero, mas não o suficiente para lotar a casa. Desde cedo, se via uma certa aglomeração deles no bar ao lado da casa, esquenta que já virou tradição dos fãs antes dos shows no Odisseia. A banda está em um grande momento, depois de lançar o ótimo End of Disclosure no ano passado, e preparou um show matador para os fãs brasileiros.
  A abertura ficou por conta da banda argentina Refuse. Foi um belíssimo aquecimento. A banda faz um Death Metal técnico e ao mesmo tempo brutal, e extremamente pesado. O show agradou ao público que já comparecia de maneira considerável no Odisseia. O único defeito, se é que podemos chamar assim, foi o som absurdamente alto, acima do necessário. Mesmo assim, não prejudicou em nada a apresentação do Refuse. Pouco depois das 10h, o Hypocrisy estava no palco. A abertura foi com End of Disclosure, faixa-título do último cd da banda, seguido por Tales Of Thy Spinaless. O público já conhecia as músicas, e já participava ativamente do show. Era possível notar o altíssimo nível que a banda alcançou. Estava sendo uma apresentação perfeita, extremamente técnica sob o comando do endemoniado Peter Tägtgren. O Hypocrisy dava uma verdadeira aula de Death Metal, sem nenhum exagero, com brutalidade e melodia na medida certa, e uma qualidade sonora absolutamente impecável. A próxima música é Factured Millenium, pérola do ótimo disco que leva o nome da banda. A coisa esquenta de vez, com um mosh se formando. A maioria optou pelo bom e velho bate-cabeça com os braços erguidos, mas em alguns momentos a pancadaria acabava rolando solta. Agora vem Killing Art, maravilha presente em Abducted, para mim o melhor trabalho da banda. Sem muito tempo para papo, Peter agradece a presença de todos e anuncia durante a apresentação a banda vai mostrar tudo de melhor que ela pode oferecer, do primeiro ao último disco e com tudo que tem no meio. Vem então a nova The Eye, um dos destaques do ótimo disco de 2013. Valley Of The Damned, do bom A Taste of Extreme Divinity de 2009 é muito bem recebida por todos. Em Fire In Tthe Sky a coisa realmente sai do controle. O clássico é cantado em uníssono pelos presentes, com muita agitação e a banda tocando de maneira impecável, como de costume. O medley com as músicas Pleasure of Molestation/Osculum Obscenum/Penetralia manteve a temperatura elevada na pista do Odisseia. Os fãs não pareciam acreditar no que estavam vendo. Esse show parecia apenas um sonho para os cariocas, que virava realidade naquela terça-feira a noite. Buried continuou com o passeio pela história da banda, e do Death Metal em geral, mais uma de Abducted lembrada pelos suecos. Em Elastic Inverted Visions, Peter convida a todos para um encontro futuro nas terras do coisa ruim. 44 Double Zero é mais uma maravilha presente no último disco da banda, sendo seguida pelo clássico War-Path. The Final Chapter, faixa-título do grande álbum lançado em 1997 encerra a primeira parte do show de maneira primorosa. Se ele acabace ali, já teria valido o ingresso. Para o bis veio Roswell 47, o maior clássico da banda, seguido pela maravilhosa Adjusting The Sun, que tremeu o Odisseia. Para fechar o grande espetáculo, Eraser, outro clássico cantado em uníssono.
  Assim chegou ao fim um dos melhores shows que eu já assisti. A performance da banda foi qualquer coisa de espetacular, absolutamente irretocável. Quem quiser aprender na prática o que é Death Metal, basta ir assistir ao Hypocrisy, tudo o que existe de melhor no estilo está ali. Que venha o Obituary na quinta, e muitos outros shows como este, o dedicado público banger carioca agradece.

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