segunda-feira, 21 de abril de 2014

SHOW DO MISFITS-CIRCO VOADOR-RIO DE JANEIRO

  Muito se fala sobre a atual formação do Misfits. Realmente a última turnê da banda por aqui com o Anthrax não foi muito animadora, e para muitos o Misfits sem Danzig ou mesmo Graves não existe. Na minha opinião, a formação atual, com Jerry Only liderando a banda nos vocais/baixo, Dez Cadena na guitarra e Eric ''Chupacabra'' na bateria é muito boa. A banda está acertadinha, muito bem ensaiada e seu líder com muito vigor em cima do palco. O Misfits ainda divulga o seu último disco, The Davils Rain, que eu considero muito bom. A noite estava bem agradável, e o público era bom, mas estava longe de encher a casa. Mesmo assim, ele não fazia feio, e criava uma ótima atmosfera na lona. Claro que quando o bate-cabeça começou os velhos problemas de calor do Circo Voador apareceram, mas nada comparado com a temperatura absurda do show do Bad Religion por exemplo.
  O show começou na hora, com o público já em numero satisfatório e cantando junto com a banda. A abertura foi com a boa The Davils Rain, faixa-título do último trabalho deles, seguido por Vivid Red e Land Of The Dead, a trinca que abre o mesmo cd. O público já conhecia as músicas, mas a coisa realmente esquentou quando a banda tocou  Scream!. A música é do ótimo Famous Monsters, clássico do retorno da banda lançado em 1999 e uma das músicas mais conhecidas do Misfits. Ela é cantada originalmente por Michale Graves, mas muito bem interpretada por Only. A voz do líder da banda, único da formação original, estava totalmente em dia. O mesmo esbanjava presença de palco, e comandava a festa com maestria. A maravilhosa Hybid Moments, a arrebatadora Teenagers From Mars, e sensacional Attitude (muito famosa na versão do Guns N'Roses com Duff cantando), e a não menos perfeita Soma Kind Hate, todas dos primórdios da banda,  fizeram uma sequencia fenomenal que já fez valer o ingresso. Para respirar um pouco, vieram as novas Curse of the Mummy's Hand, Dark Shadows, Father e Jack The Ripper, todas ótimas mas menos impactantes do que as dos tempos de Earth A.D/Wolfs Blood e Walk Among Us. Static Age transporta o público novamente para o auge da banda, botando fogo no lugar. TV Casualty e a emblemática She, também do inicio da banda, mantém o nível da apresentação lá em cima, com participação muito forte de todos os presentes. Abominable Dr. Phibes transporta todos para o disco American Psycho, que marca o retorno da banda com Graves nos vocais em 1997. Em sequencia vem a fenomenal 20 Eyes, para mim uma das melhores da banda, se não a melhor, que abre a obra prima Walk Among Us, o maior clássico da banda na minha opinião. Esse momento foi de arrepiar. Angelfuck também foi tocada com perfeição, seguida por Vampira, outra do Walk Among Us.  Horror Busness segue com a porradaria, e From Hell They Came é outra do American Psycho a ser lembrada, seguida pela emblemática faixa-título do mesmo trabalho, tocada de maneira mais veloz do que o habitual . Eu já tinha saído do mosh já no começo do show, e nesse momento estava na grade, assistindo o show de maneira privilegiada. A banda estava absolutamente perfeita, tendo como único defeito os problemas no retorno da guitarra de Cadena, que toda hora reclamava com a equipe. A mesma fazia de tudo para concertar o problema, mas nada que abale a grande apresentação da banda. Don't Open Til Doomsday, mais uma do American Psycho foi uma grata surpresa, seguida pelo clássico Dig Up Her Bones, cantada em uníssono. Para manter o nível elevado, chega Forbidden Zone, a maravilha que abre o grande disco Famous Monsters. Um cara na platéia levou um cartaz pedindo por Return Of The Fly. Only então pega o cartaz, mostra para a banda, e sem ensaio nem nada simplesmente toca a música de maneira perfeita, como se fosse a coisa mais normal do mundo. A casa foi abaixo. The Monkeys Paw também foi muito celebrada. I Turned Into A Martian mata alguns velhinhos do coração. Agora vem o grande momento do show. Only vê uma criança na platéia, e imediatamente chama ele para o palco. Ela chega literalmente nos braços do público, é aplaudida com empolgação por todos. Only abaixa o pedestal do microfone, e canta o clássico Skulls junto da criança, que volta para os ombros do pai novamente aplaudida. Em momentos assim eu tenho a certeza de que o Rock nunca vai morrer. Where Eagles There, a maravilhosa Hatebreeders, Horror Hotel, Ghoul’s Night Out e We Are 138 vem em uma sequência matadora fechando a 1a parte do show. Para o bis, a pérola de Famous Monsters Decending Angels (dedicada ao senhor Jesus Cristo), o clássico Helena, Thirsty and Miserable, do Black Flag, ex banda de Cadena, cantada pelo guitarrista, a ''balada'' Saturday Night, que é cantada por todos, o hit maior da banda Die,Die My Darling (famosa também na versão do Metallica) e Halloween fecham de maneira matadora o ótimo show do Misfits.
   A banda estava em uma grande noite. Quem não aceita a atual formação ou apenas preferiu viajar no feriado perdeu um grande show de Rock. Tem quem reclame que o Misfits vem toda hora, mas se é para fazer um show desses eu quero mais que venha todo dia! Quem puder, vá nos próximos shows dos Famous Monsters na sua cidade, é diversão garantida.

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