quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ANGRA-SECRET GARDEN

   A história se repete com uma das verdadeiras entidades do Heavy Metal brasileiro. Crise interna daquelas, mudança de empresario, e o mais importante, baixas na formação. Novamente, a banda é dada como morta, e desta vez tendo lançado dois discos bem fracos recentemente. Agora seria o fim? Nada disso, e a solução para o posto de vocalista surpreendeu a todos. Fabio Lione deveria fazer apanas alguns shows, sem nada oficial ou contratual, mas as coisas fluíram, a banda se encaixou, e o disco novo vem ao mundo para provar isso. Outra mudança, esta já no final da tour que aqueceu as turbinas para o lançamento, aconteceu na bateria. Ricardo Confessori sai, e para o seu lugar vem o garoto Bruno Valverde, que de fã da banda se tornou um monstro nas baquetas. Pude ver o Angra por duas vezes, e em ambas saí do Circo Voador com a certeza de que o disco novo seria grandioso, já que a banda estava em grande forma e totalmente entrosada. 
    Secret Garden foge de tudo feito antes, exatamente o que aconteceu com o magnífico Tample of Shadows há 11 anos, mas em breves momentos nos lembram o velho Angra. A marca de uma banda com músicos fantásticos está em cada detalhe, e a criatividade de descolar um pouco do tradicional Power Metal, flertando com o progressivo, não tem limites. Secret Garden necessita de uma audição atenta e carinhosa, já que não é de simples/fácil assimilação. Já na abertura, o Angra mantém a tradição presente nos seus grandes trabalhos, e já apresenta uma faixa forte, pesada e empolgante, a ótima Newborn Me. Black Hearted Soul é outro destaque, talvez no momento mais Power Metal do trabalho, remetendo a clássicos da banda numa interpretação magnífica de Fabio Lione. Final Light é para mim a melhor do disco. Apresentando a nova face do Angra, misturada ao clássico formato do grupo, incluindo uma certa dose de ritmos brasileiros para lembrarmos um pouco de Holy Land. Rafael Bitencourt e Kiko Loureiro tem uma performance impecável, assim como a excelente cozinha de Felipe Andreoli e Bruno Valverde. Outro destaque vai para o belo e chamativo refrão. Storm of Emotions, uma bela balada, é introduzida por Andreoli e Lione com uma voz doce e suave. As principais inovações, e vale dizer, novidades para quem conhece a banda, vem em músicas como Violet Sky, Upper Levels e Crushing Room (com participação de Doro). São ótimas canções para quem está disposto a ouvir algo diferente. Perfect Symmetry remete a fase mais clássica. Outros grandes destaques, ao lado de Final Light são para mim os grandes momentos do play, são a faixa-título, cantada de maneira magnífica por Simone Simmons e a balada acústica espetacular  Silent Call, com Rafael nos vocais, uma das marcas no trabalho.
   Temos um novo Angra, um renascimento reinventado por uma banda em grande momento com uma grande formação. Que a leveza de espirito atual se perpetue, e a guerra interna que tanto prejudicou o Angra no passado tenha chegado ao fim. Uma banda tão boa e importante não merece ficar improdutiva por tanto tempo. o Heavy Metal brasileiro precisa deles em grande forma!




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