sexta-feira, 24 de abril de 2015

SHOW DO JUDAS PRIEST + ACCEPT-VIVO RIO-RIO DE JANEIRO

   Para os cariocas, a noite de quinta-feira foi de uma pequena e gloriosa amostra do que será o festival Monsters of Rock. Para muitos, como eu, era um esquenta para a viagem e o festival. Para outros, que não poderão estar presentes, foi um sensacional prêmio de consolação. Em uma noite, duas das maiores representantes do Heavy Metal em sua mais pura, tradicional e magnífica essência. Judas Priest e Accept em grande forma, com a ótima abertura de Robertinho do Recife e sua Metal Mania.
    O público correspondeu, e chegou muito próximo de lotar o Vivo Rio, que tem capacidade para 4 mil pessoas. Quem chegou cedo pode conferir uma aula nas 6 cordas do grande Robertinho. O show foi basicamente instrumental, com uma espécie de "robô" com capacete cantando breves versos vez ou outra. Nele, vimos passagens de legítimos hinos de Ozzy, Sabbath, Purple e Maiden. Show de virtuose, e todos estavam devidamente aquecidos. 
    Antes de falar dos shows da noite, fica aqui, não posso deixar de registrar meu susto com os preços inflacionados em tudo que se refere a um show de grande porte nos dias de hoje. Já na chegada, o estacionamento de uma casa isolada em uma via expressa, que a ida de carro é quase que a única opção viável/segura para a região, custava assustadores 35 reais. Lá dentro, mesmo que dessa vez o ingresso tenha sido um pouco mais acessível, era cerveja por 9 reais, e camisas a 100 (Judas) e 80 (Accept) reais. Isso mostra como está tudo, absolutamente tudo, mega-inflacionado quando o assunto é um simples show de Rock, e como a ganância pode afastar cada vez mais o grande público dos mesmos.
   Vamos a parte boa. O Accept teve um retorno glorioso com a atual formação, que agora também conta com Uwe Lulis (guitarra) e  Christopher Williams (bateria). Três grandes trabalhos provam que os mesmos estão vivos, mais vivos do que nunca. O set foi breve, mesclando músicas dos citados 3 discos, e clássicos indispensáveis. De cara vem a ótima nova Stampede, e Stalingrad, faixa-título do ótimo trabalho lançado em 2012. Ai somos pegos de surpresa com um hino, Restless and Wild, que da nome ao disco mais espetacular da carreira da banda, ao meu ver. Vem então Losers and Winners, um momento glorioso do único e magnífico Balls to the Wall. Clássicos lembrados, voltamos ao presente, com Final Journey, talvez a melhor do grande Blind Rage. O que falar de Princess of the Dawn? Ela foi muito celebrada pelo público, que apreciou bastante a "abertura". Pandemic lembra o fantástico Blood of the Nations, o disco de retorno, e abre caminho para mais um hino, Fast as a Shark. Metal Heart não fica por menos, e Teutonic Terror mostra que o Accept já possui clássicos em sua nova era. Balls to the Wall é cantada com força, e encerra a breve, mas fantástica, apresentação do grupo alemão.
   Bem, só pelo que vimos pode-se dizer que já tinha valido a noite, mas ainda teria muito mais. O Judas Priest é uma entidade do Heavy Metal, incontestável e importantíssimo na história. Qualquer coisa será pouco para o que representa a banda para o estilo. Eles retornaram da aposentadoria, muito por causa do caldo que deu a nova formação, com Richie Faulkner na guitarra. O set veio sem grandes novidades, pelo que foi visto em toda tour, mas estava fantástico e para arrancar lágrimas dos fãs mais ardorosos. Dragonaut, do ótimo disco novo, abriu os trabalhos. Foi a deixa para um desfile de clássicos. Metal Gods, um dos hinos supremos do Heavy Metal, foi muito celebrada. O metal god continua cantando, e muito. Devil's Child foi uma sacada única, vinda diretamente do clássico Screaming for Vengeance. Victim of Changes foi talvez o grande momento da noite, simplesmente a coisa mais linda do mundo. Halls of Valhalla volta ao disco mais recente, e abre espaço para a única Love Bites, talvez o grande momento do clássico  Defenders of the Faith. March of the Damned é outra nova. Turbo Lover, do contestado Turbo, é uma das que se salvam, e anima bastante. Redeemer of Souls, que da nome ao novo disco, é a melhor do trabalho, e seguramente vai figurar entre os grandes clássicos da banda no futuro. Beyond the Realms of Death vem para matar os fãs old-school do coração, e inicia um desfile de clássicos até o final. Jawbreaker é mais uma escolha genial, que chega a arrepiar. Então é hora do hino máximo Breaking the Law, cantado pela banda, e não pelo público, mas de arrepiar. Hora da Harley de Rob invadir o palco, algo que é sempre marcante, e do hino Hell Bent for Leather. Uma breve pausa, e temos Electric Eye, simples assim. Show de bandas como o Judas é assim, vai e vem de clássicos, e ainda assim muita coisa boa de fora. You've Got Another Thing Comin', Painkiller, que causa um efeito devastador na pista, e Living After Midnight fecham com chave de diamantes um grande show de Heavy Metal.
   Um público interessante em números e em participação viu dois shows inesquecíveis do mais puro e tradicional Heavy Metal. O som era bem ruim, muito baixo no Accept e embolado em ambos, mas não ao ponto de comprometer um evento desse porte. Fora isso, todos sabemos que Judas Priest e Accept no palco é sempre jogo-ganho, garantia de satisfação para todos. Um baita esquenta para um festival que tem tudo para ser monstruoso! 

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