terça-feira, 10 de novembro de 2015

SOULFLY - ARCHANGEL

   Poucos nomes estão trabalhando com a intensidade de Max Cavalera nos últimos anos. Além da sua banda "principal"- o Soulfly - o homem vem se dividindo entre os "projetos" Cavalera Conspiracy e  Killer Be Killed, lançando discos com uma constância absurda. Fora o ótimo  Pandemonium, do CC, e o disco que leva o nome do Killer Be Killed - ambos lançados em 2014 - Archangel é o terceiro disco do Soulfly em 4 anos, algo raro de se ver atualmente. O fato é que depois de muito experimentalismo, o senhor Cavalera se encontrou em ótimos lançamentos recentes, chegando agora no trabalho que considero o melhor lançado por ele em muito tempo, talvez num empate técnico com o também magnífico Enslaved (2012). 
   Já faz tempo que os discos de Max estão muito mais voltado para o Death/Thrash Metal que o consagrou, deixando de lado os flertes com o Industrial, New Metal e experimentalismo em geral que marcaram os primeiros discos do Soulfly. Em Archangel, Max é acompanhado pelos fieis escudeiros Marc Rizzo (guitarra) e Tony Campos (baixo), além de seu filho Zyon -  novidade na formação. O encaixe dos 4 é inegável, e o resultado ficou irretocável. São 10 músicas ótimas ao meu ver, seguindo um padrão Death/Thrash na medida exata. Alguns toques de melodia também são vistos, criando um ótimo clima. A abertura, com o marcante título We Sould Our Souls To Metal é o ponto máximo. Uma letra fantástica num Thrash alucinante transforma essa pérola na melhor música da banda, ao meu ver empatada com Plata O Plamo. Dali a coisa só vai fluindo, sem cansar o ouvinte, e permitindo um intenso bate-cabeça. A faixa-título segue numa performance fantástica de Marc, criando um clima muito bom. Vemos um toque sutil algo que o Sepultura fez em Chaos A.D e Roots nela. Outros momentos fantásticos daqui são Ishtar Rising, Live Life Hard! e Deceiver, mas podemos ouvir as 10 faixas sem medo, são o melhor que Max Cavalera tem a nos oferecer no momento. Nos extras, uma versão da pérola de 3 segundos You Suffer, do Napalm Death, que Max disse ser uma tradicional brincadeira de estúdio que resouveu manter no disco. 
   Archangel é um marco na discografia do Soulfly, uma sequência natural aos bons discos que Max vem lançando, e uma porradaria de respeito pronta para o consumo dos seus fãs de longa data. O cara que recentemente se transformou num legítimo workaholic nos entregou mais uma coleção de petardos para sua grandiosa história de lenda máxima do Heavy Metal brasileiro. Vale lembrar que a bela arte de capa também joga muito a favor do disco, que sozinho já é muito bom. 




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