quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O QUE ESPERAR DO RED HOT CHILI PEPPERS NO ROCK IN RIO?

     Antes de falar da atração em si, acho que é bom comentar sobre o festival. Muitos reclamam de mesmices, sugerem uma bizarrice depois da outra e esperam que saia algo da cartola. Vejo muita gente falar em bandas que não lotam casas para 600 pessoas, em bandas com show já marcado aqui, em banda que nem em turnê está e outras até grandes, mas sem nenhuma garantia de retorno num evento para 85 mil pessoas. Amigos, depois do Medina passar anos ouvindo gritos de Slipknot e dar de cara com o menor público do festival desde o seu retorno, tudo que ele não quer é arriscar. Eu gosto de uma infinidade de bandas, e tenho a total noção do que elas são capazes em termos de público. Infelizmente, não são muitas ativas que dão conta dessa turma. No Heavy Metal, da para bancar Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, System of A Down e talvez Judas Priest com atrações fortes ao lado. Partindo pro Hard Rock, temos Aerosmith, Guns N'Roses, Bon Jovi, AC/DC e Kiss. Entre o Classic Rock e bandas mais "normais" seguindo a linha da anunciada hoje, temos Paul McCartney, The Who, Rolling Stones, Bob Dylan, Neil Young, Roger Waters, David Gilmour, Rush (se não parou de vez), Foo Fighters, Pearl Jam e Green Day. Bem, posso ter esquecido um nome ou outro, mas se o fiz não são muitos além desses ai. Deu para notar como é complicado arrumar headline em pleno 2016? Eu também amo Slayer, Megadeth, Destruction, Sodom, Kreator, Testament, Obituary, Saxon e mais milhões de outras bandas, mas infelizmente nenhuma delas aguenta o tranco. Bem, isso tudo dito, vamos falar do Red Hot Chili Peppers. 
      A banda tem uma importância na história do Rock. Fez seu nome com aquele maravilhoso Funk de Freaky Styley e Mother's Milk. Com o clássico Blood Sugar Sex Magik, fez uma ponte entre o ainda forte "Funk Rock" e toda a melodia marcada pelos solos de John Frusciante que seria a base da banda em anos seguintes. Nessa linha, lançou discos do porte de Californication, By The Way e Stadium Arcadium. Lamentavelmente eles trocaram de guitarrista. O gênio já citado deu lugar a  Josh Klinghoffer. O estilo não tem relação alguma com o do antecessor, e ele simplesmente não consegue tocar na linha de Frusciante - principalmente quando chega a hora do solo. Isso muito tem a ver com o trabalho novo da banda, que se não é uma porcaria, hoje consigo afirmar que se trata do pior já lançado por eles. 
       Ainda que a presença de Josh e o fraco The Getaway esfriem os ânimos para mim, ver a banda ao vivo ainda é algo que eu recomendo. Flea, Anthony Kiedis e Chad Smith ainda estão muito bem, e ouvir alguns dos clássicos registrados por eles ao longo dos anos sempre é muito interessante. Pode não ser a melhor fase, mas quando o assunto é popularidade, não da para reclamar. A banda tem uma legião de fãs por aqui, e sou capaz de garantir que os caras esgotam brincando essa carga de 85 mil ingressos. Muitos falam que não é novidade, mas em 2017 completam 4 anos sem um show da banda no Brasil - um intervalo mais que digno para se justificar um retorno. Mais ainda, mesmo não sendo lá essas coisas, eles tem um disco novo para nos apresentar. Enfim, o Medina acertou sim, e teremos grandes chances de assistir a um show legal - assim como ele terá a certeza de casa cheia. 



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