segunda-feira, 3 de outubro de 2016

SHOW DO WHITESNAKE - METROPOLITAN - RIO DE JANEIRO

     O Whitesnake tem um casamento de 31 anos com o Rio de Janeiro. Desde o 1o Rock in Rio, o amor da banda pela cidade exposto em várias passagens futuras vai se fortalecendo. A banda nunca escondeu ter dono que faz dela praticamente uma banda solo. Esse dono é o vocalista David Coverdale. Na atual formação, o veterano é o monstro Tommy Aldridge - um dos maiores bateristas da história do Rock N'Roll. Desde 1987, foram muitas idas e vindas. Além dele, Reb Beach (Winger) já comanda as seis cordas há mais de 10 anos, e dessa vez vem acompanhado de Joel Hoekstra. Michael Devin (Baixo) e Michele Luppi fecham o time. Não é novidade para ninguém que David Coverdale está longe, muito longe mesmo, do seu auge vocal. Mesmo assim, ainda consegue contornar isso com truques certeiros e muito carisma. Vamos ser francos, o setlist magnífico da turnê faz o trabalho sozinho.
      Em dia de eleições, o Metropolitan recebeu um grande público ávido por Hard Rock. Com um atraso insignificante, a trupe de Coverdale toma de assalto o palco ao som da indescritível Bad Boys. Slide It In e  Love Ain’t No Stranger completam um dos maiores começos de show que já tive a oportunidade de assistir. Parece que o nome da turnê dos "grandes hits" ia ser levado a sério. O foco eram os trabalhos consagrados Slide It In (1984), 1987  e Slip of the Tongue (1989), sem absolutamente nada dos mais recentes Forevermore e God To Be Bad.
       The Deeper the Love é uma das novidades mais acertadas do set, sendo muito celebrada e emocionando profundamente os fãs de longa data da banda. Fool for Your Loving seguiu no mesmo Slip of the Tongue. Então Coverdale relembra sua história aqui, prometendo uma viagem ao Rock In Rio. Era hora do extraordinário medley Ain’t No Love in the Heart of the City/Judgement Day.
        Depois dessa sequência alucinante de clássicos, é hora do Sr Coverdale tomar um ar. Falando do homem, era impossível esconder sua forma vocal atual. Para contornar, os artifícios foram muitos. Botar a banda para ajudar em vários momentos, jogar para a galera em outros. Fora isso, não faltaram solos, proporcionando a famosa pausa para respirar. O primeiro foi um duelo interminável dos dois guitarristas. Depois dele, Coverdale mostra outra das famosas camisas personalizadas e retoma o interesse de todos para Slow an’ Easy - uma música que transpira Led Zeppelin. Mal encerra ela, e o dono da marca volta para os bastidores. Solo da vez? Baixo tem seu momento de brilho. Mais um retorno com um clássico - Crying in the Rain - e mais um solo. Dessa vez era O SOLO. Não tem como não se impressionar com os recursos de Tommy na bateria. O homem chega num momento que arremessa as baquetas para o público e toca somente com as mãos. Dessa vez foi algo além de uma pausa para água misturado a famosa média com os integrantes. Foi um dos pontos altos da noite!
     Dali pra frente acabou a mamata, é hora de seguir com clássicos. Is This Love, um dos hinos máximos de qualquer coletânea "Love Metal", bota o Metropolitan para cantar em uma voz só. As obrigatórias  Give Me All Your Love, Here I Go Again e Still of the Night mostram todo seu poder de fogo. Essa última poderia ser facilmente substituída por um motivo bem simples. Ela demanda uma voz em dia, sem abrir brechas para os recursos. Ou seja, fica mais que evidente a atual forma vocal do dono da banda. Ainda assim, ela é o tipo de música irresistível. Para fechar a noite, a tradicional lembrança dos tempos de Deep Purple com Burn.
      Apesar de Coverdale estar longe dos seus melhores dias, ele consegue driblar seus problemas e fazer um grande show. Uma formação magnífica e sua longa experiência no palco fazem um repertório formado exclusivamente por clássicos brilhar sozinho. O público tem a oportunidade de viajar na história do Whitesnake, e é bom ainda ser possível fazer isso em pleno 2016.

Foto publicada no Twitter de David Coverdale.

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