sábado, 27 de setembro de 2014

CLIFF BURTON, E OS 4 ANOS QUE MUDARAM OS RUMOS DO HEAVY METAL

   Quem lê este blog deve ter reparado que estou escrevendo menos sobre os nossos ídolos individualmente, algo que era mais comum há meses atrás. Mesmo assim, quando o assunto é Cliff Burton, tudo é diferente. O eterno baixista da minha banda preferida, o Metallica, pode ser considerado o meu maior ídolo. Sua trajetória relâmpago neste mundo foi suficiente para ser lembrada por toda a eternidade.
   Ele começou na banda Trauma, que estava muito abaixo do seu potencial como músico. Ele acabava chamando muito mais atenção do que a banda em si, e era claro que Cliff estava pronto para alçar vôos bem maiores. Foi em uma apresentação de sua banda que Lars e James chegaram a conclusão de que Burton era o nome certo para o baixo do Metallica. Prestes a gravar seu primeiro disco, que tomaria a forma de um tal de Kill Em All, Ron McGovney não convencia no baixo, fazendo com que os outros integrantes estivessem dispostos a achar um substituto. Então Cliff foi convencido a participar da banda, só fazendo uma exigência, que seria fundamental para os rumos do Thrash Metal, estilo que surgia ali. A mudança de Los Angeles para São Francisco foi a exigência em questão. A banda já era muito mais popular na nova cidade antes mesmo da mudança. Em São Francisco surgia uma nova cena, que se diferenciava muito do ritmo predominante em Los Angeles, na época o Hard Rock, ou Glam Metal. Bandas como Exodus, Testament (na época Legacy), Forbidden, Death Angel, e obviamente, Metallica, já dominavam a tal cena. Reuniões em clubes e lojas de discos faziam a coisa crescer e mudar totalmente de tamanho.
   Em meio a tudo isso, o Metallica cruzou o país para gravar o que seria o Kill Em All em Nova York, e por lá conheceram o Anthrax. Um ambiente amigável e de cooperação dava o tom entre as bandas. A tal viagem, e o excessos que romperam a barreira do aceitável foram a gota d'água para a demissão do então guitarrista Dave Mustaine. Outra demissão pensada há tempos, e que acabou acontecendo com um Mustaine chapado sendo jogado num ônibus de volta para casa sem sequer notar. Assim sendo, a formação com Cliff e Dave durou pouquíssimo. Logo Kirk Hammet, então guitarrista do Exodus, foi chamado para o posto. Na época foi uma decisão complicada, já que ambas eram bandas que despontavam no cenário local, mas ainda não tinham gravado seu primeiro disco. Kirk decidiu pelo Metallica, e logo se juntou aos companheiros em Nova York para gravar o Kill Em All.
   A banda evoluiu muito com a chegada do novo baixista. As música já estavam encaminhadas. Cliff contribuiu com o magnífico solo de baixo em forma de música, sob o nome de (Anesthesia) Pulling Teeth. O trabalho se tornou um marco do estilo, sendo influência para milhares de bandas que viriam depois. 
    Para o segundo trabalho, o Metallica foi gravar na Dinamarca, terra natal de Lars Ulrich. Cliff Burton chegou a excelência técnica, fazendo com que o resto da banda o acompanhe. Ele era o responsável pelas melodias, e sua técnica diferenciada se fez presente em clássicos como  For Whom the Bell Tolls, na qual ele compôs a absolutamente marcante introdução, e na instrumental The Call of Ktulu, entre outras. A banda alcançava um tamanho de destaque, tendo o seu auge no que seria o último trabalho do baixista. Master of Puppets foi a continuação lógica e ainda mais sofisticada para Ride the Lightning. Nele está a obra-prima Orion, momento mais espetacular da carreira de Burton. O Metallica estava no seu auge criativo, mas infelizmente um desastre daria fim a vida de Cliff.
   A banda estava encerrando uma longa turnê naquele triste 27 de setembro de 86. Prestes a sair de férias, a banda ia de ônibus para a Dinamarca, saindo da Suécia, mas um acidente até hoje muito mal explicado feriu de maneira fatal Cliff Burton. James, Lars e Kirk ficaram absolutamente chocados com tudo isso, já que Cliff era um grande amigo de todos. O chamado ''hippie do metal'' era uma figura humana especial, e um gênio do baixo. Com influências diversas na maneira de tocar, era comum a banda acompanha-lo nas músicas. O baixista deixou uma cratera no Metallica, e o que seria da banda, ou o nível que ela poderia atingir com ele, é um grande mistério que povoa a imaginação dos fãs. Pelo o que eles fizeram em apenas 4 anos de trajetória, que incluíram os 3 grandes trabalhos do Metallica, pode-se imaginar que o céu seria o limite. O legado de um breve período de magia ficou para a eternidade, e Cliff Burton vive no coração dos milhões de fãs do Metallica.

 

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