segunda-feira, 8 de setembro de 2014

WORKSHOP DAVE LOMBARDO-SESC TIJUCA-RIO DE JANEIRO

   Todos que acompanham este Blog sabem do amor que tenho pelo Slayer, e da profunda admiração que nutro pelo eterno baterista da banda Dave Lombardo, presente em todos os trabalhos de maior relevância da banda. Depois de sua saída ainda não muito bem explicada e extremamente conturbada, Dave se dedica a banda Philm, e faz Workshops ao redor do planeta. Ele então chegou ao Brasil para uma série deles, desembarcando no Rio de Janeiro dia 2 de setembro para um gratuito, e que incluía Meet And Greet com todos os presentes também sem custos. Esse momento, no qual falarei melhor ao longo do texto, foi algo que será lembrado por mim até o dia da minha morte, carregado de emoção e felicidade.
   Nunca havia participado de um Workshop anteriormente, sendo essa uma experiência inovadora e surpreendente para mim. O lugar era, no mínimo, curioso. O SESC realiza uma série de atividades esportivas e artísticas, sendo a sala reservada para o evento (razoavelmente espaçosa) apenas uma parte dele. Lá tem piscina, pessoas praticando o ''empolgante'' tai chi chuan, entre outras coisas. Obviamente, o exercito de camisas pretas tomando suas cervejas e celebrando o momento se destacava neste ambiente um tanto quanto diversificado. A Tijuca é o bairro que mais respira Rock N'Roll na cidade do Rio de Janeiro, com algumas das melhores lojas de cds da cidade (Headbanger e Darkland) vendendo raridades, lançamentos e inúmeras camisas, além dos incontáveis Headbangers circulando pelas ruas. Fora isso tudo, o bairro fica numa região central da cidade, de fácil acesso para quem vem das mais diversas partes para o evento. Mesmo com um certo atraso para a entrada do público, que formava uma fila interminável dando voltas no SESC, o clima era fenomenal. 
   Entrando na sala, dava para perceber a total falta de eventos do gênero lá. O palco na verdade era um degrau, sendo impossível para todos assistirem ao evento em pé, já que assim a bateria do mestre sumia. Assim sendo, já no início o coro ''senta, senta, senta'' foi puxado por quase todos que não viam absolutamente nada, apenas escutavam Lombardo atacar seu kit. O público colaborou, sentando no chão mesmo por toda a sala. Quem preferia ficar de pé, como eu, escolheu as extremidades da sala, já que assim não atrapalhava ninguém. O começo do ''show'' foi com Lombardo tocando com fúria, suportado por  um playback do restante do instrumental, diversos trechos clássicos do Slayer. E da-lhe South of Heaven, Angel of Death, Raining Blood, Postmortem e Necrophobic, entre outras. Depois do passeio pela história, Lombardo se dirigiu ao público. Transbordando carisma, humildade e felicidade, conversou de maneira descontraída com os fãs, abrindo para perguntas. A maioria delas não acrescentava nada, e algumas foram até inoportunas, como as citações de Paul Bostaph, Karry King e até críticas ao baterista do Metallica Lars Ulrich. Leves alfinetadas aos atuais membros do Slayer foram dadas, mas não cabe a mim espalhar os boatos para matérias em sites sensacionalistas, o que não é o meu perfil. Depois de uma pergunta sobre a nova banda Philm, Dave fez questão de apresentar uma das músicas presentes no seu aparelho de som, repetindo algumas partes da bateria. O som tem um certo peso, mas a levada, digamos, alternativa, predomina. Seguramente, uma sonoridade bem diferente do Thrash Metal que ele fez durante tantos anos. Dave falou também da importância que ritmos diferentes tem na sua musicalidade, como o Jazz e o Funk (desnecessário dizer que esse Funk é aquele consagrado por James Brown), além do Samba (!). Também ficou para todos a recomendação de se escutar ritmos diferentes, não ficar fechado em uma coisa só e tal. Sugestão para lá de válida, já que música não tem limites, e nem pode ter. Mesmo assim, é bom não confundir o termo. Abrir a cabeça para músicas boas de ritmos diferentes é bem diferente de escutar porcarias por ai que infestam o nosso Rock N'Roll, como a turma do New Metal e os Indies por exemplo. Depois da interação, veio mais porrada. War Ensemble empolgou todos os presentes, assim como Hell Awaits. A aula de bateria chegava ao fim, comandada de maneira precisa pelo carismático Dave Lombardo.
   Chegava a hora do Meet And Greet. Uma enorme fila se formou, estando eu em entre os primeiros. Levei  os meus cds do Slayer, já que tenho todos os gravados pelo baterista. Na fila, fiquei sabendo que só seria autografado um deles, então separei o Hell Awaits. Chegando a minha hora, meu coração quase parou. Só consegui apertar as mãos dele, e agradeci ao mesmo por tudo o que a sua música significa para mim. Peguei o meu disco, e disse que só precisava assinar aquele, não querendo atrapalhar o andamento. Ele parecia disposto a assinar todos, e ainda o fez no mais recente World Painted Blood. Não era tempo de pensar em mais nada, e saí de lá absolutamente realizado.
   Foi um evento irretocável, bem diferente de um show normal. A proximidade foi assustadora, mesmo com a presença grande dos fãs. A mistura de batidas e conversa foi na medida certa, e seguramente os bateristas presentes tiraram grande proveito. O grande momento foi sem duvidas o encontro com um dos meus maiores ídolos, que além de tudo é um exemplo de humildade. Longa vida senhor Dave Lombardo, e como eu disse ao mesmo, muito obrigado por tudo!!!! 



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