quarta-feira, 25 de março de 2015

SHOW DO ROBERT PLANT-CITIBANK HALL-RIO DE JANEIRO

   Já na sua 4a edição, o famigerado festival Lollapalooza mantém a tradição de trazer inúmeras bandas de gosto duvidosíssimo e alguma grande banda. O peixão de vez é apenas uma das vozes definitivas do Rock N'Roll, a lenda viva Robert Plant, vocalista de um tal de Led Zeppelin. Depois de uma longa turnê em 2012, Plant retorna com a mesma banda, mas faz um show completamente diferente do que vimos daquela vez. Obviamente, a voz não é a mesma que faz chover em momentos como Communication Breakdown e The Song Remains the Same, e nem a pegada chega minimamente próxima a do Led, mas só em estarmos diante de uma lenda cantando alguns dos clássicos que o eternizaram já é emoção suficiente. 
   Mesmo com problemas para tanto, o público compareceu ao Citibank Hall em ótimo número. Já falei antes, mas não canso de repetir. A casa é a melhor da cidade com sobras. O show sempre começa numa caminhada pelo shopping Via Parque (a casa fica no subsolo) atrás de bebidas e comidas, e lá já vemos o tradicional desfile de camisas do Led. Com capacidade para 8 mil pessoas, calculo que tinha entre 6 e 7 mil tranquilamente. 
   Para a abertura, veio a ilustríssima  St. Vincent, um típico show Lollapalooza, de uma chatice e barulheira única da turma mais alternativa. Antes a senhorita tivesse ficado retida no Chile por causa do faniquito no camarim que lhe proporcionou um processo. Já falei demais, vamos ao que interessa. 
    Um clima intimista é criado no lugar, e o senhor Plant inicia o show simplesmente com No Quarter. Preciso falar algo mais? Da carreira solo dele, não conheço absolutamente nada, e nenhuma das canções me chamou grande atenção, mas para grande parte de quem tava ali, o negocio era ouvir clássicos do Led. Foram sete no total, todos extremamente celebrados pela plateia. A banda, que em 2012 botou tudo a perder com excessos de experimentalismos asiáticos/africanos,  dessa vez estava muito mais coesa. Com rodagem maior e uma pegada Rock N'Roll predominante, a coisa ficou bem melhor. As experiências mais "diferentes" ficaram por conta do sujeito tocando uma espécie de violino, com som mais parecido com uma cuíca, em certos momentos. Um deles foi na parte final de Black Dog, hino supremo numa versão diferente da original, mas muito mais interessante que a bizarrice que vimos na vinda anterior. Ainda tivemos Going to California, momento para lá de emocionante, a surpreendente e fantástica The Lemon Song, What Is And What Should Never Be, apresentada de maneira praticamente fiel a versão imortalizada no clássico Led Zeppelin II, e os hinos Whole Lotta Love, outra numa versão semelhante a original, ao menos no seu começo, e Rock and Roll, essa bem diferente, mas não menos fantástica. Essas somadas as solos, foram 12 no total. 
    Plant estava claramente feliz por estar ali, comunicativo com o seu público fiel. Sua voz está prejudicada, mas ainda bota muitas no bolso, e a figura de eterna lenda faz tudo ser muito mais especial. O Rio pode ver o único grande show do festival, e seguramente valeu por todo ele. Longa vida ao senhor Plant! 

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