sexta-feira, 13 de março de 2015

SHOW DO ENTOMBED A.D.+KROW-TEATRO ODISSEIA-RIO DE JANEIRO

   Acho impossível arranjar palavras para descrever a grandiosidade do evento que foi realizado na noite do dia 12 de março, no Teatro Odisseia, mas tentarei a sorte. Falar da importância do Entombed, agora com um A.D a mais no nome, para a história do Death Metal e do Heavy Metal como um todo é chover no molhado. Mesmo com todos os problemas que levaram a saída do guitarrista Alex Hellid, aparentemente porque não estava mais a fim de nada, o Entombed novo lançou um disco que tirou o atraso de Serpent Saints - The Ten Amendments, lançado em 2007. Para promovê-lo, finalmente deu as caras no Rio de Janeiro. Um público razoavelmente bom, que não lotava o lugar mas estava longe de fazer feio, teve uma noite memorável. 
   Antes de mais nada, venho aqui destacar a força da abertura da noite. Não vi o show do Lastima, pois cheguei a casa pouco antes do show do Krow, mas a qualidade da dita banda realmente chama a atenção. Bandas escaladas para aberturas de shows atualmente dão muito o que falar, e por muitas vezes caem numa mesmice de nomes que passam despercebidos. Chamar o Krow para a turnê inteira foi uma decisão absolutamente louvável por parte da produtora, e a banda provou o que eu já sabia apenas ouvindo os discos. É um dos destaques da nova geração, com sobras, e mais uma vez Minas Gerais nos brinda com um grande nome. Thrash Metal com algo de Death visceral, num som limpo, mas um pouco acima do volume ideal, e uma apresentação perfeitamente caótica. Os que não conheciam estavam assustados com a qualidade elevadíssima da banda, e seguramente vão correr atrás. Mais uma prova que temos nomes de muita qualidade na cena atual, com boas possibilidades futuras. 
   Era hora então de ver a lenda Entombed. O público foi realmente fantástico, amava como poucos a banda que foram ver, e isso combinado com a performance perfeita da banda fez a coisa ser realmente memorável. A abertura veio com a nova  Pandemic Rage, mas a coisa esquentou mesmo na sequência, com I for an Eye, do ótimo Morning Star. Em Revel in Flesh então, um verdadeiro caos tomou conta do lugar, como aconteceu sempre que a pérola do Death Metal Left Hand Path era lembrada. Second to None volta ao presente da banda, seguida pelo clássico Eyemaster, cantado em uníssono. Stranger Aeons não deixou por menos, mostrando a força dos 3 primeiros trabalhos do Entombed. Living Dead foi possivelmente a mais celebrada da noite, e Out of Hand não ficou longe disso. O entombed renovado está realmente fantástico. Victor Brandt e Olle Dahlstedt formam uma cozinha corretíssima, e Nico Elgstrand tem uma atuação realmente memorável. O timbre de seu instrumento é absurdo, misturado ao som no volume correto e limpo (um dos melhores que vi). Não tinha erro, e sua guitarra por muitas vezes limpa é algo muito raro dentro do estilo, mas se encaixa perfeitamente. A lenda L-G dispensa qualquer comentário, e sua forma vocal é a mesma dos anos 90. Chaos Breed mantém a sequência de hinos dos clássicos trabalhos iniciais, algo que realmente levava a galera ao delírio. Wolverine Blues e Left Hand Path, faixas-título de dois dos discos mais marcantes do estilo encerram o set principal de maneira absurda. Para encerrar, vem Chief Rebel Angel, de Morning Star, o clássico Supposed to Rot, Damn Deal Done, lembrando do ótimo To Ride, Shoot Straight and Speak the Truth (1997) e Serpent Speech. Melhor setlist impossível.
   Bem, a apresentação foi indescritível. Banda e público em sintonia com um baita repertório de clássicos. A noite fechou para mim num encontro com a banda, antes previspo por um m&g que a compra da camisa daria direito, mas no final feito sem exigência alguma. Os músicos são as figuras mais simpáticas que conheci no meio. Atenciosos com todos, agradeciam a presença com muita gentileza e tudo mais. Ficou um registro com a lenda L-G e o batera Olle Dahlstedt, infelizmente cortado ao meio.


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