segunda-feira, 16 de março de 2015

SHOW DO SLASH-FUNDIÇÃO PROGRESSO-RIO DE JANEIRO

  Desde que botei o pé perto da porta da Fundição Progresso, já percebi que a noite seria de gala. Uma multidão poucas vezes vista por ali se aquecia para um grande show de Rock N'Roll que estava para acontecer, vendo o famoso "Slash do garage" em ação e tomando uma gelada. Do lado de dentro, assim como na apresentação de 2012, lotação máxima e gente saindo pelo ladrão. É a prova da força que a banda montada por Slash tem no cenário musical atual. Como já disse por aqui, Guns N'Roses não é a maior banda do mundo, mas a sua importância é inegável na história do Rock N'Roll, e obviamente muito disso se deve ao grande guitarrista que imortalizou momentos únicos em seus trabalhos com a banda. Atualmente, ele promove seu 3o grande trabalho na chamada carreira solo, acrescentando músicas da banda que o consagrou e também do Velvet Revolver ao repertório. O show que vi provou que a tal banda está cada vez melhor, e Slash ainda tem muito a oferecer ao Rock N'Roll.
   Pela 2a vez, Slash vem com uma ótima atração de abertura para toda a turnê brasileira, mas exclui o Rio de Janeiro de tal privilégio (obviamente não ele, e sim a produção). Em 2012 foi o Edguy, e agora o também ex-Guns Gilby Clarke. Para completar, foi chamado o então absolutamente desconhecido DiAngelis, que honestamente não me agradou nem um pouco quando fui procurar para ouvir. Cheguei a Fundição em meio ao show deles, e com o som altíssimo do lado de fora vi que realmente foi um equívoco a escolha. Infelizmente, a questão é bastante nebulosa em shows deste tamanho, mas prefiro não perder muito tempo com isso e pular para o que interessa.
   Com uma pontualidade assustadora, exatamente às 21h30 o homem estava naquele famoso lado esquerdo do palco com sua cartola fazendo como poucos aquelas últimas 3 cordas de sua Les Paul chorar. A abertura foi com You're a Lie, ótimo momento do seu 2o disco solo, Apocalyptic Love. O som estava muito baixo e embolado na parte inicial da apresentação, melhorando com o tempo e chegando num nível bem aceitável. O público, ao menos próximo a mim, é que estava bastante frio, e assim ficou por todo o show, preferindo registrar com seus aparelhos tecnológicos o espetáculo e até usando o maldito pau de selfie (show do Coldplay ou David Guetta? Creio que não...). Mesmo assim, uma parte considerável conhecia muito bem o que estava acontecendo. Voltando ao show, vem o hino Nightrain, 1o clássico do Guns a dar as caras. Ela sempre causa uma certa comoção, sendo seguramente um dos pontos altos do magnífico Appetite For Destruction. Com o jogo mais que ganho, vem a 1a do ótimo disco novo. Avalon é a 1a das muitas lembradas ao longo da noite. Ghost, um dos pontos altos do 1o trabalho, quando a banda ainda se formava e o vocalista mudava a cada canção, vem em seguida. Back From Cali, que já pode ser chamada de hit, agita bastante. De volta ao novo trabalho, vem a ótima Wicked Stone e 30 Years to Life, que nem sempre aparece no set e chega a surpreender, mas considero ela facilmente substituível por No More Heroes e Starlight, por exemplo. Agora é a vez de uma pérola do GNR, a fantástica e pouco lembrada Double Talkin' Jive. Considero ela uma das poucas que se destacam muito mais pela performance de Slash do que pelo vocal de Axl Rose, e só por isso se apresenta como uma escolha para lá de acertada. Meus amigos, o solo que Slash sacou aqui foi seguramente o grande momento da apresentação. Um dos seus maiores momentos da carreira relembrado de maneira para lá de precisa já valeria qualquer ingresso. A partir daqui, a coisa sai do controle. O clássico You Could Be Mine vem em seguida. Ela dispensa apresentações, mas diria que, apesar da grande performance de Myles Kennedy durante todo o show, é bastante diferente ouvi-la sendo cantada por alguém que não é o senhor Rose, já que nela tenha sido talvez a sua performance mais espetacular em toda a carreira. Obviamente, Myles nem arriscou aquele famoso agudo que encerra a música. O ótimo baixista Todd Kerns se mostra também um vocalista dos bons, e assume Doctor Alibi, cantada por Lemmy no disco de estreia. Coube a ele também um dos hinos máximos do Guns, uma tal de Welcome to the Jungle. Sem palavras, uma apresentação realmente grandiosa. Myles retorna para cantar a nova The Dissident, talvez a melhor das novas. Beneath the Savage Sun é outro hit imediato, antecedendo o clássico Rocket Queen, seguramente no meu top 3 do Guns N'Roses. No meio dela, Slash realiza um solo fantástico, mas alongado ao extremo (calculo entre 15 e 20 minutos), algo que já fazia nos tempos de GNR, e também em shows da atual banda. Depois dele veio a sempre arrepiante parte final, a qual cantei com a alma. Vem então Battleground, um belíssimo momento do novo trabalho, seguido por sua faixa título World on Fire, um hit imediato cantado por todos. Anastasia é outra que já foi consagrada no seu 2o disco, sendo extremamente celebrada. Sweet Child O' Mine, o maior clássico do GNR, vem para fazer todos ouvirem um dos riffs mais famosos da história do Rock N'Roll. Slither é a única que lembra o Velvet Revolver (Fall To Pieces cairia muito bem), sendo o maior hit da banda. Assim acaba a 1a parte. Para o bis, Slash anuncia a surpresa maior da noite. Communication Breakdown companheiros, uma pérola do Led Zeppelin, que muitos ousavam desconhecer, numa ótima versão de uma banda redondinha. O encerramento mais tradicional para qualquer evento relacionado ao GNR veio, o hino Paradise City, seguido por uma chuva de papel picado. Assim acaba um vrdadeiro show de Rock N'Roll.
   Quanto mais o tempo passa, melhor a banda montada por Slash fica. Com três discos e três turnês nas costas, eles estão na ponta dos cascos, e num show de pouco mais de duas horas, se mostraram ainda melhores do que naquele mesmo palco há 2 anos e meio. O show que o guitarrista promove é um dos melhores da atualidade, e a presença em diversos festivais mostra isso. Vamos ver do que mais Slash e seus amigos ainda são capazes. Mesmo não precisando provar mais nada para ninguém, o cartola ainda está faminto! 

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