sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ALICE IN CHAINS - FACELIFT

   O assunto Grunge até hoje causa uma certa polêmica entre os Headbangers. Responsável por uma mudança grande no direcionamento do mercado no começo dos anos 90, afetando assim muitas das bandas que se consagraram nos anos 80, alguns não aceitam nem ouvir tal nome. Quanto a mim, tirando a banda mais famosa do movimento, aquela cujo o vocalista e matou, considero o movimento mais que válido musicalmente, com muita coisa boa dando um novo gás ao nosso querido Rock. Pearl Jam, Soundgarden, Stone Temple Pilots, e a melhor delas, que é o assunto desse texto, Alice in Chains, transbordam qualidade em seus sons que misturam peso a um clima sombrio e tenso na medida certa. A banda que ao meu ver melhor representa esse estilo é justamente o grupo formado inicialmente por Layne Staley - vocal, Jerry Cantrell - guitarra, Mike Starr - baixo e Sean Kinney - bateria. Há exatos 25 anos, saia o seu disco de estreia, que também é um dos melhores trabalhos de uma banda que hoje pode ser chamada de clássica. 
    Facelift estourou antes mesmo de Pearl Jam e daquela outra banda, que lançarem seus discos mais populares anos depois, trazendo aquela sonoridade que mais tarde seria chamada de grunge. Man in the Box se tornou o hino definitivo da banda, com aquele riff que qualquer iniciado em Rock N'Roll reconhece em segundos. Fora ele, temos tudo de melhor que a banda apresentou em sua trajetória relâmpago, e agora nos dois trabalhos de seu retorno, em 12 petardos. A estupenda Love, Hate, Love é ao meu ver o destaque máximo do trabalho, em sua levada lenta e densa de 7 minutos de orgasmo musical, algo totalmente diferente de quase tudo visto até então. Vale lembrar ainda a performance fantástica de Cantrell. Tem louco com coragem de dizer que isso não tem um peso absurdo? Destaco também as clássicas We Die Young, que abre o trabalho e tragicamente no seu título mostra o que viria a acontecer com dois dos gênios que registraram esse trabalho, a grunge pura Sea of Sorrow e a não menos espetacular It Ain't Like That. Além dessas obrigatórias, Bleed the Freak e seu refrão marcante, I Can't Remember, Confusion (na linha de Love, Hate, Love, tão épica quanto) e Sunshine também merecem toda atenção, mas não vemos uma música sequer depois que possamos chamar de ruim. 
   Infelizmente, a formação mais clássica, que mais tarde teria a baixa de Mike Star, registrou apenas mais dois discos e um ep marcante. O estilo de vida dos membros encurtou em muito a gloriosa história de uma banda que em pouco tempo se perpetuou na calçada da fama do Rock N'Roll. O que foi feito nesse primeiro trabalho foi algo realmente ótimo, e felizmente a banda retornou recentemente, obviamente reformulada, ainda fazendo shows fenomenais. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário