domingo, 23 de agosto de 2015

SHOW DO GLENN HUGHES - TEATRO ODISSEIA - RIO DE JANEIRO

   No melhor estilo Carioca Club, no nosso Teatro Odisseia, aos sábados, os shows acontecem mais cedo que o habitual, já que a casa recebe eventos posteriores. Enquanto na famosa casa paulista o que se vê são shows de "pagofunk", aqui são as festas indie/alternativa. Por isso, no inicio da noite um mar de camisas pretas tomou conta do entorno da casa. O perfil dele era bem diferente do habitual, com muitos senhores e jovens juntos indo celebrar uma das grandes lendas do Rock N'Roll ainda vivas, o grande Glenn Hughes, muito bem acompanhado pelo incrível Doug Aldrich na guitarra. Junto a eles, o não menos fenomenal baterista Pontus Engborg completa um power trio daqueles. Prova da importância da apresentação foram os ingressos esgotados uma semana antes, e gente disputando qualquer buraco dentro do abarrotado Teatro, nem que fosse na escada do segundo andar. Com tais características, não tinha como a apresentação dar errado não é mesmo? 
    A festa teve início pouco depois do horário marcado, às 19h, enquanto alguns ainda entravam devido as enormes filas formadas na porta. Como o palco da casa é improvisado, já que ela não foi feita pensando em shows, e vem sendo adaptada com o tempo, quem ficava mais distante tinha dificuldades para ver o baixo palco. Fora isso, estava tudo impecável em relação ao som, a estrala do espetáculo. Assim sendo, não temos grandes transtornos. O show começa logo com um hino, a magnífica Stormbringer, faixa-título do segundo trabalho de Glenn no Deep Purple, um disco daqueles obrigatórios na coleção de qualquer amante de Rock N'Roll neste planeta. O refrão ecoou pela casa, emocionando todos os presentes. Já impressionava como a voz do dono da noite está ótima. Isso impressiona mesmo numa inevitável comparação com companheiros de geração que hoje em dia sofrem diante do microfone. Depois vem Orion, essa da longa e excelente carreira solo de Hughes, mostrando a tendência do set em passear por toda a carreira do músico. Agora era hora de mostrar a banda que consagrou Hughes, o Trapeze. Way Back to the Bone, em todo o seu Rock Funkeado que marcou a trajetória de Glenn, faz os velhinhos pirarem. Sua levada ao vivo é realmente única. Então é a vez de ouvir Purple, com a magnífica Sail Away, que muito agita os presentes. É evidente que a massa ali simplesmente venera o Deep Purple, e a cada mostra dos clássicos da banda o ambiente fica incrível. Então voltamos ao Trapeze, com Touch My Life. One Last Soul apresenta o que Hughes fez no Black Country Communion, projeto do músico com Joe Bonamassa, Jason Bonham e Derek Sherinian. Muitos curtiram muito esse momento, e a performance da banda nela em especial foi realmente incrível. Hughes então faz as honras ao seu atual braço direito, o grande guitarrista Doug Aldrich. O cara, que arrancou elogios de David Coverdale, e ficou 10 anos no Whitesnake, mostra porque é um dos grandes guitarristas da atualidade. Entre outras bandas, o homem já integrou a banda de Dio. Já é suficiente não? Solo feito, era hora do grande momento para mim, a épica Mistreated, ponto alto do espetacular Burn. Numa versão alongada e belíssima, ela teve até seus solos cantados pelos presentes. Em mais uma lembrança ao guitarrista, Glenn faz questão de incluir no repertório Good To Be Bad, faixa-título do excelente trabalho lançado por Doug no Whitesnake, mostrando mais uma vez a enorme importância dele para a banda. Doug não esquece do aniversário do chefe, e puxa um belo parabéns pra você entoado pelos presentes, que visivelmente emociona o feliz e falante frontman da noite. Can't Stop the Flood é mais uma música solo, seguida por um longo solo de guitarra/bateria, e depois de bateria isolado, onde Pontus pode mostrar todo o seu potencial. Soul Mover, uma das melhores de Glenn na carreira solo, fecha com classe a primeira parte do show. No bis, o hino máximo de sua carreira, a indispensável Burn, um daqueles hinos definitivos da história do Rock N'Roll.
   Assim fechou um grande show de Rock N'Roll na sua forma mais pura. O estilo da apresentação é totalmente anos 70, com muito improviso, versão alongada de músicas e solos intermináveis, como era a regra naqueles tempos. O público que como poucos sabe apreciar o Rock feito dessa maneira pirou durante a longa apresentação, que mesmo com um set curto e com músicas a menos em relação a shows recentes, entregou exatamente o que se esperava do power trio. Glenn comandou a festa muito bem, e viu em Doug um grande coadjuvante, capaz muitas vezes de roubar a cena. Enfim, uma matinê de Rock N'Roll legítimo.
   Para muitos a noite não acabava ali, e o horário permitiu que com uma certa folga, muitos coroas partissem rumo ao vizinho Circo Voador mais tarde, para assistir ao show dos Titãs, sobre o qual falarei em breve.

Breve registro totalmente amador que fiz, mas da para ver a lotação e como o palco estava pequeno para quem viu o show de longe...

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