segunda-feira, 10 de agosto de 2015

SHOW DO VULCANO + FORKILL + CEIFFADOR - RIO ROCK BLUES - RIO DE JANEIRO

   Na noite do dia 7 de agosto, uma sexta-feira, mais um grande evento com bandas clássicas do Heavy Metal brasileiro chega ao Rio de Janeiro pelas mãos da Be Magic produtora, que vem desenvolvendo um trabalho realmente incrível. Recentemente, vimos uma vergonha incalculável protagonizada pelo público, ou pela falta dele na verdade, no show do MX, e algo bem mais satisfatório no Salario Mínimo com Metalmorphose, mas longe de se considerar algo bom. Nessa nova jornada, capitaneada pela mais que clássica Vulcano, viria a redenção do público da cidade, que finalmente encheu a casa para assistir a um grande show de Heavy Metal brasileiro, participando intensamente com um mosh insano que durou boa parte do show. Bem amigos, para quem ama a música feita por aqui, foi muito emocionante ver o que aconteceu dessa vez! 
   O Vulcano é respeitado em todo o planeta, influência para diversas bandas e é sempre citado por figurões do Heavy Metal mundial quando o assunto é metal brasileiro. Por aqui, no bom e velho underground de onde nunca saíram e se orgulham de viver, o nome Vulcano sempre desperta extremo respeito por parte de todos. Isso somado ao Forkill, nome já muito forte do cenário metálico carioca, e com o inicio promissor do Ceiffador, foi possível ver a turma levantar do computador e ir para a noite curtir um grande evento. Isso posto, vamos aos shows em si. 
   Cheguei ao lugar durante a 1a apresentação da noite, o ótimo show do Ceiffador. A banda faz um som mais voltado pro Thrash Metal, com letras em bom, claro e ácido português, numa pegada bem interessante. A banda ainda não tem um disco, e fez um show para um ótimo público, tendo a chance de literalmente se apresentar para muitos ali. A impressão deixada foi totalmente positiva, num ótimo aquecimento para os bangers presentes no local. 
   Agora era a hora do Forkill. A banda já tem um nome fortíssimo, sendo conhecida por qualquer um que frequenta a cena carioca. A base de fãs dos thrashers Joe Neto (vocal e guitarra), Ronnie Giehl (guitarra), Gus "Guzzy" Nascimento (baixo) e Alexandre Fersan é respeitável, e como sempre marcava presença, curtindo intensamente as músicas da banda. O ótimo Breathing Hate foi explorado com a classe de sempre, e o recado foi dado. Os cariocas tem encontro marcado com a banda já no próximo dia 25, na abertura para o histórico show que o Nuclear Assault vai realizar na cidade.
   Tudo devidamente quente, era hora de assistir ao show de uma verdadeira lenda do Metal Extremo brasileiro. Estavam todos ali num clima magnífico, prontos para bater cabeça insanamente. A apreseentação teve início com a ótima The Man, The Key , The Beast, faixa-título do ótimo trabalho lançado pela banda em 2013. Church At A Crossroad, presente no mesmo disco, vem na sequência. The Tenth Writing, de Wholly Wicked, o último trabalho da banda, mostra como a fase atravessada pela banda nos últimos anos é fenomenal. Então é hora de clássico, e Prisoner from Beyond bota a casa abaixo, para lembrar o glorioso Live, que apresentou para todo o Brasil a fúria vulcânica ao vivo, nos primeiros passos do Heavy Metal no Brasil. O 1o registro da banda ser um ao vivo é um dos fatos mais curiosos de sua trajetória, sendo uma estratégia diferente que funcionou perfeitamente naquele momento. Falando em clássico, tal classificação é injusta para a grandiosidade de Fallen Angels, uma das mais importantes na história da banda, sendo o ponto alto do mais que clássico disco Anthropophagy, um daqueles discos de Heavy Metal obrigatórios para quem curte o estilo no Brasil. Clássico oitentista celebrado, hora de voltar ao passado mais recente, com  Awash in Blood, abertura do ótimo Drowning in Blood. Ainda nele, temos Devil´s force. Em momentos assim, vemos que os presentes amam tudo que a banda fez, estando lá de corpo e alma.
   Zhema Rodero, o único da formação original no atual Vulcano, comanda a banda com categoria. O batera Arthur Von Barbarian merece todo o destaque, proporcionando um show de fúria numa verdadeira destruição de seu maldito kit, numa empolgação difícil de se ver. Numa breve conversa pós-show, o mesmo diz que isso é a vida dele, o que faz tudo valer a pena, o que se mostra totalmente sincero na sua performance. Ivan The Darkestt é preciso no baixo, e Luiz Carlos Louzada também faz chover com uma voz impecável e presença de palco, numa aula de como dar voz a uma banda de metal extremo. Em poucas palavras, o atual Vulcano está realmente destruidor. 
   Gates of Iron, que abre o retorno da banda no fantástico Tales From the Black Book, da sequência ao show infernal, e They Sold Their Soul não deixa por menos. Agora é hora de lembrar o disco mais clássico do Vulcano ao meu ver, o irrepreensível  Bloody Vengeance, com o hino Dominios of Death. o mosh que tomava conta da pista do Rio Rock Blues, algo obrigatório em shows assim, perde o controle de vez, e a emoção no rosto de fãs que não viam a banda na cidade desde 1987 (!) era evidente.  The Signals vai para a turma old-school, diretamente do icônico Live. Death Metal, a minha preferida, é simplesmente de arrepiar, numa fúria poucas vezes vistas antes. From the Black Metal Book  vem potente, abrindo caminho para a piração dos coroas ao som da oitentista Legiões Satânicas. Witches Sabbath é mais uma dos primórdios, e na dobradinha Total Destruição e Guerreiros de Satã, dois hinos do Heavy Metal Brasil, o que vimos é o encerramento perfeito numa catarse dos presentes capaz de abalar as estruturas da casa!
    O evento foi o maior do gênero que já assisti, e foi para emocionar qualquer um que levanta a bandeira do Heavy Metal feito no Brasil. Os cariocas já passaram vexames recentemente, mas felizmente fizeram a diferença dessa vez, em bom número em todas as três apresentações. O Vulcano dispensa comentários, e fez um show simplesmente irretocável, mas num show o público faz uma diferença brutal, e ele estando em bom número e participativo, a verdadeira magia do Rock N'Roll acontece. No mais, parabéns aos grandes Rodrigo Scelza e Luis Carlinhos, que vem fazendo um trabalho simplesmente fenomenal, trazendo shows mensais de bandas clássicas do Heavy Metal brasileiro para o Rio de Janeiro, com uma produção impecável, numa casa acessível e de estrutura fantástica. Que esse dia 7 de agosto sirva de exemplo, porque quem estava lá vai lembrar com carinho para toda a eternidade!

Momentos breves da noite registrados:

Meu encontro com a banda no camarim pós-show

Reunião de amigos sempre presentes na cena

Essa aqui com o guitarrista Ronnie, do Forkill, uma baita figura


Registro oficial do show publicado no evento, feito pela fotógrafa Luciana Pires
   
   

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